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A ENTRADA

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A CARTA,<br />

PENÚLTIMO ATO<br />

O melancólico penúltimo ato da presidente afastada foi a<br />

convocação extemporânea da imprensa para a leitura solene de<br />

uma carta aos senadores em que reitera que convocará um plebiscito<br />

para ouvir a população sobre a antecipação das eleições<br />

gerais, se inocentada pelo Senado.<br />

Errou no tempo, na dosagem e na forma. Seria discurso<br />

para antes do processo de impeachment ter sua admissibilidade<br />

aprovada pela Câmara, em 17 de abril passado.<br />

Desta feita, soou como filme visto com cópia de autenticidade<br />

suspeita.<br />

De mais a mais, o Congresso Nacional jamais aprovará um<br />

plebiscito para a antecipação de eleições, pois encurtaria seus<br />

próprios mandados.<br />

Nem o Congresso cortará na carne para aprovar reformas políticas<br />

- também prometidas por Dilma na carta caso reassuma a<br />

Presidência da República - tais como redução do número de partidos<br />

através da imposição de cláusulas de barreira, e a instauração<br />

de um “parlamentarismo presidencialista”.<br />

Foi uma penúltima cena de uma presidente rejeitada por<br />

quase todos - a começar por seu partido, o PT - e que se despede<br />

de cena como o fim de um filme gasto interpretado por<br />

atriz canhestra, que terá seu um nome secundário nos cartazes<br />

republicanos.<br />

CARTA POLIS | AGOSTO 2016<br />

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