A ENTRADA

ECONOMIA
Meirelles canta
“blowing in the wind”
ENQUANTO RESULTADOS NÃO CHEGAM
O
s 15 dias que o presidente Michel Temer deu à equipe econômica
para apresentar medidas concretas de recuperação do instinto
animal da economia esfumaram-se no ar segundo a canção de
Bob Dylan “Blowing in the Wind, que o ex-senador Eduardo Suplicy tanto
gosta de cantar.
Passaram-se não só 15 dias, mas 2O e agora 3O desde a reunião no Palácio
do Planalto e nada de soluções mágicas, a não ser palavras.
Como se Henrique Meirelles continuasse apostando que basta sua presença
heráldica à frente da Fazenda para que a confiança do empresariado se
instale.
Nao é bem assim. Poder é uma hidra de alimentação diária. Seu manjar
predileto é o resultado.
Como os resultados não chegam, seja por qual motivo se alegue – como
o alongamento do processo de impeachment no Senado – as brigas de poder
começaram a aflorar na equipe econômica.
Os primeiros sinais da impaciência que precede o sentimento de impotência,
porque a conjuntura não permite que a tal da confiança se instale.
Pelo menos até que Dilma Rousseff permaneça no Alvorada repetindo
para si mesma e imprensa estrangeira as cinco palavras que o senador Humberto
Costa escandiu na Comissão Especial: “g” “o”, “l, “p” “e”.
Já que não há resultados, surgiram, como efeitos oportunistas, as disputas
por espaços entre Fazenda e Planejamento. Por enquanto, só Planejamento disputa
com Meirelles, mas existiriam outros ministros que não querem que ele
cresça muito e vire um autocrata bostoniano.
(*) Trecho da letra de “Blowing in the wind” (“Soprando no vento”):
“Quantas estradas um homem deve percorrer
Pra poder ser chamado de homem?
Quantos oceanos uma pomba branca deve navegar
Pra poder dormir na areia?
Sim e quantas vezes as balas de canhão devem voar
Antes de serem banidas pra sempre?
A resposta, meu amigo, está soprando no vento
A resposta está soprando no vento…”
CARTA POLIS | AGOSTO 2016
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