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REVISTA SERVICO GEOLOGICO

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Hidrologia e GestÃo Territorial<br />

PETROGRAFIA, QUÍMICA MINERAL E IDADE DE ESCARNITOS<br />

ASSOCIADOS A MÁMORES DO COMPLEXO PARAÍBA DO SUL (ES)<br />

Autores: Mesquita, R.B. 1,2 , Jordt-Evangelista, H. 1 , Queiroga, G. N. 1 , Medeiros-Júnior, E.B. 3 , Dussin, I.A. 4 , Gomes, R.M.A. 1 , Ramiro,<br />

J.B. 3 , Pontello, M.S. 3 , Chemale Júnior, F. 5<br />

1 Universidade Federal de Ouro Preto; 2 CPRM – Serviço Geológico do Brasil; 3 Universidade Federal do Espírito Santo; 4 Universidade Federal<br />

de Minas Gerais; 5 Universidade do Vale do Rio dos Sinos<br />

Hidrologia e GestÃo Territorial<br />

INVENTÁRIO DE SÍTIOS GEOLÓGICOS E GEOMORFOLÓGICOS<br />

PARA EMBASAR PROPOSTA DE CRIAÇÃO DO GEOPARQUE<br />

CÂNION DO RIO SÃO FRANCISCO, BRASIL<br />

Autores: Ferreira,R.V. 1 , Mariano, G. 2 , Lima, R.A. 3 , Schobbenhaus, C. 1<br />

1 CPRM - Serviço Geológico do Brasil; 2 Universidade Federal de Pernambuco; ³Universidade Federal de Alagoas<br />

Escarnitos foram gerados no contato com diques graníticos (DG) e anfibolíticos (DA) encaixados em ocorrências<br />

de mármore localizados no sul do estado do Espírito Santo, nos municípios de Cachoeiro de Itapemirim, Vargem Alta e<br />

Castelo. Esse mármore, pertencente ao Complexo Paraíba do Sul, situa-se no núcleo cristalino do orógeno Araçuaí e foi<br />

metamorfizado sob condições de fácies granulito no estágio sin-colisional do orógeno. Os DG não possuem evidências de<br />

deformação e metamorfismo e os DA se apresentam fortemente deformados e metamorfizados.<br />

Este trabalho teve como objetivos principais a caracterização petrográfica e de química mineral das auréolas escarníticas<br />

visando o entendimento dos processos metamórficos/metassomáticos de sua geração, bem como o estudo geocronológico<br />

do dique granítico, através da datação de zircões pelo método U-Pb (LA-ICP-MS), visando estabelecer a idade<br />

relativa dos escarnitos por ele gerados. A largura dos escarnitos varia de poucos centímetros a 1,5 m. Nos escarnitos associados<br />

aos DG foram identificadas as seguintes bandas mineralógicas principais, do mármore ao granito: (1) carbonato ±<br />

tremolita, com rara forsterita; (2) diopsídio e (3) escapolita + diopsídio. Estudos de química mineral mostram que o diopsídio<br />

possui valores de XMg (Mg/(Mg+Fe+Mn)) entre 0,66 e 0,94. A escapolita é mais sódica quanto mais próxima do granito,<br />

com valores do componente meionita (Me) entre 27 e 34 (mol%), e mais cálcica quanto mais próxima do mármore, com Me<br />

entre 36 e 65, o que indica aporte de Na do granito e de Ca do mármore. As bandas mineralógicas geradas nos escarnitos<br />

associados aos DA são, do mármore ao anfibolito: carbonato ± forsterita ± clinoanfibólio incolor e diopsídio ± clinoanfibólio<br />

verde ± carbonato. Espinélio (pleonasto) ocorre tanto no escarnito quanto incluso em pargasita no dique. Diopsídio e<br />

clinoanfibólio tornam-se mais enriquecidos em Fe quanto mais próximos do dique, com XMg de 0,76 a 0,90 (diopsídio) e<br />

razão Mg/(Mg+Fe2+) de 0,71 a 0,90 (tremolita, Mg-hornblenda e edenita), e mais empobrecidos em Fe quanto mais próximos<br />

do mármore, com XMg de 0,92 a 0,95 (diopsídio) e Mg/(Mg+Fe2+) entre 0,93 e 1,00 (tschermakita e Mg-hornblenda),<br />

sugerindo aporte de Fe do DA.<br />

Os estudos geocronológicos U-Pb, obtidos em cristais de zircão de amostras do dique granítico, revelam idade de<br />

cristalização magmática em 534±14 Ma, sendo, portanto, a idade aproximada da geração dos escarnitos associados aos<br />

DG. Dessa forma, duas gerações de escarnitos são reconhecidas na região sul do Espírito Santo: (i) escarnitos mais antigos,<br />

associados aos DA. A presença de espinélio bem como as feições de deformação dos diques e escarnitos são argumentos<br />

de que estes foram gerados concomitantemente ao evento que metamorfizou o mármore sob condições de fácies granulito,<br />

entre 580 e 560 Ma, no estágio sin-colisional do orógeno Araçuaí; (ii) escarnitos mais jovens, associados aos DG livres<br />

da foliação regional e com idade de cristalização ígnea de ca.534 Ma, gerados por processos metassomáticos no estágio<br />

pós-colisional do orógeno Araçuaí.<br />

Agradecimento: À Fapemig pela ajuda financeira ao Projeto CRA-APQ-02206-11.<br />

PALAVRAS-CHAVE:<br />

ESCARNITOS; PETROGÊNESE; COMPLEXO PARAÍBA DO SUL<br />

Em conformidade com os objetivos do Projeto<br />

Geoparques do Serviço Geológico do Brasil<br />

– CPRM, ou seja, identificar, classificar, descrever,<br />

catalogar, georreferenciar e divulgar propostas de<br />

geoparques no Brasil, é apresentado neste trabalho<br />

o resultado do inventário do patrimônio geológico<br />

e geomorfológico, cujo objetivo é embasar<br />

proposta de criação do Geoparque<br />

Cânion do São Francisco, reconhecendo sua<br />

importância para o geoturismo, fins educativos e<br />

valor científico. A área estudada está situada entre<br />

os paralelos de 9° 20’ e 9° 50’ S e meridianos de 37°<br />

30’ e 38° 20’ O, na região do semiárido nordestino,<br />

nas divisas dos estados de Alagoas, Sergipe e<br />

Bahia, distando cerca de 300 km de Maceió (AL) e<br />

200 km da cidade de Aracaju (SE).<br />

Cânion do Rio São Francisco, esculpido em rochas Neoproterozoicas da Suíte<br />

Intrusiva Xingó. Municípios de Delmiro Gouveia-AL e Paulo Afonso-BA<br />

Compreende os municípios de Piranhas, Olho D’água do Casado e Delmiro Gouveia, estado de Alagoas; Canindé do<br />

São Francisco e Poço Redondo, estado de Sergipe. Em sua geomorfologia, a área é um monumental cânion escavado pelo<br />

Rio São Francisco, que se estende por cerca de 70 Km, entre os municípios de Delmiro Gouveia-AL e Poço Redondo-SE,<br />

formando paredões escarpados de até 100 metros de altura. A geologia é constituída por rochas metamórficas paleoproterozóicas<br />

do Complexo Canindé; por rochas graníticas e metamórficas mesoproterosóicas do Complexo Belém do São<br />

Francisco e Suite Chorrochó; por granitoides e metamórficas neoproterozóicas das suítes intrusivas Itaporanga, Canindé,<br />

Xingó, Serra do Catu e do Granitóide Curralinho; e rochas sedimentares paleozoicas da Formação Tacaratu.<br />

Neste contexto, foi feito durante os trabalhos de campo um levantamento total de quinze geossítios (sítios de valor<br />

científico) e sítios da geodiversidade (sítios de valor turístico e educativo), cujo detalhamento serviu para alimentar o Sistema<br />

de Cadastro e Quantificação de Geossítios e Sítios da Geodiversidade (GEOSSIT) do Serviço Geológico do Brasil–CPRM.<br />

A quantificação dos sítios cadastrados resultou na definição de um geossítio de relevância internacional e 4 geossítios de<br />

relevância nacional.<br />

Adicionalmente, foram identificados 10 sítios da geodiversidade de relevância nacional ou regional/local. A área<br />

inventariada apresenta, além dos importantes aspectos geológicos e geomorfológicos, com destaque para a beleza da<br />

paisagem e outros atributos que associados justificam a criação de um geoparque nos moldes preconizados pela UNESCO:<br />

são elementos culturais representados por pinturas rupestres, deixados por populações da pré-história que lá viveram; história<br />

da Estrada de Ferro Paulo Afonso, construída entre 1881-1883, para escoar mercadorias no trecho não navegável do<br />

Rio São Francisco; história do banditismo social denominado cangaço, notadamente ligado à figura do famoso cangaceiro<br />

Lampião e seu bando; história do desenvolvimento econômico e industrial do Nordeste, que tem como marco a construção<br />

da Usina Hidrelétrica de Angiquinho e a Fábrica de Linhas da Pedra, pela figura lendária de Delmiro Gouveia.<br />

PALAVRAS-CHAVE:<br />

GEOPARQUE; CÂNION; RIO SÃO FRANCISCO<br />

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