TECNOLOGIA
EMPRESAS
GESTÃO
NEGÓCIOS
02 outubro 2016 trimestral
GESTAO DE
TALENTOS NAS
ORGANIZAÇOES
ATRAÇAO
DESENVOLVIMENTO
E RETENÇAO
ATRAÇÃO DE TALENTOS
MARIA JOÃO
ANTUNES
OPINIÃO
JOSÉ PAIVA
EM AÇÃO
CLÁUDIA LIMA
BY
ÚLTIMAS
VAGAS!
FAST-TRACK MBA
MARKETING, ESTRATÉGIA
& CRIATIVIDADE 150h
1ª EDIÇÃO
10 NOV 2016
-
8 JUN 2017
LISBOA
3ª e 5ª 19h-22h
EQUIPA
DOCENTE
ANA FIRMO FERREIRA ANA SOFIA VINHAS INÊS TOMÁS MATEUS JOÃO GOMES ALMEIDA JOÃO NUNO PINTO
JORGE COELHO RICARDO PEREIRA RUI VENTURA SANDRA ALVAREZ BAPTISTA TERESA LAMEIRAS VIRGINIA COUTINHO
WWW.GALILEU.PT/FTMBA_MEC
A GALILEU e a FLAG são reconhecidas pela DGERT
EDITORIAL
3
ATRAÇÃO DE TALENTOS
04 MARIA JOÃO ANTUNES
Para quando?
07 PAULO RIBEIRO
Recrutar, reter, replicar Talentos
DESENVOLVIMENTO DE TALENTOS
08 CARLOS BERNARDO
Desenvolver Pessoas, uma
exigência sempre presente
nas organizações!
TEMA DE CAPA
13 JOSÉ BANCALEIRO
Gestão de Talentos
nas organizações
OPINIÃO
17 JOSÉ PAIVA
Quem deve assumir a
responsabilidade da Gestão
de Carreiras?
18 INÊS VACAS
Talento por um canudo
EM AÇÃO
20 GABRIEL AUGUSTO
A sua organização tem uma
proposta de valor para os
colaboradores?
22 CLÁUDIA LIMA
10 tips to get engaged
26 PEDRO CARAMEZ
Como Recrutar através
do Linkedin
RETENÇÃO DE TALENTOS
10 PEDRO TAVARES
Desmistificando a relação entre
a formação e a retenção de
talentos
Edição
GALILEU
Colaboradores
Carlos Bernardo
Cláudia Lima
Constança Mascarenhas
Gabriel Augusto
Inês Vacas
José Bancaleiro
José Paiva
Maria João Antunes
Marisa Oliveira
Paulo Ribeiro
Pedro Caramez
Pedro Tavares
Vanessa Cruz
Impressão e Acabamento
A3 | Artes Gráficas, Lda
Propriedade
GALILEU
Tiragem
2300 exemplares
Periodicidade
trimestral
Depósito Legal
412259/16
Nº da Edição 02
Independentemente da sua estratégia de negócio e dos desafios colocados pelo
mercado onde as organizações se inserem, a importância do seu capital humano é
inquestionável, sendo, em muitas situações, o centro da estratégia empresarial. O
Sucesso de qualquer empresa depende, antes de mais, das suas Pessoas: de conseguir
atrair os Talentos que se refletem em vantagem competitiva para a organização, de
desenvolver os Talentos existentes para incrementar o seu valor aportado e de reter
os Talentos valiosos para que o seu contributo seja mais prolongado.
Neste sentido, a gestão de Talentos - que surgiu na década de 90 e tem vindo, desde
então, a ganhar relevância devido ao crescente reconhecimento dos Talentos como
vantagem competitiva no mercado - é, atualmente, uma das principais prioridades nas
políticas de gestão das empresas. As organizações sentem, por um lado, a necessidade de
promover um posicionamento e uma imagem de boa entidade empregadora no mercado
(employer branding) para atrair talentos; e por outro, de investir no desenvolvimento
e na retenção dos seus talentos, na medida em que a rotatividade nas organizações
é uma realidade que não se pode ignorar (o conceito de “emprego para a vida” já
não se verifica!).
Particularmente num tecido empresarial composto essencialmente por PMEs, como
é o caso do nosso mercado, a capacidade de atrair, reter e desenvolver talentos é
determinante. Contudo, são também estas empresas, que devido à sua dimensão e
natureza, enfrentam as maiores dificuldades no que concerne à gestão de talentos.
Porque o nosso foco é no Sucesso e acreditamos que a Gestão de Talentos é,
definitivamente, um game changer nas organizações e no mercado, preparámos esta
edição da Game Changer, desafiando empresas e profissionais a darem o seu contributo
para uma melhor Gestão de Talentos, dirigindo-se às empresas e aos Talentos do nosso
mercado Português.
Uma forte palavra de agradecimento a todos os que aceitaram o nosso convite de
colaboração e, pela segunda edição, reforçamos o nosso compromisso de um Até Já,
até à próxima edição da Game Changer.
Gabriel Augusto
Diretor
outubro 2016 GAME CHANGER
4
ATRAÇÃO DE TALENTOS MARIA JOÃO ANTUNES
PARA
QUANDO
Encontrar o talento certo deve ser a primeira preocupação
das organizações uma vez que tudo começa quando se abrem
as portas da empresa. Muito se tem falado sobre o tema do
talento: artigos atrás de artigos, vários livros têm sido publicados.
Este artigo será apenas mais uma dissertação, escrita por
alguém que vivenciou esta temática,
quer do lado do empregado, quer
do lado do empregador, por força da
sua função e projetos empresariais.
Queria dar um toque mais apimentado
e provocador a este tema porque,
na verdade, ele já vem estando na
ordem do dia desde há mais de
uma década, por tal dediquei algum
tempo a fazer uma pesquisa e encontrei
artigos com mais de uma década,
onde já era clara a preocupação do
Talento. Entre vários, e na década
dos anos 90, já Chiavenato dizia que
a principal vantagem competitiva
das empresas, decorre das pessoas
que nelas trabalham. Em janeiro deste ano, um estudo da
Delloite reafirma que existe clara correlação entre a gestão
do talento e a produtividade da empresa.
Talento no
dicionário significa
“Indivíduo
engenhoso,
de habilidade
ou capacidade
incomuns”.
É caso para perguntar: Num mundo hoje globalizado,
repleto de tecnologia e de saber, com tantos anos de
estudo, de experiência e de formação não deveriam as
empresas estar hoje já sábias na sua gestão do talento?
Talento no dicionário significa
“Indivíduo engenhoso, de habilidade
ou capacidade incomuns”.
Neste sentido, impõe-se perguntar:
E que talentos procuram as
Organizações? Simplificando, as empresas
querem pessoas totalmente
alinhadas com a cultura e com os
valores da mesma, que sejam perspicazes
e audazes e que apresentem
uma alta performance de forma a
contribuírem decisivamente para o
resultado final.
Os talentos não são génios, nem
têm dons mágicos. São pessoas que
vieram ao mundo com as mesmas capacidades mentais que
a maioria do comum Ser Humano, no entanto, são diferentes
porque não se contentam com a inércia, são inquietos
podendo ter um sentido estratégico mais aguçado, preocu-
GAME CHANGER outubro 2016
MARIA JOÃO ANTUNES ATRAÇÃO DE TALENTOS
5
Mas como podemos afinal atrair os mais talentosos? Pela
imagem no mercado, o chamado employer branding é muito
importante para estes candidatos pois, na sua maioria, os
talentos gostam de trabalhar em empresas de prestígio.
A dimensão, a estabilidade no mercado, a dinâmica, a
imagem de empregador que aposta nos seus colaboradores
e os benefícios associados, são alguns dos aspetos pelos
quais os talentos se sentem atraídos pelas organizações.
Após estarem na empresa, é importante validar também a
aposta feita, os que apresentam os melhores resultados, os
que dão ideias, os que aceitam as opiniões, os que estão
comprometidos com a empresa, os que apresentam valores
na interação e com a sociedade. Todas estas valências hoje
são fáceis de se aferirem se existir, de facto, uma Liderança
verdadeira e alinhada com a estratégia definida, mas terá que
ser uma liderança partilhada e preparada por toda a equipa
de líderes, não é suficiente o decisor e o Diretor de Pessoas.
Os Talentos, independentemente da idade, precisam de
empowerment, de confiança, de reconhecimento, de investimento
nas suas competências, de sentir que o Líder
está com ele e que comunica de forma objetiva e transparente.
O processo de comunicação numa organização é
também um fator determinante na retenção.
MARIA JOÃO ANTUNES
Gestora de Recursos Humanos
pam-se diariamente por inovar e apresentar bons resultados.
Na prática, eles facilitam a vida do decisor.
É fundamental numa empresa a clareza do que se pretende
na gestão do Talento e definir, claramente, em
que tipo de talento a empresa quer apostar. Pretende
apostar em qualquer talento, independentemente da idade
e habilitação/formação, ou quer apostar na tão mediática
geração Millennials, repleta de jovens inquietos mas também
exigentes, que já nasceram na era das tecnologias?
Uma política de Gestão de Talentos efetiva tem que
estar apadrinhada pelo Topo, deve constar na estratégia
da empresa e na mensagem do seu Presidente. Esta é uma
premissa indispensável para o sucesso. Sem ela, pode-se
escrever muito, os Gestores de Pessoas podem lutar e falar
com frequência no tema, mas sem a consciencialização da
Gestão do Topo e sua envolvência, pouco vai mudar.
Considero que, sem estas premissas, é muito difícil manter
os melhores nas organizações e se muitos hoje não mudam
é porque o mercado está na situação que todos nós conhecemos.
Caso contrário, creio que a rotação nas empresas
seria mais elevada.
Se queremos reter os melhores, temos que observar as diferenças
geracionais. Apesar de falarmos de pessoas mais
dotadas em certas habilidades, as motivações são diferentes
e temos que agir de forma adequada para cada uma delas.
É determinante atrair novos talentos para a organização,
mas não menos importante é olhar para os talentos que por
vezes estão escondidos dentro da empresa e que precisam
de ajuda para porem cá fora as suas habilidades. Esta política
também apresenta vantagens, no sentido de que geralmente
são pessoas muito comprometidas com a empresa e que
podem aportar muito valor.
Segundo um estudo do Word Economic Forum, realizado
em 2015, teremos nas próximas décadas, uma nova geração,
nascida com a 4ª Revolução Industrial. Desafio-vos a visitarem
na internet o artigo do “Word Economic Forum Global
Challenge Insight Report”. Com base neste estudo, podem
outubro 2016 GAME CHANGER
6
ATRAÇÃO DE TALENTOS MARIA JOÃO ANTUNES
definir a melhor estratégia para a atração e retenção do
talento dos próximos anos. Fatores como a Robótica, inteligência
artificial, biotecnologia, entre outros, vão seguramente
revolucionar os postos de trabalho e a forma de trabalhar
no mundo empresarial.
Será sempre uma mais-valia para as empresas apostarem em
pessoas que revelem ter as seguintes valências: Autonomia;
Proatividade; Flexibilidade, que sejam Decision Makers e
que tenham Open Mind.
Uma sugestão que deixo aos profissionais da Gestão das
Pessoas: sensibilizem os vossos órgãos decisores desta
questão, porque sem alinhamento, envolvimento e sem
este tema estar na agenda do Topo, nunca se vai alcançar
o desejado.
Portugal tem necessidade de alterar o paradigma da Liderança
na gestão do Topo. Observamos, hoje, alguma consciência
em certas empresas e grupos empresariais, mas Portugal
tem centenas de milhares de empresas em que há ainda
muito por fazer.
Só quando existir esta consciencialização e vontade, é que se
vai alavancar uma eficiente Gestão de Talentos, pois as ferramentas
necessárias já estão ao alcance de qualquer gestor de
Recursos Humanos. O Decisor tem que se aperceber destes
sinais e investir de imediato antes que seja tarde de mais.
A entrega, a
paixão, a ambição
e o sonho
são também
ingredientes
de retenção!
A entrega, a paixão, a ambição e o sonho são também
ingredientes de retenção!
“O Sonho comanda a vida” de Rómulo de Carvalho, o poeta
português que todos conhecem como António Gedeão.
GAME CHANGER outubro 2016
PAULO RIBEIRO ATRAÇÃO DE TALENTOS
7
Cada novo recrutamento é uma
expectativa para as empresas
e para quem é recrutado.
PAULO RIBEIRO
Diretor e Membro do Conselho de
Administração de BIAL Aristegui Itália
Toda uma organização, com a sua história e experiências,
mobiliza-se para se perpetuar no tempo.
Porque cada recrutamento tem como objetivo garantir a
continuidade da empresa tendo em conta a sua Missão,
Valores e Objetivos.
É fundamental, por isso, cada empresa saber integrar com
sucesso as diferentes gerações que a compõem.
Pertenço à chamada geração X, mais analítica, com um conhecimento
mais aprofundado sobre os temas e grande
dedicação ao trabalho que, frequentemente, competia com
a vida pessoal. Assistimos ao advento da internet e da tecnologia.
Desenvolvíamos relações de proximidade com aqueles
que nos estavam mais próximos.
As novas gerações nasceram num mundo tecnologicamente
globalizado, desenvolvendo relações de proximidade à
distância, sendo menos analíticos: questionam, são mais
individualistas, irreverentes, exigem modelos de trabalho
mais flexíveis que lhes permitam um maior equilíbrio
entre a vida pessoal e profissional, precisam de perceber
qual o seu papel dentro da organização e o seu valor nas
empresas. Aceitam desafios, têm maior disponibilidade
para a mobilidade geográfica e gostam de correr riscos.
São comprometidos igualmente com o trabalho, mas têm
motivações diferentes às da minha geração.
São estas características, das novas gerações,
o principal desafio que exigem das empresas:
Políticas audazes e flexíveis de retenção e
replicação de talentos, porque cada colaborador
é único;
Promoção de uma cultura de partilha
de informação;
Desenvolvimento de uma comunicação eficaz
a todos os níveis.
Recrutar, reter e replicar profissionais
com talento aumenta a eficiência
operacional e reduz a perda de recursos
humanos valiosos que garantem a
sobrevivência das empresas.
A expressão “As Pessoas é que contam” tem, hoje
em dia, um caráter mais desafiante para quem lidera,
porque implica preparar os futuros líderes num contexto
global e individual mais exigente.
outubro 2016 GAME CHANGER
8
DESENVOLVIMENTO DE TALENTOS CARLOS BERNARDO
CARLOS BERNARDO
Gestor RH / Gestor Património
& Espaços Grupo Rumos
DESENVOLVER
PESSOAS,
uma exigência
sempre presente
nas organizações!
Os desafios são constantes e a necessidade de
desenvolvimento de talento, dentro das equipas,
é uma das principais exigências nas organizações
que pretendem estar em sintonia com o mercado.
No entanto, considero que esta responsabilidade, cada vez
mais, tem de ser do próprio colaborador, pois este tem de
ter um “papel ativo” na sua própria evolução.
Não basta atrair bons profissionais, mas também, ter uma
dinâmica e cultura de desenvolvimento constante, conseguindo
assim, adaptar as competências e talento de cada
um às necessidades das Organizações, devendo estas estar
alinhadas com as exigências do mercado.
Muito se fala destes temas, mas considero que deve ser algo
simples e muito prático, pois somente dessa forma conseguiremos
ter aplicabilidade dos processos de desenvolvimento.
O mercado muda constantemente e obriga as Organizações
a constantes adaptações e evoluções. Estas mudanças têm,
obrigatoriamente, de ser acompanhadas pelas competências
dos colaboradores e por todo o talento que estes tenham
e que estejam dispostos a dar às equipas que integram.
Para isso, é necessário que as empresas estejam dispostas
a construir um clima de mudança e de evolução dos seus
colaboradores, sendo fundamental uma cultura de respon-
GAME CHANGER outubro 2016
CARLOS BERNARDO DESENVOLVIMENTO DE TALENTOS
9
Como diz a Visão do nosso Grupo:
“No Grupo Rumos
acreditamos que
todos temos
potencial”
sabilidade individual neste processo, onde cada um tenha
a iniciativa de propor a sua própria evolução. Para que esta
dinâmica esteja instalada e, seja do conhecimento de todos, a
Organização tem de estar à altura e deverá existir um facilitismo
por parte das chefias diretas e da própria Administração.
É nesta movimentação constante que os Recursos Humanos
possuem um papel fundamental, desbloqueando “mitos” e
processos, permitindo assim o desenvolvimento de pessoas
e equipas. No entanto, para que isto tenha sucesso, existem
algumas premissas que devemos ter em consideração, das
quais destaco:
Vontade de evoluir e desenvolver os seus
próprios talentos, por parte de cada colaborador.
Se este não estiver motivado para
esse desenvolvimento, por muito que se
tente, o sucesso não acontecerá;
A Organização tem de estar à altura desse
desenvolvimento, permitindo que este aconteça
e que tenha aplicabilidade no dia-a-dia,
com respetivas consequências na função e
nas condições do colaborador;
As chefias diretas possuem um papel fundamental
em todo este processo, devendo
motivar e impulsionar o desenvolvimento e
aplicabilidade de todo o potencial de cada
elemento das suas equipas. Felizmente,
muitos são os casos bem-sucedidos a este
nível, o que demonstra a importância das
chefias como elementos facilitadores em
todo este processo de crescimento;
No nosso Grupo, o desenvolvimento de competências/
talento é algo fundamental, pois trabalhamos em áreas que
carecem de constante evolução e adaptação ao mercado.
Exemplo disso são as áreas da Formação, onde os nossos
formadores têm de estar sempre preparados para as constantes
evoluções de mercado, as áreas dos Serviços, onde
os nossos consultores têm de acompanhar as necessidades
dos nossos clientes de forma a conseguir corresponder
com o sucesso desejado e, por fim, a área da Educação,
onde as nossas escolas têm de dar respostas constantes
às exigências dos nossos alunos e das empresas parceiras,
pois somente dessa forma conseguiremos, com êxito, formar
jovens com talento.
Não descurando outras formas possíveis para desenvolver
talento a formação é, para nós, uma ferramenta de eleição,
a qual usamos com bastante frequência para o crescimento
interno de competências.
As pessoas são a razão da nossa existência, pelo que, tentamos
diariamente adaptar as exigências da Organização às
exigências dos nossos Colaboradores, permitindo desenvolver
as suas capacidades e criar um clima que facilite a sua
aplicabilidade para o sucesso de todos.
Como diz a Visão do nosso Grupo: “No Grupo Rumos acreditamos
que todos temos potencial”
Os Recursos Humanos tem de estar atentos
a toda esta dinâmica, tendo um papel de
constante suporte, sendo um elemento
potenciador de sucesso em toda esta
movimentação.
outubro 2016 GAME CHANGER
10
RETENÇÃO DE TALENTOS PEDRO TAVARES
DESMISTIFICANDO
A RELAÇÃO
ENTRE A
E A
Pedro Tavares
Responsável de Marketing da GALILEU
O sucesso das Organizações
depende, em grande parte,
do seu Capital Humano. É
necessário encontrar forma
de preparar (e manter
preparados) os colaboradores
para ultrapassar os desafios
com que se irão deparar,
contribuindo de forma
positiva para o sucesso.
Mas ao mesmo tempo,
as Organizações devem
conseguir reter esse talento.
Não é tarefa fácil, mas
felizmente temos a solução
formação!
Há quem demonstre alguma desconfiança
relativamente ao potencial da
formação como fator de retenção de
talentos. O raciocínio é um pouco este:
“Se eu invisto demasiado no desenvolvimento
dos meus colaboradores, mais
à frente eles pegam na sua experiência
e competências e trocam a minha
empresa por outra que lhes ofereça por
um vencimento mais elevado!”
Mas a formação pode ser um elemento
extremamente importante para as organizações
desenvolverem e, ao mesmo
tempo, reter os seus talentos. Urge,
portanto, desmistificar a relação entre
a formação e a retenção de talentos.
A capacidade de retenção de talentos
consiste na eficácia em segurar
os elementos mais valiosos do capital
humano no seu da organização,
nomeadamente aqueles colaboradores
que sejam estratégicos - seja
pelas funções que ocupam, pelo seu
extenso know-how ou pelo potencial
de crescimento que representam para
a organização.
Contrariamente à crença popular, o aumento de vencimento,
por si só, não reduz necessariamente o turnover da organização;
tal como ofertas de um vencimento mais elevado não
contribuem necessariamente para saídas de colaboradores.
Os colaboradores deixam as Organizações por melhores
empregos e melhor vencimento, mas raramente o fazem
apenas por melhor vencimento.
O investimento em formação dos colaboradores
é um elemento chave para a retenção de talentos.
A formação pretende dotar os profissionais das competências
necessárias ao desenvolvimento da sua atividade profissional.
Por outro lado, ao estabelecer um plano de carreira e
desenvolvimento profissional para os seus colaboradores, a
organização demonstra uma preocupação com a sua evolução
profissional e isso reflete-se na sua satisfação e realização
profissional.
A existência de oportunidades de crescimento e desenvolvimento
através da formação é, aliás, um dos mais importantes
componentes da motivação dos colaboradores no seio das
organizações, levando a um aumento do sentido de lealdade,
fidelização e compromisso nas organizações.
A formação pode trabalhar a retenção de talentos de diversas
formas: disponibilizando tempo de trabalho para a formação,
através de formação online ou presencial, disponibilizando
recursos de formação externos ou através de reembolso de
propinas. Cabe aos Recursos Humanos identificar qual, ou
quais, as melhores formas de o fazer.
No entanto, é importante dar aos colaboradores a possibilidade
de procurar formação e desenvolvimento em áreas
à sua escolha e não apenas em áreas relacionadas com a
empresa, ou com as suas funções. Esta flexibilização e personalização
dos planos de carreira levam a maior motivação
e engagement por parte dos colaboradores, tornando-os
também responsáveis pelo seu próprio desenvolvimento no
seio da Organização. Por seu lado, uma análise das áreas
que os colaboradores optam por desenvolver, permite às
organizações melhorar e tornar mais eficazes os seus planos
de desenvolvimento do capital humano.
Trabalhar a retenção de talentos implica conhecer as motivações
dos colaboradores; implica saber que estas não
são iguais para todos, e trabalhá-las com vista à sua satisfação
profissional. Um desenvolvimento de carreiras flexível,
atrativo e pessoal, sustentado pela formação, irá imprimir
um maior sentido ao trabalho dos colaboradores. E eles
sentir-se-ão valorizados.
GAME CHANGER outubro 2016
PEDRO TAVARES RETENÇÃO
11
OS PORTUGUESES
NÃO GOSTAM
DE ARRISCAR
outubro 2016 GAME CHANGER
12
Focus on Success
GAME CHANGER outubro 2016
13
JOSÉ BANCALEIRO TEMA DE CAPA
13
GESTAO DE
TALENTOS NAS
ORGANIZAÇOES
ATRAÇAO
DESENVOLVIMENTO
E RETENÇAO
José
Bancaleiro
Managing Partner
Stanton Chase International -
- Your Leadership Partner
Olá Eduardo, há algum tempo que não te via. Estás com ar
cansado. Tens de te cuidar! - disse Joel, médico experiente,
ao seu amigo Eduardo.
Eu sei, Joel - respondeu Eduardo - há meses que ando a
dormir mal - acrescentando - preocupações profissionais.
Não percebo - retorquiu Joel - pelo que todos me dizem a
tua empresa de software vai de vento em popa.
É verdade, Joel - explicou Eduardo - estamos a crescer
bastante e de forma consistente, graças à excelente equipa
que tenho. O que me faz dormir mal é que, por muito
bem que os trate, saem da empresa todos os dias pelas
dezoito horas e eu nunca tenho a certeza que voltam no
dia seguinte às nove.
Gosto desta pequena “estória” porque ela evidencia de forma
muito simples as três principais ideias chave que devemos
considerar em matéria de gestão de talentos. Destaca a importância
das Pessoas como principal fator de sucesso de um
projeto empresarial. Realça que as pessoas são “recursos”
diferentes de todos os outros porque têm conhecimentos,
emoções e vontade próprias, o que torna a sua gestão única e
complexa. Alerta para o facto de não existir forma de obrigar
as pessoas a ficarem ligadas a um projeto contra sua vontade.
Vejamos, em detalhe, estes três aspetos:
GAME CHANGER julho 2016
outubro 2016 GAME CHANGER
14
TEMA DE CAPA JOSÉ BANCALEIRO
Talento ou Talentos
Num ambiente crescentemente global,
competitivo e complexo como aquele em
que vivemos, sabe-se que apenas sobrevivem
as organizações que possuam equipas
inequivocamente competentes, motivadas,
focadas nos objetivos e com capacidade de
realização, isto é, equipas talentosas. É por
isso que é importante “investir” na gestão
do talento, hoje, amplamente reconhecido,
como o principal fator de sucesso de qualquer
organização.
Não posso deixar de dizer que a larga
maioria dos gestores e empresários que
conheço concordam com esta ideia, pelo
menos em teoria. Mas investir é muito mais
que fazer declarações sobre a importância
dos talentos na festa de Natal. Investir significa
dedicar à gestão das suas pessoas
tempo, energia e algum dinheiro. E, quando
confrontados com esta afirmação, a maioria
deles baixa a cabeça e reconhece que, na
verdade, o dinheiro, o tempo e a energia
que dedicam à gestão dos seus talentos
é muito inferior ao que dedicam a muitas
outras atividades.
Contudo, quando em muitas organizações
se fala em talento, pensa-se em meia dúzia
de “iluminados” que parecem possuir um
dom concedido divinamente e todos os
outros são deserdados da sorte. Ora, isto
não é verdade. O talento é não exclusivo
(talentosos vs não talentosos), mas sim
inclusivo. Todos temos talentos, embora
diferentes e todos são necessários para o
sucesso dos projetos.
Mas o que é isto de talento? É uma pergunta
pertinente e com uma resposta difícil.
Talento é uma daquelas coisas que temos
dificuldade em definir, mas que reconhecemos
de imediato quando o encontramos.
Tentemos uma aproximação.
Talentos são pessoas que conjugam elevadas
competências (I can), com uma forte motivação
(I want), somando-lhe uma grande
capacidade de realização (I do) e sobre isso
colocam uma genuína ambição de ir cada
vez mais longe (I Will).
Em síntese,
os talentos são:
Motivação
Potencial
de Evolução
Performance
Competências
Competências + Motivação + Potencial
José Bancaleiro
GAME CHANGER julho outubro 2016
2016
JOSÉ BANCALEIRO TEMA DE CAPA
15
Employer Branding
Nas organizações, os talentos não
surgem por geração espontânea. A
gestão de talentos é determinada,
essencialmente, pelo investimento
que é feito em atração, em desenvolvimento
interno e em retenção.
A competitividade cada vez mais agressiva
do mundo dos negócios, conjugada com
fenómenos como o envelhecimento da
população, levaram a uma “guerra pelo
talento”, no âmbito da qual as empresas
apostaram em estratégias sofisticadas de
atração de talentos, especialmente através
do reforço duma “Employer Branding” que
contribuísse para que as pessoas que elas
queriam ter na empresa, as escolhessem
em detrimento de outras. Em termos muito
sintéticos, passa por criar uma estratégia de
comunicação (marca) de Recursos Humanos
integrada, consistente e continuada que
ajude a empresa a tornar-se um “first choice
employeur” para as pessoas que pretende
atrair e de “great place to work” entre os
colaboradores que quer reter.
Mas esta “guerra pelo talento” levou
também a que as (boas) empresas procurassem
“inventariar” os seus talentos, através
de sistemas que possibilitem a criação de
planos individuais de desenvolvimento,
de retenção e de sucessão (talent pools).
Neste âmbito, desenvolveram-se “talent
inventory systems” que permitem fazer o
“assessment” individual das dos colaboradores,
avaliando aspetos como o potencial
de evolução, o gap de competências,
o alinhamento com os valores, o nível de
vinculação, etc.
outubro 2016 GAME CHANGER
16 TEMA DE CAPA JOSÉ BANCALEIRO
Lealdade
Embora muitos gestores ainda não o tenham
percebido, estudos provam que cada Euro
investido na retenção dos talentos existentes,
tem um retorno muito superior ao
mesmo valor investido na contratação de
novos talentos. De facto, colaboradores
felizes (satisfeitos e motivados) são mais
alinhados com os valores e os objetivos, mais
eficazes, mais inovadores, mais produtivos,
mais disponíveis para serem embaixadores
das suas organizações e mais leais.
Retenção e lealdade são, contudo, conceitos
bastante distintos. A retenção é um processo
organizacional que passa por um conjunto
de medidas destinadas a reduzir a percentagem
de saídas voluntárias de colaboradores
de elevado desempenho. A lealdade é um
comportamento auto motivado por uma
ligação emocional a uma organização.
Contudo, para ter colaboradores felizes e
leais não basta boas condições de trabalho,
bons processos e bons salários. Para
o conseguir temos de ir mais longe. Temos
de criar consistentemente experiências que
os surpreendam, excedam as suas melhores
expetativas e criem uma ligação emocional
forte à organização. Dito de outra forma,
podemos retê-los com base em bons salários,
mas para os tornar leais temos de
os “deliciar”.
Não há uma receita para “deliciar” um colaborador,
até porque esse encantamento
é, por natureza, inesperado e singular, mas
existem algumas “práticas” que, certamente,
ajudarão. Seja autêntico, demonstre interesse
e preocupação e nunca se coíba de reconhecer
e elogiar os seus colaboradores!
GAME CHANGER outubro 2016
JOSÉ PAIVA OPINIÃO
17
Quem deve
assumir a
responsabilidade
da Gestão
de Carreiras?
José Paiva
Co-Fundador da Landing Jobs
Evento de Carreiras, o Landing.jobs Festival, organizado pela Landing Jobs no início de Junho deste ano
No mercado de trabalho, é normal
considerarmos a Gestão de Carreiras,
e mesmo os Planos de Formação, como
uma tarefa da responsabilidade das
empresas. Antigamente, este modelo
assentava na velha realidade do
“emprego para a vida”, sendo normal
uma empresa investir no crescimento
dos seus colaboradores. Era um investimento
que as empresas
Com a nova
realidade, as
pessoas mudam
de emprego
constantemente.
conseguiam recuperar
no futuro, uma vez que
resultava num colaborador
mais produtivo
pelo enriquecimento do
seu conhecimento, mas
acima de tudo porque o
permanecia na empresa.
Com a nova realidade,
as pessoas mudam de emprego constantemente.
Na área das Tecnologias
de Informação, por exemplo, muitos
profissionais ficam, no máximo, dois
anos numa empresa, o que leva a que
muitas empresas equacionem a forma
como olham para o modelo de Gestão
de Carreiras e, especialmente, para a
formação, dando prioridade a iniciativas
mais de curto prazo, muitas das
vezes mais do interesse das empresas
e menos dos colaboradores.
Esta realidade de menor investimento
em formação começa a ser sentida,
agravada pelo fato do conhecimento
ficar desatualizado rapidamente. A
necessidade de existir uma Gestão de
Carreiras torna-se muito mais importante
neste novo contexto. No entanto, as
pessoas já não confiam esta tarefa às
empresas, uma vez que, em muitos dos
casos, os interesses não são os mesmos
entre empresas e colaboradores. Por
outro lado, as pessoas não têm o conhecimento
necessário
para elaborarem
um plano de carreiras
de acordo com os
seus interesses.
A Landing.jobs acredita
que, no futuro, a
Gestão de Carreiras
será realizada por empresas
especializadas
em ajudar as pessoas a construírem o
seu futuro. Já existem empresas que
disponibilizam este tipo de serviços,
embora, por enquanto, ainda muito
focadas no curto prazo, como o ajudar
um Candidato a preparar-se para uma
entrevista de emprego.
A oferta atual está também muito
baseada na disponibilização de conteúdos
para Candidatos, sendo a
empresa de maior referência nesta
área a TheMuse.com. Também se verifica
que já existe uma recetividade
para as pessoas pagarem por estes
serviços, uma vez que conseguem uma
mais-valia imediata.
A Landing.jobs acredita que a Gestão
de Carreiras tem que ser pensada a
longo prazo, com uma visão entre pelo
menos 3 a 5 anos, em que os benefícios
para as pessoas serão maiores,
apesar de serem serviços mais difíceis
de avaliar no curto prazo. Diria que é
semelhante a uma decisão de entrada
numa faculdade, pois não existem certezas
de como serão as oportunidades
após o término do curso. Mais do que
disponibilizar um serviço, é necessário
criar uma solução em que se crie confiança
entre todos.
Estamos a dar os primeiros passos
nesta área e acreditamos ter algo
para oferecer aos nossos utilizadores
em 2017, algo que irá ao encontro da
nossa visão máxima de ser mais do que
um marketplace de empregos na área
IT, para passar a ser uma plataforma de
carreiras que nos permitirá impulsionar
os nossos Candidatos a fazer o melhor
trabalho das suas vidas. Ao ajudá-los
a encontrar novos caminhos de carreira,
ao melhorar as suas habilidades e
conhecimentos e ao educá-los sobre
as tendências de mercado, estamos
pouco a pouco a tornar-nos na primeira
referência no que toca à gestão das
suas carreiras tech.
outubro 2016 GAME CHANGER
18
OPINIÃO INÊS VACAS
TALENTO
POR UM
CANUDO
INÊS VACAS
Marketing GALILEU
A gestão do talento
colocada em perspetiva…
de vários quilómetros
de distância.
“Empresa procura talentos” tornou-se
o pregão mais frequente num tecido
empresarial ansioso por encontrar pessoas
com as competências essenciais, não só
para uma “relação séria e duradoura”,
mas capazes de sustentar e diferenciar
competitivamente a empresa. Desenvolver
estratégias de atração, motivação e de
fidelização dirigidas a pessoas talentosas é
um dos principais desafios que atualmente
se colocam aos profissionais de recursos
humanos. Mas, afinal, como se define uma
pessoa talentosa? O que é o talento?
Nasce-se com ele ou corre-se atrás dele?
Talento é um conceito abrangente relacionado com a aptidão
para desempenhar determinada atividade, muitas vezes associado
ao meio artístico, mas cada vez mais procurado no
meio empresarial. “Vou usar uma analogia de Seth Godin”
começa por avisar Virgínia Coutinho, 31 anos, senior director
of marketing management. “Olhas para um prado com vacas
da mesma cor e padrões semelhantes, de repente avistas
uma vaca roxa, visivelmente diferente das outras - isso é um
talento - alguém que se destaca no que faz, um excelente
profissional tanto pelo seu bom desempenho, como pela
forma como abraça a cultura da empresa e se sente responsável
pelo sucesso da mesma”.
O talento propende para a associação à habilidade inata e à
criação, ainda que também se possa desenvolver com o treino
e com a prática. “Um profissional talentoso é aquele que
tem uma facilidade enorme em determinada ação. Aquele
que com níveis de trabalho semelhantes aos demais, chega
a resultados superiores, e não aquele que tem uma taxa
de esforço enorme para atingir bons resultados” destaca
Cláudio Macatrão, 33 anos, consultor sénior de Inovação e
Experiência de Cliente. Já para Tiago Ferreira Lopes, 30 anos,
professor assistente de Ciência Política e de Comunicação,
um profissional talentoso é “alguém com paixão naquilo
que faz”, distinguindo-se “menos por qualidades inatas,
mas por querer saber mais e por competir consigo mesmo
a todo o instante.”
GAME CHANGER outubro 2016
INÊS VACAS OPINIÃO
19
Certo é que identificar os talentosos, atraí-los e assegurar as
condições ideais para que o talento se possa desenvolver
é tão importante, que já se transformou numa estratégia
obrigatória em qualquer organização que almeje o sucesso.
Quem é talentoso quer ser reconhecido, desenvolvido e
desafiado. A recompensa salarial deixou de ser, por isso,
o principal rastilho capaz de acender a paixão profissional.
“A oferta salarial acaba por pesar sempre nas decisões, mas
apenas num segundo momento” admite o Tiago. De entre
as principais motivações passaram a destacar-se o reconhecimento,
a identificação, a valorização e a realização pessoal
no trabalho. “Acredito que existe cada vez um maior número
de pessoas que não são motivadas pelo dinheiro, mas pelos
aspetos menos tangíveis: o ambiente de trabalho, o propósito
da empresa, o desafio que é proposto e os conhecimentos
que te permitirá adquirir, a flexibilidade e o poder de decisão
que te dão“ explica Virgínia. “Flexibilidade de horário que
me permita surfar antes de trabalhar, por exemplo, aulas de
música no trabalho ou ambiente de trabalho descontraído e
dinâmico são exemplos do que mais valorizo. Antigamente
procurávamos fatores que nos permitissem perspetivar bom
futuro, hoje queremos ser felizes a trabalhar todos os dias”
destaca Cláudio.
E há talento em Portugal?
“Poderia haver muito mais se houvesse outras condições e
mais possibilidades de escolha de trabalho, para que existissem
mais pessoas a fazer aquilo que gostam e, consequentemente,
mais talentos apareceriam”, responde Gustavo
Pires, 41 anos, concierge, e explica que um profissional ao
fazer aquilo que realmente gosta, consegue mais facilmente
“desenvolver e melhorar as suas aptidões, executando-o ao
longo do tempo, com maior perfeição porque gosta e desfruta
do seu trabalho, tornando-se assim talentoso”.
Nos últimos anos, assistimos à intensificação do fenómeno
conhecido como “fuga de cérebros”, com a saída do país
de alguns dos portugueses mais talentosos para o estrangeiro.
Portugal regista mesmo a maior taxa de emigração
da União Europeia, com mais de cinco milhões de pessoas
de origem portuguesa espalhadas pelo mundo, segundo o
estudo “Três Décadas de Portugal Europeu”. Talento, há.
Então, porque é que a procura de talentosos não casa
com a oferta de talento?
Cláudio, Gustavo, Tiago e Virgínia são alguns dos talentosos
que têm este ponto em comum: desenvolvem, hoje, o seu
talento fora de Portugal - em Angola, Suíça, Paquistão e
República Checa, respetivamente.
Todos encontraram melhores perspetivas e oportunidades
de crescimento lá fora. O Cláudio é responsável por fornecer
as melhores práticas de customer experience para que
decisões e ações tomadas posicionem a empresa como uma
referência nacional e internacional da satisfação dos clientes.
É frequentemente convidado para estar em conferências
internacionais da sua área profissional, como participante
e como orador. Impulsionado pela falta de oportunidades
em Portugal, o Gustavo trabalha, atualmente, num dos mais
exclusivos hotéis da Europa onde tem a oportunidade de
desenvolver e consolidar as suas competências na área. O
Tiago encontrou no Paquistão a oportunidade de desenvolver
as suas valências em Ciência Política e de Comunicação.
Em junho deste ano, foi nomeado para Coordenador de
Licenciatura e brevemente liderará a equipa que vai lançar
o primeiro centro de investigação do departamento de
Ciências Sociais e Estudos Gerais. Antes do Paquistão, já
tinha trabalhado na Turquia e na Finlândia. A Virgínia, que
em 2014 tinha sido recrutada como social media and digital
strategist, a trabalhar no Brasil, foi convidada para se juntar à
direção da empresa em apenas um ano, ficando responsável
por áreas como “gestão de marca e mensagem”, “marketing
de produto”, “inteligência de mercado” e “estratégia
de campanhas”. Releva a oportunidade que tem tido para
ganhar novos conhecimentos e competências na gestão de
marketing, bem como na gestão de empresas.
Apesar de não terem encontrado as condições ideais para
desenvolverem o seu talento em Portugal, a ideia de regressar
ao país está patente num objetivo a médio ou longo prazo.
O talento que entretanto foi desenvolvido e aprimorado lá
fora, internacionalmente, acabará por ser aplicado no tecido
empresarial que os deixou fugir, e que se ainda não estiver
preparado para os motivar e fidelizar, deixará fugir novamente,
seja para outro país, cidade ou para a empresa do lado.
outubro 2016 GAME CHANGER
20
EM AÇÃO GABRIEL AUGUSTO
A sua organização tem
uma Proposta de Valor
para os Colaboradores?
GABRIEL AUGUSTO
DIretor da FLAG
Diversos estudos de psicologia
revelam que a primeira impressão é
a que fica. Particularmente na atração
de talentos, sabemos que essa primeira
impressão pode significar, ou não,
uma possível relação entre talento e
organização. A verdade é que, hoje
em dia, quando um potencial talento
está à procura de um novo desafio
profissional, é capaz de mobilizar
mais recursos do que nunca para
decifrar se uma dada organização
é a mais adequada para si
e para os seus objetivos.
Então, como pode assegurar
que a sua organização transmite
uma boa impressão aos talentos
que pretende atrair? A resposta
é simples: desenvolva uma
forte Proposta de Valor para o
Colaborador, ou Employer Value
Proposition (EVP).
A Employer Value Proposition de uma
organização refere-se ao conjunto de
programas oferecidos pela empresa em
troca da dedicação e performance do
colaborador, e estabelece os motivos
pelos quais os talentos optam por uma
carreira na organização. É como que
um compromisso que estabelece o
valor – intrínseco e extrínseco – de se
integrar ou permanecer na empresa
e define o “dar e receber” entre a organização
e o colaborador. É o mix de
recompensas, benefícios e oportunidades
que uma organização promete
fornecer aos colaboradores, em troca
da sua produtividade, tempo e energia,
desde fatores tangíveis (como a compensação
financeira, benefícios e programas
específicos de desenvolvimento
de competências ou formação, de
bem-estar, flexibilidade horária, entre
outros) e elementos intangíveis (como
uma cultura organizacional envolvente,
um futuro de evolução e crescimento,
uma função desafiadora, uma missão
socialmente responsável, ou mesmo,
uma oportunidade para se destacarem
no mercado de trabalho).
Uma boa Employer
Value Proposition
pode ser a diferença,
para uma organização,
entre perder ou atrair
os melhores talentos.
No fundo, todas as empresas têm, de
alguma forma, uma proposta de valor
para os seus colaboradores, mesmo
que informal. Todavia, vários estudos
revelam que cada vez mais, a transformação
de uma EVP informal em
proposta de valor estruturada e alinhada
ao posicionamento da empresa
no mercado aporta várias vantagens,
particularmente em mercados onde a
disponibilidade de talentos é escassa
e a concorrência é agressiva. Permite
atrair e reter talentos na organização
e, simultaneamente, motivar os seus
colaboradores atuais para um melhor
desempenho e compromisso. É um
dos principais fatores para trazer os
melhores talentos para a empresa, garantir
a sua permanência e, em muitas
situações, transformá-los em verdadei-
ros promotores de referenciação para
atração de novos talentos.
O desenvolvimento de uma Employer
Value Proposition não é um processo
simples e implica um considerável investimento
de tempo e de energia.
Não é, pois, um desafio a curto-prazo
para as organizações; no entanto, o
retorno ao nível de produtividade
e, consequentemente, de rentabilidade
para a organização justifica,
na generalidade dos casos, o investimento.
Para tal, é necessário que
a EVP seja construída em torno de
atributos que privilegiam efetivamente
a atração e a retenção de
talentos válidos para a organização
e, simultaneamente, corresponder
e suportar os seus objetivos
estratégicos, diferenciando-se das
outras organizações que operam
no mesmo mercado. É, também,
fundamental que a EVP seja clara e
honesta, refletindo, por um lado, aquilo
que organização é na realidade e na
atualidade (um reflexo das suas marcas
corporativas e empresariais) e, por
outro, contemplar alguns elementos
aspiracionais, fomentando uma postura
de mudança e progresso (a sensação
de que a organização está a responder
às mudanças).
Uma boa Employer Value Proposition
pode ser a diferença, para uma organização,
entre perder ou atrair os melhores
talentos. Tenha em consideração
os seguintes passos para a construção
de uma EVP de sucesso:
GAME CHANGER outubro 2016
PASSO 1
GABRIEL AUGUSTO EM AÇÃO
21
PASSO 2
Análise & Avaliação
Antes de começar o desenvolvimento de uma Employer Value Proposition,
é fundamental que se avalie o que a organização oferece (benefícios
tangíveis e intangíveis) atualmente aos seus colaboradores: porque é
que os talentos atuais se mantêm na empresa? Quais as razões para a
saída de alguns dos talentos no passado? Os benefícios oferecidos estão
alinhados com a estratégia de recrutamento da organização e vão ao
encontro do que o público-alvo procura?
É recomendável que se envolvam os colaboradores nesta análise, já que
se tratam de uma das partes interessadas do processo, contribuindo para
uma visão mais aprofundada da situação real. As empresas que mergulham
a fundo neste processo, surpreendem-se frequentemente com o que os
seus colaboradores consideram realmente importante.
Para além da avaliação interna, é também determinante que se conheça
o que é feito no mercado onde a organização se insere. Ao fazer um
benchmark a empresas concorrentes, é possível identificar algumas boas
(e más) práticas e, também, os pontos de diferenciação indispensáveis
para que a EVP consiga gerar todos os resultados pretendidos.
Otimização
Execução
Com a EVP desenvolvida, é altura de comunicá-la aos públicos-
-alvo interno (colaboradores) e externo (candidatos), incorporando-a,
por um lado, em todo o ciclo de vida dos colaboradores
na organização (da sua integração até aos processos de saída)
e, por outro, em todo o processo de recrutamento e respetivos
suportes de comunicação para o efeito (site, ofertas de
emprego, etc). É, também, fundamental que a gestão de topo
compreenda a EVP e esteja perfeitamente alinhada e envolvida,
para que consigam posicioná-la junto das suas equipas. Uma
Employer Value Proposition precisa, pois, de chegar ao seu
público-alvo, no formato, no canal e no timing adequados,
de forma consistente, para que consiga entranhar na cultura
da própria organização, em todos os níveis da sua hierarquia.
Note-se, contudo, que a execução da EVP vai muito além
do que a sua comunicação. É determinante que a organização
cumpra os desígnios deste compromisso (agir de forma
coerente e criar os programas de recompensas referidos),
fomentando a credibilidade da sua proposta de valor para
os colaboradores. O incumprimento das expetativas geradas
pode conduzir a consequências muito nefastas para a gestão
de talentos da empresa.
O desenvolvimento da Employer Value Proposition é um processo
contínuo e requer refinações periódicas para manter
a sua relevância, com base no feedback dos colaboradores
e das mudanças verificadas no mercado (Passo 1: Análise e
Avaliação). Este processo de otimização é fundamental para
assegurar o seu alinhamento com os objetivos de atração e
retenção de talentos da empresa.
A monitorização contínua do sucesso da EVP (através de pesquisas
regulares de engagement dos colaboradores, obtenção
de feedback de novos talentos recrutados, ou mesmo pela
análise periódica de desempenho e de produtividade dos
colaboradores desde o início da implementação da EVP) refletem
a forma como os colaboradores encaram o acordo e
se a organização está a cumprir as suas obrigações ao acordo
deste compromisso.
PASSO 4
Desenvolvimento
Uma vez aferida a situação atual, a organização está em condições
de desenvolver a sua Employer Value Proposition,
traduzindo os temas-chave identificados em algo que reflita
a organização, a sua cultura e os seus valores. É, pois, fundamental
que a EVP seja um reflexo do posicionamento da
própria organização e que seja, ao mesmo tempo, redigida de
forma concisa e numa linguagem adequada ao público-alvo em
questão. Uma EVP bem desenvolvida tem que ser facilmente
percecionada pelas pessoas que a recebem e coerente com
as formas de estar e atuar da própria organização.
É, também, nesta fase de desenvolvimento que se deve testar a
fundo a proposta de valor em construção, aferindo a sua atratividade
para todas as categorias de talentos (atuais e futuros) da
organização, através de diferentes conceitos criativos, ênfase em
diferentes elementos que constituem a EVP e tons/linguagens
variados. Estes testes permitem identificar a linguagem mais
adequada (quem está no processo de desenvolvimento segue
geralmente uma direção mais segura e racional, enquanto que
os colaboradores podem responder melhor a uma versão mais
emocional) e os elementos mais relevantes para diferentes
tipos de colaboradores e, assim, definir ligeiras variações para
públicos-alvo distintos.
PASSO 3
Não há duvidas que a existência de uma Employer Value
Proposition é uma ferramenta cada vez mais relevante na
guerra por talentos. Para as organizações, a EVP contribui
positivamente na atração, retenção, motivação e envolvimento
dos colaboradores, potenciando o sucesso do seu
negócio. Para os colaboradores, este compromisso melhora
a relação emocional com a empresa e impulsiona o seu nível
de esforço adicional. Para ambos, é um elemento crítico
para um bom ambiente de trabalho e para uma experiência
positiva na carreira. Embora os desafios para o desenvolvimento
de uma Employer Value Proposition eficaz sejam reais,
as vantagens são imensas. É uma ferramenta ao alcance de
qualquer organização e que potencia diretamente a atração
e retenção dos melhores talentos.
outubro 2016 GAME CHANGER
22
EM AÇÃO CLÁUDIA LIMA
CLÁUDIA LIMA
Talent Manager Mind Source
10Associate
TIPS TO GET
ENGAGED
É uma selva lá fora!
A era digital abriu-nos
o leque de oportunidades,
mas também densificou
e intensificou o desafio
de encontrar a pessoa certa.
Como competir com as outras
empresas, como ter um ambiente
de trabalho que atraia as pessoas,
como oferecer experiências aprazíveis
que o façam crescer consigo?
Se está à procura de construir relações
sinceras com os seus Talentos, onde o
Compromisso é a palavra-chave,
desvendamos aqui as 10 regras do jogo
para uma eficaz atração, seleção,
desenvolvimento e retenção de talentos.
KNOW
YOURSELF
O primeiro passo para uma relação de
sucesso é conhecer-se a si mesmo para
depois se dar a conhecer.
Qual a sua missão, valores e cultura?
Qual a sua estratégia e objetivos de
negócio? O que traz na sua bagagem
(situação atual da sua organização,
posição no mercado, talentos atuais)?
Tendo em conta a estratégia e objetivos
de negócio, é fundamental
uma correta definição dos objetivos
da “relação” com uma perspetiva de
transparência e sustentabilidade, uma
perspetiva win-win.
Saber o que espera e valoriza no outro
e o que tem para oferecer tornará a
relação transparente, abrindo portas
a um alinhamento de expetativas e
compromisso entre ambas as partes.
GAME CHANGER outubro 2016
CLÁUDIA LIMA EM AÇÃO
23
SHOW
YOURSELF
Já se questionou como é que os outros
(os Candidatos, os seus Talentos, o
mercado, etc) o veem? Se a imagem
que transparece não corresponde à
sua visão, então deverá trabalhar a
forma como a mensagem está a ser
passada. Neste caso, não basta ser, é
preciso parecer.
As redes sociais e os seus colaboradores
falam sobre si, mas estarão eles
a dizer a coisa certa? Comunique de
forma eficaz a sua cultura organizacional.
Reforce o employer branding
da sua empresa com testemunhos na
primeira pessoa pela voz dos seus melhores
“wingmen” – os seus Talentos.
Partilhe todos os momentos que
mostrem a cultura organizacional, abra
as portas e mostre como é trabalhar na
sua empresa: as pessoas, o ambiente
de trabalho, as instalações, os eventos
ou outros benefícios.
FIND
THE ONE
Encontrar a pessoa certa poderá exigir
uma procura diversificada em vários
meios ou contextos: poderá conhecer
numa rede social, ser apresentado por
um amigo comum, ou até mesmo a
pessoa encontrá-lo a si. Torne os seus
Talentos os seus “wingmen” e deixe-os
encontrar a pessoa certa. No mundo
empresarial uma recomendação pode
fazê-lo poupar todo um processo doloroso
de procura. O Candidato recomendado
vem já com um certificado
de confiança que lhe permite reduzir
a validação.
THE
FIRST DATE
Imagine um primeiro encontro onde
ambas as partes têm um discurso estudado
e mecanizado - é a receita para
um primeiro encontro falhado. Procure
aliviar a tensão da primeira entrevista
para conseguir avaliar elementos
comportamentais que são vitais para
o trabalho em equipa bem como o
compromisso e o “fit” com o ADN da
empresa. Abra o jogo sobre as suas
expetativas em relação ao Candidato,
procure saber as suas motivações e
ambições. Não basta o Candidato ser o
“fit” perfeito para o cargo que procura
ocupar, a sua empresa tem de estar à
altura das expetativas do mesmo (desafios
internacionais, progressão na
carreira, etc.), caso contrário a relação
nunca será estável e duradoura. Por
muitas competências que tenha, se
não estiver satisfeito e motivado, nunca
estará a desempenhar o seu trabalho
ao máximo da sua capacidade.
Se pensa que está a avaliar o Candidato
de cima a baixo, não pense que ele
não está a fazer o mesmo. A outra
parte também está a tentar perceber
se esta é uma empresa onde gostaria
de trabalhar. Seduza o Candidato destacando
as suas melhores “features” e
enaltecendo as características únicas da
sua empresa que apelem ao Candidato
em particular.
I DO!
Faça com que se sinta especial. Celebre
as ocasiões importantes (aniversário,
antiguidade, maternidade/paternidade),
surpreenda com simples gestos (dê
flores, chocolates, cozinhe para ele) e
envolva as pessoas que são especiais
na sua vida (convide para eventos corporativos,
ofereça presentes de Natal
para os filhos, etc.). Faça-o sentir parte
da família (dê as boas-vindas, apresente-o
a outros elementos, promova atividades
fora do âmbito laboral: eventos
de teambuilding criados pela empresa
que proporcionem momentos de convívio
num ambiente descontraído).
LEAVE
NOTHING TO
DO OR SAY
Um contacto regular é essencial para
manter a chama acesa e o colaborador
motivado - pontos de situação periódicos
e a prática de feedback regular
pode criar uma real conexão.
O feedback é uma ferramenta poderosa
na motivação, no entanto, a típica
“palmadinha nas costas” não chega. É
necessário transmitir, com abertura e
transparência, o que está a correr bem
na relação (trabalhe a gratidão), mas
também o que pode evoluir. A mensagem
deverá ser clara, objectiva e sem
outubro 2016 GAME CHANGER
24
EM AÇÃO CLÁUDIA LIMA
julgamentos, pois é importante que a
mesma seja aceite e que em conjunto
tracem planos de melhoria.
Da mesma forma, pratique o igual
valor, escute ativamente o Talento, certamente
terá novas ideias e sugestões
que poderão aportar valor à relação
(surveys de auscultação do clima organizacional
permitem ao colaborador
dar o seu contributo com ideias,
quando não se sente confortável para
o fazer de forma não anónima).
NURTURE THE
RELATIONSHIP
Há que ter sempre presente que “são
precisos dois para dançar o tango”, isto
é, nenhuma relação se desenvolve sem
que ambas as partes assim o queiram
(ou remem no mesmo sentido).
Tomemos o exemplo da formação:
Será necessário que a organização
invista num plano de formação assertivo
às necessidades atuais, mas também
futuras, antecipando capacity gaps e
planos de sucessão. A curto/médio
prazo, traduzir-se-á muitas vezes (além
das horas de formação obrigatórias
na lei laboral) num estreitamento de
relações com entidades parceiras de
referência no mercado através da certificação,
permitindo alcançar uma maior
credibilidade da própria organização
junto dos seus clientes.
Por sua vez, o Talento, ao investir
também ele na formação atribuída,
reforçará as suas competências, aumentando
também as suas potencialidades
e plano de evolução na carreira.
HOW DEEP IS
YOUR LOVE?
Há quanto tempo não diz um genuíno
“Amo-te!”?
Se espera o Compromisso do Talento,
comprometa-se também, não tenha
receio de dar o nó!
O reconhecimento deverá promover
uma cultura meritocrata para que as
pessoas, ao darem o seu melhor, sintam
que haverá um impacto positivo na
relação. A organização deverá ter como
foco as necessidades individuais na
construção de políticas de incentivo
para os seus Talentos. Uma política
de benefícios flexível permite ir ao
encontro das motivações de todos
os Talentos, independentemente da
sua faixa etária e ambições pessoais
(constituição de família, poupança para
a reforma, desenvolvimento profissional,
etc.).
Promova também um ambiente de
feedback coletivo que permita envolver
toda a empresa, gerar motivação
e mais produtividade.
DIAMONDS
ARE A GIRL’S
BEST FRIEND
O dinheiro não traz felicidade, mas ajuda!
A componente salarial, enquanto moeda
de troca, pressupõe que seja adequada
à qualidade do trabalho realizado.
Para manter uma equipa motivada é
necessário implementar algumas boas
práticas como o investimento em formação,
acesso a seguro de saúde, PPR,
equipamento eletrónico, entre outros.
Só assim se conseguem reunir as condições
que sustentam as necessidades
básicas em contexto laboral.
BREAK UP
OR HAPPILY
EVER AFTER?
Contudo, a remuneração não é o
suficiente para reter Talentos qualificados.
Factores como a estabilidade
da organização e a possibilidade de
progressão na carreira pesam bastante.
Quando os objetivos/desafios são
traçados por forma a que seja benéfico
para ambas as partes, não abre lugar
à frustração e à procura de uma alternativa
que possa corresponder melhor
às suas ambições.
Por fim… Nunca feche uma
porta. É natural os Talentos
procurarem novos desafios,
mas celebre o contributo que
o Talento deu à sua empresa
e, quem sabe um dia, possa
voltar com mais experiência
e com mais certeza de que
a sua empresa é, de facto, o
local onde pretende trabalhar.
Pelo menos enquanto
for bom para ambos…
GAME CHANGER outubro 2016
All the pieces to decide!
26 EM AÇÃO PEDRO CARAMEZ
COMO RECRUTAR
ATRAVÉS DO LINKEDIN
PEDRO CARAMEZ
Especialista Linkedin
DICAS PARA TER SUCESSO NO
LINKEDIN COMO RECRUTADOR
Atualmente, a presença na rede
Linkedin é importante para: o
desenvolvimento das relações profissionais,
a criação de marca pessoal
e a procura e seleção de talento. Em
relação à área de emprego, a rede apresenta
números impressionantes: milhares
de ofertas surgem mensalmente na
página de emprego. Em Portugal, as
ofertas são imensas - fruto do potencial
percebido pelas empresas!
Convém destacar que as possibilidades
de divulgação de ofertas é variada
e oferece diversas opções:
na página de emprego;
nas páginas das empresas;
nas páginas universitárias;
nos grupos;
e na página do/s profissional/ais
de recrutamento.
A opção adicional prende-se com a
procura ativa de candidatos que será
maior em relação às ofertas apresentadas
no Linkedin. A panóplia de opções
de pesquisa avançada, ao serviço dos
utilizadores, é grande. Números incríveis
dão conta de que em 2015 o
número de pesquisas realizadas no
Linkedin ultrapassou os 30 mil milhões!
Os recrutadores portugueses têm
acompanhado a tendência crescente
de utilização da rede para as atividades
de prospeção de candidatos que hoje
não se confina à realidade nacional.
O candidato pode estar em qualquer
parte do mundo! As competências
digitais de um recrutador são, hoje,
essenciais para garantir qualidade e eficiência
no processo de recrutamento.
1
2
3
4
5
6
Saiba onde procurar.
Para um recrutador, tempo é dinheiro e um recrutador forte deve saber onde
encontrar as suas fontes no Linkedin.
A primeira fonte de contactos é a própria rede do recrutador! Os utilizadores
associados a estas atividades de recrutamento devem desenvolver uma boa
rede de contactos, para servir de ponto de partida para a procura de candidatos
passivos no Linkedin.
Posicione-se com um perfil de alto impacto!
Perfil completo.
Um Titulo Profissional apelativo - deverá conter as PALAVRAS da sua
atividade (Recrutador, Headhunter, etc.).
O Resumo e as suas funções devem apresentar boa riqueza de palavras.
Partilhe a sua atividade de recrutamento
através das atualizações de estado.
Conecte-se com rigor e conheça as formas
de contacto com Candidatos.
Contactos através da sua rede, quando o potencial candidato seja
contacto de 2º ou 3º grau.
Contactos através dos grupos
Informação de contacto que pode constar no Perfil do Candidato
InMail (recurso pago do Linkedin).
Faça crescer a sua rede de contatos em qualidade, efetuando sempre
convites personalizados sem o texto padrão! Queremos regras de boa
etiqueta digital!
Ative a sua presença nos Grupos.
A participação em grupos é fundamental para se associar às comunidades
especializadas de utilizadores. Para além dos grupos dedicados às áreas de especialidade,
procure também ligar-se a grupos de grande volume de membros,
com relevância geográfica. Efetue pesquisas avançadas dos respetivos membros
e comunique com os utilizadores sem custos. Avalie os benefícios para a criação
de um grupo corporativo.
Analise a Página de Emprego / Empresas.
Pode colocar as suas propostas para recrutar e contratar os candidatos. Neste
caso, o candidato virá ter consigo e irá gerar também novos seguidores à página
corporativa da empresa na rede.
As páginas das empresas são muito interessantes, porque indicam a relação dos
funcionários que está no Linkedin. Já imaginou “entrar” em qualquer empresa
no mundo via Linkedin e “cheirar” todos os seus funcionários?
Crie um bom plano de Ação.
De nada vale todo este potencial do Linkedin se não for ativo! Crie um plano para
manter a sua presença “notada” em ações diversificadas na rede. Bons contactos!
GAME CHANGER outubro 2016
#3
Em janeiro, vamos avançar no tempo
e apresentar-lhe a edição nº 35 da
GAME CHANGER, lançada em 2027.
Como é o dia-a-dia nas nossas empresas?
Como são os líderes que temos à frente das nossas equipas?
E essas equipas, são compostas por que tipo de colaboradores?
Depois dos millenials e dos centenials, estamos a comunicar com que perfil de pessoas?
Como são os nossos métodos de trabalho e o sistema de remuneração?
Quais as profissões mais promissoras e quais os sectores com mais necessidade de contratar?
Aceite o convite para esta viagem no tempo, que nos permitirá
vislumbrar como é feita a Gestão no futuro, mas também irá
fazer-nos refletir sobre o “passado”… ou o presente.
10 FEVEREIRO LISBOA E PORTO
Ganhe uma visão 360º da Gestão Empresarial!
Atualmente, o mercado empresarial procura por gestores que
tenham uma visão global do negócio e que consigam contribuir
com todos os departamentos da empresa. O Fast Track MBA
GALILEU permite-lhe ganhar uma visão alargada das várias
facetas da gestão, bem como garantir o desenvolvimento das
suas competências técnicas e pessoais.
OFERTA
Isenção da taxa de inscrição (400€)
até 15 de janeiro.
2.800 €
2.400 €
Consulte toda a informação em www.galileu.pt/mba
MÓDULOS (112h)
INTRODUÇÃO À GESTÃO EMPRESARIAL
FINANÇAS EMPRESARIAIS
E CONTROLO DE GESTÃO
VENDAS
RECURSOS HUMANOS
MARKETING
SEMINÁRIOS
Oferta do IVA
a particulares e estudantes.
Possibilidade
de pagamento faseado.
Oferta de estadia para
residentes fora da região
de Lisboa e Porto.
info@galileu.pt | 21 361 22 00
A GALILEU é reconhecida pela DGERT