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REVISTA PRONTA

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P á g i n a | 7<br />

A banalidade dos sentimentos<br />

por Emily Rodrigues Ferreira<br />

E<br />

m meio a tanta globalização no cenário mundial atual, há a interação<br />

e o contato com várias pessoas ao mesmo tempo. Para tanto, usamse<br />

vários aplicativos e redes sociais instantaneamente, e a grande<br />

maioria das pessoas está por dentro do que acontece em diversas partes<br />

do mundo, com rapidez e facilidade. Enquanto isso, os relacionamentos<br />

face a face se tornam cada vez mais superficiais, o que mostra a<br />

intervenção das redes virtuais nos relacionamentos afetivos.<br />

Atualmente, as relações começam e terminam com muita rapidez.<br />

Perde-se a noção de tantos “eu te amos’’ que são jogados no ar como se<br />

não significassem nada. As pessoas deixam que seus relacionamentos<br />

caiam na rotina, tornando-os comuns e banais. Usa-se mais o touch da tela<br />

do que o toque na pele. Um emoji de coração ou a carinha apaixonada vale<br />

mais que um sorriso sincero e traz o suposto sentimento de amor.<br />

Para a psicóloga Laila Pinceli, com pouco contato pessoal as pessoas<br />

ficam desorientadas e inseguras quanto a força das relações e ao que<br />

deveriam esperar delas. Mesmo que um casal de pessoas se encontre e<br />

passe um determinado tempo juntos, a relação afetiva passa a ser mais<br />

virtual que física. Além disso, a psicóloga afirma ainda que “com os<br />

recursos virtuais a comunicação fica mais fácil, porém menos profunda e,<br />

portanto, mais volátil”. Fica fácil também entrar e sair de uma relação.<br />

No fundo, as pessoas gostariam de amadurecer suas relações, mas<br />

acabam se acomodando de modo que ninguém se dispõe a dar o primeiro<br />

passo. Deixa-se de lado a preocupação do que se pode provocar em outra<br />

pessoa, como fazê-la feliz e como demonstrar o que sente. A dificuldade<br />

de pelo menos tentar fortalecer um sentimento ou um vínculo traz um<br />

vazio muito grande,mas que parece não precisar ser revelado.<br />

Seu amigo que curte ou comenta a sua foto não vale mais do que<br />

aquele que se preocupou com você hoje, que conversou com você sobre<br />

algo que te aflige ou que te deu um abraço reconfortante. A foto que você<br />

tira com alguém serve como lembrança, mas não vale mais do que o<br />

momento vivido. Seu namorado da adolescência talvez não seja o amor da<br />

sua vida. Seus pais talvez não sejam chatos e caretas, talvez só queiram o<br />

melhor para você, por mais que você pense o contrário. É importante<br />

demonstrar o que se sente e entender o que se demonstra.

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