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Desart 2016-2

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<strong>Desart</strong><br />

03<br />

Getúlio Vargas: Uma avenida de histórias<br />

Por Lívia Bellot<br />

A Avenida Getúlio Vargas é umas<br />

das mais antigas de Juiz de Fora teve<br />

inicio no trecho da Estrada união e<br />

indústria fundada pelo Comendador<br />

Mariano Procópio, construtor da primeira<br />

rodovia brasileira.<br />

Após um período a Av. Getúlio<br />

Vargas passa a formar um triangulo<br />

central de ruas juntamente com a Avenida<br />

Rio Branco e Rua Espírito Santo, principais<br />

ruas do centro da cidade, e pouco tempo<br />

depois a inauguração da estação Estrada<br />

de Ferro D.Pedro II, em 1875, a parte<br />

baixa das ruas Halfeld e Marechal<br />

Deodoro, e com a construção da Alfândega<br />

Ferroviária, em 1893, que originou a praça<br />

Antônio Carlos, a região da atual Av.<br />

Getúlio Vargas se firmou como uma das<br />

mais importantes vias de Juiz de Fora.<br />

Situada no centro da cidade de Juiz<br />

de Fora é uma das mais importantes da<br />

cidade, tem valor histórico por ser umas<br />

das mais ricas da cidade há 150 anos. Lá<br />

estão concentrados prédios importantes<br />

como, primeiro Banco de Credito Real de<br />

Minas Gerais, prédio do Diretório Central<br />

dos Estudantes que antes era sede da<br />

Fábrica de Balança de Precisão, Bernardo<br />

Mascarenhas, Pantaleoni Arcuri, Caixa<br />

Econômica Federal, Cine Teatro<br />

Variedades, Palace Hotel, Cia Mineira de<br />

Eletricidade entre outras.<br />

Hoje em dia é uma das ruas mais<br />

movimentadas de Juiz de Fora, o comércio<br />

é seu ponto forte movimentando e<br />

aquecendo a economia da cidade.


Consiga um emprego<br />

Por Francisco Vilela<br />

Identifique seus objetivos e se prepare.<br />

Primeiramente, pense onde você<br />

quer estar em 10 anos, qual área você<br />

almeja e se pretende ir para grande<br />

centros. Então procure empresas próximas<br />

que atuem na área almejada liste-as,<br />

estude sobre elas e aproxime-se, descubra<br />

sobre eventos que essas participam, quem<br />

são seus clientes e principalmente as<br />

soluções que ela oferece. Crie currículos<br />

diferenciados para cada uma delas,<br />

mostrando o melhor de si.<br />

Mantenha todas suas redes sociais<br />

atualizadas de forma correta,<br />

apresentando seu lado pessoal mas<br />

mostrando postura. Sim, eles vão dar uma<br />

espiadinha.<br />

Prepare-se para a entrevista.<br />

O ponto principal não é não mentir,<br />

empreendedores não vão se importar se<br />

você não sabe algo que ele deseja, pois<br />

você aprenderá. Tente mostrar o melhor de<br />

si nas respostas, seja criativo, mostre que<br />

você já conhece a empresa. E o principal<br />

seja você!<br />

<strong>Desart</strong><br />

04<br />

Entre em contato.<br />

Procure conhecidos que trabalham<br />

nas empresas almejadas, faça networking.<br />

Referencias profissionais é um ponto<br />

decisor no mercado de trabalho. Na hora<br />

de enviar o currículo, ligue para estas<br />

pessoas ou entregue pessoalmente na<br />

empresa. Certifique-se que o responsável


Fábrica de Doces Brasil,<br />

o cantinho do juizforano<br />

Por João Pedro Carneiro<br />

<strong>Desart</strong><br />

05<br />

A Fábrica de doces Brasil há<br />

muitos anos já está no gosto do povo de<br />

Juiz de Fora, toda pessoa que vem a<br />

Juiz de Fora e não come a coxinha e os<br />

doces da doceria está perdendo uma<br />

grande oportunidade.<br />

O mineiro gosta de comer bem, e<br />

comer uma boa coxinha então...Muitas<br />

pessoas passam pela Doces Brasil e<br />

não resistem aos sabores incríveis do<br />

lugar.<br />

Wilson Moraes, gerente da fábrica<br />

de Doces Brasil garante a qualidade dos<br />

produtos da loja e também a simpatia dos<br />

atendentes, o que diz ser um grande<br />

diferencial. Também diz que a loja tem<br />

valores muito familiares que refletem para<br />

os clientes no dia a dia. Segundo Wilson, é<br />

fundamental que as pessoas que querem<br />

trabalhar na empresa sejam simpáticas.<br />

Esse valores familiares vieram de<br />

Jaime, o fundador da fábrica de doces<br />

Brasil em 1945. A loja foi passando de<br />

geração para geração e os filhos dos<br />

filhos é que hoje desenvolvem algumas<br />

funções na loja, além de assumirem a


Uma de suas lojas está na Avenida<br />

Rio Branco, que tem um toque a mais de<br />

sofisticação, bastante tecnologia e um<br />

ótimo lugar para lanchar e até conversar<br />

com os amigos.<br />

Wilson diz que essa loja é mais<br />

sofisticada e que tem um tipo de público<br />

mais diferente, na outra loja que fica na<br />

Rua Marechal, a loja tem um público mais<br />

“povão”, é mais agitado.<br />

<strong>Desart</strong><br />

06<br />

Como toda empresa, a fábrica de<br />

Doces Brasil tem uma visão. A visão da<br />

empresa é a franquia, aumentar cada vez<br />

mais o número de lojas em Juiz de Fora e<br />

em toda a região.<br />

A missão da empresa segundo<br />

Wilson, é oferecer sempre o melhor<br />

produto ao cliente, que deve sair<br />

satisfeito da loja e com muita vontade de<br />

voltar sempre.<br />

Podemos dizer que a “Doceria<br />

Brasil” tem um lema: expandir com<br />

qualidade !


Vida de blogueira<br />

Por Luiza Novaes<br />

<strong>Desart</strong><br />

07<br />

Em juiz de Fora pode até parecer<br />

novidade, mas em cidades como São<br />

Paulo, Rio De Janeiro e na maioria das<br />

capitais brasileiras trabalhar com blog já<br />

faz parte do dia a dia dos leitores e dos<br />

influencers. Porém da mesma forma que<br />

em outras cidades este método tem<br />

dado certo aqui, além do crescimento de<br />

suas páginas em relação ao público as<br />

marcas também estão aderindo a ajuda<br />

das blogueiras para a divulgação. Mas<br />

para trabalhar nesta área tem que gosta<br />

de ter contato com público e estar<br />

sempre conectado nas redes sociais.<br />

Pode até parecer mas este<br />

trabalho não é tão fácil como a maioria<br />

imagina, para ser uma blogueira não é<br />

somente criar um blog é necessário<br />

estudos e pesquisas e também ter<br />

propriedade do assunto tratado , além<br />

de ter que estar sempre antenado<br />

trazendo novidades para o publico, e<br />

não acaba por ai, para ter credibilidade<br />

diante das marcas é preciso ter muitos<br />

seguidores, pois só assim será possível<br />

garantir que as parceirias com as<br />

marcas tenham efeito desejado.<br />

Há também uma grande cobrança<br />

com as blogueiras de moda, tema principal<br />

deste texto, em relação ao visual, a<br />

exigência que devem estar sempre bem<br />

vestidas e maquiadas consomem ainda<br />

mais do seu tempo e dedicação.<br />

Para explicar melhor este assunto<br />

conversei com a Camila Villas, blogueira<br />

de moda há cinco anos alternado suas<br />

dicas entre as marcas da cidade de juiz de<br />

Fora e o Rio de Janeiro.<br />

Ela começou a sua trajetória na<br />

moda através de um blog fundado junto<br />

com uma sócia em 2011, ele tinha como<br />

tema principal falar de T-Shirts que era o<br />

seguimento da marca que as duas tinham<br />

juntas na época, o blog servia como um<br />

meio de se comunicar com o público da<br />

marca já que era usado para dar dicas de<br />

como usar as camisetas que elas vendiam<br />

em ocasiões diferentes. Um tempo depois<br />

Camila decidiu criar o próprio blog e<br />

começou a se especializar em moda de<br />

acordo com o surgimento de novos<br />

desafios.


Segundo ela no início foi um<br />

pouco difícil, pois as pessoas<br />

estranhavam um pouco por não<br />

entender do que se tratava, mas aos<br />

poucos isto foi mudando pelo fato de<br />

estar sempre se especializando e desta<br />

formar conquistou confiança dos leitores<br />

e das marcas. Afirma também que dos<br />

primeiros posts até hoje a sua forma de<br />

comunicar mudou muito, trazendo mais<br />

proximidade com os leitores e usando<br />

mais imagens ao seu favor deixando<br />

assim sua comunicação mais clara o<br />

objetiva.<br />

Ainda hoje existem algumas<br />

dificuldades em relação ao entendimento<br />

das pessoas sobre a sua profissão, mas<br />

não se compara com o início de sua<br />

jornada, tudo está relacionado aos<br />

estudos que ela realiza na área, desta<br />

forma a cada dia está mais próxima de<br />

conquistar ainda mais seguidores.<br />

Outro exemplo de blogueira que<br />

podemos citar são as profissionais de<br />

comunicação que trabalham para<br />

marcas criando blogs individuais para<br />

empresas de acordo com a identidade<br />

de cada uma delas e de acordo com o<br />

seu publico. Elas produzem conteúdo e<br />

alimentam o blog com informações, dicas,<br />

novidades e promoções sempre com foco<br />

no seguimento de cada marca.<br />

Conteúdo e alimentam o blog com<br />

informações, dicas, novidades e<br />

promoções sempre com foco no<br />

seguimento de cada marca.<br />

Conversei com Betânia Bertelli, graduada<br />

em Jornalismo, atualmente trabalha com<br />

assessoria de comunicação, e em uma das<br />

assessorias produz conteúdo para o blog<br />

da loja Fernanda Souza, mas que também<br />

atende o público da marca Ananda.<br />

Ela começou a trabalhar como<br />

blogueira a seis meses diante da<br />

necessidade que a marca tinha de ter um<br />

meio de comunicação com as suas clientes<br />

para dar dicas de moda, tendência e<br />

mostrar as novidades que poderiam ser<br />

encontradas na loja, já que isto era feito<br />

através do Facebook, e de acordo com ela<br />

não era a melhor plataforma para esta<br />

finalidade, já que os posts ficavam grandes<br />

e não era interessante para o público.<br />

<strong>Desart</strong><br />

07 08


<strong>Desart</strong><br />

09<br />

Bê Bertelli, conta que não tinha nenhum<br />

contato com o mundo da moda antes de<br />

começar a trabalhar na área, porém<br />

começou a se interessar mais e a<br />

estudar para poder ter credibilidade nos<br />

assuntos tratados além de estar sempre<br />

em contato com a designer que<br />

desenvolve as peças da loja para estar<br />

por dentro das tendências.<br />

Um dos maiores desafios é<br />

adaptar as tendências do momento de<br />

acordo com o seu público e sempre<br />

manter o blog atualizado e com várias<br />

dicas que sejam interessante para os<br />

leitores despertando assim a vontade de<br />

acessar o conteúdo.<br />

A interação com o público é bem<br />

diferente de como vimos anteriormente<br />

com a Ca Villas, aqui as publicações são<br />

direcionadas para clientes da loja com o<br />

intuito de ajudar nas futuras compras,<br />

além disso ela não encontrou resistência<br />

pois conhece o perfil das pessoas que<br />

deseja atingir e sabe quem realmente<br />

tem interesse em acessa-lo, para<br />

Betania ao invés da resistência<br />

encontrou carinho e respeito pelos seus<br />

posts.<br />

Para finalizar ela relata que<br />

trabalhar com o público feminino é muito<br />

bom, pois tem liberdade de falar e<br />

conversar como se fosse com pessoas<br />

próximas e isto gera uma interação<br />

maior até porque a linguagem usada no<br />

blog gera esta possibilidade.<br />

Juiz de Fora tem grandes<br />

possibilidade para quem deseja<br />

trabalhar desta forma, seja com blog<br />

pessoal, ou através de marcas. Para<br />

isso é necessário empenho e<br />

dedicação. Há muitas expectativas de<br />

crescimento nesta área já que as<br />

pessoas estão cada vez mais<br />

conectadas e as marcas se<br />

empenhando para alcançar o seu<br />

público-alvo. Além disso, é preciso<br />

conhecer necessidades e expectativas<br />

do público e estar atualizado com as<br />

principais notícias em seu ramo, haja<br />

vista que as blogueiras são, também,<br />

corresponsáveis por determinadas<br />

tendências, em todos os seguimentos.


Os acessórios<br />

na contrução do<br />

<strong>Desart</strong><br />

11<br />

estilo masculino<br />

Por Diogo Moreira


Divulgação Maison Cartier. Anel<br />

masculino da coleção "Panthère de<br />

Cartier" em comemoração aos cem<br />

anos do símbolo da marca<br />

s fontes de inspiração na<br />

composição estética de jóias<br />

Aexpressam os ideais e os anseios<br />

da sociedade correspondente. A<br />

joalheria, uma das mais tradicionais<br />

artes decorativas, se destaca pela<br />

utilização de metais e pedras preciosas,<br />

cuja beleza e durabilidade, aliadas ao<br />

enorme simbolismo que carregam,<br />

sempre exerceram, desde a Antiguidade,<br />

um enorme fascínio sobre as pessoas.<br />

O acréscimo da utilização do ouro<br />

e de diamantes, além de rubis,<br />

esmeraldas e safiras, por exemplo, na<br />

produção de jóias refinadas ocorreu,<br />

sobretudo, a partir do século XVIII.<br />

Desde então, a ourivesaria se firmou,<br />

atingindo alto grau de resplandecência e<br />

disseminando, entre a nobreza européia<br />

o uso da mesma como forma de<br />

ostentação pública de riqueza e poder.<br />

A joalheria se sobressaiu por<br />

meio da criação de peças esplendorosas<br />

para, especialmente, a corte francesa<br />

que se tornou referência de luxo e<br />

riqueza para as outras sociedades.<br />

De acordo com Letícia de Sá<br />

Nogueira, professora de moda e cultura<br />

brasileira, a joalheria do país consiste na<br />

interseção de três caminhos: do<br />

habitante topônimo brasileiro (várias<br />

etnias antes da chegada dos<br />

portugueses); da cultura européia e<br />

principalmente a cultura africana, os<br />

quais vieram escravizados. A população<br />

existente no Brasil apresentava uma<br />

forma especifica de acessórios (contas,<br />

pedrarias, além da arte plumária – feitas<br />

com penas de animais).<br />

Letícia afirma que os africanos<br />

têm uma tradição em ourivesaria, o qual<br />

<strong>Desart</strong><br />

12


Divulgação Maison<br />

Cartier. Relógio<br />

masculino da coleção<br />

"Drive de Cartier"<br />

<strong>Desart</strong><br />

13<br />

utiliza de recursos naturais, como a<br />

madeira, junto a materiais nobres<br />

(pedras preciosas). Destaca ainda que é<br />

possível perceber uma forte simbologia<br />

nas peça, especialmente de cunho<br />

religioso. Ela declarou que no Brasil há<br />

um belo acervo dessas jóias. A mesma<br />

ressalta que a joalheria brasileira é<br />

derivada da miscigenação, à vista disso,<br />

ela é muito rica e diferenciada.<br />

Tradicionalmente, as jóias são<br />

acessórios, os quais estão totalmente<br />

ligados ao público feminino, entretanto,<br />

nas maiores potências políticas e 2<br />

culturais do mundo ocidental durante<br />

séculos, França e Inglaterra, disputaram<br />

a paternidade de uma combinação que<br />

revolucionou a forma de os homens se<br />

apresentarem em sociedade.<br />

O terno, inicialmente, por<br />

definição moderna, formado por paletó,<br />

colete e calça confeccionados com o<br />

mesmo tecido, vestiu os soberanos de<br />

Versalhes e Gales no século XVII como<br />

sinônimo de status e poder, cuja<br />

elucidação permanece na atualidade.<br />

Ele promoveu uma identidade visual<br />

mais afastada do universo feminino. À<br />

vista disso, os acessórios eram<br />

considerados os componentes do terno<br />

como a gravata, popularizada por Luis<br />

XIV, e o colarinho branco, o qual era<br />

uma forma de diferenciar a burguesia<br />

dos trabalhadores, que utilizavam o azul.<br />

O smoking surge por volta de 1880 como<br />

uma forma luxuosa para o homem se<br />

apresentar em determinados eventos.<br />

Outro acessório, o qual foi usado<br />

fortemente nos anos 50 foram os<br />

chapéus. Na época, os homens não<br />

saiam sem ele, à exceção dos rebeldes<br />

como James Dean. Contudo, ao final da<br />

década não era mais imposto a sua<br />

utilização, desaparecendo<br />

gradativamente até o final dos anos 70.<br />

Voltando a Antiguidade, os<br />

hebreus, romanos, gregos e egípcios,<br />

usavam anéis e não apenas como<br />

símbolo de elegância, porém era<br />

sinônimo de respeito e autoridade.<br />

Alguns eram exercidos, singularmente<br />

na Grécia, como sinetes, ou seja,<br />

possuíam em alto ou baixo relevo a<br />

assinatura, que poderiam ser as iniciais<br />

ou o símbolo que remetia a jurisdição de<br />

seu proprietário para selar documentos,<br />

como um carimbo. Os escravos eram<br />

proibidos de usar a jóia, em razão de


Divulgação Graff<br />

Diamonds. Coleção<br />

"Famous Diamonds"<br />

14<br />

<strong>Desart</strong>


<strong>Desart</strong><br />

15<br />

durante muito tempo, os acessórios<br />

denotarem a condição social de quem os<br />

possuíam.<br />

Um adorno clássico para maioria<br />

dos homens é o relógio, cujo apresenta<br />

muitos signos. Esse item pode ser<br />

considerado o mais importante e<br />

agregador de valor ao vestuário. Além<br />

de trazer elegância e estilo, ele auxilia<br />

na composição de uma boa aparência.<br />

O relógio funciona também como<br />

parte da linguagem corporal, resulta em<br />

elementos à imagem que se tem de<br />

quem usa. O mesmo demonstra<br />

significados como confiança, atração,<br />

sofisticação, elegância e essencialmente<br />

segurança. O acessório também é um<br />

vultoso símbolo de status e sucesso, 3<br />

principalmente nos negócios. Além de<br />

traduzir que se é um homem pontual.<br />

Atualmente, os homens despiram<br />

do preconceito e começaram a utilizar<br />

acessórios. A variedade está maior,<br />

entre anéis, colares, pulseiras e<br />

relógios. Usados em conjunto ou apenas<br />

como um detalhe, os mesmos se<br />

modernizam sendo essenciais para<br />

composições clássicas e modernas. O<br />

ator, Johnny Depp, é um exemplo de que<br />

as jóias são uma marca registrada,<br />

precipuamente, de sua personalidade.<br />

De acordo com a assessoria de<br />

comunicação do SEBRAE (Serviço<br />

Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas<br />

Empresas), em um momento de<br />

instabilidade econômica, o mercado de<br />

moda masculina, em particular os<br />

acessórios, mantém-se mais estável em<br />

comparação ao feminino. Afirma ainda que<br />

cerca de 23 bilhões de dólares é a<br />

estimativa de negócios gerados e<br />

relacionados a esse público para o<br />

próximo ano. Destaca também que em<br />

2013 o valor elaborado foi de 18 bilhões<br />

de dólares, enfatizando o crescimento<br />

do setor de 44% no país, entre 2007 e<br />

2014, justificando pelo aumento da<br />

demanda dos homens.<br />

Fabiana Alvim Ballesteros,<br />

professora de moda e designer, declara<br />

que a joalheria masculina é um nicho, o<br />

qual está em expansão, sendo excelente<br />

para o mercado atual. Ela também<br />

afirma que os homens contemporâneos<br />

estão cada vez mais inerentes aos<br />

ornamentos indumentários, os quais<br />

destacam a aparência. A mesma destaca<br />

que é possível observar um maior<br />

número desses – os quais se adornam –<br />

não somente com tatuagens e/ou corte<br />

de cabelo mais radical; todavia com<br />

brincos; alargadores; além de anéis;<br />

correntes e relógios, cujos símbolos<br />

frequentemente comunicam poder e<br />

sensibilidade estética.<br />

Questionada se desenharia<br />

acessórios para homens, Fabiana, por<br />

ser designer de jóias, disse que sempre<br />

teve vontade de desenvolver uma linha<br />

para esse público. Ela salienta também<br />

que há a possibilidade de acontecer em<br />

uma próxima coleção.<br />

O PROCESSO CRIATIVO<br />

A professora de moda explica que,<br />

inicialmente, sua inspiração são as pedras,<br />

as quais encontram "pelo caminho". Ela diz<br />

que tem muito gosto em trabalhar com a<br />

prata e as pedras preciosas brasileiras em<br />

conjunto. Fabiana declara que não se<br />

apega rigorosamente as tendências,


entretanto as consideram relevantes<br />

para auxiliar no caminho certo,<br />

singularmente nas disponibilidades de<br />

materiais.<br />

Os desenhos dos croquis são<br />

feitos de forma artesanal, os mesmos<br />

são executados em papel especial<br />

trabalhando sobre luzes e sombras,<br />

mediante a cor da liga e da pedra<br />

escolhida. Os materiais são escolhidos<br />

ora por uma seleção prévia de pedras<br />

brasileiras lapidadas, ora pela temática<br />

envolvida no processo de criação,<br />

explicitou a designer.<br />

Fabiana esclarece que durante a<br />

evolução as modificações da peça estão<br />

sujeitas a acontecer, em razão de<br />

fatores como a ergonomia da forma<br />

apresentada no croqui, sobre a<br />

modelagem, pode não ser adequada<br />

para a pedra escolhida. Ela enfatiza o<br />

importante trabalho dos (as) ouvires,<br />

pelo fato de dominarem as técnicas da<br />

ourivesaria, evitando possíveis<br />

desgastes do produto ou perda de<br />

material.<br />

16<br />

<strong>Desart</strong><br />

Jóia de Fabiana<br />

Ballesteros<br />

Jóia de Fabiana<br />

Ballesteros


Cultura e tradição alemã em um só lugar<br />

Por Maria Izabel Xavier<br />

<strong>Desart</strong><br />

17<br />

O principal objetivo do evento é<br />

resgatar a memória e cultura do país de<br />

origem, a Alemanha/ e dos principais<br />

imigrantes que chegaram á Juiz de<br />

Fora., no século XIX.<br />

Em um bate papo com Carolina<br />

Weitzel, 21 anos, estudante de<br />

publicidade do CES JF, a festa começou<br />

na comunidade, em 1969. A partir daí, a<br />

festa foi crescendo e atraindo milhares<br />

de pessoas em função do resgate da<br />

cultura alemã, culinária, danças típicas e<br />

o famoso chopp!<br />

Carol ressalta ainda, que faz<br />

parte de um grupo de dança folclórica<br />

"Schmetterling" há mais ou menos 2<br />

anos. "Sempre vivenciei essa realidade<br />

por ser descendente desse povoe não<br />

quis perder essa oportunidade."<br />

Completa Carol, que se apresentou em<br />

mais uma vez. Nessa edição o lugar do<br />

evento foi alterado devido ao<br />

crescimento da festa. Antes era em torno<br />

da igreja, esse ano aconteceu em outro<br />

espaço onde agregou mais modernização<br />

e segurança aos visitantes.


História<br />

A Deutsches Fest (Festa Alemã)<br />

é considerada patrimônio cultural de<br />

Juiz de Fora. A Lei 12.621, 9 de julho de<br />

2012, declarou o evento como utilidade<br />

pública para fins de registro e efeito de<br />

proteção e preservação, como bem<br />

constitutivo da cultura colonizadora na<br />

memória urbana da cidade.<br />

<strong>Desart</strong><br />

18<br />

O primeiro reconhecimento foi o<br />

Título de Utilidade Pública Municipal,<br />

através da Lei 10.744, de 28 de maio de<br />

2004. Em 2013, no aniversário de 20<br />

anos, a Associação Cultural e<br />

Recreativa Brasil- Alemanha foi uma das<br />

agraciadas com o Mérito Comendador<br />

Henrique Guilherme Fernando Halfeld e<br />

com o Título de Entidade Benemérita de<br />

Juiz de Fora, outorgado pela Câmara<br />

Municipal. Já o modo de fazer o pão<br />

alemão, que veio com a chegada dos<br />

imigrantes alemães á cidade , foi<br />

tombado como Bem Imaterial de Juiz de<br />

Fora, no Decreto Municipal nº 232, de 5<br />

de maio de 2010.<br />

O evento acontece todos os<br />

anos,no Bairro Borboleta,na Rua José<br />

Lourenço, área central do bairro.


Smouke conta sua trajetória na música<br />

Por Lucas Henriques<br />

<strong>Desart</strong><br />

19<br />

Com foco em trabalhos mais<br />

autênticos, banda smouke já coleciona<br />

acervo de músicas bem elaboradas e<br />

reconhecimento pelo público local. A banda<br />

é formada por Lucas esteves na bateria,<br />

Altieres Alvim no vocal, Ramon valete no<br />

contrabaixo e Romulo nas guitarras. Em<br />

seu Ep intitulado de “Nova guerrilha”<br />

mostraram suas vertentes e principais<br />

influências musicais. Com referências de<br />

rock nacional e internacional, o pequeno<br />

álbum está disponível no soudcloud<br />

gratuitamente para todos que quiserem<br />

escutá-lo.<br />

Durante a entrevista conversamos<br />

um pouco sobre a trajetória da banda e<br />

perguntei em relação ao que realmente<br />

gostam de trabalhar, e Romulo disse que<br />

“a smouke não tem problemas quanto a<br />

trabalhar com músicas cover, porém neste<br />

caso optam por criar versões mais com a<br />

personalidade da banda. ” Segundo<br />

Altieres “eles aprenderam com os covers, e<br />

que jamais abandonariam este tipo de<br />

som, porém não deixam de lado o trabalho<br />

autoral, principalmente por ser gratificante<br />

saber que a galera reconhece o trabalho<br />

Foto de Lucas Henriques<br />

Foto de Lucas Henriques


foto de Lucas Henriques<br />

foto de Lucas Henriques<br />

foto de Lucas Henriques<br />

Quanto as dificuldades encontradas<br />

durante os seis anos de banda Ramon<br />

disse que “todos da banda passaram por<br />

algum momento difícil quanto a crença do<br />

futuro do projeto, mais que no fim<br />

acabaram sentindo que era realmente o<br />

que queriam, e daí em diante se dedicaram<br />

mais ainda para chegar onde estão<br />

atualmente. ” Já Altieres nos contou que<br />

durante esse tempo de banda, já tiveram<br />

que tocar sem ganhar financeiramente, em<br />

troca do reconhecimento, mais nem isso os<br />

tirou do caminho da música.<br />

Em relação as influências que<br />

levaram a escolher a música, Lucas disse<br />

que “tudo começou quando seu amigo de<br />

infância mostrou para ele os sons da<br />

banda Slipknot, e daí em diante resolveu<br />

aprender a tocar bateria. ”Romulo disse<br />

que “suas referências musicais vieram de<br />

sua mãe que era apaixonada por rock dos<br />

anos 80”. E Ramon comentou que “sempre<br />

escutou e músicas de todo tipo mais sua<br />

família não tinha ligação direta com a<br />

música. ”Já Altieres falou que “suas<br />

ligações com a música vieram do rádio,<br />

pois seu pai tinha o hábito de ligar para as<br />

emissoras locais de rádio e pedir para<br />

mandarem um alô para ele, e desde então<br />

ele se encantou por isso e procurou<br />

melhorar com a arte de cantar. ”<br />

Para finalizar a entrevista perguntei<br />

qual é a mensagem que gostaria de deixar<br />

para quem tem o sonho de construir uma<br />

banda, e Romulo disse “ a primeira coisa é<br />

nunca desistir, e que nunca deve parar de<br />

estudar pois é necessária muita dedicação<br />

e técnica para se alcançar o<br />

reconhecimento na música. ”<br />

<strong>Desart</strong><br />

<strong>Desart</strong><br />

20<br />

07 20


JF Mamutes em crescimento<br />

Por Allan Santana<br />

<strong>Desart</strong><br />

21<br />

Distantes dos milhões de dólares<br />

movimentados a cada ano no Super<br />

Bowl, decisão da liga de futebol<br />

americano nos Estados Unidos, é a<br />

paixão de um grupo de juiz-foranos pelo<br />

esporte que tem superado dificuldades e<br />

acelerado os passos da cidade no<br />

cenário nacional da modalidade.<br />

Com quase dois anos de<br />

existência, o JF Mamutes foi a equipe<br />

mais jovem a disputar a última Liga<br />

Fluminense de Futebol Americano<br />

(LIFFA). O nome do time, segundo<br />

diretor de Marketing, Caio Munck, não<br />

foi fácil de ser escolhido. Os mamutes<br />

são grandes, fortes e imponentes, além<br />

de andarem sempre juntos e é assim<br />

que eles se consideram.<br />

Apesar de não ser o primeiro time<br />

da cidade, a disseminação do esporte<br />

em Juiz de Fora e na Zona da Mata tem<br />

uma boa parcela deles. Ao lado dos<br />

conterrâneos Red Fox, a Manada fez a<br />

decisão da Liga do RJ, ficando com o<br />

vice-campeonato. Eles encaram a<br />

rivalidade com naturalidade e a relação<br />

entre as equipes é saudável, até a bola<br />

oval entrar em cena "O esporte precisa<br />

de rivalidade, isso agrega e muito nas<br />

equipes, aumenta a vontade de trabalhar<br />

e estar à frente, e faz com que o esporte<br />

cresça na cidade." - destaca Munck.<br />

Mamutes em ação em duelo contra os Primatas(Foto Caio Munck)<br />

Mesmo com o crescimento do<br />

esporte, as equipes ainda não contam<br />

com investimento de iniciativa privada


ou pública. Os gastos são cobertos<br />

através de mensalidade paga pelos<br />

atletas, venda de rifas e camisas. Para o<br />

deslocamento, a Elshadai Viagens e<br />

Turismo tem dado o apoio com<br />

descontos que possibilitam os<br />

integrantes continuarem a jornada.<br />

Para Caio, a maior dificuldade<br />

atualmente tem sido arrumar campo<br />

para treinos e principalmente promover<br />

jogos na cidade "temos que buscar<br />

alternativas como São João<br />

Nepomuceno, Bicas e Matias Barbosa,<br />

lugares que sempre nos acolhem." Ele<br />

ainda lamenta o fato dos campos daqui<br />

não abrirem as portas para eles, o que<br />

atrapalha ainda mais a chance de apoio<br />

e patrocínios.<br />

Os treinos acontecem todos os<br />

domin-gos, das 8h às 12h, no campo do<br />

Ferroviário, ao lado do Tupynambas,<br />

Rua da Bahia S/N. Quem acha que para<br />

disputar futebol americano precisa de<br />

grande porte físico, está enganado. “Na<br />

equipe, há baixo, alto, magr, gorgordo e<br />

todos se encaixam muito bem nas suas<br />

posições. De pré-requisito, somente<br />

disposição." – diz aos risos.<br />

No próximo domingo, o JF<br />

Mamutes vai até Rio Novo encarar os<br />

Maquinistas pela LIZMAT(Liga Zona da<br />

Mata de Futebol Americano), com<br />

entrada franca. Já no dia 04/12,<br />

acontece a estreia no full pad (categoria<br />

com equipamentos), onde o time<br />

enfrenta o Betim Bulldogs em um<br />

amistoso na categoria dominante do<br />

futebol americano, em local ainda não<br />

definido.<br />

Em 2017, será a vez de<br />

realizarem um grande sonho. Isso<br />

porque os Mamutes se filiaram a FEMFA<br />

(Federação Mineira de Futebol<br />

Americano) e poderão participar do<br />

primeiro torneio full pads e jogando entre<br />

os maiores do estado, como o Minas<br />

Locomotiva (atual campeão) e o BH<br />

Eagles (vice).<br />

Para mais informações, incluindo<br />

datas da próxima seletiva, acesse a<br />

fanpage do JF Mamutes.<br />

<strong>Desart</strong><br />

22


Por Lucas Henriques<br />

A música vive<br />

<strong>Desart</strong><br />

23<br />

Não é novidade que juiz de fora<br />

sempre teve a música viva em suas veias.<br />

Com isso a cada dia mais, surgindo novas<br />

bandas de diversos estilos e para todos os<br />

gostos. Como é o caso da história de um<br />

dos famosos estúdios de juiz de fora, o<br />

Bioma que vem fortalecendo ainda mais o<br />

mercado fonográfico local.<br />

Tierez que lidera o estúdio já a<br />

quase dez anos disse que a história<br />

começou quando, devido a necessidade de<br />

gravar músicas de sua própria banda<br />

resolveu criar um Home estúdio (Estúdio<br />

de gravação musical dentro de casa). Com<br />

isso ele foi se aprofundando mais e mais<br />

no assunto, e ganhando experiência<br />

fazendo trabalhos para outras bandas da<br />

cidade. Mais o bioma só passa existir a<br />

partir do convite feito pelo integrante da<br />

banda Traste faz um convite para ele se<br />

juntar ao projeto, e desde de então Tierez<br />

está à frente do estúdio.<br />

Quanto a sua experiência como<br />

músico, ele disse que está a 8 anos<br />

trabalhando com a banda Usversos e que<br />

como todo projeto, de início passou por<br />

diversas dificuldades.<br />

foto de Tribuna de Minas


Pois quando sua banda surgiu já<br />

existiam outras bandas com trabalhos de<br />

qualidade. E para entrar neste mercado<br />

tiveram que se esforçar muito para<br />

alcançar o atual reconhecimento.<br />

Hoje a Usversos conta com um Ep<br />

gravado, um álbum e clipes músicas. Suas<br />

músicas estão distribuídas nos principais<br />

serviços de música online como spotify e<br />

Deezer. Quanto ao Bioma, atualmente o<br />

estúdio mudou de endereço e fica<br />

localizado na avenida Itamar Franco,<br />

número 2495.<br />

<strong>Desart</strong><br />

07 24<br />

foto de Tribuna de Minas<br />

foto de Tribuna de Minas


Espaço público como área de vivência<br />

Por: Peterson Escobar<br />

<strong>Desart</strong><br />

25<br />

A ocupação do espaço público<br />

pelos cidadãos é fundamental para a<br />

construção do sentimento de<br />

pertencimento à cidade. Mais do que esse<br />

sentimento, é um direito de cada indivíduo.<br />

Praça da "Baleia", Praça Antônio Carlos,<br />

Praça da Estação... são variadas as<br />

opções que os cidadãos juiz-foranos<br />

ostentam para desfrutar. Outrora tão<br />

povoadas e harmônicas, hoje em dia, para<br />

muitos, viraram sinônimo de perigo e<br />

insegurança. Entretanto, há quem deixa a<br />

resignação de lado e ainda acredita e luta<br />

pelo resgaste desses locais como área de<br />

convivência.<br />

Na era em que as redes sociais<br />

viraram o "point" de encontro e reuniões de<br />

gente de todas as idades, o Encontro de<br />

Mc's toma a contramão da moda e busca<br />

na rua o refúgio ideal para suas propostas.<br />

O Encontro de Mc's acontece há<br />

pelo menos cinco anos e tem como<br />

objetivo disseminar a cultura Hip Hop, dar<br />

palco e valorizar os artistas da cidade.<br />

Assim, com a cultura como pano de fundo,<br />

promove encontros, debates e ocupa<br />

espaço que é do cidadão por direito,<br />

.atingindo diferentes públicos mas<br />

fundamentalmente a população jovem.<br />

Brenda Andrade é uma das organizadoras<br />

e fala sobre a relação do projeto com a rua<br />

"Como o Hip Hop é uma cultura de rua,<br />

nasceu nela, fazemos questão de<br />

continuar ocupando esse local"<br />

Brenda também enxerga benefícios nessas<br />

ocupações<br />

"A praça não é do Encontro de Mc's, é de<br />

toda população juiz-forana. Ela (a praça)<br />

surge como um espaço de lazer, mas nem<br />

sempre o cidadão sabe ou ocupa esse<br />

lugar. Nós acreditamos que promovendo<br />

eventos como esse, trazemos as pessoas<br />

para um espaço que é delas por direito.<br />

Além disso ela se torna mais segura e<br />

habitável com a realização desses tipos de<br />

eventos."<br />

Embora exista a lei Murilo<br />

Mendes, o projeto não dispõe de<br />

nenhum tipo de auxilio financeiro, nem<br />

da prefeitura nem de nenhum outro<br />

orgão. Portanto, é encarado como um<br />

movimento totalmente independente e<br />

"underground".<br />

Brenda apontou algumas dificuldades a


“Como o Hip Hop é uma cultura de rua, nasceu nela,<br />

fazemos questão de continuar ocupando esse local"<br />

respeito de questões burocráticas<br />

"Nas rodas quinzenais, na Praça da<br />

Estação, a gente não trabalha com<br />

alvarás. Usamos apenas a constituição<br />

federal que via Art. 5º garante o direito<br />

de reunião pacífica que todo cidadão<br />

possui. Porém, quando realizamos<br />

eventos de grande porte que necessitam<br />

de aparelhagem de som maior, de palco,<br />

de programação, aí sim providenciamos<br />

um alvará junto a prefeitura para garantir<br />

segurança da Polícia Militar, dos<br />

bombeiros etc.<br />

No geral, segundo Brenda, ao<br />

longo de todo esse tempo o projeto<br />

encontrou muito mais apoio do que<br />

resistência da população. Reforçando a<br />

ideia da praça como um local<br />

democrático e popular.<br />

Embora já teve como casa o<br />

Parque Halfeld, a Praça São Mateus, a<br />

Praça do Aloha dentre outras, atualmente o<br />

evento ocorre quinzenalmente às sexta<br />

feiras, na Praça da Estação, às 19h.<br />

<strong>Desart</strong><br />

30 <strong>Desart</strong><br />

07 26


Arte eternizada<br />

Por Isabela Montovani<br />

<strong>Desart</strong><br />

27<br />

Modelo: Paloma Cores<br />

O circo contemporâneo se reformulou,<br />

deixando de ser erudito e se tornando<br />

uma arte popular. Ensinado atualmente<br />

em escolas é possível encontrar com<br />

artistas até mesmo em sinais de trânsito,<br />

fazendo malabarismos e prendendo a<br />

atenção mesmo que por alguns instantes.<br />

“Quando estamos no semáforo fazendo<br />

uma apresentação de alguns segundos<br />

estamos lá principalmente pela arte.<br />

Esperando ver algum sorriso de alguém<br />

que esteja indo pro trabalho ou<br />

concentrado em alguma missão do dia a<br />

dia e não esperava nos encontrar” disse<br />

Paloma Cores, artista circense.<br />

A entrevistada vive a realidade do circo<br />

desde os 15 anos quando iniciou um<br />

projeto no João XXIII chamado Trupe do<br />

João, que ainda acontece por lá. Tendo<br />

como especialidade a acrobacia aérea,<br />

viajou para a Colômbia com o tecido de<br />

forma independente e deu oficinas para<br />

crianças em uma comunidade indígena<br />

como voluntária. Atualmente mora em<br />

Alter do Chão no Pará: “é uma vila que<br />

tem uma energia circense muito ativa, é<br />

onde mais tenho aprendido!”<br />

Já em Juiz de Fora, tal arte tem se<br />

tornado cada vez mais presente


principalmente se tratando dos espetáculos<br />

de rua: “acho que muitas sementinhas<br />

foram plantadas na cidade e que agora sim<br />

está ganhando uma força maior”. Eventos<br />

como a RISO e o Picadeiro Inventado, que<br />

convida pessoas para vivenciar uma<br />

experiência do circo em rodas nas praças,<br />

contando com acrobacias, palhaçaria e<br />

ilusionismo tem acontecido bastante.<br />

Oficinas e aulas também acontecem<br />

bastante, tendo desde academias que<br />

contam com as acrobacias como atividade<br />

à aulas em praças, com pessoas que<br />

penduram instrumentos como o trapézio e<br />

o tecido nas árvores. A alegria e paixão de<br />

quem participa do circo é inegável, sendo<br />

isso grande motivação para toda essa<br />

movimentação na cidade.<br />

É uma arte que causa encantamento em<br />

adultos e crianças, podendo notar<br />

isso nas aulas que possuem turmas de<br />

todas as idades. As apresentações sem a<br />

lona impressiona e seduz a qualquer um<br />

que for apreciá-la, é o espetáculo de forma<br />

pura: “pra mim é o que mais me encanta, é<br />

o circo espalhando sua magia pra todos!<br />

Quando estamos na rua, não estamos<br />

pensando na pessoa pobre ou na pessoa<br />

rica... estamos apenas querendo espalhar<br />

a alegria independente da classe social”.<br />

Dessa forma o circo perdura e se eterniza<br />

como um entretenimento que pausa a<br />

rotina corrida, se tornando muitas vezes<br />

um meio para quebrar a tensão do dia a<br />

dia.<br />

<strong>Desart</strong><br />

28<br />

Modelo: Paloma Cores


O silêncio e o ruído compondo<br />

as ruas da cidade<br />

Por Jéssica Miranda<br />

<strong>Desart</strong><br />

29<br />

A correria de cidade<br />

metropolitana e o ritmo acelerado dos<br />

quase 600 mil habitantes de Juiz de<br />

Fora muitas vezes desfocam nossos<br />

olhares, restringindo-nos à um campo<br />

visual que pouco abrange além do<br />

nosso próprio eu.<br />

Aquele morador de rua, aquele<br />

prédio que cresce dia após dia, árvores<br />

que desaparecem, animais<br />

abandonados que ladram pelas ruas...<br />

aqueles “Carlos” e “Marias” ! Que fazem<br />

parte da nossa urbana rotina mas de<br />

quem pouco sabemos.<br />

Maria Luíza Barbosa, 99 anos,<br />

todos dias se posiciona do lado oposto<br />

à Catedral Metropolitana de Juiz de<br />

Fora, na principal Avenida da cidade.<br />

Embalada pelo som de suas moedinhas<br />

dentro de uma vasilha, dona Maria<br />

passa um terço do seu dia aguardando<br />

a solidariedade do cidadão que passa.<br />

Pouco ou nada sabemos ao vê-la, mas<br />

no silêncio de sua presença, dona<br />

Maria torna-se coadjuvante no vai e<br />

vem de quem passa pela Rio Branco.<br />

“Eu venho pra cá pois ninguém


<strong>Desart</strong><br />

26<br />

me ajuda em nada lá em casa. A<br />

pensão do meu marido falecido fica<br />

toda nas mãos dos meus meninos.” –<br />

justifica a senhorinha que fica ali, todos<br />

os dias. Ela afirma que é melhor ficar<br />

na rua que passando raiva. “Aqui<br />

conversam comigo, me abraçam,<br />

graças à Deus!”<br />

Já Carlos Augusto da Silva, não<br />

tem um ponto onde se instala, mas<br />

qualquer um o reconhece pela cidade.<br />

Seu apito é inconfundível!<br />

Seja pela irreverência ou<br />

inconveniência, o Carlinhos é outro que<br />

se destaca em meio à rotina do centro<br />

de Juiz de Fora. Mas o que acabamos<br />

por não saber é qual o motivo para<br />

tanto barulho. “Eu apito porque estou<br />

vivo. Sossego vamos ter no cemitério!”<br />

-explica Carlinhos, que se classifica<br />

como um idoso diferenciado.<br />

Ele gosta de apitar! Segundo o<br />

sapateiro barulhento, a melhor parte é<br />

reparar a reação das pessoas. Há<br />

quem ria e quem sofra, quem se<br />

interesse e quem se incomode. E,<br />

sobre os juiz-foranos apressados e<br />

irritados que passam por ele<br />

diariamente, Carlinhos retruca – “ Eles<br />

gostam de tragédias, assistem coisas<br />

ruins, mas não gostam de barulho!<br />

Acham que tenho que ser como todos.<br />

Sigo exalando a alegria, antes que me<br />

matem!”.<br />

Em meio ao fluxo urbano<br />

passamos por sua alegria de viver e<br />

pouco imaginamos sobre quem é o<br />

senhor do apito que passa de bicicleta<br />

pelas ruas da cidade. Mas para ele o<br />

que importa é chamar a atenção!<br />

Silenciosos ou barulhentos, os<br />

personagens de Juiz de Fora marcam<br />

nossos olhares através de suas sutis<br />

presenças. Tornam-se parte de nossa<br />

história não de forma tão próxima, mas<br />

diária. E nós, cidadãos, passamos a ser<br />

parte do elenco de rotinas trilhadas num<br />

cenário urbano e corriqueiro, como as ruas<br />

e avenidas da cidade. Quantas<br />

curiosidades guardam os cidadãos que<br />

circulam neste grande centro, e o desafio<br />

fica sendo: transcender olhares e<br />

situações descobrindo histórias de uma<br />

Juiz de Fora que tem nome e sobrenome.<br />

<strong>Desart</strong><br />

07 30


O Ecleticismo da arquitetura<br />

de Juiz de Fora<br />

Por Ian L Rodrigues<br />

<strong>Desart</strong><br />

31<br />

Andando pela região central de Juiz de Fora, facilmente seu olhar é convidado a conhecer<br />

os prédios da cidade. A arquitetura é riquíssima, entre sacadas no estilo do neoclassicismo<br />

à fachadas em Art Déco, entre o estilo inglês do Mercado Municipal na Manchester Mineira<br />

ao Maneirismo das Igrejas da Avenida Rio Branco. O Ecletismo marca presença na arquitetura,<br />

a mistura de estilos influenciada pelas imigrações e escravidão, integra manifestações<br />

arquitetônicas de diversos lugares.


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