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Informativo Dezembro - Homenagens

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EDITORIAL | DEZEMBRO 2016<br />

Com a Palavra... Plínio David de Nes Filho<br />

Realização<br />

Associação Chapecoense de Futebol<br />

Rua Clevelândia 656-E – Centro<br />

Chapecó – Santa Catarina<br />

Cep 89.802-405<br />

Telefone – (49) 3905-3700<br />

Comunicação e Marketing<br />

Alessandra Lara Z. Seidel<br />

Clarissa Soletti<br />

Eduardo Guimarães<br />

Juliana Sá Zonta<br />

Criação e Diagramação<br />

Eduardo Guimarães<br />

Impressão e tiragem<br />

Arcus Indústria Gráfica | 10.000 exemplares<br />

Sandro Pallaoro<br />

Jandir Bordignon<br />

Decio Burtet Filho<br />

Nilson Folle Júnior<br />

Edir de Marco<br />

Ricardo Porto<br />

Mauro dal Bello<br />

Danilo<br />

Gimenez<br />

Bruno Rangel<br />

Marcelo<br />

Lucas Gomes<br />

Sergio Manoel<br />

Filipe Machado<br />

Matheus Biteco<br />

Cleber Santana<br />

Willian Thiego<br />

Tiaguinho<br />

Josimar<br />

Dener Assunção<br />

Gil<br />

Ananias<br />

Kempes<br />

Arthur Maia<br />

Mateus Caramelo<br />

Aílton Canela<br />

Caio Júnior<br />

Duca<br />

Pipe<br />

Anderson Paixão<br />

Boião<br />

Dr. Marcio Koury<br />

EM MEMÓRIA DE<br />

Rafael Gobbato<br />

Cocada<br />

Serginho<br />

Adriano<br />

Cleberson Silva<br />

Mauro Stumpf<br />

Eduardo Preuss<br />

Chinho di Domenico<br />

Cezinha<br />

Giba<br />

Dávi Barela Dávi<br />

Delfim Peixoto Filho<br />

Victorino Chermont<br />

Rodrigo Santana<br />

Deva Pascovich<br />

Lilacio Júnior<br />

Paulo Julio Clement<br />

Mario Sergio<br />

Guilherme Marques<br />

Ari de Araújo Júnior<br />

Guilherme Laars<br />

Giovane Klein<br />

Bruno Mauro da Silva<br />

Djalma Araújo Neto<br />

André Podiacki<br />

Laion Espindula<br />

Renan Agnolin<br />

Fernando Schardong<br />

Edson Ebeliny<br />

Gelson Galiotto<br />

Douglas Dorneles<br />

Jacir Biavatti<br />

Diante de tantos ocorridos, é difícil controlar a emoção. Certas expressões<br />

são intraduzíveis, mesmo que a vontade de oferecer consolo e conforto às famílias<br />

e aos torcedores seja a nossa maior prioridade. Ainda assim, temos<br />

criado forças para enfrentar a dor, amparar quem mais precisa e dar sequência<br />

ao sonho Chapecoense.<br />

Porque a Chapecoense já nasceu forte, lá em 1973. Tornou-se campeã do<br />

estado em 1977, disputou o primeiro brasileiro em 1979. Nossa trajetória sempre<br />

foi de muita luta e desde o início fomos um time extremamente aguerrido,<br />

em campo e fora dele. Essa essência se manteve até os dias de hoje e continuará<br />

no nosso renascimento. É isso. Estamos renascendo.<br />

Lembramos e sempre recordaremos de forma saudosa os que já não estão<br />

entre nós e, em seus legados, nos inspiramos a afirmar que a Chapecoense vai<br />

continuar forte, vibrante e comprometida. Dizíamos, sempre, que éramos mais<br />

do que onze. Hoje, somos o mundo inteiro. Fomos capazes de unir, numa mesma<br />

torcida, os mais diversos times. Sabemos que muito disso foi em razão do<br />

momento, mas temos a convicção de que toda essa sensibilidade continuará. E<br />

dessa multidão que nos seguirá - agora mais do que nunca - encontraremos a<br />

nossa razão e a nossa força.<br />

Estamos trabalhando sem descanso em prol da reestruturação. Além de dar<br />

todo o suporte às famílias, faremos todo o esforço no sentido de construir - o<br />

mais rápido o possível - um time extremamente competitivo e competente, capaz<br />

de proporcionar incontáveis alegrias ao torcedor. E, principalmente, um<br />

time que honre ao máximo cada um dos guerreiros que já vestiu a camiseta<br />

alviverde.<br />

Temos inúmeros compromissos no próximo ano - além da responsabilidade<br />

de dar sequência ao trabalho que vinha sendo realizado tão bem - e, por<br />

isso, precisamos de você, amigo torcedor. Da sua confiança, do seu apoio, do<br />

seu alento. Esperamos que essa edição do informativa - especial, devido às<br />

circunstâncias - possa, de alguma forma, aconchegar os seus corações e lembrá-los<br />

que os nossos herois viraram lendas.<br />

愀 最 攀 渀 挀 椀 愀 猀 瀀 漀 ⸀ 挀 漀 洀<br />

2


MUITO OBRIGADO | DEZEMBRO 2016<br />

Quando toda a tragédia ocorreu, viajavamos<br />

à Colômbia. Na mala, todos os ingredientes<br />

necessários para realizar o sonho de<br />

conquistar a América. O que aconteceu, no<br />

entanto, acabou permitindo que fossemos<br />

muito além. Se algum satélite registrasse<br />

hoje uma foto da Terra, é pouco provável<br />

que a enxergássemos azul. O verde tomou<br />

conta de todos os cantos do planeta.<br />

Nossa camiseta foi vestida por todos os<br />

times. Nossos gritos ecoaram por todas as<br />

nosso muito OBRIGADO!<br />

torcidas. As preces aos nossos guerreiros<br />

foram unanimidade entre as religiões. Por<br />

um momento, todos os ideais da música<br />

Imagine, de John Lennon, foram atingidos.<br />

Pareciam não haver países, crenças,<br />

“nenhum motivo para matar ou morrer”.<br />

Percebeu-se a vida como um sopro e,<br />

diante disso, nada mais teve importância<br />

ou valor.<br />

Enfim, conquistamos o mundo. E apesar<br />

da dificuldade em compreender o ocorrido,<br />

buscamos conforto na certeza de que<br />

há um propósito em tudo o que aconteceu.<br />

Possivelmente, o de ver despertada tanta<br />

comoção e tantas demonstrações de amor.<br />

As homenagens à nossa Chape foram<br />

inúmeras. Sensíveis, surpreendentes.<br />

Confortantes. E diante de tanto, o<br />

mínimo que podemos fazer é destinar<br />

as nossas próximas páginas ao nosso<br />

sincero OBRIGADO.<br />

Cristo Redentor ficou verde em homenagem à Chapecoense<br />

3


O BANCO<br />

DAS CONQUISTAS<br />

DOS BRASILEIROS<br />

VAI ESTAR COM A<br />

CHAPECOENSE<br />

NAS SUAS NOVAS<br />

CONQUISTAS.<br />

A CAIXA reafirma seu compromisso de apoiar a Chape<br />

a escrever esse novo capítulo da sua história.<br />

#forçachape


MUITO OBRIGADO | DEZEMBRO 2016<br />

Uma das principais homenagens veio da Colômbia. Foi tão incrível<br />

quanto qualquer outra, mas ainda mais surpreendente pelo fato<br />

de ter partido do time que seria o nosso adversário na grande final<br />

da Sul-Americana. No dia em que ocorreria a primeira das partidas<br />

decisivas, em Medelín, a torcida do Atlético Nacional lotou o Atanasio<br />

Giradot para provar, mais do que nunca, que o futebol vai muito<br />

além das quatro linhas. Muito além da bola rolando. E, acima de<br />

tudo, muito além da rivalidade.<br />

gracias colômbia!<br />

Foram cerca de 52 mil pessoas, vestidas de branco, para simbolizar<br />

a paz, e empunhando velas e celulares, para iluminar a escuridão<br />

que pairava sobre todos os lugares onde haviam apaixonados por<br />

futebol. O minuto de silêncio - rigidamente respeitado - ecoou tanto<br />

quanto os gritos de “Vamos, Vamos, Chape” cantados em uníssono<br />

pelos integrantes da nova família que, por uma adversidade, acabava<br />

de se formar. O futebol não tem fronteiras. Obrigado Colômbia!<br />

Fotos: Divulgação<br />

5


7<br />

MUITO OBRIGADO | DEZEMBRO 2016<br />

obrigado CURITIBA-pr!<br />

Quando a Chapecoense chegou à decisão da copa Sul-Americana,<br />

era de conhecimento de todos que a final não poderia ser disputada<br />

na Arena Condá. Questões burocráticas. A partir daí, criou-se grande<br />

expectativa sobre qual seria o palco da decisão. Finalmente, o destino:<br />

Curitiba, Estádio Couto Pereira. Estava tudo preparado. Nossas equipes<br />

já se deslocavam até a capital do estado vizinho para organizar o espetáculo.<br />

Como num sonho, reuniríamos inúmeras torcidas para vibrar pelo<br />

mesmo time: A nossa Chape.<br />

O jogo não aconteceu. Ainda assim, por ironia do destino, unimos<br />

muito mais torcedores, escudos e cores do que a nossa vã consciência<br />

outrora havia idealizado. O clima, planejado para ser de festa, tomou<br />

tons e formas de despedida. Ainda assim, garantiu cenas de encher os<br />

olhos.<br />

Demonstrações de fé, de solidariedade, de amor. E, de novo, o nosso<br />

“Vamos, Vamos, Chape” fez-se ouvir por todas as fronteiras. Desta vez,<br />

acompanhado do grito de “É Campeão”. Obrigado, Curitiba!


Incorporação registrada Sob nº 36.57<br />

CRECI 425J


MUITO OBRIGADO | DEZEMBRO 2016<br />

9<br />

obrigado BRASILEIRÃO!<br />

Quando iniciamos a trajetória na série A do Campeonato Brasileiro,<br />

em 2014, éramos vítimas de muita desconfiança. Com frequência nos<br />

anunciavam como os prováveis rebaixados, antes mesmo de entrarmos<br />

em campo. No entanto, foi questão de tempo para começarmos a surpreender.<br />

Jogando com alegria - como quem brinca - conquistamos resultados<br />

surpreendentes e o carisma de todo o Brasil. Dos outros times<br />

poderíamos ter nos tornado inimigos ou rivais, mas agora, mais do que<br />

nunca, confirmamos que, na verdade, sempre fomos irmãos.<br />

A última rodada do brasileirão, na qual a bola não rolou na Arena<br />

Condá, foi repleta de homenagens por todo o Brasil. Um minuto de<br />

silêncio, nosso escudo em evidência nas camisetas das outras agremiações<br />

e o nosso hino fragmentado e estampado nos uniformes de todos<br />

os times. Estádios pintados de verde, branco e solidariedade. Obrigado,<br />

irmãos brasileiros!<br />

Fotos: Rodrigo Coca<br />

#FOrcACHAPE<br />

eternos campeoes<br />

SOLUÇ Õ E S E M EVENTOS<br />

49 3322-8234


10<br />

ERA UMA VEZ | DEZEMBRO 2016


ERA UMA VEZ | DEZEMBRO 2016<br />

11<br />

Quando acordei, há alguns dias, naquela fatídica terça-feira, liguei a televisão e me deparei com uma enxurrada de notícias que, por mais que<br />

preenchessem todos os espaços dos telejornais, não conseguiam me convencer da sua veracidade. A programação da TV aberta já devia estar apresentando<br />

os programas de entretenimento, mas até mesmo as mais rígidas emissoras davam espaço ao “furo” que nenhum jornalista gostaria de<br />

dar. “O Avião da Chape caiu”. Não era a manchete de nenhum noticiário, mas era a frase que saltava aos olhos entre tantas outras que enchiam o<br />

meu aplicativo de mensagens. Continuei atônito.<br />

A ficha insistia em não cair - e logo percebi que essa incredulidade permaneceria por um longo tempo. Em seguida, no entanto, em meio ao caos,<br />

minha preocupação passou a ser outra: Como contar ao meu filho - que desde pequeno aprendeu a torcer legítima e apaixonadamente<br />

pelo Verdão - que os seus ídolos não entraríam em campo para jogar a partida mais memorável dos<br />

43 anos de história do clube - e o mais esperado dos seus poucos anos de vida e de torcedor?<br />

Como contar que os jogadores, cujo os nomes estampavam as camisetas que ele mais gostava<br />

de usar, não voltariam para casa? Como contar que o álbum de figurinhas ficaria sem<br />

os autógrafos que - por acharmos que haveriam inúmeras oportunidades - deixamos<br />

de pegar? Como contar que a foto tirada com estes ídolos é única?<br />

Já imaginava que a dor dele seria tão grande quanto a minha. Sabia<br />

também que pouco poderia fazer para protegê-lo da realidade. Omitir<br />

o que todos escancaravam não era uma opção. Por isso, encontrei<br />

outra forma de contar a história que eu não queria contar.<br />

Uma história capaz de deixar de lado a dor da tragédia<br />

e da perda, e sensível o suficiente para despertar<br />

nele a certeza de que seus heróis viraram lendas.<br />

Naquela manhã esperei que acordasse<br />

para começar o “Era uma<br />

vez”. Usei de toda a minha<br />

sensibilidade, humanidade<br />

e empatia - para imaginar<br />

o mundo a partir dos<br />

olhos de uma criança<br />

- e comecei...


12<br />

ERA UMA VEZ | DEZEMBRO 2016<br />

“Estava para acontecer um campeonato de futebol muito importante e decisivo, num lugar que vai além de onde os nossos olhos alcançam: o céu.<br />

Nesse lugar já haviam vários atletas lendários, com currículos vastos de conquistas e participações em grandes finais. Deus, o responsável por<br />

convocar o time para o campeonato, no entanto, queria jogadores que fugissem do estrelismo. Ele estava de olho, há algum tempo, no time de uma<br />

cidade que estava vivendo um momento de êxtase. Eram modestos, mas cheios de ambições. Comissão técnica, diretoria, atletas, torcida! Aquele<br />

clube vivia uma sinergia tão precisa que era quase utópica. Havia, neste grupo, uma figura emblemática, que afirmava, sempre que as oportunidades<br />

surgiam, que “do roupeiro ao presidente, todos tinham a mesma importância”. Acho que por essa humildade e união, que saltavam aos<br />

olhos de qualquer um, esse time tinha tudo para ser escolhido. Além disso, os atletas jogavam como crianças que brincam. Tinham alegria nos pés<br />

e a bola era como uma amiga íntima.<br />

Chovia muito no momento da convocação, porque os atletas daquela equipe se inspiravam e agigantavam quando jogavam nessas condições.<br />

Competiam tão bem na chuva quanto o Ayrton Senna corria em pistas molhadas. A ocasião foi escolhida a dedo. Eles estavam viajando para<br />

a Colômbia, onde fariam o jogo mais importante de suas vidas. Como num sonho, as torcidas do Brasil inteiro estavam com eles. Todos os que<br />

ocupavam aquele avião estavam tão empolgados com a possibilidade de conquistar a América e tão transbordantes de alegria com o momento<br />

incrível que viviam, que não perceberam quando a viagem foi interrompida para que pudessem alçar um voo muito mais alto.<br />

Para o campeonato que disputaríam, muitas exigências precisavam ser atendidas. O responsável pela convocação inédita queria contar com<br />

pessoas íntegras e que, acima de tudo, fossem apaixonadas pelo que faziam. Dentro e fora das quatro linhas. Ele e seus auxiliares - tão ágeis e<br />

serenos que pareciam ter asas, como anjos - assumiram a responsabilidade de montar uma equipe completa e tão competente como há<br />

muito não se via.<br />

Perceberam a necessidade de uma pessoa com visão empreendedora e a juventude necessária para comandar<br />

o clube. Uma pessoa que entendesse e acompanhasse o ritmo do time que, apesar das responsabilidades,<br />

daria, despretensiosamente, um passo de cada vez rumo aos seus ideais. Para isso,<br />

aquela figura emblemática citada anteriormente, que fazia questão de lembrar a importância<br />

de cada um dentro do time, foi escolhido como presidente. Era o Sandro Pallaoro.<br />

Precisavam, ainda, de alguém de extrema competência e criatividade para cuidar do<br />

Departamento de Marketing, do Patrimônio e também das finanças, já que aquele time, de<br />

tanto carisma, seria visto em vários lugares e as propostas de investimentos seriam inúmeras.<br />

Para isso, escolheram o Jandir, o Décio e o Folle.<br />

Para o Departamento de Futebol, precisavam de pessoas que entrassem no vestiário e<br />

conseguissem impor respeito e motivação. Pessoas experientes, entendidas no assunto e que,<br />

principalmente, trabalhassem em sintonia. O Maurinho e o Cadu já atuavam juntos, vinham<br />

sendo observados e admirados. E, por isso, foram convocados.<br />

Para comandar o plantel, escolheram alguém de caráter. Experiente, mas humilde, e que,<br />

acima de tudo, fosse como um pai para os atletas. Não havia, com essas características, nome<br />

melhor que o do Caio Júnior. Mas ele não poderia ser convocado sozinho, e, já que a prioridade<br />

era a sintonia entre todos, o Duca, o Cezinha e o Pipe viajaram com ele para compor a<br />

Comissão Técnica. Entre amigos, fariam um trabalho completo e ainda mais competente.<br />

Havia uma preocupação muito grande com o cuidado em relação aos atletas. Eles<br />

precisavam ser fortes e sadios, já que os compromissos eram inúmeros. Para cuidar<br />

desse departamento, levaram o Gobatto, o Márcio Koury e o Sérginho.<br />

Além da saúde, a preparação física dos atletas e a agilidade e lucidez dos goleiros<br />

também era indispensável. Para isso, convocaram o Anderson Paixão e o Boião,<br />

que já conheciam aquele plantel como a palma da mão.<br />

Os vestiários de lá deveriam ser como os daqui: com os uniformes<br />

e as chuteiras organizados com zelo e carinho, para que os atletas,<br />

naquele ambiente, pudessem se sentir em casa. Para isso, levaram o<br />

roupeiro Cocada. Afinal, seriam ali os momentos de concentração e<br />

oração antes dos jogos - quando todos estariam mais perto de Deus<br />

do que pudessem imaginar.


ERA UMA VEZ | DEZEMBRO 2016<br />

13<br />

Também nos vestiários aconteceriam, após as vitórias, as maiores expressões de alegria. Os cantos de todas as torcidas, em alento ao time,<br />

seriam cantados com paixão. E para registrar todos esses momentos, exclusivos dos bastidores, ninguém melhor e mais empenhado em mostrar<br />

a essência do time do que o Giba.<br />

Aquele time, tão querido, seria alvo de muitos holofotes, afinal era favorito ao título do campeonato que jogariam no céu. Todos da imprensa<br />

iriam disputar com afinco uma oportunidade de entrevista. Para organizar isso, ninguém melhor do que o Cleberson. Amigo de todo o pessoal das<br />

rádios, dos jornais e das TVS, uniria a paixão pelo trabalho e pelo futebol para prestar sempre o seu melhor serviço.<br />

E como esse time seria bem visto pela imprensa! O Renan Agnolin, o Gallioto, o Picolé, o Biavatti e o Douglas Dornelles expressariam<br />

toda a emoção dos jogos transmitidos nas ondas do rádio. As narrações ficariam por conta da voz inconfundível do Fernando<br />

Doesse. Na internet, as crônicas dos jogos ficariam por conta do Laion, com seus textos humanos, apaixonados,<br />

irreparáveis. No tradicional jornal impresso, o texto ficaria sob o comando do André Podiacki.<br />

Na televisão, uma emissora seria pouco para tanta repercussão. A Globo levou o Guilherme<br />

Marques, o Ari Junior, e o Guilherme Van der Laars; a RBS foi com o Giovane Klein,<br />

o Bruno Mauri e o Djalma Araújo; e a FOX convocou para a equipe de transmissão<br />

o Victorino Chermont, o Lilacio, o Rodrigo Santana, o Mario Sergio, o Paulo Julio<br />

Clement e o incomparável Deva Pascovicci. Todos acompanhariam aquele time<br />

como se fosse o seu, do coração.<br />

Com tantos jogos e entrevistas, o calendário estaria sempre cheio.<br />

Quem poderia cuidar da logística? Alguém com inteligência e disciplina.<br />

Escolheram o Chinho! A segurança também era fundamental.<br />

Queriam alguém sistemático, mas que, ao mesmo tempo,<br />

pulsasse na frequência do time. Convocaram o Adriano.<br />

Para as partidas era necessário uma pessoa para calcular<br />

o público, a renda e produzir o borderô. Para isso, convocaram<br />

o Delfim.<br />

Para tomar as decisões, a diretoria precisava de um<br />

suporte. Precisavam de opiniões de quem acompanhou<br />

a história do clube como torcedor, mas<br />

que, além da paixão, usasse da razão<br />

para a tomada de decisões. Levaram<br />

os conselheiros… o Edir de<br />

Marco, o Ricardo Porto,<br />

o Mauro Dal Bello<br />

e o Davi Dávi.


14<br />

ERA UMA VEZ | DEZEMBRO 2016<br />

Com a Comissão Técnica formada, iniciou a maior responsabilidade: formar o elenco que seria campeão. Como muito se ouvia falar, “um bom<br />

time começa pelo goleiro”. Por isso, foi escolhido o Danilo. Ele era decisivo dentro de campo e fazia defesas tão comemoradas quanto gols. Fora<br />

das quatro linhas, tinha um carisma incomparável e, além do número 1 na camisa, era o primeiro na lista de ídolos das crianças.<br />

Para dar sequência à defesa, quiseram mesclar as escolhas entre experiência e jovialidade, mas sem deixar de lado o comprometimento. Levaram<br />

o Thiego, o Filipe Machado e o Marcelo. Todos inspiravam liderança e a segurança que o torcedor precisava sentir. Marcelo era determinado,<br />

o Filipe Machado era vibrante e o Thiego o “cherife”. Uma comunhão perfeita.<br />

Abrir caminhos pelas alas era determinante para várias jogadas que o responsável por convocar o time tinha em mente. Para isso, os laterais<br />

precisavam ser dinâmicos. Foram escolhidos o Dener, o Caramelo e o Gimenez. O Dener era polivalente, atacava tanto quanto defendia. O Caramelo<br />

era legítimo marcador e o Gimenez era a personificação da raça.<br />

Os jogos precisavam ter ritmo. Biteco, Josimar, Gil e Cleber Santana foram convocados como volantes. A maioria das boas jogadas nasceriam<br />

desses pés. Biteco, com a sua juventude, organizava o jogo e bagunçava a vida do adversário. Josimar era referência e de tamanha competência<br />

na suas determinações que transmitia segurança para a defesa. Não tinha bola perdida. O Gil, quando entrava em campo, era pra ser decisivo.<br />

Pra mudar o jogo pra melhor. O Cleber Santana poderia dispensar definições. Quando a bola estava em seus pés, as jogadas falavam por si só.<br />

Os adversários o temiam e respeitavam. Era um líder nato e fazia por merecer a faixa de capitão.<br />

Para o meio campo, atletas com inteligência e agilidade para ligar as jogadas ao ataque. Thiaguinho, Sérgio Manoel e Arthur Maia. Thiaguinho<br />

buscava as jogadas com alegria e malícia e finalizava com ousadia e precisão; Sérgio Manoel era aguerrido e se destacava por surpreender e<br />

Arthur Maia era um talento que estava sendo lapidado.<br />

Por fim, o ataque. Ah, o ataque! Esse era o dos sonhos de qualquer equipe. Ananias, Canela, Kempes, Lucas Gomes e Bruno Rangel. Ananias<br />

desafiava a gravidade. Parecia ter molas nos pés e triplicava de tamanho quando o assunto era cabecear a bola pra dentro do gol. Canela, o<br />

mais jovem entre os centroavantes, era um mágico dentro de campo. Kempes era um atacante completo. Buscava a bola, envolvia o goleiro, e a<br />

empurrava, com precisão, para o fundo do gol. Lucas Gomes tirava o sono da zaga adversária. Dribles desconcertantes e gols dignos de placa.<br />

Bruno Rangel…Bem, Bruno Rangel é outro que dispensaria comentários, simplesmente porque qualquer adjetivo é pouco para caracterizá-lo.<br />

Basta dizer que é o maior artilheiro da história da Chapecoense.<br />

Pronto. Estava escalado o time de lendas. Tamanha era a qualidade, o carisma,<br />

a determinação e o comprometimento que ficaram campeões sem nem precisar<br />

entrar em campo. Como já previam lá na Terra, conquistaram uma multidão.<br />

Só que uma multidão muito, muito além do que podiam imaginar.<br />

Ganharam o mundo.<br />

O troféu que ergueram tinha um valor imensurável. Custou um<br />

preço alto, é verdade, mas rendeu muito mais do que se podia sonhar.<br />

O título conquistado por aquele time foi capaz de mostrar<br />

ao mundo que rivalidades devem durar apenas 90 minutos.<br />

Serviu para promover a solidariedade, o amor, o carinho<br />

e a união. Sim, a união. Provavelmente<br />

o maior propósito de tudo isso.<br />

Se lembra quando eu falei<br />

que Deus queria no seu<br />

time atletas que fugissem<br />

da badalação da<br />

mídia? Pois é. Agora<br />

eles entram em campo,<br />

todas as noites,<br />

como as estrelas<br />

mais brilhantes do<br />

céu. E se, antes de<br />

dormir, você prestar<br />

bastante atenção, vai<br />

ouví-los no vestiário,<br />

batendo as portas dos<br />

armários e cantando o<br />

inesquecível<br />

“Vamos, Vamos, Chape”.<br />

Estão comemorando. Felizes.<br />

Fazendo o que amam.<br />

"Do roupeiro ao presidente”.


ERA UMA VEZ | DEZEMBRO 2016<br />

15<br />

Nesse momento parei, porque a minha voz estava embargada e as lágrimas embaçando a minha visão. Abracei forte o meu filho, que apesar da<br />

pouca idade parecia ter entendido o tão duro recado. Ele se soltou dos meus braços, olhou fundo nos meus olhos e, preocupado, perguntou:<br />

“E como fica a Chape agora, papai?”<br />

Prontamente respondi. “A Chape vai continuar, novas pessoas virão, novos jogadores, novos ídolos, novos títulos, novas perspectivas. A Chape<br />

continuará sendo motivo de sorrir, as arquibancadas estarão cada vez mais cheias. Deus pensa em tudo, filho. Ele deixou o Neto, o Alan Ruschel<br />

e o Follmann para motivarem o nosso recomeço. Tão fortes e de tanta qualidade quanto os que foram jogar no céu. Deixou o Rafael Henzel para<br />

contar essa página histórica. E deixou uma legião de apaixonados para continuarmos juntos, na essência, e ainda mais fortes.<br />

Porque somos muito mais que onze, somos Chapecoense.


MUITO OBRIGADO | DEZEMBRO 2016<br />

17<br />

Estádio Wembley - Londres - Inglaterra<br />

Allianz Arena - Munique - Alemanha<br />

Fotos: Divulgação<br />

Orlando Eye - Orlando - Estados Unidos<br />

Torre Colpatria - Bogotá - Colômbia<br />

Sede Conmebol - Luque - Paraguai<br />

Estádio BBVA Bancomer - Guadalupe - México


INFORMATIVO | DEZEMBRO 2016<br />

Foto: Marcio Cunha<br />

18


MUITO OBRIGADO | DEZEMBRO 2016<br />

19<br />

Cavani do PSG no seu 100º gol pelo clube<br />

Él Clássico - Barcelona e Real Madrid - Espanha<br />

Torcida do PSG - França<br />

Torcida e clube Sporting - Portugal<br />

Arena Condá lotada no Tributo Verde e Branco<br />

Minuto de silêncio na final da Copa do Brasil

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