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Rivista Brasile Jan Fev 2017

Rivista Brasile Gennaio Febbraio 2017

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Fundada em 1917<br />

REVISTA DOS<br />

MISSIONÁRIOS SALETINOS<br />

Ano 101 – Número 816<br />

<strong>Jan</strong>eiro | <strong>Fev</strong>ereiro - <strong>2017</strong><br />

SEMINÁRIO SALETTE<br />

CNPJ: 91.335.612/0001-90<br />

NOSSO ENDEREÇO<br />

Revista Salette | Caixa Postal, 9<br />

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Ligue Grátis – (054) 9604-8676<br />

Coordenador Provincial<br />

Pe. Edegard Silva Junior<br />

Diretor: Pe. Arlindo Fávero<br />

Projeto Gráfico: Pe. Adilson Schio<br />

Conselho Editorial:<br />

Pe. Arlindo Fávero<br />

Pe. Adilson Schio<br />

Pe. Presentino Rovani<br />

Pe. Daniel Aguirre Campos<br />

Pe. Ângelo Perin<br />

Ir. Ederson Tiago de Lima<br />

Equipe de Comunicação<br />

Ir. Edvan Santos da Silva<br />

Ir. Emerson José Aguiar<br />

Ir. Fábio dos Santos Andrade<br />

Web-Rádio: Pe. Pedro Pilonetto<br />

Divulgação<br />

Equipe Missionária Saletina<br />

Editoração Eletrônica<br />

Aline T. Fochi<br />

Revisão Ortográfica<br />

Joaquim Daga Favero<br />

Diagramação e Impressão<br />

Gráfica Berthier, Passo Fundo - RS<br />

Fone: (054) 3313-3255<br />

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– Página Especial R$ 500,00<br />

LIGA DE MISSAS<br />

Seja sócio da LIGA DE MISSAS. Envie<br />

suas intenções ao Santuário Nossa<br />

Senhora da Salette. Os Missionários Saletinos<br />

celebram 234 missas por ano nas<br />

intenções dos sócios da LIGA DE MISSAS.<br />

– Sócio Anual R$ 8,00<br />

– Sócio Perpétuo R$ 800,00


Salette<br />

JANEIRO / FEVEREIRO 2016<br />

Editorial<br />

Um Milagre da Salette<br />

Por Pe. Arlindo Fávero, ms.<br />

É sempre muito interessante e edificante conhecer<br />

o fato e mensagem da Salette. Não apenas pelo seu<br />

conteúdo, mas também pela sua dimensão missionária e<br />

evangélica. Não é muito comum, na Igreja, o fato de uma<br />

Aparição celeste ter provocado o surgimento de tanta devoção<br />

como a Aparição de N. Sra. em Salette. Muita pouca<br />

gente terá ouvido falar da pequena ilha da Reunião. É uma<br />

ilhota no oceano índico que até hoje está ainda sob domínio<br />

francês, a leste da África. Pois bem, lá em 1859, apenas<br />

13 anos depois, já acontecia um grande milagre atribuído<br />

a N. Sra. da Salette: a ilha foi salva da peste da Cólera! Até<br />

hoje a devoção a N. Sra. da Salette está profundamente<br />

enraizada na alma daquele povo daquela pequena ilha.<br />

Este fato ilustra muito bem como a mensagem da Salette<br />

rompeu as fronteiras paroquiais e ganhou o mundo.<br />

Agora, além das congregações religiosas masculinas e femininas<br />

que nasceram desta mensagem, se espalha pelo<br />

mundo o movimento dos “Leigos Sakletinos” que no ano<br />

passado tiveram o seu segundo encontro na Montanha<br />

da Salette, França (p. 18-20). Além disto, os Missionários<br />

Saletinos, no ano passado, depois de já estarem presentes<br />

em 26 países, iniciaram mais uma missão em um país<br />

africano: a Tanzânia!! Por isto tudo sentimos uma enorme<br />

alegria e incentivo em celebrar os 170 anos da Aparição<br />

em Salette. Sentimos também uma grande alegria quando<br />

o papa Francisco acolheu a estátua de N. Sra. da Salette no<br />

Vaticano e abençoou para ela uma nova coroa (p. 48-49).<br />

Eis pois o grande milagre da Salette que<br />

nos impulsiona, nos incentiva a irradiar<br />

pelo mundo a Boa Nova de Jesus.<br />

Destaques<br />

12<br />

Um milagre na Ilha<br />

18<br />

Encontro dos<br />

Leigos Saletinos<br />

21<br />

Férias<br />

preocupantes<br />

24<br />

Guerra e Paz<br />

na Bíblia<br />

40<br />

As lutas das<br />

mulheres<br />

43<br />

Os Santos na<br />

fé do povo<br />

48<br />

Salette no Vaticano<br />

Nossa Senhora da Salette,<br />

reconciliadora dos<br />

pecadores, rogai, sem<br />

cessar, por nós que<br />

recorremos a Vós.<br />

SALETTE: uma mensagem para o nosso tempo.<br />

página 2


Salette<br />

novo tempo<br />

Entrevista<br />

Com Pe. Isidro A. Perin<br />

50 anos de padre!<br />

Pe. Isidro Augusto Perin,<br />

Missionário Saletino, no<br />

dia 09 de dezembro deste ano<br />

completa seu jubileu de Ouro<br />

de Ordenação presbiteral: 50<br />

anos de padre! Pe. Isidro tornou-se<br />

um missionário saletino<br />

com maior destaque na<br />

direção da província saletina<br />

do Brasil. Nestes últimos<br />

quarenta anos sempre esteve<br />

à frente da província saletina<br />

do Brasil e da Congregação.<br />

Aqui foi por três vezes superior<br />

provincial, conselheiro<br />

e ecônomo, além de ter sido<br />

durante sete anos diretor deste<br />

santuário saletino de Marcelino<br />

Ramos e diretor da Revista<br />

Salette. Durante 12 anos<br />

Por Pe. Arlindo Fávero, ms.<br />

Pe. Isidro Augusto Perin, ms.<br />

Jubileu de Ouro de<br />

Ordenação presbiteral.<br />

(1994-2006) foi superior geral da Congregação Saletina, em Roma. Com<br />

isto tornou-se o primeiro missionário saletino do “terceiro Mundo” a dirigir<br />

a Congregação Saletina no mundo. Antes os superiores gerais sempre<br />

foram dos Estados Unidos e da Europa. Voltando ao Brasil, Pe. Isidro<br />

voltou a ser eleito superior provincial e atualmente está participando do<br />

Conselho Provincial como conselheiro e ecônomo. Com esta imensa folha<br />

de serviços missionários prestados à Congregação saletina e ao Povo<br />

de Deus, Pe. Isidro nos relata sua mensagem de esperança e realização<br />

nestes 50 anos atuando como missionário saletino.<br />

página 3


Entrevista<br />

— Pe. Isidro, em poucas palavras,<br />

o senhor poderia nos<br />

contar como se tornou missionário<br />

Saletino.<br />

A origem de minha vocação<br />

começou pelo contato com o Pe.<br />

Pedro Rossetto e Pe. Santo Rossetto,<br />

meus tios que eram missionários<br />

Saletinos. Embora eu fosse coroinha<br />

do Pe. Elvico, franciscano, que<br />

visitava a Capela de Barra Bonita,<br />

o qual me convidava, com insistência<br />

para ser franciscano, eu acabei<br />

seguindo a trilha de meus tios na<br />

Congregação Saletina. Minha decisão<br />

final para esse passo deu-se em<br />

Marcelino Ramos, na Romaria da<br />

Salette de 1952 da qual minha mãe<br />

e eu participamos.<br />

— Pe. Isidro o senhor se tornou<br />

superior da Congregação<br />

Saletina por 12 anos, como o<br />

senhor se sentiu nesta função<br />

de animar os Missionários Saletinos<br />

no mundo inteiro?<br />

A minha eleição deu-se num<br />

momento do crescimento da força da<br />

Igreja na América Latina. A Conferência<br />

Episcopal da América Latina<br />

(CELAM) embalada pelas Assembleias<br />

de Medellin e Puebla demonstraram<br />

um novo rosto da Igreja a<br />

partir das Comunidades Eclesiais de<br />

Base e da opção pelos pobres. Nossa<br />

Congregação olhava com bons<br />

olhos a dinâmica da Igreja no Brasil<br />

e, certamente, a minha eleição foi,<br />

em grande, fruto deste movimento<br />

Pe. Isidro, ao centro, com Pe. Edegard à direita na nova<br />

casa dos estudantes de teologia em Curitiba, 2016.<br />

página 4


eclesial. Essa experiência me ajudou<br />

a motivar a congregação a qual,<br />

naquela data,estava instalada em 23<br />

países. O projeto missionário “interdependência<br />

na missão” caracterizou<br />

meu mandato. Este projeto pretendia<br />

criar a consciência de que a missão<br />

dos Saletinos no mundo interessava<br />

a todos os membros da congregação<br />

tanto no aspecto da ação missionária<br />

quanto no sustento econômico<br />

da mesma. Esse objetivo conseguiu<br />

estreitar a corresponsabilidade missionária<br />

pela partilha dos recursos<br />

humanos e financeiros. Assim conseguimos,<br />

com o esforço de todos,<br />

consolidar a missão na Ucrânia, na<br />

Bielorussia, na Austrália e retornar<br />

à Birmânia, da qual os missionários<br />

haviam sido expulsos em 1976. Ao<br />

final do meu mandato, a Congregação<br />

estava presente em 27 países e<br />

nos cinco Continentes.<br />

— O pequeno grupo de Missionários<br />

Saletinos que começou<br />

na montanha da Salette,<br />

está presente hoje em 27<br />

países, nos cinco continentes.<br />

Como o senhor vê a expansão<br />

dos Missionários no<br />

Oriente, principalmente nas<br />

Filipinas e na Índia?<br />

A chegada dos Missionários<br />

Saletinos nas Filipinas iniciou em<br />

1938. Os missionários, ali chegando,<br />

instalaram-se numa região desprovida<br />

das condições de educação. Ali<br />

implantaram as escolas Paroquiais e<br />

essas foram crescendo. Hoje o sistema<br />

educacional dos Missionários<br />

Saletinos, nas Filipinas, compreende<br />

o ensino básico, médio, colegial e superior.<br />

O sistema comporta hoje em<br />

torno de 20.000 alunos nas diversas<br />

etapas educacionais. A presença dos<br />

missionários Saletinos na Índia é fruto<br />

da ação dos Missionários Filipinos.<br />

Como a Índia proibia a entrada<br />

de missionários estrangeiros, os colegas<br />

das Filipinas acolhiam jovens<br />

da Índia para serem ali formados.<br />

Estes, depois de formados,como cidadãos<br />

indianos podiam regressar à<br />

Índia. O projeto contou com a colaboração<br />

financeira de toda a Congregação.<br />

Hoje, na Índia, nós temos<br />

uma Província jovem e corajosa. Os<br />

Missionários Saletinos da Índia estão<br />

presentes em vários outros países e<br />

são os fundadores da missão Saletina<br />

na Austrália.<br />

— O senhor completa neste<br />

ano 50 anos de ordenação sacerdotal,<br />

o que o senhor gostaria<br />

lembrar do seu ministério<br />

sacerdotal?<br />

Durante meus estudos de filosofia<br />

e teologia acontecia o Concílio<br />

Vaticano 2º. Foi um tempo de primavera<br />

eclesial. O meu ministério<br />

sacerdotal foi muito influenciado por<br />

esse clima pós-conciliar. Muito cresci<br />

na vivência desse clima eclesial.<br />

Dado que o Vaticano 2º mexeu nas<br />

página 5


ases de nossa inserção, como Igreja<br />

no mundo moderno, nós pudemos<br />

colher muitos frutos bons, mas também,<br />

experimentamos momentos<br />

de sofrimento, próprios da época de<br />

grandes transformações. O Vaticano<br />

2º marcou minha vida pelo espírito<br />

positivo e ousado que nos impulsionava<br />

a participar das alegrias e tristezas,<br />

dos sonhos e das frustrações<br />

do Povo de Deus. Por outro lado,<br />

eu fui ordenado na fase mais dura<br />

da ditadura militar que mexeu com a<br />

Igreja, Povo de Deus, organizado em<br />

comunidades eclesiais de base. Muitos<br />

leigos, sacerdotes e bispos foram<br />

acusados e perseguidos. Como estes,<br />

eu e meus colegas, missionários<br />

Saletinos,tivemos de correr riscos<br />

acolhendo pessoas perseguidas para<br />

colocá-las em lugares mais seguros.<br />

O medo nunca nos paralisou e a coragem<br />

sempre nos fez avançar. A prisão<br />

de alguns se tornou semente de<br />

coragem para os demais e fonte de<br />

novas vocações para a vida religiosa<br />

e sacerdotal.<br />

— O senhor, como superior<br />

geral percorreu o mundo e,<br />

depois foi por alguns anos Diretor<br />

do Santuário da Salette,<br />

na França. Como foi sua experiência<br />

no lugar onde Nossa<br />

Senhora apareceu?<br />

Viver e trabalhar no topo de<br />

uma montanha de 1800 metros de altitude<br />

é um desafio tanto para a saúde,<br />

quanto para a pastoral. O Santuário da<br />

Salette, na França, acolhe peregrinos<br />

de todo o mundo. Como está numa<br />

montanha isolada, ele deve se preocupar<br />

com todas as necessidades dos<br />

romeiros: acolhida, hospedagem, alimentação,<br />

celebrações, expectativas<br />

espirituais... Ali se pratica a pastoral<br />

do “corpo e da alma”. Houve dias em<br />

que havia peregrinos provenientes de<br />

sete países e, portanto, havia sete diferentes<br />

línguas no mesmo local. As<br />

palestras, as missas, as visitas ao local<br />

da Aparição, a procissão luminosa devia<br />

atender a todos na sua própria língua.<br />

Num dia eu mesmo rezei quatro<br />

missas cada uma em uma língua diferente.<br />

Ali a gente tem a certeza de que<br />

nossa Igreja é una; ao mesmo tempo<br />

é uma coroa colorida pela diversidade<br />

de línguas e culturas. Ali, eu pude<br />

fazer a experiência concreta do convite<br />

de Maria em Salette: “pois bem,<br />

transmiti isto a todo o meu povo”.<br />

— Nos cinquenta anos o senhor<br />

foi pároco, superior provincial,<br />

formador de seminaristas,<br />

professor, pregador de<br />

missões e de retiros, superior<br />

geral, diretor do santuário da<br />

Salette na França... Em qual<br />

dessas atividades se sentiu<br />

mais realizado como Missionário<br />

Saletino?<br />

Eu digo, com sinceridade, que<br />

em todas eu me senti muito bem.<br />

Nunca esqueci que, no dia da ordepágina<br />

6


nação, minha mãe disse algo<br />

que marcou profundamente<br />

minha vida: “Você é e será<br />

sempre meu filho, mas hoje<br />

eu te confio à Igreja que<br />

será, igualmente, tua mãe”.<br />

Esta frase de minha mãe serviu<br />

de inspiração em todos<br />

os lugares e missões a mim<br />

confiados: União da Vitória/<br />

Paraná, Valença/Bahia, Marcelino<br />

Ramos/Rio Grande do<br />

Sul, Francisco Beltrão/Paraná,<br />

São Paulo/São Paulo,<br />

Roma/Itália, Salette/França,<br />

Caldas Novas/Goiás e Curitiba/Paraná.<br />

Em cada lugar<br />

tentei desenvolver a missão<br />

que recebi da Província e da<br />

Congregação buscando ser<br />

fiel às provocações do Espírito<br />

Santo e da Igreja. Em todos<br />

tive acertos e erros, próprios<br />

de quem assume missões<br />

a cumprir. Em todos, eu cresci<br />

e, em todos, senti a presença de Deus<br />

que me conduzia. Isto garante a paz e<br />

a realização do missionário.<br />

Pe. Isidro, quando superior<br />

Geral dos Missionários Saletinos<br />

cumprimenta o Papa João Paulo 2º.<br />

e Deus os acompanhe nesta nobre<br />

missão”. Segunda palavra é: vocês<br />

são o Maximino e a Melânia de hoje<br />

cumprindo o mandato de Maria:<br />

— O senhor já foi Diretor da<br />

Revista Salette e, participando<br />

das Santas missões, conhece<br />

muitos de nossos zeladores.<br />

O que o senhor gostaria<br />

dizer aos nossos assinantes<br />

e zeladores.<br />

Minha primeira palavra a estes<br />

valiosos colaboradores é “obrigado<br />

“Transmiti isto a todo<br />

meu povo”. Terceira<br />

palavra: “Parabéns pela<br />

missão de vocês e, que<br />

Deus e a Mãe Salette lhes<br />

infunda a coragem para<br />

perseverar até o fim”.<br />

página 7


Salette<br />

novo tempo<br />

História da Revista Salette<br />

Viajando pelo Nordeste<br />

Divulgando o<br />

“Mensageiro”<br />

Por Ir. Raphael Rosec, ms.<br />

Em Aracaju.<br />

O culto de Nossa Senhora da<br />

Salette nessa localidade já era conhecido<br />

graças ao zelo da Exma Senhorita<br />

Belmira Lessa à de uns anos<br />

para cá, era nossa correspondente.<br />

Auxiliando um bom número de assinaturas<br />

novas do “Mensageiro”,<br />

sendo resolvido a escolha para zeladora<br />

a Senhorita Edith Sandes. E<br />

15 de outubro pelas 10 horas deixei<br />

Penedo com as mais gratas recordações.<br />

Embarquei numa “canoa” a<br />

vela com destino a Propriá no Estado<br />

de Sergipe, chegando a esta cidade<br />

pela tardinha do mesmo dia. Propriá<br />

como Penedo margeia o Rio S. Francisco<br />

e é cidade importante do Estado<br />

de Sergipe, possui diversas igrejas<br />

lindas e têm intenso movimento<br />

religioso e é a terra natal de S. Excia.<br />

D. Antonio dos Santos Cabral, hoje<br />

Arcebispo de Bello Horizonte. Nessa<br />

cidade fui hóspede de D. Rosa<br />

Mendonça Silva, irmã Terceira Franciscana.<br />

Nessa mesma cidade tive a<br />

honra de prestar minhas homenagens<br />

a S. Excia. D. Juvêncio Britto, Bispo<br />

de Caetité, cuja bondade e condescendência<br />

chegou a ponto de tomar<br />

uma assinatura do “Mensageiro”.<br />

Prosseguindo meu itinerário fui por<br />

estrada de ferro de Propriá a Aracaju,<br />

onde era esperado pelo grande amigo<br />

e correspondente o Sr. Prof. Francisco<br />

da Graça Leite que efetivamente<br />

aguardava minha chegada e que me<br />

levou a sua residencia da rua Santo<br />

Amaro, grande foi minha alegria ao<br />

abraçar este distinto amigo que havia<br />

muito, conhecia através de correspondência.<br />

Eis-me finalmente em<br />

Aracaju, Capital do Estado de Sergipe<br />

e sede do bispado.<br />

Rolando sobre trilhos.<br />

Nessa cidade fui hospedado no<br />

Seminário diocesano tendo sido acolhido<br />

paternalmente por S. Excia. D.<br />

José, Bispo Diocesano.<br />

página 8


Vista parcial da cidade de Propriá,<br />

no Estado do Sergipe onde Ir.<br />

Raphael esteve em 1935.<br />

Estando em Aracaju onde me<br />

demorei poucos dias por estar meu<br />

amigo Graça Leite atarefadíssimo e<br />

não podendo o mesmo me auxiliar<br />

na propaganda limitei-me a fazer<br />

algumas visitas em companhia do<br />

mesmo, visitamos o importante colégio<br />

de Nossa Senhora de Lourdes,<br />

mantido pelas irmãs do SS Sacramento,<br />

de origem Francesa, o estabelecimento<br />

dos Padres Salesianos<br />

e o hospital de cirurgia, cuja direção<br />

interna é confiada às Irmãs Missionárias<br />

da Imaculada Conceição. Tive<br />

também a ventura de beijar o anel de<br />

S. Excia D. Adalberto Sobral, Bispo<br />

de Pesqueira, de passagem por Aracaju.<br />

Aracaju é uma cidade linda e<br />

encantadora, goza de todas as vantagens<br />

das mais modernas cidades<br />

e é dum impecável asseio. A 22 de<br />

outubro deixei Aracaju para a Bahia,<br />

viajando parte do dia 22 e toda a<br />

noite seguidamente à Bahia pelas 10<br />

horas de 23, mais morto que vivo em<br />

consequência do “roulil” constante<br />

desse trem maldito que parecia rolar<br />

nos “catabi” em vez de rolar sobre os<br />

trilhos. Foi essa etapa a mais penosa<br />

de toda essa longa viagem.<br />

página 9


De volta à Bahia.<br />

De novo na Bahia fui me hospedar<br />

no Seminário Santa Thereza,<br />

cuja direção é confiada aos R. Padres<br />

Lazalistas. Dia 24 de outubro,<br />

festa de S. Raphael, meu santo padroeiro,<br />

o Revmo. Pe. Tobias, reitor<br />

do seminário, por eximia gentileza<br />

para comigo, no fim do almoço mandou<br />

servir o vinho branco em honra<br />

ao meu padroeiro. À tarde daquele<br />

mesmo dia fui em companhia dum<br />

seminarista apresentar minhas homenagens<br />

a S. Excia. D. Augusto Alvaro<br />

da Silva, proclamo Arcebispo<br />

da Bahia e Primaz do Brasil, sendo<br />

acolhido por S. Excia com paternal<br />

bondade. A 25 de outubro embarquei<br />

num vapor da companhia Baiana<br />

para Santo Amaro da Purificação<br />

onde fui visitar a Zeladora local<br />

Dona Maria Ribeiro Vianna que ali<br />

vive com seus filhos em companhia<br />

de mano Antonio e Tia Anna. Essa<br />

viagem à Bahia e Santo Amaro foi<br />

tão encantadora que me fez esquecer<br />

essa terrível noite no trem “catabi”<br />

da Companhia Ferroviária Este <strong>Brasile</strong>iro.<br />

Saindo o vapor da Bahia 19<br />

horas, chegamos ao desembarcadouro<br />

de Santo Amaro pouco depois das<br />

12 horas. Ali veio ao meu encontro o<br />

sacristão da Matriz de Nossa Senhora<br />

da Purificação, delegado expressamente<br />

pela zeladora,Tomamos então<br />

o bondosinho de tração animal e<br />

20 minutos mais tarde apeamos em<br />

frente à Matriz principal indo à residência<br />

da zeladora que aguardava<br />

minha chegada a qual me hospedou<br />

durante todo o tempo que permaneci<br />

nessa localidade.<br />

Louvado seja Deus.<br />

Santo Amaro hoje em decadência,<br />

teve um passado mui próspero<br />

como atesta a linda e majestosa igreja<br />

de Nossa Senhora da Purificação que<br />

é de uma riqueza incomparável. Santo<br />

Amaro tem duas paroquias, a de Nossa<br />

Senhora da Purificação cujo vigário<br />

é o Revmo Pe. Mario Fernandes e<br />

a de Nossa Senhora do Rosário, o Pe.<br />

Fenelon Costa. Tanto um como outro<br />

facilitaram a minha propaganda em<br />

suas respectivas paróquias, estando<br />

ainda em Santo Amaro por ocasião da<br />

festa de Cristo Rei que foi celebrada<br />

com muita pompa na Matriz de Nossa<br />

Senhora da Purificação. Após a missa<br />

anunciando o convite do Revmo. Vigário<br />

fui almoçar na casa paroquial de<br />

cujo “menu” constava o tradicional<br />

manjar baiano e delicioso “vatapá” e<br />

o “acaçá” que até então ainda desconhecia<br />

e tanto apreciei esse prato que<br />

o Pe. Vigário me convidou para repetir<br />

à tarde. À noite daquele domingo<br />

houve leilão de prendas continuo a<br />

Matriz que era feridicamente iluminada.<br />

Santo Amaro tem ainda o recolhimento<br />

dos humildes cujo capelão é<br />

página 10


Foto antiga mostra uma concentração na<br />

Praça de Purificação em Santo Amaro - BA,<br />

onde o Irmão Raphael esteve em 1935<br />

divulgando a Revista Salette.<br />

o Revmo. Pe. Antenor Celino que por<br />

sua vez me tratou com real interesse,<br />

também há nessa localidade Escola<br />

Normal equiparada onde lecionam os<br />

três sacerdotes acima citados, sendo<br />

Pe. Fenelon, fiscal pelo Departamento<br />

de Ensino. A 30 percorri a cidade<br />

em companhia da zeladora, D. Maria<br />

R. Vianna e mais a Senhorita Helena<br />

Lemos e fomos atendidos satisfatoriamente,<br />

conseguindo um bom número<br />

de assinaturas novas do mensageiro.<br />

Depois de agradecer aos Revmos.<br />

Vigários as suas gentilezas para<br />

comigo despedi-me dos mesmos a 30<br />

de outubro e a 31 às primeiras horas<br />

da madrugada deixava Santo Antônio<br />

para regressar à Bahia levando grata<br />

recordação da zeladora D. Maria e<br />

seu mano Antônio pela sua generosa<br />

e farta hospedagem. De novo na<br />

Bahia tratei de adquirir passagem<br />

para regressar ao Rio o que se deu a<br />

2 de novembro no vapor “almanzora”<br />

dando por terminada a minha longa<br />

ausência de 9 de junho a 4 de novembro.<br />

Louvado seja Deus!<br />

página 11


Salette<br />

novo tempo<br />

Salette pelo Mundo<br />

Um milagre na Ilha!<br />

Por Yvonnique Leroy, Leiga Saletina.<br />

A peste da Cólera!<br />

Ninguém jamais poderia imaginar<br />

que aquela Aparição na Montanha<br />

da Salette repercutisse até o<br />

fim do mundo! Pois bem, a mensagem<br />

da Salette rapidamente se enraizou<br />

na Ilha da Reunião, ao leste<br />

da Ilha de Madagascar, nos confins<br />

do Oceano Índico. No dia 19 de setembro,<br />

um dia de sábado, enquanto<br />

os meninos ouviam a Mensagem de<br />

Nossa Senhora, em Salette, numa outra<br />

vila da França, um jovem, Louis<br />

Sayssac era ordenado padre por seu<br />

bispo. Doze anos depois ele foi para<br />

a ilha da Reunião, no oceano Índico,<br />

e se tornou pároco da paróquia de<br />

Saint-Leu. Durante um período de<br />

muitos ciclones, em março de 1859,<br />

um navio chegou à ilha com uma<br />

carga de imigrantes vindos da Índia.<br />

No dia 8 de março, com a aproximação<br />

de um ciclone, a administração<br />

da ilha autorizou o desembarque dos<br />

imigrantes, sem muitas formalidades<br />

sanitárias a fim de permitir ao<br />

navio de afastar o mais rapidamente<br />

da ilha. No dia 14 de março de 1859,<br />

um jovem da ilha morre de uma<br />

doença estranha. Este jovem havia<br />

ajudado os imigrantes a desembarcar.<br />

A cada mês são enterradas cerca<br />

de vinte pessoas que morrem desta<br />

doença estranha: Era Cólera! E ela<br />

não perdoava ninguém. Cada dia a<br />

doença avançava rapidamente. Os<br />

habitantes da Ilha eram contaminados<br />

com uma rapidez incrível.<br />

A Solene Promessa.<br />

No dia 10 abril, o pároco lembrando<br />

do dia de sua ordenação sacerdotal<br />

faz uma promessa pública<br />

e solene: faria construir uma igreja<br />

em louvor a N. Sra. da Salette, na<br />

montanha situada atrás da igreja<br />

paroquial, para a paróquia ser libertada<br />

deste flagelo da cólera. O<br />

Pe. Louis se põe a trabalhar em estreita<br />

colaboração com os irmãos<br />

das escolas cristãs e as irmãs de São<br />

José de Cluny. Em 15 de janeiro de<br />

1863, o bom pároco escrevia. Tendo<br />

o bispo aprovado a construção<br />

página 12


Estatuas de N. Sra. da Salette na Ilha da Reunião.<br />

Missionários Saletinos de Madagascar<br />

assistem os devotos da Salette na Ilha.<br />

da capela colocamos mão à obra<br />

com entusiasmo sem precedentes.<br />

Os pobres com seu trabalho faziam<br />

concorrência com os ricos que faziam<br />

doações em dinheiro. Assim<br />

durante dois meses o canto dos trabalhadores<br />

alegravam os corações<br />

dos mais incrédulos. As populações<br />

vizinhas queriam também associar-<br />

-se a esta obra santa. Os habitantes<br />

da Ilha de Maurício, de governo<br />

e de maioria protestante, também<br />

colaboraram com a construção da<br />

igreja. Enfim a cólera desapareceu<br />

e nenhum caso foi registrado na<br />

paróquia. Os habitantes desta ilha<br />

atribuíram esta graça à N. Sra. da<br />

Salette. A pequena igreja foi abençoada<br />

e entregue à devoção pública<br />

em 19 de setembro de 1859 com<br />

santa missa solene. A atual igreja<br />

só foi construída a partir do ano de<br />

1953 pelo Padre Elie Fontaine.<br />

Mais um Milagre!<br />

Em 31 de janeiro de 1922, a<br />

via-sacra foi construída pelo bispo<br />

Ducamp que fez a doação de 12 estações.<br />

A via-sacra foi abençoada<br />

página 13


em 5 de abril de 1928. O ambiente<br />

da atual igreja de N. Sra. da Salette,<br />

foi mobiliado pela comunidade em<br />

1934. Por ocasião da festa, durante<br />

a novena, os doentes se colocavam<br />

perfilados na rua para receber uma<br />

ajuda. Em 1999, um jovem de onze<br />

anos, chamado Hyppolyto Mandon<br />

foi atacado por uma paralisia nas<br />

duas pernas. Ele só podia se deslocar<br />

com ajuda das bengalas ou num<br />

pequeno carrinho. Durante três meses<br />

ele recebeu os cuidados de um<br />

médico que o atendia assiduamente.<br />

Por fim, tendo esgotado toda a ciência<br />

médica, declarou que a doença<br />

era incurável. Declarou também<br />

que o rapaz não sobreviveria muitos<br />

dias. A família, abatida e pressionada<br />

pelo jovem decidiu fazer uma<br />

peregrinação à igreja de N. Sra. da<br />

Salette. O jovem inválido foi cuidadosamente<br />

transportado por uma<br />

viatura, debaixo do calor do sol tropical,<br />

e sofrendo muito, prostrou-se<br />

aos pés da virgem milagrosa. A mãe<br />

do menino animada por uma imensa<br />

confiança em Nossa Senhora, pegou<br />

um pouco de terra na rocha sobre<br />

a qual estava postada a imagem<br />

da Salette e começou esfregar esta<br />

terra nos membros paralisados de<br />

seu filho. De repente o rapaz pediu<br />

para que o deixassem caminhar e<br />

começou a exercitar as suas pernas.<br />

Assim, começou a caminhar e sem<br />

aparência de ser uma pessoa doente.<br />

O rapaz estava curado. A notícia espalhou-se<br />

pela ilha como a explosão<br />

de uma bomba. O bispo de Saint-<br />

-Denis foi celebrar uma missa de<br />

ação de Graças no lugar do milagre,<br />

no dia 23 de novembro daquele ano.<br />

Em seguida aconteceram muitas outras<br />

curas, não tão rápidas e menos<br />

espetaculares e também muitas conversões<br />

foram constatadas.<br />

Muita Oração e Devoção.<br />

Todo ano, no dia 19 de setembro,<br />

um número impressionante de<br />

pessoas vem à Paróquia de Saint-<br />

-Leu para dar graças e louvores a<br />

“Nossa Senhora Reconciliadora<br />

dos Pecadores”! A partir de 2010<br />

um grupo de padres e de leigos refletem,<br />

trabalham e colaboram para<br />

transmitir a mensagem da Bela Senhora<br />

da Salette. Reúnem-se para<br />

aprofundar a mensagem, para vivê-la<br />

e para colocá-la em prática lá<br />

onde eles vivem. Todo o dia, uma<br />

dezena ou até centenas de pessoas<br />

sobem a montanha da Salette à procura<br />

de um acolhimento e de uma<br />

palavra de conforto. O Santuário<br />

organiza também um tríduo de missas<br />

dias, 17, 18 e 19 de cada mês.<br />

Até se reza o rosário da Salette seguido<br />

da celebração da Santa Missa.<br />

No dia 19 e no terceiro domingo<br />

de cada mês, faz-se uma hora de<br />

adoração seguida da Santa Missa<br />

página 14


Procissão com a estátua de N. Sra. da Salette.<br />

Até hoje o povo louva a Deus,<br />

pelo grande milagre da salvação da cólera,<br />

através de N. Sra. da Salette.<br />

com meditação do Evangelho e da<br />

Mensagem da Salette. Já faz algum<br />

tempo que os paroquianos do<br />

santuário distribuem uma pequena<br />

revista na saída da santa Missa. Algumas<br />

vezes no terceiro domingo<br />

de cada mês, eles vão à outras paróquias<br />

para levar a mensagem da<br />

Boa Nova, e conviver com os outros<br />

um momento de partilha e de<br />

fraternidade. A partir do final do<br />

ano de 2013, a paróquia passou a<br />

ter como pároco a padre Zbigniev<br />

Legeza. A paróquia conta com três<br />

comunidades: GRand-Fond, Etang<br />

e Leu. A Paróquia de Sainte-Leu é<br />

atendida pelos padres saletinos de<br />

Madagascar. O padre Jocelyn é o<br />

responsável pelo santuário.<br />

(Artigo traduzido do francês, da<br />

Revista Saletina da Montanha<br />

da Salette, Edição de Julho e<br />

Agosto de 2014.)<br />

página 15


Salette<br />

novo tempo<br />

Revista Salette - Ano 100<br />

Também faço parte desta história!<br />

Zeladora<br />

Ana Maria Delevatti<br />

Uma vida pela Revista Salette!<br />

Por Pe. Presentino Rovani, ms.<br />

Uma Presença<br />

na vida da Igreja!<br />

— Revista Salette: Dona Ana,<br />

como a senhora conheceu a<br />

Revista Salette e como surgiu<br />

a ideia de ser zeladora?<br />

Ana: Eu sou Ana Maria Delevatti<br />

e conheci a Revista Salette através<br />

de minha mãe. Ela era zeladora<br />

ainda no tempo que se chamava “O<br />

Mensageiro” junto com o Padre Fidelis.<br />

E eu ainda menina, sempre ajudava<br />

a distribuir as revistas aos assinantes.<br />

Eu era ainda bem nova quando<br />

minha mãe me assinou como zeladora.<br />

Sempre junto com meus pais íamos<br />

nas romarias de Nossa Senhora<br />

da Salette. Sempre fomos muito devotos,<br />

à mãe do céu.<br />

— Revista Salette: A senhora é<br />

zeladora há quanto tempo e o<br />

que sua família acha disso?<br />

Ana: Já 70 anos se passaram<br />

que eu sou zeladora e cada vez me sinto<br />

mais feliz em distribuir as revistas<br />

aos meus assinantes. A minha família<br />

acha muito bom, gosta muito da revista<br />

pois sempre traz bons exemplos.<br />

— Revista Salette: Qual sua<br />

maior alegria nesta missão e<br />

quantos assinantes tem?<br />

Ana: A minha maior alegria<br />

consiste em entregar aos meus assinantes<br />

as revistas. Eles me agradecem<br />

e ficam muito contentes.<br />

Os meus assinantes não são<br />

muitos, mas são pessoas devotas à<br />

Nossa Senhora da Salette. Os nomes<br />

deles são os seguintes: Filomena Jarolo,<br />

Andrigo Arpini, Miria Do Nascimentto,<br />

Alda Burfraff, Neide Abel,<br />

Celita Delevatti, Cedina Zimizach,<br />

Olga De Bastiani, Ana Ivani Veroneze,<br />

Ardonio Fagundes, João Romano<br />

e eu Ana Maria Delevatti.<br />

página 16


— Revista Salette: O que a senhora<br />

acha desta Revista?<br />

Ana: Esta revista é muito importante,<br />

sempre traz muitas notícias boas,<br />

orações e bons exemplos. Eu recomendo<br />

aos meus assinantes de ler e transmitir<br />

a outras pessoas e rezar bastante.<br />

Presença na Família.<br />

— Revista Salette: Fala-nos sobre<br />

sua vida.<br />

Ana: Eu sou natural de Gaurama<br />

e sempre residia em linha Duas.<br />

Linha da capela de Nossa Senhora do<br />

Socorro. Lá eu fui catequista e posso<br />

agradecer a todos os moradores, pois,<br />

ali eu sempre me dei bem. Na minha<br />

família éramos meus pais, em memória,<br />

já há 40 anos. Ficamos em 4 irmãos,<br />

Odair mais velho, em memória.<br />

Somos só eu e um irmão que depois<br />

de 6 anos casado, sua esposa faleceu<br />

e ficou um menino de 4 meses. Fui eu<br />

quem criou este, menino. É com ele<br />

que eu vivo e ele já é casado com Lurdes<br />

que já tem um filho de 15 anos.<br />

Ele trabalha e estuda fazendo o primeiro<br />

ano do segundo grau.<br />

Ana Maria Delevatti, Rainha<br />

do Grupo Conviver<br />

de Gaurama em 2013.<br />

— Revista Salette: Onde a senhora<br />

mora e que outros trabalhos<br />

realiza em sua paróquia?<br />

Ana: Eu moro há 19 anos aqui<br />

bem perto de Gaurama. E moramos<br />

junto com esse meu sobrinho que eu<br />

criei. Eu faço parte do grupo da melhor<br />

idade aqui de Gaurama. Eu gosto muito<br />

dos amigos. As nossas diretorias são<br />

legais nos levam a passeios e lá a gente<br />

se diverte. Eu fui princesa do grupo<br />

em 2007 e também rainha do grupo<br />

em 2013 e sinto-me cada vez mais<br />

contente. Eu sou também zeladora da<br />

capelinha aqui da nossa paróquia de<br />

Gaurama, São Luiz Gonzaga. O nosso<br />

pároco é o Pe. Ivacir Franco. Também<br />

faço parte do Apostolado da oração.<br />

Obrigada por esta oportunidade.<br />

— Revista Salette: Nós, missionários<br />

saletinos, é que lhe agradecemos<br />

e a parabenizamos pela<br />

sua idade e tanta perseverança e<br />

dedicação pela Revista Salette,<br />

pelas vocações e pelo bem de<br />

sua comunidade.<br />

página 17


Salette<br />

novo tempo<br />

Leigos Saletinos<br />

Segundo encontro<br />

internacional.<br />

Por Pe. Adilson Schio, ms.<br />

Diversos lugares!<br />

“Um Encontro para acreditar<br />

mais nas pessoas e fortalecer ainda<br />

mais a missão dos Leigos Saletinos<br />

por um mundo reconciliado”. Nesta<br />

frase eu gostaria de resumir tudo o que<br />

se viveu durante o Segundo Encontro<br />

dos Leigos Saletinos, que aconteceu<br />

em outubro de 2016, no Santuário<br />

de La Salette, na França. Tudo aquilo<br />

que fez parte dos estudos, reflexões e<br />

partilhas, bem como todo relacionamento<br />

humano e fraterno que foi possível<br />

sentir no coração, como também<br />

o silêncio e a espiritualidade daquela<br />

Montanha de La Salette que sempre<br />

revela a presença forte e ao mesmo<br />

tempo cheia de ternura de Maria, uma<br />

Mãe Reconciliadora, tudo, tudo mes-<br />

Leigos Saletinos<br />

na montanha<br />

da Salette.<br />

página 18


mo, contribuiu para que o Segundo<br />

Encontro Internacional dos Leigos<br />

chegasse no final com todos os objetivos<br />

alcançados. Os participantes do<br />

Encontro, cada um com sua cultura<br />

e com a realidade da missão saletina<br />

de cada país, cada um dos delegados<br />

contribuiu com a sua maneira de ser e<br />

a sua experiência para que o Encontro<br />

fosse marcante na vida dos que se fizeram<br />

presentes e também na vida e na<br />

missão da Congregação. Organizado<br />

pelo Conselho Geral da Congregação<br />

dos Missionários Saletinos,cada delegação<br />

era composta por alguns leigos<br />

e pelo Padre responsável pelo acompanhamento<br />

a nível de Província. Estes<br />

foram os países representados: Argentina,<br />

Angola, Bolívia, Brasil, Estados<br />

Unidos, França, Filipinas, Índia, Itália,<br />

Espanha, Polônia e Madagascar.<br />

Uma Missão!<br />

A primeira etapa do Encontro<br />

foi chamada de “conhecer”. Cada delegação<br />

apresentou a sua experiência<br />

e a sua história. Foi um momento de<br />

mútuo enriquecimento, pois, na diversidade,<br />

cada um foi aprendendo com<br />

a experiência do outro. Foi possível<br />

construir um verdadeiro sentimento<br />

e espírito de Família Saletina, o que<br />

permitiu que todos pudessem ter uma<br />

visão mais aberta ao nosso mundo de<br />

hoje que precisa de reconciliação em<br />

todas as partes e em todos os países. A<br />

segunda fase concentrou-se no desafio<br />

de deixar-se “sensibilizar” no que diz<br />

respeito ao trabalho e às possibilidades<br />

na missão da reconciliação hoje. Este<br />

tempo possibilitou que cada Leigo pudesse<br />

pensar mais profundamente sopágina<br />

19


e a espiritualidade da reconciliação e<br />

a presença deste espírito reconciliador<br />

na sua vida de Leigo que conhece o<br />

Fato e a Mensagem da “Bela Senhora<br />

de La Salette”. Ficou forte o convite<br />

a olhar para a urgência da missão<br />

reconciliadora, de ver onde estamos,<br />

cada um com seus medos, dificuldades<br />

e fraquezas, mas unidos no agir para<br />

fazer o mundo ser “mais reconciliado”.<br />

Em La Salette, Maria nos convida<br />

a não ter medo de “ousar sair” como<br />

disse Dom Guy de Kerimel, bispo da<br />

Diocese de Grenoble-Vienne, que se<br />

fez presente ao Encontro. É preciso estabelecer<br />

relações profundas com Cristo<br />

para que nos tornemos mais e mais<br />

“reconciliadores”. Para isso, é preciso<br />

redescobrir a profundidade do amor<br />

infinito de Deus, através do nosso encontro<br />

pessoal com Ele, na missão.<br />

Trabalhar pela reconciliação!<br />

A última etapa, foi a do “Agir”,<br />

neste momento do Encontro foram<br />

discutidas e aprovadas algumas decisões<br />

com o objetivo de dar unidade<br />

e identidade aos Leigos Saletinos<br />

dentro da Congregação, mas também<br />

na ação destas forças vivas em nossas<br />

Comunidades e pastorais. As ideias<br />

que surgiram no pensamento de cada<br />

Leigo, as contribuições de atividades<br />

concretas que cada delegação transmitiu<br />

às outras delegações, a força que<br />

veio dos momentos de testemunho, de<br />

oração e de celebração… tudo foi motivo<br />

para cada um dizer do seu jeito e<br />

na sua língua, esta frase: “Obrigado<br />

Senhor, estes dias foram dias que me<br />

fizeram sentir um Leigo consagrado a<br />

um carisma e a uma missão. Um Leigo<br />

pela reconciliação”.<br />

Força viva!<br />

Agora a caminhada continua. Entre<br />

as decisões houve uma de se nomear<br />

um Coordenador Leigo Saletino a nível de<br />

Congregação e, antes mesmo de terminar<br />

o Encontro, o Conselho Geral nomeou o<br />

Leigo Saletino do Brasil, Mario Apone,<br />

como o primeiro coordenador dos Leigos<br />

Saletinos da Congregação. Mario Apone é<br />

membro da Comunidade Paroquial do Santuário<br />

da Salette de São Paulo - SP e terá<br />

a missão de animar e coordenar as atividades<br />

de todos os Leigos Saletinos em todas<br />

as partes onde a Congregação está presente,<br />

portanto o primeiro Coordenador dos<br />

Leigos Saletinos a nível mundial vem do<br />

Brasil e a sua experiência será fundamental<br />

para fazer o trabalho avançar. Somos<br />

todos convidados a nos sentir animados e<br />

dispostos, plenos do espírito de pertença<br />

à “Família Carismática Saletina”, para<br />

que a partir de nossas diferenças culturais,<br />

construamos um mundo reconciliado onde<br />

Deus seja a nossa grande força e os nossos<br />

semelhantes sejam os irmãos mais próximos<br />

por quem possamos fazer alguma coisa<br />

para a vida ser melhor. Os Leigos Saletinos,<br />

membros da Família Saletina, não são<br />

somente um projeto, mas verdadeiramente<br />

são uma realidade,são uma família. Como<br />

se disse no final do Encontro: o importante<br />

é a presença de cada um de nós na vida de<br />

cada um de nós. Isso é ser Leigo Saletino<br />

pela reconciliação.<br />

página 20


Salette<br />

novo tempo<br />

Vida e Trabalho<br />

Férias preocupantes!<br />

Por Pe. Arlindo Fávero, ms.<br />

Uma grande conquista!<br />

É Verão! O grande momento<br />

esperado: é tempo de férias! Entre<br />

as grandes conquistas modernas na<br />

questão do trabalho está o Direito a<br />

um mês de férias remuneradas para<br />

todo o trabalhador. Hoje este direito<br />

está tão bem reconhecido e aceito por<br />

todos que até mesmo os que não são<br />

trabalhadores formais, com carteira<br />

assinada, costumam garantir seu “direito”<br />

de férias. Na verdade o direito<br />

a férias foi uma grande conquista das<br />

lutas trabalhistas porque no capitalismo<br />

selvagem dos séculos 18 e 19 “férias”<br />

era algo impensável. Os empregados<br />

trabalhavam, de 12 a 16 horas<br />

diárias, sem direito a descanso, nem<br />

assistência médica, nem a férias. Mas<br />

esta grande conquista que veio com as<br />

lutas sindicais por mais dignidade do<br />

trabalho tornou-se um “problema” no<br />

ambiente de nossa economia subdesenvolvida.<br />

Enquanto as condições de<br />

trabalho melhoram com sempre mais<br />

direitos de proteção ao trabalhador<br />

com carteira assinada, por outro lado<br />

cresce o desemprego, o sub-emprego,<br />

Férias bem aproveitadas<br />

são férias com a família.<br />

a economia, informal e o trabalho escravo.<br />

Com a crise e o avanço do desemprego<br />

os trabalhadores sentem-se<br />

em desvantagem e procuram outros<br />

expedientes para “viver” suas férias.<br />

Uma grande parte, para conseguir um<br />

dinheiro extra, “vendem” suas férias<br />

ou parte delas. Outros simplesmente,<br />

nem ousam pedir o respeito a seu direito<br />

de férias. Para incentivar os trabalhadores<br />

a pedir suas férias a legislação<br />

brasileira determinou que sobre<br />

as férias remuneradas cabe o direito<br />

de adicionar mais um terço do salário.<br />

página 21


Mas aquilo que deveria ser um grande<br />

alento para o trabalhador torna-se<br />

uma preocupação para ele: será que<br />

não vou perder o emprego? Por este e<br />

outros motivos a grande conquista de<br />

férias remuneradas tornou-se um momento<br />

de stress na vida do trabalhador.<br />

Medo das férias!<br />

Você já tirou suas férias? Quando<br />

você vai tirar suas férias? Perguntas<br />

comuns como estas mostram que as férias,<br />

muitas vezes, em vez de ser uma<br />

alegria, tornam-se uma preocupação,<br />

um “problema”. As férias tornaram-se<br />

uma “obrigação” em nossa sociedade<br />

atual. É assim que elas se tornam um<br />

motivo de stress em vez de ser um descanso.<br />

Você sabe que a empresa pode<br />

avaliar se você realmente faz falta no<br />

trabalho, enquanto está ausente. Você<br />

tem medo que alguém pode vir a ocupar<br />

o seu lugar. Outra preocupação que<br />

vai gerar stress é quando você não sabe<br />

o que fazer ou como desfrutar suas férias<br />

enquanto está longe do trabalho.<br />

Pessoas viciadas em trabalho sempre<br />

querem férias em períodos menores.<br />

Ansiedade e insegurança praticamente<br />

anulam o bem-estar das férias, O medo<br />

de delegar tarefas é outra dificuldade<br />

que complica as férias. Outra situação<br />

complicadora acontece quando alguém<br />

é demitido em tempo de férias. Os outros<br />

funcionários da empresa ficam em<br />

alerta imaginando que isto possa acontecer<br />

com eles também.<br />

Diálogo e satisfação!<br />

Da parte da empresa, os patrões<br />

devem estar conscientes que o bom<br />

aproveitamento das férias sempre aumenta<br />

a produtividade. Por isto, devem<br />

manter uma comunicação clara,<br />

um planejamento bem organizado e<br />

uma valorização de seus profissionais.<br />

As empresas também deveriam respeitar<br />

o período de férias como algo<br />

“sagrado”, pois é garantido por lei. Por<br />

toda parte se vê funcionários com férias<br />

vencidas, mas têm medo de pedir o<br />

seu direito porque pensam que podem<br />

ser demitidos. Colaborador descansado<br />

é garantia de satisfação no trabalho.<br />

Pesquisas do Ministério do Trabalho<br />

mostraram que diminui o índice de erros<br />

e acidentes de trabalho para quem<br />

tirar boas férias. Outra opção da parte<br />

da empresa é negociar o parcelamento<br />

das férias. Isto pode ser bom para<br />

ambos os lados, mas tem de ser uma<br />

negociação bem dialogada e bem clara.<br />

Por outro lado um relacionamento<br />

brusco e com o uso do poder pode gerar<br />

mais insatisfação e medo. Muitas<br />

doenças psicossomáticas têm origem<br />

neste tipo de relacionamento gerado<br />

pelo medo e pela insatisfação. Colaboradores<br />

estressados que vivem em função<br />

do trabalho, normalmente criam<br />

mais problemas com os colegas de trabalho<br />

e são mais infelizes na vida pessoal.<br />

Nesta situação alguém deve intervir<br />

para verificar e tomar consciência<br />

se alguém na direção da empresa não<br />

página 22


Toda empresa espera o máximo de seus funcionários, mas deve<br />

lembrar que precisam de descanso para refazer suas energias.<br />

está provocando esta rivalidade e insatisfação.<br />

Ter um funcionário que sempre<br />

deixa as férias para depois é ruim<br />

para a empresa e para o colaborador.<br />

O gerente ou outra pessoa no comando<br />

deve se preocupar com a auto-estima<br />

dos membros de sua equipe.<br />

Férias para viver!<br />

As férias devem ser algo prioritário<br />

para uma empresa. Por isto, deve<br />

ser bem planejado e bem programado,<br />

para garantir a satisfação de seu funcionário.<br />

Neste planejamento deve estar<br />

presente também a realidade da vida<br />

do funcionário e não só as necessidades<br />

da empresa. Todo gerente ou administrador<br />

deve saber que o funcionário<br />

tem prioridades para que suas férias<br />

sejam bem aproveitadas. Por exemplo<br />

existe felicidade maior do que tirar as<br />

férias com a família? Sempre existem<br />

administradores que pensam que o<br />

bom funcionário é aquele que trabalha<br />

muito e não tira férias. Mas todo o bom<br />

administrador precisa saber que o funcionário<br />

é um ser humano e precisa de<br />

descanso. Além disto, o bom administrador<br />

deve saber que as empresas que<br />

tratam o funcionário como uma máquina<br />

devem se preparar para enfrentar<br />

ações trabalhistas por não terem<br />

respeitado o seu maior patrimônio: o<br />

capital humano. O bom empregado é<br />

aquele que trabalha bem, mas tem seus<br />

direitos respeitados. Neste ambiente<br />

de bom relacionamento entre patrões<br />

e empregados as férias tornam-se um<br />

momento de grande proveito, muita<br />

alegria e paz para ser vivido em família<br />

que é o grande suporte na vida de toda<br />

a pessoa. Para viver bem este momento<br />

de férias é importante desligar do<br />

trabalho, sem medo de perder o<br />

emprego ou algo semelhante.<br />

página 23


Salette<br />

novo tempo<br />

Encontro Bíblico<br />

GUERRA E PAZ NA BÍBLIA<br />

Da guerra santa à busca da paz.<br />

Por Pe. Adilson Schio, ms.<br />

Em cada vitória<br />

Israel via a presença<br />

de Deus<br />

que também<br />

“lutava” pela sobrevivência<br />

de<br />

seu povo fiel.<br />

PROTEÇÃO DE DEUS.<br />

São muito frequentes as páginas<br />

da Bíblia que narram episódios<br />

de guerra e de violência. Esta parece<br />

ser uma realidade que acompanha<br />

a história da humanidade desde os<br />

tempos mais antigos. Tal realidade<br />

bíblica pode ser compreendida como<br />

um sinal verdadeiro da encarnação<br />

da Palavra de Deus no mundo, que<br />

desde sempre foi marcado pelo pecado<br />

e pela divisão entre pessoas, povos<br />

e nações. Estas passagens bíblicas<br />

se referem principalmente à narração<br />

da conquista da terra de Canaã,<br />

a terra prometida, no tempo de Josué<br />

(ano 1405 antes de Cristo).<br />

página 24<br />

Parece uma contradição, mas<br />

os livros bíblicos que narram a história<br />

do Povo de Deus daquele tempo,<br />

dizem que estas guerras pela Terra<br />

Prometida acontecem sob a proteção<br />

de Deus, devemos entender esta<br />

referência a partir dos costumes e<br />

como uma característica dos povos<br />

antigos. Tudo era referido a Deus e<br />

tudo provinha da sua ação e da sua<br />

defesa para com o povo.<br />

VITÓRIA DE DEUS.<br />

Em cada vitória na busca de<br />

sua Terra, o povo sempre associava<br />

este fato a uma obra de Deus pelo<br />

seu povo e pela sua fidelidade. Deus


“combatia” lado a lado com seu povo<br />

escolhido e a vitória da conquista era<br />

sempre “consagrada” a este Deus presente<br />

em toda a vida. Assim a guerra<br />

era vista como “guerra santa”, onde<br />

Deus era o protagonista e o Povo Escolhido<br />

era o instrumento para “punir”<br />

a idolatria. Podemos conhecer<br />

bem esta referência lendo o Capítulo<br />

32 do Livro dos Números. Ali se fala<br />

especialmente das “normas” da guerra<br />

santa. A guerra, isto é certo, nunca<br />

pode ser justificada. Não se pode, aos<br />

olhos de hoje aceitar o extermínio de<br />

pessoas e de povos. Mas devemos ter<br />

presente a realidade histórica e cultural<br />

do povo daquela época. Se tomarmos<br />

o Novo Testamento veremos que<br />

se fala fortemente de uma cultura de<br />

paz entre as nações e não de guerra e<br />

de prejuízo às vida das pessoas. Mas<br />

não esqueçamos, quando ouvirmos<br />

tais passagens do Antigo Testamento,<br />

que a guerra e suas consequências nos<br />

tempos mais antigos era na realidade<br />

um ato de sobrevivência entre povos<br />

dominadores e conquistadores, que<br />

faziam escravos todos aqueles que<br />

eram vencidos em tempos de guerra.<br />

RESPEITO!<br />

Mesmo se algumas vezes<br />

emergem da Bíblia estas narrações<br />

de atos e episódios de violência (cf.<br />

Dt 20,13-18), é necessário que se<br />

diga que Deus, Ele mesmo, com toda<br />

a sua força de vida, se empenha em<br />

promover pacientemente o entendimento<br />

e a reconciliação entre as pessoas<br />

e entre os povos. A Bíblia revela<br />

também muitas normas de particular<br />

bondade mesmo em tempo de guerra.<br />

Por exemplo, encontramos no<br />

Livro do Deuteronômio duas indicações<br />

que deveriam ser respeitadas<br />

em tempo de guerra: as árvores que<br />

davam fruto e alimento não se podia<br />

cortá-las a machado (Dt 20,20); e<br />

não se aconselhava levar para a guerra,<br />

homens que eram noivos, prometidos<br />

a uma mulher e que ainda iriam<br />

se casar, para que estes não corressem<br />

o risco de morrer e assim deixar<br />

sua futura esposa desamparada.<br />

VAMOS ABRIR A BÍBLIA!<br />

Abra a sua Bíblia e leia no Livro<br />

dos Números a bela passagem da<br />

oração que invoca a bênção da paz<br />

que vinha de Deus. Leia Números<br />

capítulo 6, versos 22-27.<br />

REZE ESTES VERSÍCULOS!<br />

“Pois eu sou o Senhor, seu Deus,<br />

o Santo de Israel, o seu Salvador. Para<br />

pagar a sua liberdade, eu dei o Egito,<br />

a Etiópia e Sabá em troca de você, porque<br />

você é precioso para mim, é digno<br />

de estima e eu o amo; dou homens em<br />

troca de você, e povos em troca de sua<br />

vida. Não tenha medo, pois eu estou<br />

com você” (Isaías 43,3-5).<br />

PRÓXIMO ESTUDO:<br />

A SABEDORIA no agir de<br />

Deus e no agir das pessoas.<br />

página 25


Salette<br />

novo tempo<br />

Palavra de Deus<br />

Leitura Orante da Bíblia<br />

Por Ir. Tarcísio Camilo, ms.<br />

Oração Pessoal<br />

ou Comunitária?<br />

O homem é por natureza um<br />

ser religioso, mesmo que “alguns”<br />

insistam em negar tal verdade. Em<br />

todos os tempos e lugares, o ser humano<br />

sempre buscou formas e meios<br />

de estabelecer relações com o transcendente,<br />

o divino - Deus. Para nós<br />

cristãos, de modo particular, um<br />

dos meios mais eficazes para estabelecer<br />

esse íntimo relacionamento<br />

com Deus é a oração. A oração em si<br />

tem duas dimensões: comunitária e<br />

pessoal. A comunitária é aquela que<br />

fazemos em grupos, assembleias, liturgias,<br />

enfim, com outras pessoas<br />

ou unidos a elas, como a Eucaristia,<br />

oração por excelência da Igreja,<br />

Liturgia das Horas, novenas, dentre<br />

outras. E a oração pessoal: aquela<br />

em que nos colocamos na presença<br />

de Deus com toda a nossa realidade<br />

pessoal, humana, afetiva, psicológica<br />

e espiritual. Essas duas dimensões<br />

são interdependentes, nunca<br />

autônomas em si, ou seja, não existe<br />

oração comunitária sem oração<br />

pessoal e vice-versa; uma completa<br />

a outra. Contudo, há diversas maneiras<br />

de orar, tanto no aspecto comunitário<br />

quanto no pessoal. Aqui<br />

abordaremos um pouco sobre a dimensão<br />

pessoal com a sugestão da<br />

Leitura Orante da Bíblia, também<br />

conhecida como Lectio Divina e/ou<br />

Leitura Orante da Palavra de Deus.<br />

Esse é um bom caminho de oração<br />

pessoal para estabelecer laços com<br />

Deus através de sua própria Palavra.<br />

Escada Espiritual!<br />

Mas, em que consiste a Leitura<br />

Orante? Primeiramente, é um<br />

método de oração pessoal, podendo,<br />

em alguns casos, ser até comunitária;<br />

segundo, lembremos o que nos<br />

dizem os bispos católicos no Concílio<br />

Vaticano 2º: “Conhecer a Sagrada<br />

Escritura é conhecer o próprio<br />

Cristo”. Os monges diziam que a<br />

Lectio Divina “é a escada espiritual<br />

dos monges” e, por conseguinte, de<br />

todos os cristãos; terceiro, sobre a<br />

página 26


oração, São Paulo nos diz que “a<br />

oração é o gemido do Espírito em<br />

nós” (Cf. Rm 8,26). Desse modo, a<br />

Leitura Orante, constitui um alimento<br />

necessário para a vida espiritual,<br />

uma vez que a Palavra de Deus é alimento<br />

– pão espiritual da Palavra.<br />

Aquela pessoa que a pratica deixa-<br />

-se envolver pelo plano amoroso e<br />

libertador de Deus. Nesta oração e<br />

a partir dela, tomamos consciência<br />

do plano e da vontade de Deus em<br />

nossa vida e dos frutos espirituais<br />

que somos chamados a produzir. A<br />

Leitura Orante é composta de quatro<br />

degraus a serem seguidos pelo fiel<br />

orante que se propõe a fazê-la. Entretanto,<br />

primeiramente o fiel deve<br />

colocar-se à luz do Espírito Santo e<br />

pedir sua ajuda.<br />

Ler a Bíblia e Meditar!<br />

Os degraus: 1º) Leitura do texto<br />

bíblico (de preferência dos Evangelhos).<br />

Ler com calma e atenção o<br />

texto escolhido. Reler quantas vezes<br />

for necessário, sempre buscando responder:<br />

o que o texto diz? 2º) Meditação.<br />

Depois de ler e reler o texto<br />

bíblico, é orar e assimilar a Palavra<br />

através da imaginação, da repetição<br />

oral e mental. Reler, destacar uma<br />

palavra, frase, versículo que mais tocou<br />

e responder: o que Deus está me<br />

falando? Lembre-se: “A palavra está<br />

muito perto de ti: em tua boca e em<br />

teu coração” (Cf. Rm 10,8-18).<br />

Rezar e Adorar!<br />

3º) A oração. Depois de ler,<br />

reler e meditar, é hora de subir ao<br />

terceiro degrau – a oração – encontro<br />

mais direto, íntimo e pessoal<br />

com Deus. É a expressão espontânea<br />

dos nossos sentimentos mais<br />

profundos. Buscar responder: o<br />

que o texto me faz dizer a Deus?<br />

A palavra está muito perto de ti...<br />

no teu coração. 4º) A contemplação.<br />

É o coração que transborda<br />

na presença de Deus – seu amado.<br />

Essa contemplação não é algo intelectual,<br />

que passa na cabeça, mas<br />

que envolve todo o ser da pessoa.<br />

Como dizia Santa Tereza D’Ávila:<br />

“O aproveitamento da alma não<br />

consiste em pensar muito e, sim,<br />

em amar muito”. E responder: qual<br />

o meu novo olhar a partir desta Palavra?<br />

Portanto, a Leitura Orante<br />

deve torna-se uma atitude contínua<br />

no dia a dia por uma ação transformadora<br />

– pessoal, comunitária, social,<br />

mundial. Na dimensão pessoal<br />

que nos impulsiona à comunitária.<br />

E não esqueça: o 1º degrau (Palavra<br />

de Deus) é a verdade, o 2º degrau<br />

(meditação) é o caminho, o 3º degrau<br />

(oração) é a vida e o 4º degrau<br />

(contemplação) é a vida e missão.<br />

Uma boa e santa Leitura Orante a<br />

todos. Que seja mais um caminho<br />

de vida e santidade.<br />

página 27


Salette<br />

novo tempo<br />

Teste Bíblico<br />

Conhecer para crer! Conheça sempre os ensinamentos da<br />

Sagrada Escritura para que eles sejam fonte de<br />

vida e luz para nossa fé.<br />

1 - Uma das epístolas de São Paulo<br />

é conhecida como “carta da alegria”.<br />

Esta carta foi dirigida aos cristãos da<br />

cidade de:<br />

A) Corinto.<br />

B) Roma.<br />

C) Felipos.<br />

2 - Um dos escritores do Novo Testamento<br />

era médico. Este escritor era:<br />

A) Lucas.<br />

B) Mateus.<br />

C) Arquimedes.<br />

3 - Complete esta frase de São Paulo:<br />

“Não sou mais eu que vivo, mas é<br />

_____________ que vive em mim”<br />

A) a Graça de Deus<br />

B) Cristo<br />

C) a luz divina<br />

4 - Complete esta frase de São Paulo:<br />

“Combati o bom combate . Completei<br />

minha carreira. Perseverei na fé, agora<br />

só me resta receber.<br />

A) o Prêmio.<br />

B) uma coroa de pérolas.<br />

C) a coroa da justiça.<br />

página 28<br />

5 - Na carta aos coríntios São Paulo<br />

conta o sofrimento que suportou por<br />

causa do Evangelho e diz: “Recebi<br />

dos judeus cinco quarentenas de açoites,<br />

menos um. Três vezes fui açoitado<br />

com varas...” E quantas vezes São<br />

Paulo naufragou?<br />

A) Três vezes.<br />

B) Cinco vezes.<br />

C) Sete Vezes.<br />

6 - Em uma das cartas de São Paulo<br />

está escrito: “Como são belos os pés<br />

dos que ___________!<br />

A) amam sem limites!<br />

B) caminham descalços!<br />

C) anunciam a Boa Nova!<br />

7 - Qual destas cartas não é de São<br />

Paulo:<br />

A) Carta aos Filipenses.<br />

B) Carta aos Alexandrinos.<br />

C) Carta aos Gálatas.<br />

8 - Quem acompanhava São Paulo<br />

com o material para escrever?<br />

A) São Lucas.<br />

B) São Mateus.<br />

C) São João.<br />

Veja as respostas na página 62


Com Saudades<br />

Romualdo Luzzi<br />

08/02/1948 – Videira - SC 15/02/2015 – Fraiburgo - SC<br />

Romualdo aos dez anos de idade perdeu seu pai de forma trágica,<br />

mas foi muito amado por sua mãe e oito irmãos. Casou-se com Udilla<br />

Tonioli, com quem teve duas filhas Marilse e Marizete, 2 netas Kellyn e<br />

Alessandra, e um neto Bruno. Romualdo era um homem de bem, gostava<br />

de contar piadas e fazer o povo rir sem parar. Seu apelido era Barriga.<br />

Onde passava sempre deixava uma muda de flor, pois era o que amava fazer. A família<br />

de Romualdo participa da Romaria em honra à Nossa Senhora da Salette em Marcelino<br />

Ramos, há mais de 16 anos. Amado Romualdo! Muitos são os inconformados com tua partida, mas<br />

a certeza de que foste chamado por Jesus, por estar pronto e ter cumprido tua missão na terra, nos<br />

dá o consolo de que estás muito bem e sempre estarás olhando por nós. Guardaremos teu exemplo de<br />

trabalho, honestidade e amor à família e aos amigos, sem exigir recompensa. Quem lhe presta esta<br />

homenagem com todo carinho é sua família e em especial sua filha e assinante da Revista há mais de<br />

10 anos , Marilse Luzzi, na cidade de Fraiburgo - SC.<br />

Dolores Teresa Braga<br />

Nasceu no dia 21 de fevereiro de 1954, na cidade de Rondinha - RS, e faleceu no<br />

dia 07 de novembro de 2015, devido a uma grave doença. Era filha de João Pertuzzatti<br />

(in memorian) e Carmen D. Pertuzzatti. Dolores era casada com Elvio. L. Braga há 35<br />

anos e através desta feliz união nasceram 4 filhos: Rodrigo, Franciane, Denise, Diogo.<br />

Dolores era uma mulher batalhadora, de fé, prestativa e solidária na comunidade e foi<br />

zeladora da Revista Salette por muitos anos. Amada Mãe! Cumpriste admiravelmente<br />

tua missão. Foste uma mulher de vida simples e de grande humildade, mas teus ensinamentos e teu<br />

testemunho ficarão para sempre conosco. Com certeza estás junto de Deus e em nossos corações,<br />

guiando nossos passos e nossas decisões. Obrigado por tudo. Quem lhe presta esta homenagem é seu<br />

esposo e filhos na cidade de Rondinha - RS.<br />

Dinamara Serafim<br />

Nasceu no dia 17 de dezembro de 1968, no município de Erechim-RS, e<br />

faleceu no dia 03 de março de 2016, vítima de câncer. Deixou saudades aos pais,<br />

irmãos e familiares com quem conviveu durante toda a vida. Dinamara! Partiste<br />

do meio de nós, deixando muitas saudades em nossos corações, mas cumpriste tua<br />

missão nesta caminhada. Só o tempo pode remediar tua falta. Sabemos que uma luz<br />

se apagou na terra, mas nasceu no céu uma estrela. Quem lhe presta esta homenagem<br />

são seus familiares, em especial seu irmão Ademar que é assinante da revista em Erechim - RS.<br />

Maria Orso Serafim<br />

Nasceu no dia 28 de abril de 1920, na cidade de Erechim - RS, e faleceu no dia 06<br />

de fevereiro de 2014. Maria foi uma maravilhosa mãe, esposa, avó e bisavó. Maria era<br />

uma pessoa generosa, procurava sempre ajudar aos necessitados, justa e sincera. Maria!<br />

Partiste do meio de nós, mas cumpriste tua missão de mãe e amiga. Jamais esqueceremos<br />

os momentos que vivemos contigo. Lembraremos sempre com muito carinho dos teus<br />

gestos, tua alegria, teus valores, tuas palavras, ensinamentos, tua bondade, generosidade<br />

para com todos e principalmente tua fé, soubeste cumprir maravilhosamente bem tua missão na terra.<br />

Que Deus a tenha para junto de si. Quem lhe presta esta homenagem com todo amor e carinho é seu neto<br />

Ademar que é assinante da revista Salette em Erechim - RS.<br />

página 29


Salette<br />

novo tempo<br />

Pe. Adilson Schio, ms<br />

HISTÓRIAS<br />

PARA LER<br />

E CONTAR<br />

OS ANIMAIS NA BÍBLIA - HISTÓRIAS DO VOVÔ NOÉ<br />

A RAINHA DAS<br />

AVES VOADORAS<br />

UMA RAINHA<br />

Vovô Noé disse que desta vez falaria das histórias da Bíblia que falam<br />

de uma rainha. As crianças de início ficaram pensando que o Vovô havia<br />

trocado de assunto e que em vez de falar de animais, iria falar de uma rainha<br />

de verdade. Mas na realidade o que o Vovô Noé queria dizer é que ele considerava<br />

a Águia um belo animal e por isso mesmo a chamava de “rainha das<br />

aves voadoras”. E pensando bem, depois de conhecer as histórias que o Vovô<br />

Noé tinha para contar, de verdade a Águia é uma rainha.<br />

UM LUGAR DE MUITAS ÁGUIAS<br />

“Dominadora dos céus”, esta foi a primeira expressão que o Vovô<br />

Noé usou para falar desta ave,que come carne e é muito temida pelas<br />

outras aves e até por animais que<br />

são maiores do que ela. O Vovô<br />

Noé contou que na Palestina vivem<br />

diversas espécie de águias, entre<br />

elas tem a águia real, admirada por<br />

todos pela sua extraordinária característica<br />

de agilidade e de força.<br />

Na Bíblia há muitas referências da<br />

águia, sempre no sentido de fazer<br />

desta ave um símbolo.<br />

página 30


ALGUMAS<br />

REFERÊNCIAS<br />

Para mostrar uma destas<br />

passagens, o Vovô abriu a Bíblia<br />

no Livro de Jó e leu uma parte<br />

do capítulo 39 que falava da<br />

águia como um belo animal, por<br />

três razões: ela enxerga de longe,<br />

ela se protege construindo<br />

ninhos nas alturas, de onde olha<br />

tudo o que acontece e ela tem um<br />

vôo muito rápido e preciso. (Jó<br />

39,27-30). Mas há muitas frases<br />

relacionadas à águia na Bíblia, e<br />

o Vovô Noé fez questão de dizer<br />

cada uma delas: é rainha das aves<br />

(Provérbios 30,19); é símbolo da<br />

soberania divina (Deuteronômio 32,9-11); é símbolo da imortalidade (Salmo<br />

103,5); da justiça (Oseias 8,1); da misericórdia e do cuidado para com o<br />

povo da aliança (Êxodo 19,3-5). Mas é no Livro do Profeta Ezequiel onde se<br />

diz que a águia, com suas asas potentes, é símbolo também do poder do império<br />

que só conhece os seus próprios interesses (Ezequiel 17,3-7). As crianças<br />

ficaram atentas a todas estas histórias da águia que fala a Bíblia. Nenhuma<br />

das crianças tinha visto uma águia de perto e o Vovô mostrou algumas fotografias<br />

que ele tinha guardado de algumas águias, em todas as fotografias elas<br />

estavam voando bem alto, com as asas bem abertas e sempre olhando a tudo<br />

o que se movia na terra. O Vovô disse que gostava muito deste animal e que<br />

suas histórias na Bíblia fazem a gente pensar. Depois de ver as fotografias, as<br />

crianças pediram ao Vovô qual seria o próximo animal das suas histórias. Ele<br />

disse que da próxima vez falaria do jumento, e disse que têm belas histórias<br />

para contar sobre este animal. Todos ficaram interessados...<br />

Gostou? Então conte para o seu<br />

amiguinho e para a sua amiguinha!<br />

página 31


Página de<br />

Gratidão<br />

Tereza e Arlindo Pagliari<br />

Tereza 28/07/1932 19/04/2016 – Planalto Alegre - SC<br />

Arlindo 19/11/1932 07/01/2012 – Planalto Alegre - SC<br />

Tereza e Arlindo encontraram-se num domingo, em um culto<br />

onde começaram a namorar. O namoro resultou no casamento e<br />

na construção de uma bela família com oito filhos: Lurdes, Pedro,<br />

Paulo, Odila, Marinês, Salete, Graciosa e Roberto, doze netos,<br />

uma (in memoriam) e uma adotiva. Tereza e Arlindo! Agradecemos<br />

por tudo o que fizestes por nós. O que nos conforta é<br />

que sabemos que estais juntos com Deus olhando por nós e nos<br />

mostrando o melhor caminho. Pai e mãe! Jamais apagaremos<br />

de nossas memórias a figura de pai e mãe queridos, amigos e<br />

dedicados. O amor e os exemplos permanecerão vivos em nossos<br />

corações para sempre. Temos imenso orgulho de sermos vossos<br />

filhos. Descansem em paz. Quem lhes presta esta homenagem<br />

com todo amor e carinho são seus filhos, filhas e netos, através da<br />

zeladora Ivete Pigatto de Planalto Alegre - SC.<br />

página 32


Página de<br />

Marli Smaniotto<br />

03/05/1954 – Três Arroios - RS<br />

13/01/2014 – Curitiba - PR<br />

Gratidão<br />

Marli era filha de Graciosa e Avelino Smaniotto. No dia<br />

13 de janeiro de 2014, o dia estava diferente, o sol não apareceu<br />

para embelezar a vida! Neste dia Marli partiu para a casa<br />

do Pai, deixando muita dor nos corações de quem a conheceu.<br />

Marli era uma mulher simples, mas de um enorme coração.<br />

Transmitia paz e alegria, tinha muita fé, coragem e lutava pelos<br />

seus ideais. Marli! Foste uma estrela que brilhou em vida e<br />

que agora brilha no céu. Estamos tristes pela falta que nos<br />

faz, mas somos gratos a Deus por teres feito parte de nossas<br />

vidas. Teus belos exemplos e lembranças ficarão gravados<br />

para sempre em nossos corações. Partiste de corpo, mas tua<br />

vida continua na essência daquilo que viveste permanecendo<br />

entre nós com teu sorriso e bondade. “A saudade é a prova<br />

de que tudo valeu à pena”. Quem lhe presta a homenagem são<br />

seus sobrinhos Catiane e Ademar que são assinantes da revista<br />

Salette em Erechim - RS.<br />

página 33


Salette<br />

novo tempo<br />

A Estrela da Evangelização<br />

Peregrinações à<br />

Mãe da Salette<br />

Por Pe. Presentino Rovani, ms.<br />

Da Porta da Misericórdia ao<br />

Santuário da Criação.<br />

As peregrinações, caminhadas<br />

e romarias, constituem um fenômeno<br />

ligado à própria natureza do ser humano.<br />

Ele se sente um ser a caminho.<br />

Sua própria vida é uma caminhada do<br />

nascimento para a morte, da juventude<br />

para a velhice e, em sua aspiração<br />

mais profunda, uma passagem desta<br />

vida efêmera para uma vida mais<br />

feliz. Por isso, sair de um lugar para<br />

buscar outro é próprio do coração<br />

humano. O ser humano é um eterno<br />

peregrino sempre à procura do seu<br />

criador. Findamos o Ano da Misericórdia,<br />

entramos no ano <strong>2017</strong> desafiados<br />

a “cultivar e guardar a criação”.<br />

Salette: Mensagem de<br />

esperança que ecoa na<br />

Igreja e na sociedade.<br />

Como são belos os pés daqueles<br />

que evangelizam boas novas, que<br />

evangelizam a paz, Is 52,7. A primeira<br />

romaria da Salette de 2016 aconteceu<br />

no primeiro domingo da quaresma<br />

em Barra Grande, Faxinal dos<br />

Guedes-SC, nos dias 11 a 14 de fevereiro.<br />

Prosseguimos depois nossa<br />

peregrinação para o Paraguai: de18<br />

a 24 de abril em Fitinha e de 26 de<br />

abril a 1° de maio em Catuetê.<br />

Aí passamos para setembro,<br />

o grande mês da<br />

Salette e da Bíblia.<br />

“Ignorar as Escrituras é ignorar<br />

a Cristo,” São Jerônimo.<br />

- Dias 9 a 11 a 40ª Romaria da Salette<br />

em Braganey - PR.<br />

- Dias 7 a 11 a 41ª Romaria da Salette<br />

em Monte Bérico, Videira - SC.<br />

- Dias 10 a 18 a 41ª Romaria da Salette<br />

em Vila Tigre de Xaxim - SC.<br />

- Dias 17 a 18 a 67ª Romaria da Salette<br />

em Seara - SC.<br />

- Dias 14 a 18 a 53ª Romaria da Salette,<br />

no santuário do Rio Elias, Renascença<br />

- PR.<br />

página 34


A devoção à Nossa Senhora sempre nos leva a Cristo.<br />

81ª Romaria da Salette: Em procissão estatua de Nossa<br />

Senhora da Salette chega ao santuário carregada por romeiros<br />

e devotos da mensagem de reconciliação com Deus.<br />

- Dias 15 a 18 a 53ª Romaria da Salette<br />

em Concórdia - SC.<br />

- Dias 19, 24 e 25 a 81ª Romaria da<br />

Salette, no Santuário de Marcelino<br />

Ramos com o tema: Nas lágrimas<br />

de Maria, a misericórdia do Pai, e<br />

o lema: Salette: Mensagem de esperança<br />

para todos os povos.<br />

- Dias 14 a 16 de outubro a 40ª Romaria<br />

da Salette em Descanso - SC.<br />

- Dias 28 a 30 de outubro a 19ª Romaria<br />

missionária das rosas, a Santa<br />

Terezinha, em Santo Antônio do<br />

Palma - RS.<br />

- E por fim concluímos o ano de peregrinação<br />

nos dias 18 a 20 de novembro<br />

na 55ª Romaria da Salette<br />

em Xavantina - PR.<br />

Espaço de fé e chão sagrado.<br />

Vivemos intensamente o amor<br />

misericordioso do Pai e o carinho<br />

amável de Maria. Aprofundamos a fé,<br />

reanimamos nossa esperança e firmamos<br />

os passos na caminhada com uma<br />

grande certeza: Maria sempre nos leva<br />

a Cristo. Caem bem aqui as palavras<br />

página 35


do concílio Vaticano 2º, a respeito do<br />

papel de Maria: “A função maternal<br />

de Maria, em relação aos homens, de<br />

modo algum ofusca ou diminui esta<br />

única mediação de Cristo, antes, manifesta<br />

a sua eficácia. E de nenhum<br />

modo impede o contato imediato dos<br />

fiéis com Cristo, antes o favorece”.<br />

Assim, a “Estrela da Evangelização”<br />

como a chamou Paulo 6º, aponta e<br />

ilumina os caminhos do anúncio do<br />

Evangelho. E São João Paulo 2º já<br />

dizia: “A devoção à Maria é fonte de<br />

vida Cristã profunda, é fonte de compromisso<br />

com Deus e com os irmãos.<br />

Permanecei na escola de Maria, escutai<br />

a sua voz, segui os seus exemplos.<br />

Como ouvimos no Evangelho,<br />

ela nos orienta para Jesus: Fazei o<br />

que Ele disser, Jo 2,5. E, como outrora<br />

em Caná da Galileia, encaminha<br />

ao Filho as dificuldades dos homens,<br />

obtendo dele as graças desejadas. Rezemos<br />

com Maria e por Maria: ela é<br />

sempre a Mãe de Deus e nossa”.<br />

Salve, Mãe de Misericórdia.<br />

Concluo com alguns pensamentos<br />

do Papa Francisco. “Salve Mãe<br />

de misericórdia, Mãe de Deus e Mãe<br />

do perdão, Mãe da esperança e Mãe<br />

da graça, Mãe cheia de santa alegria”.<br />

Deixemo-nos acompanhar por<br />

Maria para descobrirmos a beleza do<br />

encontro com o seu Filho Jesus. Iniciemos<br />

<strong>2017</strong> colocando-nos a serviço<br />

na Evangelização e no acolhimento,<br />

Romeiro devoto comemora<br />

50 anos de participação<br />

ininterrupta nas Romarias<br />

de Marcelino Ramos.<br />

principalmente aos que de nós mais<br />

necessitarem. “Servir significa acolher<br />

a pessoa que chega com atenção:<br />

significa inclinar-se sobre quem é necessitado<br />

e estender-lhe a mão. Sem<br />

cálculos, sem receio. Com ternura e<br />

compreensão, como Jesus se inclinou<br />

para lavar os pés dos apóstolos. Servir<br />

significa trabalhar ao lado dos mais necessitados.<br />

Estabelecer com eles, antes<br />

de tudo, relações humanas de proximidade,<br />

vínculos de solidariedade. Solidariedade:<br />

esta palavra que assusta o<br />

mundo desenvolvido. Procuram não<br />

dizê-la. Solidariedade, para eles, é quase<br />

um palavrão. Mas é a nossa palavra!<br />

Servir significa reconhecer e acolher<br />

os pedidos de justiça, de esperança e<br />

procurar, juntos, caminhos e percursos<br />

concretos de libertação”.<br />

página 36


Graças<br />

Alcançadas<br />

Bodas de Ouro<br />

Oralino Raymundi e Neli Antonia de Souza Raymundi<br />

No dia 19 de setembro de 1964, Neli e Oralino uniram-se para<br />

formar uma bela família. Foi um casamento de união exemplar que Deus<br />

sempre iluminou e abençoou. Devotos de Nossa Senhora da Salette, Nossa<br />

Senhora Aparecida e Divino Pai Eterno. Neli e Oralino viveram e vivem<br />

momentos de amor, fé, compreensão, perdão, coragem, vitórias, trabalhos,<br />

dores, sofrimentos e fraquezas. Partilham oração e companheirismo. No<br />

dia 15 de novembro de 2014, foi celebrada a missa dos 50 anos de união<br />

matrimonial, presidida pelo Padre Pedro Angelo Mantine, da Paróquia de<br />

Ponte Serrada - SC, e pelo ministro da Eucaristia Gerson Brunetto da comunidade 25 de Maio<br />

(Assentamento) com a participação das famílias. Esta união foi abençoada com seis filhos;<br />

Carlos Alberto, Neusa Aparecida, Adilson, Gerson, Clodoaldo, e Carmen, neta Alessandra e 12<br />

netos. A esposa Neli é zeladora da Revista Salette há mais de 20 anos e Ministra da Eucaristia<br />

na comunidade, sempre evangelizando para uma sociedade digna e justa. Ponte Serrada - SC.<br />

Rafaela Cima Roos<br />

Agradece a São Judas Tadeu, uma graça alcançada em favor de sua saúde. Envia<br />

esta Ação de Graças através da Zeladora Eliane Cima Roos, da cidade de Sul Brasil - SC.<br />

Bodas de Diamante Almerindo e Wilma Pivetta<br />

O casal Almerindo e Wilma Pivetta, comemorou no dia 07 de<br />

outubro de 2016, 60 anos de feliz união matrimonial. A cerimônia foi<br />

realizada na Igreja Matriz Cristo Rei da cidade de lbicaré - SC, e a missa<br />

foi celebrada pelo Pároco Romildo Ceruti. As filhas: Leonilda, Mafalda,<br />

Lurdes, Roseli, Angelita, Laurita, genros, 12 netos e 05 bisnetos agradecem<br />

por esta graça alcançada e rogam ao Senhor para que Almerindo e Wilma<br />

sejam felizes por muitos e muitos anos. Quem lhes presta esta homenagem<br />

são suas amigas: Armelina Pivetta, Enedina Pivetta, Gema Valmórbida,<br />

Ida Darros, lvete Borges, lvete Sartori, Lúcia Jorge, Nair Dani, Nilva Karling, através da<br />

zeladora Gema Valmórbida, da comunidade de Gramado Sarandi, da cidade de lbicaré - SC.<br />

Thereza Frigieri Berta<br />

Sou assinante desta conceituada revista há 65<br />

anos. Recebo a revista regularmente e aguardo com<br />

muita ansiedade todos os bimestres a sua chegada. Leio<br />

toda a revista com muita atenção e ainda releio algumas<br />

reportagens e incentivo todos meus filhos e netos a ler e<br />

gostar da revista. Nestes 65 anos algumas passagens me<br />

recordam, com muita alegria e emoção. Uma delas foi em<br />

oito de dezembro de 1952, quando juntamente com minhas primas rezei com muita fé Mil Ave-<br />

Marias e a noite do mesmo dia enquanto dormia vi a Imagem de Nossa Senhora Imaculada como<br />

graça alcançada. Rezei várias novenas em honra à Nossa Senhora da Salette e todas as graças<br />

pedidas foram alcançadas e pedi a Nossa Senhora que me desse à graça de casar, ter filhos, netos<br />

e bisneto. Em julho deste ano, meu neto mais velho Rudinei e sua esposa Luciane me levaram<br />

ao Santuário Nossa Senhora da Salette para agradecer a graça alcançada junto com meu primeiro<br />

bisneto Bernardo. Aos 83 anos tenho 2 bisnetos Bernardo e Mariana e um a caminho, Miguel.<br />

Estou muito feliz e quero agradecer por ter conseguido ver meus bisnetos sadios e perfeitos. Na<br />

visita neste ano ao santuário fomos muito bem recebidos por todos os padres e sua equipe e peço<br />

por eles todos os dias, para que sejam sempre abençoados pela luz divina.<br />

página 37


Salette<br />

novo tempo<br />

Revista Salette - Ano 100<br />

Também faço parte desta história!<br />

A Revista Salette<br />

aumenta minha Fé!<br />

Nossa entrevistada de hoje é a<br />

senhora Marlei Salete Brustolin de 70<br />

anos, com 3 filhos e 3 netos. É casada<br />

há 51 anos com Cacildo Brustolin,<br />

cujas bodas de ouro ocorreram em 5<br />

de janeiro de 2016 com as graças de<br />

Deus e de Nossa Senhora da Salette.<br />

Por Pe. Presentino Rovani, ms.<br />

Dona Marlei, você como conheceu<br />

a Revista Salette e como<br />

surgiu a ideia de ser zeladora ?<br />

Há cerca de 40 anos, através<br />

de um missionário, que visitou as<br />

famílias residentes na comunidade<br />

aonde residíamos. Como era complicado<br />

para receber revista no interior<br />

do município, não assinamos na<br />

época. Assim que mudamos para a<br />

cidade, procurei o zelador, a fim de<br />

fazer a assinatura. E, como ele não<br />

podia mais ser zelador, ofereceu a<br />

mim a tarefa.<br />

página 38<br />

Marlei Salette e Cacildo<br />

em suas Bodas de Ouro,<br />

em 05 de janeiro de 2016.<br />

Você é zeladora há quanto<br />

tempo e o que sua família acha<br />

desse trabalho?<br />

Já sou zeladora há 26 anos.<br />

Minha família, além de aceitar, colabora,<br />

ajudando a entregar as revistas<br />

e enviar os valores recebidos.<br />

Quais suas maiores alegrias<br />

nesta missão de divulgar a boa<br />

imprensa?<br />

A minha maior alegria, além<br />

de ter recebido muitas graças através<br />

de Nossa Senhora da Salette, é poder<br />

colocar as boas notícias da nossa


eligião, da nossa Igreja. Isso é importante,<br />

pois no mundo conturbado<br />

em que vivemos, as más notícias são<br />

privilegiadas, e esta Revista nos ilumina<br />

com muitas coisas boas e alimenta<br />

a esperança de, com a oração,<br />

podemos mudar o mundo.<br />

Quantos assinantes você tem<br />

e quais são eles?<br />

Marlei: São oito assinantes, Aureo<br />

Dallaia, Otilia Borondi, Claudinor<br />

A. Serafini, Odila Castelli, Lizandra da<br />

Silva, Soeli A. De Valle, Paulo Rockemback,<br />

Zelia Fátima Schimelfennig<br />

e Marlei Salete Brustolin.<br />

O que você acha desta Revista<br />

e quais artigos ou assuntos<br />

que mais gosta de ler e recomenda<br />

aos leitores?<br />

Marlei: Eu acho maravilhosa. É<br />

crescimento para minha fé. Renova-<br />

-me espiritualmente, com seus muitos<br />

conhecimentos novos. Não poderia<br />

escolher um artigo ou assunto preferido,<br />

pois todos são de grande ajuda.<br />

No entanto, recomendaria a Carta do<br />

Leitor da Edição de maio/2016, que<br />

traz três assuntos muito importantes.<br />

O Cerco de Jerico!<br />

Como é sua comunidade e<br />

quem é sua padroeira?<br />

Minha comunidade é a Igreja<br />

Matriz de Getúlio Vargas, cuja padroeira<br />

é Nossa Senhora Imaculada<br />

Conceição. Trata-se de uma comunidade<br />

grande, já centenária, com várias<br />

pastorais e movimentos, onde também<br />

trabalham 3 padres. Como o dia<br />

da padroeira é 08 de dezembro, no dia<br />

08 de cada mês é realizada, às 16:00<br />

horas, a missa da saúde. Além disso,<br />

anualmente, há 18 anos, é realizado o<br />

Cerco de Jericó, quando, por 7 dias,<br />

a comunidade se mantém em oração<br />

permanente. Tenho muita devoção<br />

à Nossa Senhora da Salette. Sempre<br />

espero, com ansiedade a chegada da<br />

Revista, e com muita alegria a distribuo.<br />

É uma tarefa muito gratificante.<br />

Você faz outros trabalhos em<br />

sua comunidade?<br />

Sim. Sou Ministra Extraordinária<br />

da Eucaristia, que considero o<br />

centro da minha vida espiritual, por<br />

participar do banquete que Jesus nos<br />

deixou na Quinta-feira Santa, doando-<br />

-nos seu corpo e sangue, como prova<br />

de amor. Também o fato de poder levar<br />

a Eucaristia às pessoas enfermas é<br />

maravilhoso. Além disso, sou zeladora<br />

do Calendário de Santo Antônio, sou<br />

intercessora do Grupo de Oração Água<br />

Viva, da Renovação Carismática Católica,<br />

e, na medida do possível, colaboro<br />

com as festas da nossa comunidade.<br />

Nossa gratidão a você,<br />

Marlei, aos seus leitores e<br />

devotos de Maria, a Mãe da<br />

misericórdia e da esperança.<br />

página 39


Salette<br />

novo tempo<br />

Dia Internacional da Mulher<br />

08 de março<br />

As lutas das mulheres<br />

por igualdade<br />

Maria Izabela Silva de Oliveira, Leiga Saletina.<br />

Mulher, não és só obra de<br />

Deus; os homens vão-te criando eternamente<br />

com a formosura dos seus<br />

corações, e os seus anseios vestiram<br />

de glória a tua juventude. “A Mulher<br />

Inspiradora”, de Rabindranath Tagore”,<br />

Escritor/Poeta/Músico.<br />

Mulheres queimadas!<br />

Em 1910, Clara Zetkin membro<br />

do Partido Comunista Alemão, propôs<br />

a criação de um Dia Internacional da<br />

Mulher sem estipular uma data e era<br />

fruto do feminismo, que ascendia naquela<br />

época, das correntes revolucionárias<br />

de esquerda, do comunismo e<br />

do anarquismo. O incêndio na fábrica<br />

de tecidos Triangle Shirtwaist Company,<br />

em Nova York ocorrido em 25<br />

de março de 1911 vitimou 125 mulheres<br />

sendo em sua maioria judias e,<br />

que em represália a motins e greves os<br />

patrões utilizavam o artifício de trancar<br />

os funcionários na hora do expediente<br />

e, no momento do incêndio as<br />

portas estavam trancadas. Após este<br />

acontecimento foi sugerido como dia<br />

página 40<br />

simbólico, sendo que a maioria dos<br />

movimentos reivindicava direitos trabalhistas<br />

e eleitorais para as mulheres.<br />

Vários protestos e greves já ocorriam<br />

na Europa e nos Estados Unidos desde<br />

a segunda metade do século 19 e, com<br />

o movimento feminista e as demais associações<br />

de mulheres capitalizaram<br />

essas manifestações enquadrando-as à<br />

agenda revolucionária. Foi o que aconteceu<br />

em 08 de março de 1917 na Rússia.<br />

E, quando aproximadamente 90<br />

mil operárias manifestaram-se contra o<br />

Czar Nicolau 2º, as más condições de<br />

trabalho, a fome e a participação russa<br />

na guerra - em um protesto conhecido<br />

como “Pão e Paz” - A data consagrou-se,<br />

embora tenha sido oficializada<br />

como Dia Internacional da Mulher,<br />

apenas em 1921.<br />

Reconhecimento pela ONU.<br />

Somente mais de 20 anos depois,<br />

em 1945, a Organização das<br />

Nações Unidas (ONU) assinou o primeiro<br />

acordo internacional que afirmava<br />

princípios de igualdade entre


Em muitos países a violência contra<br />

as mulheres fez muitas mortes.<br />

homens e mulheres. Nos anos 60, o<br />

movimento feminista ganhou corpo,<br />

em 1975 comemorou-se oficialmente<br />

o Ano Internacional da Mulher e em<br />

1977 o “8 de março” foi reconhecido<br />

oficialmente pelas Nações Unidas.<br />

“O 8 de março deve ser visto como<br />

momento de mobilização para a conquista<br />

de direitos e para discutir as<br />

discriminações e violências morais,<br />

físicas e sexuais ainda sofridas pelas<br />

mulheres, impedindo que retrocessos<br />

ameacem o que já foi alcançado<br />

em diversos países”, Prof. Mestre e<br />

Doutora Maria Célia Orlato Selem.<br />

As Delegacias da Mulher.<br />

As movimentações em prol<br />

dos direitos da mulher surgiram<br />

em meio aos grupos anarquistas do<br />

início do século 20, que buscavam,<br />

assim como nos demais países, melhores<br />

condições de trabalho e qualidade<br />

de vida. A luta feminina ganhou<br />

força com o movimento das<br />

sufragistas, nas décadas de 1920 e<br />

1930, que conseguiram o direito ao<br />

voto em 1932, na Constituição promulgada<br />

por Getúlio Vargas. A partir<br />

dos anos 1970 emergiram no país<br />

organizações que passaram a incluir<br />

na pauta das discussões a igualdade<br />

entre os gêneros, a sexualidade<br />

e a saúde da mulher. Em 1982, o<br />

feminismo passou a manter um diálogo<br />

importante com o Estado, com<br />

a criação do Conselho Estadual da<br />

Condição Feminina em São Paulo,<br />

e em 1985, com o aparecimento da<br />

primeira Delegacia Especializada<br />

da Mulher.<br />

página 41


A Lei Maria da Penha.<br />

O Dia Internacional da Mulher<br />

comemora as conquistas de um século<br />

de reivindicações. O voto feminino<br />

é quase universal e as mulheres<br />

ocupam cargos antes exclusivos para<br />

homens, inclusive de lideranças políticas.<br />

A violência doméstica, que antes<br />

era considerada um assunto familiar<br />

“Em briga de marido e mulher,<br />

quem é de fora não mete a colher”,<br />

diz o ditado popular. Hoje conta com<br />

legislação específica em dois terços<br />

dos países e, no Brasil, em 2006 foi<br />

criada a Lei Maria da Penha, que tornou<br />

mais rigorosa a punição por crimes<br />

de violência doméstica. Mas, as<br />

mulheres continuam em desigualdade<br />

em relação aos homens. Segundo<br />

dados de 2008, elas ganham até 17%<br />

menos, fazendo o mesmo trabalho,<br />

têm menos representatividade política<br />

-em média, 18,4% no Legislativo,<br />

e apenas 17 cargos máximo do Executivo<br />

em 192 países, e menos acesso<br />

à educação – dois entre cada três<br />

analfabetos são do sexo feminino.<br />

E as empregadas domésticas?<br />

Apesar de todas as lutas travadas<br />

e direitos conquistados pelas<br />

mulheres somente neste ano de 2015<br />

com a lei Complementar nº 150, é que<br />

foram regulamentados os direitos das<br />

empregadas domésticas. Após 40 anos<br />

houve a equiparação dos direitos das<br />

empregadas domésticas aos dos outros.<br />

A Consolidação de Leis Trabalhistas(CLT)<br />

data de 1942 e ignora as<br />

empregadas domésticas, com a alegação<br />

de que elas não constituíam uma<br />

categoria profissional e, só foram reconhecidos<br />

como profissionais em 1972,<br />

com direito a assinatura da carteira de<br />

trabalho e férias de 20 dias, mas não<br />

tratava de outros benefícios. A partir<br />

de 1988, com a Constituição Federal<br />

foi concedido o direito ao pagamento<br />

do salário mínimo e da licença-maternidade<br />

de 120 dias. Em 2001 foi estendido<br />

o direito ao FGTS, mas de forma<br />

facultativa, à escolha do patrão.<br />

Igualdade de Direitos<br />

para as Domésticas.<br />

A lei lhes garante: salário mínimo;<br />

jornada de trabalho; hora extra;<br />

banco de horas; remuneração<br />

de horas trabalhadas em viagem a<br />

serviço; intervalo para refeição e/ou<br />

descanso; adicional noturno; repouso<br />

semanal remunerado; feriados civis<br />

e religiosos; férias; 13º salário; licença-maternidade;<br />

vale-transporte;<br />

estabilidade em razão da gravidez;<br />

FGTS; seguro-desemprego; salário-família;<br />

aviso prévio; relação de<br />

emprego protegida contra despedida<br />

arbitrária ou sem justa causa.<br />

E assim, finalizo estas colocações<br />

e me sinto realizada como filha, esposa,<br />

mãe, profissional da área do direito, e<br />

principalmente por ser MULHER!<br />

página 42


Salette<br />

novo tempo<br />

Vida da Igreja<br />

Os Santos na Fé do<br />

povo de Deus<br />

Por Ir. Tiago Lima, ms.<br />

A Igreja é santa, mesmo tendo<br />

pecadores em seu seio; é vivendo os<br />

mistérios de Cristo, fonte da Igreja,<br />

que seus membros se santificam,<br />

isto é, no batismo, o nome do Senhor<br />

santifica a pessoa humana. Desta forma,<br />

ao canonizar certos fieis, a Igreja<br />

proclama solenemente que estes fiéis<br />

praticaram extraordinariamente as<br />

obras de misericórdia que nutre o testemunho<br />

da vida da Igreja e sustenta<br />

os fiéis na esperança de viver plenamente<br />

o Evangelho de Jesus, propondo-os<br />

como modelos e intercessores.<br />

Os Santos: Sinais e testemunhas<br />

do Reino de Deus.<br />

Renunciar à veneração dos santos<br />

seria negar a instauração do Reino<br />

de Deus por Jesus Cristo, pois seria recusar<br />

os frutos concretos de misericórdia<br />

que tivemos e temos por parte de<br />

pessoas que diante da radicalidade do<br />

Evangelho nos dá a possibilidade de<br />

trilharmos o caminho do bem. Deus,<br />

nos seus santos nos oferece,metas<br />

concretas para uma vivência eficaz do<br />

página 43


seu Reino. Nos santos temos um testemunho<br />

certo de cristão, são eles por<br />

suas vidas que nos convidam a viver<br />

as obras plenas de caridade e misericórdia.<br />

Isto podemos perceber ao conhecer<br />

o testemunho de nossos santos<br />

de devoção, e perceber como foram<br />

vidas que não tiveram medo de viver<br />

o amor radical a Cristo no próximo<br />

para edificar no seu tempo o Reino de<br />

Deus. Desta forma, os santos são para<br />

nós modelos de misericórdia, tornaram-se<br />

capazes de amar sem limites o<br />

próximo através de seu amor a Deus.<br />

Assim, devemos considerar os santos<br />

não apenas como intercessores, mas<br />

tê-los como modelos certos e seguros<br />

na prática de seguimento de Jesus, que<br />

nos encoraja abraçar o projeto de sermos<br />

no mundo e para o mundo discípulos<br />

e missionários de Jesus Cristo.<br />

Santos: as luzes de Cristo.<br />

A intercessão dos santos é magnífica.<br />

Isto podemos perceber, por<br />

exemplo, no dizer de São Domingos<br />

moribundo a seus irmãos no leito de<br />

morte: “Não Choreis! Ser-vos-ei mais<br />

útil após minha morte e ajudar-vos-<br />

-ei mais eficazmente do que durante<br />

minha vida”. Desta forma, quantas<br />

pessoas simples de nossas comunida-<br />

Assim, quando contarmos a<br />

vida de um santo para familiares,<br />

amigos e nos trabalhos de evangelização,<br />

principalmente na catequese,<br />

devemos falar e proclamar tal vida de<br />

forma fascinante e apaixonante, que<br />

leve as pessoas que ouvirem, se sentirem<br />

convidadas abraçar a fé em Jesus,<br />

imitando as virtudes apresentadas<br />

nos testemunhos dos santos, tendo a<br />

coragem de acolher na própria vida a<br />

vocação à comunhão com Deus em<br />

busca da santidade. Assim sendo, podemos<br />

encontrar nos santos e santas<br />

canonizados ou naqueles que estão<br />

página 44<br />

nos altares do nosso coração, o modo<br />

que cada um deles encontrou para viver<br />

unidos a Cristo, na Igreja, transformando<br />

a realidade com a forma<br />

do amor pelo amor. Nas palavras do<br />

papa Bento 16: “Cada Santo constitui<br />

uma espécie de raio de luz que brota<br />

da Palavra de Deus: assim o vemos<br />

também em Santo Inácio de Loyola<br />

na sua busca de verdade e no discernimento<br />

espiritual, em São João Bosco<br />

na sua paixão pela educação dos jovens,<br />

em São João Maria Vianney na<br />

sua consciência da grandeza do sacerdócio<br />

como dom e dever; em São Pio<br />

de Pietrelcina no seu ser instrumento<br />

da misericórdia divina; em São Josemaria<br />

Escrivá na sua pregação sobre<br />

a vocação universal à santidade; em<br />

Beata Tereza de Calcutá, missionária<br />

da caridade de Deus pelos últimos; e<br />

nos mártires do nazismo e do comunismo,<br />

representados, os primeiros,<br />

por Santa Tereza Benedita da Cruz<br />

(Edith Stein), monja carmelita, e os<br />

segundos, pelo Beato Aloísio Stepinac,<br />

Cardeal Arcebispo de Zagrábia”.<br />

A intercessão dos santos.


des nos ensinaram diante de suas dificuldades<br />

procurar a intercessão dos<br />

santos, quantos testemunhos lindos<br />

de gratidão e penitência já presenciamos<br />

de muitas pessoas, diante de um<br />

pedido ou graça recebida, atribuída<br />

aos Santos de nossas devoções. Assim<br />

sendo, não podemos negar como<br />

a procura pela intercessão dos santos<br />

nutre a fé popular do povo, isto não<br />

diminui em nada a posição plena de<br />

Jesus Cristo como o verdadeiro mediador<br />

entre Deus e os homens, pois<br />

se temos os santos em nossos altares<br />

é porque temos o Cristo crucificado e<br />

ressuscitado para nossa salvação.<br />

Os Santos estão vivos.<br />

Como sabemos a intercessão<br />

dos santos provoca nas pessoas de<br />

outras denominações religiosas o seguinte<br />

questionamento: Os mortos<br />

não estão todos dormindo, aguardando<br />

a ressurreição? Diante desse questionamento<br />

devemos responder: Não!<br />

Jesus nos prova ao contar a parábola<br />

do pobre Lázaro, o qual já estava no<br />

seio de Abraão, vivo e salvo, e o rico<br />

que sofria as penas eternas. Nós devemos<br />

saber que alma não dorme. No<br />

livro de Macabeus (2Mac 15, 11-15),<br />

temos a narrativa de Judas Macabeus,<br />

que teve a visão do sacerdote Onias,<br />

já falecido, orando pelo povo judeu, o<br />

que prova biblicamente a intercessão<br />

dos Santos. Assim, em cada santo, de<br />

modo pessoal, Cristo tornou-se presente,<br />

graças ao seu Espírito que age<br />

mediante sua Palavra e Sacramentos.<br />

Com efeito, por estarem unidos<br />

a Cristo, intercede por nós pela força<br />

transformadora do amor, o que lhes<br />

confere sua dimensão eterna.<br />

As imagens dos Santos.<br />

A Igreja Católica nunca afirmou<br />

que devemos “adorar” as imagens dos<br />

santos; mas as venerar, o que é muito<br />

diferente. Assim, é preciso entender<br />

que Deus não nos proíbe de fazer imagens,<br />

mas sim imagens “de ídolos”,<br />

ou seja, deuses que podem nos escravizar.<br />

A imagem é um objeto que apenas<br />

lembra a pessoa ali representada;<br />

o ídolo, por outro lado,é colocado em<br />

nossas vidas como algo soberano e<br />

com forças próprias. Todas as imagens<br />

de santos em nossas casas e nas nossas<br />

igrejas, significam o Cristo que é glorificado<br />

neles, isto é, “a nuvem de testemunhas”<br />

(Hb 12,1) que continuam a<br />

participar da salvação do mundo e às<br />

quais estamos unidos, sobretudo na celebração<br />

eucarística. Logo, as imagens<br />

e ícones dos santos, principalmente os<br />

da Mãe de Deus, revelam nossa fé no<br />

homem criado “à imagens de Deus e<br />

renovado a sua semelhança”. Devemos<br />

entender que todas as vezes que a<br />

questão de imagens foi condenada na<br />

Bíblia foi por causa da dureza do coração<br />

do povo que colocava as imagens<br />

no lugar de Deus, tendo estas o caráter<br />

de ídolos. No Antigo Testamento, o<br />

próprio Deus pede a confecção de imagens<br />

como, por exemplo: querubins,<br />

página 45


Os cristãos sabem que a santidade não foi apenas<br />

para os mártires de antigamente, mas é uma<br />

realidade para todos os cristãos de hoje.<br />

serpentes de bronze, leões do palácio<br />

de Salomão etc. A Bíblia defende o uso<br />

de imagens, como é possível verificar<br />

em muitas passagens na História da<br />

Igreja, o Concílio Ecumênico de Niceia,<br />

no ano 789, que aprovou o uso<br />

de imagens, disse: “Na trilha da doutrina<br />

divinamente inspirada de nossos<br />

santos padres e da tradição da Igreja<br />

Católica, que sabemos ser a tradição<br />

do Espírito Santo que habita nela, definimos<br />

com toda certeza e acerto que<br />

as veneráveis e santas imagens, bem<br />

como as representações da cruz preciosa<br />

e vivificante, sejam elas pintadas,<br />

de mosaico ou de qualquer outra<br />

matéria apropriada, devem ser colocadas<br />

nas santas igrejas de Deus, sobre<br />

os utensílios e as vestes sacras, sobre<br />

paredes e em quadros, nas casas e nos<br />

caminhos, tanto a imagem de Nosso<br />

Senhor, Deus e Salvador, Jesus Cristo,<br />

como a de Nossa Senhora, a puríssima<br />

e santíssima mãe de Deus, dos santos<br />

anjos, de todos os santos e dos justos.<br />

Portanto, ao adquirir uma imagem de<br />

santo ou se aproximar de alguma para<br />

oração, devemos ter a consciência de<br />

São João Damasceno, doutor da Igreja,<br />

que dizia: “A beleza e a cor das imagens<br />

estimulam minha oração. É uma<br />

festa para os meus olhos, tanto quanto<br />

o espetáculo do campo estimula meu<br />

coração a dar glória a Deus.”<br />

página 46


Salette<br />

novo tempo<br />

Plantas e Ervas<br />

Medicinais<br />

Tanchagem<br />

Por Pe. Ivacir João Franco, Fitoterapeuta CNF 120.<br />

ivacirjoão@gmail.com | (54) 3391-1250<br />

Esta planta também é conhecida<br />

como transagem, ou Tansagem. Pertence<br />

à família das Plantagináceas. É<br />

uma erva usada em todo o Brasil. Existem<br />

mais de 200 espécies espalhadas<br />

pelo mundo. O fruto da Tanchagem é<br />

uma espiga contendo inúmeras sementes<br />

pequenas de cor amarelo-marrom<br />

quando maduro. A sua reprodução é<br />

feita por sementes levadas pelo vento<br />

e pela água das chuvas. Toda a planta<br />

pode ser usada com finalidade medicinal.<br />

O chá das folhas e as sementes<br />

contem as vitaminas: A) – que é um<br />

micronutriente que tem um função<br />

importante para o desenvolvimento<br />

da visão, desenvolvimento dos ossos,<br />

manutenção de todo o tecido do organismo<br />

humano – Vitamina C – que é<br />

um antioxidante que protege o organismo<br />

contra o estresse, vitamina K que é<br />

essencial para sintetizar a proteína do<br />

fígado que controla a coagulação do<br />

sangue. Enxofre que purifica a pele, e<br />

fortalece as unhas em geral. O chá das<br />

folhas é cicatrizante. Anti-inflmatório,<br />

depurativo Tônico e diurético para o<br />

corpo. Muito bom para limpar as vias<br />

respiratórias, especialmente para fumantes<br />

em caso de gripe. Ajuda diminuir<br />

o catarro dos pulmões. O Chá de<br />

tanchagem é ótimo para acalmar a tosse,<br />

gripe resfriado e bronquite. É usado<br />

também para conter a inflamação dos<br />

rins, acalmar disenterias e problemas<br />

intestinais. Para quem fizer um banho<br />

com suas folhas pode ser usado para<br />

lavar e cicatrizar, feridas e hematomas<br />

diversos. As folhas bem novinhas podem<br />

ser consumidas junto com a salada<br />

diária. As folhas podem ser usadas<br />

como compressas para curar brotoejas,<br />

furúnculos e cicatrizar feridas. Seu chá<br />

pode ser usado em forma de gargarejo<br />

para combater inflamação da gargante,<br />

das gengivas e para higienizar a boca.<br />

A mulher gestante deve usar tanchagem<br />

com muita moderação.<br />

página 47


Salette<br />

novo tempo<br />

170 Anos da Aparição<br />

Salette no Vaticano<br />

Salette desceu a montanha.<br />

Os 170 anos da Aparição de<br />

Nossa Senhora da Salette foram marcadas<br />

com muitas festividades pelo<br />

mundo a fora. Um fato tornou-se<br />

marcante nestas comemorações: a<br />

coroação da imagem de Nossa Senhora<br />

da Salette, no Vaticano, pelo<br />

papa Francisco. No dia 18 de maio<br />

do ano passado (2016) a estátua de<br />

página 48<br />

Nossa Senhora da Salette que está no<br />

santuário saletino da França, desceu a<br />

montanha e foi, em peregrinação até<br />

o Vaticano. Ela que veio nos trazer a<br />

bênção e a proteção de Deus, desta<br />

vez ela desceu a montanha para receber<br />

a bênção do papa Francisco. Ela<br />

foi ao Vaticano para receber uma linda<br />

coroa de ouro para completar os seus<br />

adornos de mãe, mulher e rainha. Ela<br />

foi ao Vaticano num micro-ônibus pilotado<br />

pelo motorista krzysztof, junto<br />

com a Pe. Manuel Bonfim, do Brasil e<br />

reitor do santuário saletino na montanha<br />

da Salette, mais o senhor Richard,<br />

presidente da Associação dos Peregrinos<br />

da Salette, mais a Gilda Perin,<br />

prefeita do município da Salette, e<br />

ainda o senhor Fabiano Mulyk, prefeito<br />

do município de Corps. Quando<br />

ela chegou na praça de São Pedro foi<br />

acolhida pelo padre Silvano Marisa,<br />

Superior Geral dos Missionários Saletinos<br />

e de outros missionários saletinos<br />

que estavam em Roma. Foi um<br />

momento especial para o padre Manuel<br />

Bonfim, missionário saletino do<br />

Brasil e reitor do Santuário da Salette<br />

na França convidar o papa para visitar<br />

o lugar da Aparição de Nossa Senhora<br />

em Salette.


Estátua de N. Sra. da Salette chega ao<br />

Vaticano carregada por seus fiéis devotos.<br />

Papa Francisco abençoa a novo coroa para a estátua de<br />

N. Sra. da Salette que está no santuário saletino na França.<br />

página 49


Salette<br />

novo tempo<br />

Vida e Saúde<br />

Emagrecer! Emagrecer!<br />

Emagrecer!<br />

Pastoral de Saúde.<br />

A boa forma!<br />

Hoje, no mundo da “boa forma”<br />

a ordem é emagrecer!<br />

É uma questão vital para uma<br />

vida saudável e uma condição de<br />

boa aparência! Basta ver a quantia<br />

de revistas que oferecem dicas, remédios<br />

e receitas, procedimentos e<br />

dietas. É uma febre geral que tomou<br />

conta da sociedade com academias<br />

para manter o manequim belo e saudável.<br />

A primeira ordem é emagrecer<br />

para ter a “boa forma”, mas o<br />

ordem mais importante é a dos médicos<br />

“emagrecer, perder peso para<br />

ter uma vida saudável”. No meio<br />

desta obsessão de emagrecimento<br />

nos oferecem muitos procedimento<br />

e dietas que não ajudam o emagrecimento,<br />

nem tornam a vida mais saudável.<br />

Pensando nisto conferimos os<br />

melhores procedimentos com base<br />

científica para que as pessoas realmente<br />

possam perder peso e ter uma<br />

vida mais saudável:<br />

Não perca peso depressa!<br />

Emagrecer depressa torna<br />

muito mais difícil manter o peso<br />

ideal para a pessoa. É claro que não<br />

é saudável cortar calorias drasticamente<br />

ou seguir uma dieta maluca. É<br />

preferível ir devagar e sempre! Esta<br />

é sempre a melhor opção, para não<br />

ter que fazer muitos tratamentos para<br />

emagrecer e depois voltar a pegar<br />

peso novamente.<br />

Não pule o café da manhã!<br />

A pressão para perder peso<br />

tem criado fantasias e receitas mágicas,<br />

principalmente na mente feminina,<br />

Alguém imagina que pular<br />

o café da manhã ou pular outras refeições<br />

ajuda a perder peso. Pesquisas<br />

mostraram que as pessoas que<br />

pulam refeições comem mais calorias<br />

durante o dia. Ninguém é obrigado<br />

a tomar o café da manhã se não<br />

sentir fome.<br />

página 50


Comer em casa é<br />

melhor do que comer<br />

fora de casa.<br />

Já sabemos que grande parte<br />

das calorias que consumimos vêm de<br />

salgadinhos, hambúrgueres e refrigerantes<br />

que normalmente estão fora<br />

de casa. Outra grande parte das calorias<br />

vêm dos alimentos comprados<br />

em supermercados e lojas de conveniência<br />

e que depois são consumidos<br />

em casa. É sempre melhor equilibrar<br />

legumes, verduras, frutas, proteínas<br />

magras, cereais integrais e comer o<br />

menos possível alimentos refinados e<br />

industrializados.<br />

Emagrecer ou perder peso,<br />

é uma condição básica para<br />

uma vida saudável.<br />

Pequenas mudanças,<br />

grandes vantagens!<br />

É certo que o cuidado com alimentação<br />

é importante para perder<br />

peso, mas uma caminhada diária,<br />

pode fazer a diferença. Caminhada<br />

e exercícios ajudam a queimar calorias.<br />

Exercícios físicos talvez não<br />

sejam suficientes, no caso será necessário<br />

tirar algo que costumamos<br />

comer com muita vontade, como<br />

sanduíche, por exemplo.<br />

Receita do fracasso,<br />

perder peso muito rápido.<br />

Perder peso rapidamente,<br />

de um dia para o outro, é<br />

uma receita condenada ao fracasso.<br />

Além do mais, se conseguíssemos<br />

perder peso rapidamente,<br />

logo deixaríamos de<br />

lado o processo de emagrecimento<br />

e voltaríamos a nossos<br />

hábitos normais e ganharíamos<br />

peso novamente. O ideal<br />

é estabelecer pequenas metas<br />

e conquistá-las gradualmente,<br />

sem praticar excessos. Quando<br />

conquistada a meta, isto<br />

nos anima a prosseguir e conquistar<br />

outras mais. Procure<br />

unir sempre exercícios físicos<br />

e diminuição das porções que<br />

você come.<br />

página 51


Salette<br />

novo tempo<br />

Vida e Saúde<br />

Como viver cem anos!<br />

Pastoral de Saúde.<br />

Está devidamente constatado<br />

que nos últimos anos, homens<br />

e mulheres passaram a viver mais.<br />

Temos três explicações básicas para<br />

este fato: 1º- Melhorou a assistência<br />

médica pública; 2º - A mortalidade<br />

Infantil foi reduzida; 3º - Houve melhorias<br />

no sistema de educação e ensino.<br />

Com mais melhorias na saúde<br />

pública e no sistema educacional poderemos<br />

sempre mais viver melhor e<br />

muitos anos a mais.<br />

Aqui vão algumas dicas:<br />

Não engula nem cultive suas<br />

mágoas – Quem expressa sua raiva<br />

e outras emoções negativas pode esperar<br />

viver mais do que quem reprime<br />

seus sentimentos. Com o tempo<br />

a raiva engolida pode causar hipertensão<br />

arterial, insônia, problemas<br />

cardiovasculares e aumenta o risco<br />

de surgimento de câncer.<br />

Vá dormir mais cedo – Especialistas<br />

acham que a falta de sono<br />

afeta a capacidade do organismo de<br />

combater os hormônios do estresse.<br />

Já ficou constatado que com uma hora<br />

página 52<br />

a mais de cama por noite as pessoas<br />

conseguem baixar facilmente a pressão<br />

arterial. O bom sono é sempre uma<br />

maneira de recarregar as energias.<br />

Um gole de vinho por dia –<br />

Pesquisas mostraram que o vinho<br />

contem elementos compostas capazes<br />

de reduzir o risco de câncer e<br />

retardar doenças como o Mal de Alzheimer.<br />

Mas aumentar a quantidade<br />

de bebidas alcoólicas traz riscos de<br />

doenças como câncer da boca, garganta,<br />

mama e colesterol.<br />

Comece a se mexer – Estudos<br />

mostraram que basta uma atividade<br />

mínima, como remexer-se, para<br />

provocar a liberação de substâncias<br />

químicas que revertem a deterioração<br />

das células que estão ligadas ao<br />

envelhecimento.<br />

Escolha pessoas positivas – Os<br />

amigos e pessoas de nossa convivência<br />

têm uma enorme influência em nossa<br />

vida. Pessoas negativistas só ajudam<br />

destruir a nossa vida. É incrível, mas<br />

existem pessoas especialmente voltadas<br />

para críticas e fatos negativos da


Caminhar e movimentar-se faz liberar substâncias<br />

que evitam o envelhecimento das células.<br />

vida. É preciso escolher amigos alegres<br />

e voltados para a positividade.<br />

Eles nos ajudarão a viver melhor.<br />

Cultive um jardim – Exercitar-se<br />

no jardim é muito melhor do<br />

que passar horas numa esteira. Basta<br />

podar roseiras e cavar a terra e já teremos<br />

queimado muitas calorias.<br />

Coma com menos sal – Em<br />

geral comemos umas 9 gramas de sal<br />

por dia. São 3 gramas além do nível<br />

saudável. Esta pequena diferença<br />

pode reduzir o risco de acidente vascular<br />

cerebral e outras doenças cardiovasculares.<br />

Pratique ioga – Estudos feitos<br />

na Índia constataram que alongamentos<br />

prolongados combinados<br />

com exercícios aeróbicos reduziram<br />

o colesterol e revertem o endurecimento<br />

das artérias.<br />

Ria bastante, se puder! – O<br />

bom humor aumenta o nível de anticorpos<br />

e células que combatem infecções.<br />

O desgaste geral do organismo<br />

também é menor porque a alegria<br />

renova as energias.<br />

Coma alguma coisa vermelha<br />

– Um pimentão vermelho tem<br />

mais vitamina C que uma laranja. A<br />

beterraba contem nitratos que ajudam<br />

a relaxar os vasos sanguíneos.<br />

Os tomates são riquíssimos em lipoceno<br />

que é um poderoso<br />

antioxidante<br />

página 53


Salette<br />

novo tempo<br />

Vida e Saúde<br />

Pronto Socorro<br />

Pastoral de Saúde.<br />

Erros que devemos evitar.<br />

De repente um acidente: uma<br />

fratura, um sangramento, uma batida,<br />

uma queda! Aí entra um corre-<br />

-corre, um diz uma coisa, outro sugere<br />

algo diferente. Outros entram<br />

com “receitas caseiras” ou com as<br />

“receitas da vovó”. Tratar um ferimento<br />

imediatamente e de maneira<br />

certa faz uma grande diferença na<br />

recuperação. A pessoa sofre menos,<br />

a recuperação é mais rápida e a pessoa<br />

se livra do risco de morrer ou<br />

ficar paralisada.<br />

Não tratar uma queimadura<br />

durante todo o tempo necessário<br />

– Esqueça a manteiga e o gelo!<br />

A melhor maneira de aliviar a pele<br />

queimada é água gelada! Aqui são<br />

necessários pelo menos, 10 a 20<br />

minutos de água gelada! O calor da<br />

queimadura penetra fundo na pele<br />

onde pode continuar a destruir os<br />

tecidos mesmo que tenha esfriado a<br />

superfície da pele. A água gelada por<br />

um tempo razoável faz o frio penetrar<br />

fundo e evitar mais danos à pele.<br />

Inclinar a cabeça para trás<br />

durante sangramento nasal – Esta<br />

posição pode fazer o sangue correr<br />

pela garganta e provocar tosse e<br />

bloquear a respiração. Em vez disso,<br />

aplique pressão sobre as narinas e<br />

mantenha a cabeça ereta, normal.<br />

Aplicar calor numa fratura<br />

– Sempre numa fratura deve-se<br />

aplicar gelo imediatamente. O gelo<br />

ajuda diminuir o inchaço. O calor<br />

abre mais as veias e faz o sangue<br />

jorrar por tudo.<br />

Tentar remover cisco do<br />

olho – Tentar mexer no olho para<br />

retirar algo que está irritando é correr<br />

o risco de provocar uma lesão<br />

ou provocar danos irreversíveis.<br />

Em vez disto, proteja o olho: coloque<br />

uma gaze com tampão. E procure<br />

imediatamente atendimento<br />

médico. A única exceção que deve<br />

ser feita é para produtos químicos.<br />

Quando tiver o olho atingido por<br />

produtos químicos imediatamente<br />

lave o olho durante uns 15 minutos<br />

para descontaminá-lo.<br />

página 54


Pedir socorro em caso de acidente de transito<br />

mesmo que não pareça grave pode salvar vidas.<br />

Retirar a gaze de uma ferida<br />

sangrando – Se a gaze grudar não<br />

retire para trocar, coloque outra por<br />

cima, A coagulação acontece na superfície<br />

para estancar o sangramento.<br />

Tirar a gaze pode tirar a casca do sangue<br />

coagulado e fazer voltar a sangrar.<br />

Se isto acontecer faça pressão no corte<br />

até o sangue parar. Lave bem a ferida<br />

para evitar infecção. Passe uma pomada<br />

antibiótica e refeça o curativo.<br />

Não ir ao hospital depois de<br />

um acidente de carro – Se a batida<br />

foi forte procure imediatamente atendimento<br />

médico, mesmo que você<br />

esteja se sentindo bem. Com o forte<br />

impacto a adrenalina dispara e ela<br />

pode mascarar a dor. Pode levar alguns<br />

minutos, algumas horas para a<br />

dor se manifestar. Há casos em que só<br />

no dia seguinte a pessoa começa sentir<br />

alguma coisa estranha. No lugar do<br />

acidente, as equipes de socorro nem<br />

sempre conseguem se dar conta de<br />

hemorragias cerebrais ou fraturas.<br />

Esconder-se em vez de pedir<br />

socorro – Você passou mal fique no<br />

lugar onde as pessoas possam ajudar.<br />

Normalmente, num mal-estar,<br />

ou algum outro acidente corriqueiro<br />

como ficar engasgado com um osso,<br />

as pessoas correm para o banheiro<br />

para não passar vergonha ou para<br />

não incomodar ninguém. Ali é o pior<br />

lugar porque as pessoas “esquecem”<br />

de quem está no banheiro. Ali as pessoas<br />

desmaiam ou até morrem e ninguém<br />

fica sabendo por quê.<br />

página 55


Salette<br />

novo tempo<br />

Meditação Cristã<br />

Meditar caminhando e<br />

contemplando a natureza.<br />

Desde a antiguidade, procissões e romarias foram<br />

os meios mais usados para meditar e rezar.<br />

Esta técnica consiste em caminhar<br />

silenciosamente na natureza<br />

contemplando a beleza da Criação.<br />

Donde veio esta ideia? No Evangelho<br />

Jesus nunca parou de caminhar.<br />

Jesus era um homem que caminhava.<br />

O cristianismo sempre incentivou<br />

as caminhadas, as romarias.<br />

Os cristãos que meditam sempre<br />

propuseram estas caminhadas meditativas.<br />

Comece caminhar lentamente<br />

e em silêncio. Leve sua atenção<br />

para os pés que tocam o chão e<br />

página 56<br />

depois sobre a respiração. Perceba<br />

a diferença entre aspirar e expirar.<br />

Não procure fixar seu olhar num determinado<br />

ponto da paisagem. Vai<br />

absorvendo aquilo que aparece sem<br />

se apegar a um detalhe particular.<br />

Devemos colocar nosso olhar em<br />

descanso para que possamos perceber<br />

as coisas através de outros sentidos:<br />

o peso dos pés no chão, o ar em<br />

nossas mãos e em nosso rosto. Os<br />

passarinhos, o vento, as árvores que<br />

balançam com o vento.


Caminhar meditando nos dá a chance de<br />

sentir o mundo que está ao nosso redor.<br />

Um passeio silencioso.<br />

Geralmente nossos pensamentos<br />

vão se aquietando em nós,<br />

mesmo que seja necessário algum<br />

tempo para isto. Continue centrado<br />

sobre a sua respiração e aberto a<br />

tudo o que está a seu redor. Depois<br />

pode fazer uma pausa para focalizar<br />

um detalhe: uma flor, uma árvores,<br />

o céu. Pode acolher a beleza de tudo<br />

o que está ao seu redor. Esta parada<br />

nos faz ver coisas que normalmente<br />

nunca percebemos. Um turbilhão de<br />

folhas, um raio de sol atravessando<br />

os galhos das árvores. Em cada parada<br />

você observa diversos detalhes<br />

ou se fixa num só. Você deve sentir<br />

o que é melhor pra você. Esta caminhada<br />

nos ajuda a estar totalmente<br />

presentes. E não é no momento<br />

presente que se encontra o Reino de<br />

Deus? Este exercício de meditação é<br />

comparável à contemplação de um<br />

ícone ou da face de Cristo. A beleza<br />

da Criação se apresenta a nós. E nós<br />

devemos nos deixar impregnar por<br />

ela. Como cristãos somos convidados<br />

a celebrar a beleza da Criação e<br />

dar graças por tudo o que nos é dado.<br />

Um passeio silencioso como este nos<br />

oferece uma oportunidade para isto.<br />

A Criação alimenta nossa vida de fé,<br />

porque com esta atitude não somente<br />

agimos, mas recebemos mais<br />

do que oferecemos.<br />

página 57


Salette<br />

novo tempo<br />

Catequese<br />

Sacramento da Confissão<br />

Pecado é Ofensa a Deus<br />

“Tudo o que fizeste a um de teus<br />

irmãos foi a mim que fizeste.”<br />

Por que o pecado<br />

é só da pessoa?<br />

O Pecado é um ato de responsabilidade<br />

pessoal porque é um ato<br />

livre praticado por alguém com pleno<br />

uso da razão.<br />

página 58<br />

Em algumas situações fatores<br />

externos e internos podem diminuir ou<br />

aumentar esta responsabilidade. Consequentemente<br />

a culpa pode ser menor<br />

ou maior. Esta é uma verdade da nossa<br />

fé que é confirmada pela experiência<br />

humana de vida e pela nossa razão:


Cada pessoa tem a liberdade e a responsabilidade<br />

pelo bem que realiza e<br />

pelo mal que comete. Existe, pois, uma<br />

certa solidão do pecador na culpa pelo<br />

pecado que comete. O pecador deve se<br />

colocar perante sua consciência e perante<br />

Deus. Somente ele é responsável<br />

pela sua culpa. Ninguém pode se responsabilizar<br />

pelos seus atos e ninguém<br />

pode pedir perdão em seu nome.<br />

Também temos culpa no<br />

pecado de outros:<br />

- Quando cooperamos com o<br />

mal que cometem .<br />

- Quando participamos voluntaria<br />

e diretamente no mal que cometem.<br />

- Louvando e aprovando o mal<br />

que cometem.<br />

- Não denunciando ou não impedindo<br />

de fazer o mal quando poderíamos<br />

agir contra.<br />

- Protegendo aqueles que cometem<br />

as injustiças.<br />

O pecado ofende a Deus?<br />

- Porque o pecado fere e destrói<br />

a pessoa humana que é amada<br />

por Deus.<br />

- Porque rompe nossa amizade<br />

com Deus.<br />

- Porque viola os mandamentos<br />

de Deus que estão escritos para o<br />

bem de todo o ser humano.<br />

- Ofende a Deus porque fere o<br />

seu amor para com seus filhos. Fere<br />

o seu amor de Pai.<br />

Cooperar ou proteger os que fazem<br />

o mal também ofende a Deus.<br />

página 59


Salette<br />

novo tempo<br />

Polêmica<br />

Palavra do Papa<br />

O continente Europeu<br />

ainda é cristão?<br />

História de um continente.<br />

O Continente Europeu sempre<br />

teve sua história marcada pelo<br />

cristianismo. Não é difícil encontrar<br />

grandes catedrais, igrejas antigas,<br />

velhas histórias de povoados<br />

que surgiram em torno da religião<br />

e que “produziram” seus mártires e<br />

seus santos no decorrer destes últimos<br />

dois mil anos. A Europa como<br />

um Continente formado por 43 países,<br />

foge de uma definição simples<br />

de sua realidade, especialmente<br />

quando se fala de relação entre Europa<br />

e religião. Cada país possui<br />

uma história religiosa de contextos<br />

culturais e sociais muito próprios,<br />

o que torna a conceituação da influência<br />

religiosa sobre a vida das<br />

pessoas um desafio imenso. Sem<br />

contar que hoje este Continente de<br />

muitas histórias de fé cristã, passa<br />

por enormes mudanças sociais resultantes<br />

da imigração em massa<br />

dos últimos anos e das consequentes<br />

alterações demográficas.<br />

Secularismo.<br />

O grande problema, dizem os<br />

que estudam esta realidade, não é nem<br />

a dificuldade de pertencimento a uma<br />

ou outra religião, mas é a influência<br />

do próprio secularismo que leva as<br />

pessoas a darem pouca importância<br />

à fé e onde o anúncio do Evangelho<br />

causa tão pouco impacto na vida das<br />

pessoas. Se analisarmos alguns números<br />

estatísticos, se diz que apenas<br />

17 % do povo europeu vai à missa ou<br />

a um culto religioso toda a semana, e<br />

que o número dos que dizem rezar todos<br />

os dias, não chega a 27 %.<br />

Palavras do Papa Francisco.<br />

Falando para os fiéis do Continente<br />

Europeu, por ocasião do recebimento<br />

do Prêmio Carlos Magno,<br />

entregue ao Papa Francisco,<br />

em maio do ano passado, o Papa<br />

disse uma frase que se transformou<br />

na imprensa europeia uma grande<br />

chamada de atenção para os povos<br />

página 60


Papa Francisco chama atenção para os países ricos<br />

da Europa para que, ao invés de se fecharem em seus<br />

palácios, saiam em busca de soluções para os problemas<br />

da miséria e da pobreza que existe no mundo.<br />

deste continente que outrora foi<br />

marcado pelo forte testemunho da<br />

fé. O Papa disse em seu discurso:<br />

“...há uma impressão geral de que<br />

a Europa está cansada e envelhecida,<br />

não é mais fértil e está sem<br />

vitalidade, onde os grandes ideais<br />

que a inspiraram parecem ter perdido<br />

o seu fascínio; uma Europa<br />

decadente que parece ter perdido<br />

a sua capacidade geradora e criativa;<br />

uma Europa tentada mais a<br />

querer garantir e dominar espaços<br />

do que gerar processos de inclusão<br />

e transformação; uma Europa que<br />

se vai “entrincheirando”, em vez<br />

de privilegiar ações que promovam<br />

novos dinamismos na sociedade:<br />

dinamismos capazes de envolver e<br />

mobilizar todos em busca de novas<br />

soluções para os problemas atuais,<br />

que frutifiquem em acontecimentos<br />

históricos importantes; uma Europa<br />

que, longe de proteger espaços, se<br />

torne mãe geradora de processos.”<br />

Pergunta séria.<br />

Ao ler esta mensagem do Papa<br />

podemos nos perguntar por que um<br />

Continente marcado por grandes histórias<br />

sociais, políticas e religiosas<br />

página 61


pode ter se transformado num continente<br />

fechado em si mesmo e não<br />

mais produtor de fatos e de história?<br />

Mais ainda, podemos nos perguntar<br />

por que a Europa é hoje um Continente<br />

quase sem fé e sem religião,<br />

sendo que outrora a religião foi uma<br />

grande marca de unidade? Perguntas<br />

sérias que não têm respostas prontas.<br />

O Papa revelou com seu discurso<br />

que a Igreja Católica tem um olhar<br />

voltado para esta realidade europeia<br />

e que está pronta para buscar junto<br />

com outras forças, uma solução que<br />

faça, como Ele mesmo disse, a Europa<br />

voltar a “ser mãe”. Será esta ideia<br />

do Papa uma simples utopia a um<br />

continente já envelhecido em todos<br />

os aspectos? Ou poderá ser uma nova<br />

realidade? É de se pensar...<br />

Refugiados de todos os países colonizados invadem a<br />

Europa, fugindo da fome, da miséria e das guerras.<br />

Missões Saletinas<br />

Programa para <strong>Fev</strong>ereiro e Março de <strong>2017</strong><br />

• 09 de fevereiro a 19 de março, missões na paróquia Nossa<br />

Senhora Aparecida de Trindade do Sul - RS.<br />

Respostas da página 28 – TESTE BÍBLICO<br />

1) C | 2) A | 3) B | 4) C | 5) A | 6) C | 7) B | 8) A<br />

página 62


Salette<br />

novo tempo<br />

A Palavra é...<br />

Reconciliação<br />

Nós, Missionários Saletinos,<br />

temos por missão, na Igreja, junto ao<br />

Povo de Deus o carisma da Reconciliação.<br />

Sempre invocamos a Nossa<br />

Senhora da Salette como “reconciliadoras<br />

dos pecadores”. Reconciliação<br />

é a Palavra forte que emana do próprio<br />

Evangelho de Jesus Cristo que deixou<br />

bem evidente a sua missão ao entrar<br />

neste mundo: “eu vim para salvar e<br />

não para condenar”! Reconciliação<br />

não pode ser confundida com “conciliação”.<br />

Conciliação é um ajuste de<br />

interesses, cada um cede um pouco e<br />

assim se faz a convivência humana tolerável.<br />

Conciliação, muitas vezes, se<br />

faz sobre muitas injustiças ou até entre<br />

vencidos e vencedores. Mas a “Reconciliação”<br />

se fundamente na justiça e<br />

no amor. É por isto que dizemos que<br />

Cristo nos reconcilia com o Pai porque<br />

sua atitude se fundamenta no amor que<br />

Deus tem para conosco. Todo o amor<br />

verdadeiro supõe o perdão e a reconciliação<br />

passa pelo perdão. Sem perdão<br />

fundamentado no amor não é possível<br />

existir reconciliação. O perdão apaga a<br />

injustiça cometida e a culpa é redimida.<br />

A reconciliação vem, primeiro, de<br />

Deus. É Ele que toma a iniciativa de<br />

Por Pe. Arlindo Fávero, ms.<br />

nos oferecer o perdão, no seu imenso e<br />

infinito amor pela humanidade. Foi assim<br />

que nos enviou Jesus, como prova<br />

concreta e histórica de seu amor para<br />

conosco. A reconciliação também não<br />

leva em conta a justiça humana, porque<br />

o amor é gratuito. Quem oferece o<br />

perdão não exige nada, não pede retribuição,<br />

pois é como diz São Paulo: “O<br />

amor não se alegra com a injustiça,<br />

mas gloria com a verdade, tudo desculpa,<br />

tudo crê, tudo suporta, tudo espera,<br />

não faz caso do mal”. Deus nos<br />

ama não pelo que somos ou fazemos.<br />

Ele nos ama porque somos seus filhos,<br />

simplesmente! Nos oferece o perdão<br />

sem nenhuma exigência. Quer apenas<br />

que aceitemos ser amados por Ele. Por<br />

isto, nosso trabalho de missionários da<br />

reconciliação é de convencer as pessoas<br />

de que Deus nos ama e quer a<br />

nossa salvação e nos convida também<br />

a perdoar da mesma forma que Ele nos<br />

perdoa: “perdoai as nossas ofensas<br />

assim como nós perdoamos a quem<br />

nos tem ofendido” Só com o perdão<br />

verdadeiro é possível a reconciliação.<br />

E este perdão deve estar fundamentado<br />

no amor que apaga toda culpa e<br />

esquece a ofensa e a injustiça.<br />

página 63


Página de<br />

Gratidão<br />

Adolfo Pegorini<br />

14 de julho de 1924 – Marcelino Ramos - RS<br />

06 de fevereiro de 2001 – Marcelino Ramos - RS<br />

Otília Dall’Agnol Pegorini<br />

27 de novembro de 1931 – Viadutos - RS<br />

11 de setembro de 2016 – Maximiliano de Almeida - RS<br />

Adolfo e Otília se uniram<br />

pelo sacramento do matrimônio<br />

em 21 de setembro de 1949 e durante<br />

52 anos viveram no amor<br />

e na fidelidade seu compromisso<br />

com a família. Desta feliz e abençoada<br />

união nasceram 6 filhos<br />

sendo três homens e três mulheres:<br />

Noili (in memoriam), Marinês,<br />

Arlete, Edemir, Nilson, Adilson,<br />

13 netos e 7 bisnetos. Em<br />

1999, Otília e Adolfo celebraram<br />

as Bodas de Ouro. Adolfo foi um<br />

homem de fé, esposo fiel e companheiro e muito zeloso pelo bem estar de sua<br />

família, participante de sua comunidade e das Romarias de N. Sra. da Salette.<br />

Otília sempre foi muito religiosa e devota de Nossa Senhora da Salette, fazia parte<br />

da Liga de Missas, do Apostolado da Oração e assinante da Revista Salette. Otília<br />

fez parte da comunidade de Nossa Senhora da Conceição, na Linha Gramado;<br />

Nossa Senhora dos Navegantes no Rio Ligeiro e de São Sebastião, na cidade de<br />

Maximiliano de Almeida - RS. Otília era uma pessoa simples e empenhou toda<br />

a sua vida com zelo e dedicação à família, ao trabalho e à comunidade. Esposa<br />

fiel, carinhosa, excelente companheira. Otília era fervorosa na fé, na oração e na<br />

vida da Igreja. Costumava rezar o terço diariamente e gostava de assistir as missas<br />

e programas religiosos na televisão. Ensinou as orações aos filhos desde o colo<br />

materno. Avó e bisavó afetuosa que se alegrava com a presença dos netos e bisnetos.<br />

Acolhia as pessoas em sua casa e sabia ser solidária nos momentos alegres<br />

e tristes dos amigos e pessoas conhecidas. Otília deixa-nos o legado de uma vida<br />

santa e abençoada, de temor a Deus e muito amor e sacrifício à família. Otília!<br />

Ficamos muito tristes com a tua partida, mas rendemos graças a Deus pelo teu<br />

exemplo de vida, amizade e ternura, na certeza de que estás em plena comunhão<br />

dos santos junto ao Pai Celeste. Quem lhes presta esta homenagem são seus familiares,<br />

através da zeladora Marilde Pegorini, na cidade de Marcelino Ramos - RS.<br />

página 64

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