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PSICOLOGIA<br />
& NUTRIÇÃO<br />
A IMPORTÂNCIA DO ACOMPANHAMENTO<br />
NUTRICIONAL E PSICOLÓGICO<br />
EM CIRURGIA BARIÁTRICA<br />
Dra. Maysa Paula dos Santos<br />
Nutricionista - Especialista em Obesidade e<br />
Emagrecimento.<br />
Dra. Thaís Costa Ribeiro de Andrade<br />
Psicóloga Clínica, Pós- graduada em EMDR,<br />
Acompanhamento Pré e Pós Cirúrgico em<br />
Gastroplastia Redutora.<br />
Dra. Jucimara Eliza Alves<br />
Nutricionista - Nutrição Clínica e Cirurgia da<br />
Obesidade<br />
A<br />
freqüente industrialização e a urbanização trouxeram<br />
consigo mudanças importantes, como o aumento<br />
da ingestão de calorias e a diminuição da<br />
atividade física. As refeições também vêm sendo substituídas<br />
por comidas mais rápidas e fora de casa como refrigerantes,<br />
salgadinhos, sanduíches e biscoitos, deixando<br />
de lado o tradicional e saudável arroz, feijão, carne e<br />
hortaliças.<br />
Associado a esse novo estilo de vida, observa-se que a<br />
prevalência de sobrepeso e obesidade entre a população<br />
é hoje a terceira doença nutricional do Brasil, pois cerca<br />
de 80% dos brasileiros adultos são sedentários e 32%<br />
apresentam excesso de peso.<br />
A obesidade pode ser definida como uma doença caracterizada<br />
pelo aumento excessivo de gordura corporal, em<br />
conseqüência do balanço energético positivo que repercute<br />
na saúde do indivíduo.<br />
Atualmente a obesidade é classificada baseando-se no<br />
índice de massa corporal (IMC) e no risco de mortalidade<br />
associada. Assim, considera- se obesidade quando o IMC<br />
encontra-se acima de 30 kg/m2 e obesidade mórbida os<br />
valores iguais ou superiores a 40 kg/m2, podendo ser<br />
acompanhada de múltiplas complicações, tais como diabetes<br />
mellitus, hipertensão arterial, dislipidemias, doenças<br />
cardiovasculares e câncer.<br />
Visto o aumento na prevalência da obesidade, a cirurgia<br />
bariátrica vem sendo a ferramenta mais eficaz no tratamento<br />
e controle da obesidade mórbida para aqueles<br />
pacientes que não atingem o objetivo do tratamento nutricional,<br />
farmacológico e/ou de atividade física. Os candidatos<br />
a esta intervenção, são pacientes com IMC igual<br />
ou acima de 40 kg/m2 ou com IMC entre 35 a 39,9 kg/<br />
m2 que possua alguma doença associada.<br />
Dentre as técnicas descritas na literatura temos as restritivas,<br />
as quais reduzem o tamanho do reservatório gástrico,<br />
aumentando a saciedade e diminuindo a velocidade do<br />
esvaziamento gástrico, as disabsortivas, cujos procedimentos<br />
reduzem a absorção intestinal dos alimentos e as<br />
mistas que são técnicas que combinam a restrição gástrica<br />
com algum grau de disabsorção.<br />
É necessária uma conduta nutricional e psicológica específica<br />
para cada técnica descrita, devido às alterações<br />
fisiológicas e emocionais provocadas pela cirurgia e a<br />
ocorrência de intolerância alimentar.<br />
As intolerâncias alimentares ocorrem principalmente no<br />
primeiro ano e estão associadas às adaptações do organismo<br />
à nova capacidade gástrica, às alterações do<br />
sistema gastrointestinal e à capacidade dos indivíduos de<br />
se adaptarem à nova realidade, não apresentando tempo<br />
determinado e variando de indivíduo para indivíduo.<br />
As alterações emocionais acontecem devido a abstinência<br />
alimentar, pois todo obeso sofre de compulsão alimentícia<br />
e grande parte, de um nível de ansiedade generalizada.<br />
É muito importante o preparo pré-cirúrgico, pois nesse<br />
primeiro ano é comum o aumento do grau de ansiedade<br />
e até mesmo a manifestação de casos de depressão. Não<br />
podemos deixar de situar também a troca de compulsão,<br />
que em alguns casos tem levado pacientes ao alcoolismo<br />
dentre outras.<br />
Na grande maioria dos casos, nos quais existe um componente<br />
restritivo, é importante a suplementação protéica<br />
e de vitaminas e minerais, sendo necessário levar em consideração<br />
a faixa etária, sexo e tipo de cirurgia empregada,<br />
respeitando a sensibilidade individual de cada um<br />
e proporcionando melhora global na qualidade de vida.<br />
O acompanhamento nutricional deverá ser realizado rotineiramente<br />
com análise criteriosa da perda do excesso de<br />
peso, presença de sinais clínicos associados às carências<br />
nutricionais específicas, análises laboratoriais e acompanhamento<br />
da ingestão alimentar. Juntamente com a triagem<br />
psicológica para identificação de transtornos, preparo<br />
emocional para as mudanças de hábitos e de estilo de<br />
vida e até mesmo tratamento.<br />
Portanto, o papel dessas duas especialidades são indispensáveis<br />
no acompanhamento pré e pós-operatório,<br />
a fim de prevenir deficiências nutricionais e transtornos<br />
emocionais, potencializando a adesão e os resultados do<br />
tratamento.<br />
Dra. Maysa Paula dos Santos: CRN1-3254 / Dra. Thaís C. R. de<br />
Andrade: CRP 09/3776 / Dra. Jucimara Eliza Alves : CRN 3673<br />
Espaço D’Vita: 62. 3701 1426 / Gastromed: 62 3099 8309<br />
66 - CLASSE A