Guia prático de Herbologia - Volume 3

Para a prática em Herbologia o contato com a terra, com as
plantas e outros cultivares é de suma importância. Sempre que
possível, o herbologista deve manusear, cultivar e lidar com a
natureza com as próprias mãos. Os resultados dessa relação podem
ser visualizados na resposta da natureza para com o homem, a
qual varia de acordo com a qualidade desse contato.
Entretanto, muitas vezes não é possível promover essa
relação tão próxima. Em alguns casos o uso de feitiços é essencial
e, ainda que existam feitiços de uso geral que possam ser aplicados
à prática herbológica, existem alguns específicos, os quais
facilitam o manejo e permitem melhor aproveitamento dos
cultivares. Tais feitiços específicos são chamados de Feitiços
Herbológicos, os quais podem ser classificados em cinco tipos:
manutenção, análise, potencialização, preservação e aniquilação.

São feitiços específicos para o manejo bruto, ou seja, de
carga. Normalmente servem para transportar equipamentos, ou
mesmo cultivares de uma posição a outra. Entre os mais comuns
deste tipo temos:
Movere: Aponta-se a varinha para
o alvo, fazendo-se um movimento
incisivo do pulso, desenhando no ar
uma espécie de meia lua, de cima
para baixo, da direita para a
esquerda, proferindo o verbete.
Depois, basta conduzir o alvo para
o local desejado.
Este feitiço é muito útil para movimentar plantas de grande
porte, embora possa ser usado para vegetais de todos os tamanhos.
É muito usado também para o manejo de plantas agressivas, pois
permite a movimentação destas sem que haja necessidade de
aproximação.

Miscere: Feitiço utilizado para revolver
solos e aditivos utilizados em cultivares.
Mais utilizado para envasados, pois em
grandes plantações exige muita energia, o
que pode causar estafa no bruxo que o
realizar por muito tempo. Aponta-se a
varinha para o alvo, desenhando no ar um
espiral de três voltas.
São feitiços específicos analisar tanto o solo quanto vegetais
e fungos, embora essa análise seja superficial. Análises profundas
requerem utilização de outros métodos, ferramentas e até mesmo
soluções químicas e/ou Poções Herbológicas. Entre os feitiços
herbológicos de análise mais utilizados temos:
Reprehendo temperatus: É utilizado para
verificar a temperatura, tanto do solo, quanto da
planta. Útil no manejo de plantas que estão fora
de seu habitat natural, para saber o quanto estão
suportando a temperatura local. Para utilizá-lo,
aponta-se a varinha para o alvo, desenhando no
ar, de cima para baixo, da direita para a
esquerda, três retas verticais.

Se a planta ou solo estiver precisando aquecer, emitirá
luminescência dourada, mas se estiverem precisando esfriar,
emitirá luminescência azul.
Reprehendo pH: Utilizado para verificar
o Potencial Hidrogeniônico do solo, água
ou aditivos. Aponta-se a varinha para o
alvo realizando movimento rápido,
riscando o ar na diagonal, da direita
superior, para a esquerda inferior.
As cores resultantes variam conforme a
situação do alvo. Se adquirir a cor
vermelha, indica acidez. Mas se ficar
verde, indica alcalinidade. Caso não
altere a cor, significa que o pH é neutro.
Em casos de acidez ou alcalinidade,
deve-se prosseguir com análises
específicas para determinar o grau, a fim
de tomar as providências necessárias
para equilibrar o potencial
hidrogeniônico.
pH ácido
menor que 7
pH alcalino
maior que 7

Reprehendo Lumini: Indicado para análise superficial do
potencial fotossintético da planta. Não funciona em plantas
avasculares. Aponta-se a varinha para a planta, desenhando no ar
um círculo, iniciando da esquerda para a direita.
Se as folhas da planta escurecerem
é porque não há luz suficiente. Se
clarearem é porque há luz em
demasia. Se não alterar a coloração,
é porque a iluminação está
adequada.
Reprehendo Hydrata: Indicado para analisar o nível de
hidratação das plantas. A partir de sinais específicos (murcha,
secagem, etc.) é possível determinar se uma planta está
desidratada. Alguns casos de desidratação são fatais, mas todos
têm potencial de reversão, o qual depende da precocidade do
diagnóstico, bem como das ações profiláticas.
Deve-se apontar a varinha na
direção do alvo, de modo que a
varinha fique acima deste. Então,
desenha-se um círculo,
horizontalmente, sobre a planta,
da esquerda para a direita.

Eratis: Deve-se apontar a varinha
na direção do alvo, de modo que a
varinha fique acima deste. Então,
desenha-se um círculo,
horizontalmente, sobre a planta, da
direita para a esquerda.
Este feitiço serve para analisar se planta está em fase
mutagênica, ou simulando outras características. Algumas plantas
são capazes de se parecerem com outras, o que as torna
extremamente perigosas, pois não conseguem simular as
propriedades. O mais grave nesses casos é que plantas mutagênicas
são em sua maioria altamente tóxicas.
São feitiços que podem alterar as propriedades do solo, fungo
ou planta, aumentando ou reduzindo suas características. São
feitiços de nível avançado e muito delicados, pois requerem grande
conhecimento em Herbologia. Entre os mais utilizados estão:
Tumescere: São feitiços específicos para rizomas, tubérculos,
cogumelos, bagas e sementes. Alteram a forma do alvo, fazendo-o
inchar, potencializando suas propriedades. Ao contrário do que
muitos pensam, o feitiço Engorgio pode aumentar o tamanho de
um cultivar, mas não terá efeito sobre suas propriedades. Assim, o

Engorgio não é indicado no manejo
herbológicos. Para realizar o
Tumescer, deve-se apontar a varinha
na direção do alvo, movimentando-a
em linha reta da esquerda para a
direita, descendo em diagonal para a
esquerda inferior, deslizando em
linha reta para a direita novamente,
como se desenhasse a letra “Z”.
Siccum: Também deve ser usado em rizomas, tubérculos,
cogumelos, bagas e sementes, e pode reduzir o tamanho do alvo,
reduzindo também o poder de suas propriedades terapêuticas. É
um feitiço extremamente delicado, exigindo muita concentração e
habilidade do herbologista. O feitiço Reducto pode reduzir o
tamanho do cultivar, mas suas propriedades ficarão inalteradas.
Para utilizá-lo, aponte a varinha para o
alvo, movimentando-a em linha reta da
direita para a esquerda, descendo em
diagonal para a direita inferior,
deslizando em linha reta para a
esquerda novamente, como se
desenhasse a letra “Z” ao contrário.

Magnitudinis: Feitiço utilizado para aumentar tamanhos e
espessuras de foliares, troncos e caules, e a hidratação de plantas e
fungos. Deve ser proferido juntamente com o verbete que indica o
alvo específico. Se a intenção é aumentar folhas, deve-se dizer
Magnitudinis Folium. Se for aumentar caules, diz-se Magnitudinis
Caulibus. Mas se a intenção for aumentar a hidratação, deve-se
proferir Magnitudinis Hydrata. É importante ressaltar que neste
último caso não ocorre erupção de água através da varinha. O que
ocorre é a potencialização de hidratação no interior do cultivar.
Para utilizar este feitiço, aponte
para o alvo, movimentando a
varinha de baixo para cima, em
altura aproximada de 40cm,
fazendo em seguida um
movimento circular em sua
própria, como de desenhasse um
gancho.

Angustio: Feitiço utilizado para diminuir tamanhos e espessuras
de foliares, troncos e caules, e a hidratação de plantas e fungos.
Deve ser proferido juntamente com o verbete que indica o alvo
específico. Se a intenção é diminuir folhas, deve-se dizer Angustio
Folium. Se for diminuir caules, diz-se Angustio Caulibus. Mas se a
intenção for diminuir a hidratação, deve-se proferir Angustio
Hydrata. Este último é delicado, visto que são raros os casos em
que se deve aplicar a redução de hidratação.
Para utilizar este feitiço, repouse
a varinha em seu ombro, em
seguida a aponte para o alvo, com
um movimento de gancho,
incisivo de trás para a frente em
direção ao chão.
Os feitiços Magnitudinis e
Angustio podem ser usados com
outros verbetes, os quais variam
conforme o objetivo da ação, do
tipo de alvo e das necessidades
deste. Podem por exemplo
aumentar ou diminuir o potencial
hidrogeniônico do solo e de aditivos, mas esta é uma prática muito
avançada, apenas para profissionais habilidosos.

Feitiço de preservação, como o próprio nome indica, serve
para preservar a integridade, tanto dos cultivares, quanto do
herbologista. Entre os mais utilizados dessa categoria estão:
Madefacios: Pode ser usado para solos e para cultivares, e serve
para criar uma espécie de invólucro de proteção ao redor do alvo.
Este feitiço deve ser proferido juntamente com o verbete que
indica o objetivo pretendido. Em caso de sua utilização para solos,
serve tanto para recolher uma porção de terra, de modo a
preservar as características do seu local de origem, quanto para
reestabelecer as características deste local
Quando recolhemos uma
amostra de solo magmático, por
exemplo, para manter as
características de seu local de
origem, ou seja uma região com
vulcão ativo, apontamos a
varinha para o alvo,
dizendo desenhando Madefacios Solum, desenhando no ar um quadrado,
iniciado da esquerda para a direita e finalizado novamente na
esquerda. A terra será envolta em uma espécie de caixa quadrada,
translúcida e firme, a qual pode durar até dois anos sem que o solo
perca as propriedades de origem.

No caso de cultivares, esse feitiço serve tanto para locomoção
segura, quanto para a preservação das características do habitat
natural do vegetal ou fungo em questão.
A preservação das condições do local
de origem de determinada planta, a
partir desse feitiço, aponta-se a
varinha para o alvo, dizendo-se
Madefacios herba, desenhando-se no
ar um quadrado, iniciado da
esquerda para a direita e finalizado esquerda novamente na esquerda. A
planta será envolta em uma espécie de caixa quadrada, translúcida
e firme, a qual pode durar até dois anos sem que o vegetal perca as
propriedades de origem.
Parietum: Algumas vezes, no
manejo de cultivares agressivos,
o herbologista necessita de
proteção imediata. Este feitiço
cria uma espécie de escudo
translúcido, o qual
bruxo de possíveis ataques.
protege o
Aponta-se a varinha para o alvo, desenhando-se no ar um círculo,
o qual deve ser iniciado à esquerda e terminado no mesmo ponto,
ao mesmo tempo que o verbete é proferido. .

Patronus herbarium: Feitiço que conjura um protetor. É
semelhante ao expectro patronum, mas no caso do herbológicos,
uma espécie de espectro elemental é conjurado para providenciar
cuidados ao vegetal. O espectro é capaz de forçar a planta a ser
mais resistente e resiliente, frente a determinada situação.
Para executar esse feitiço, aponta-se
incisivamente a varinha para o alvo,
mentalizando um véu cobrindo o vegetal.
Da ponta da varinha sairá uma espécie de
fumaça esbranquiçada, a qual se poderá
se converter em formas distintas, as quais
variam conforme o bruxo. Útil em casos
em que não se tem conhecimento sobre as
necessidades da planta em determinado
momento, e procedimentos de análise não
são possíveis.
Praesidium: Conjura cordas herbáceas que
envolvem e aprisionam vegetais. Serve tanto para
manter plantas em pé, atadas em estacas, quanto
para a contenção de vegetais violentos. Para
realizá-lo, aponta-se a varinha para o alvo,
mentalizando cordas saindo da ponta do
condutor.

Feitiço de aniquilação, como o próprio nome indica, serve
para aniquilar alguns tipos de doenças do solo e, em situações
extremas, cultivares que atentem contra a integridade dos
humanos. Entre os mais usados feitiços herbológicos de
aniquilação, temos:
Ignis: Conjura chamas que inflamam a planta ou fungo,
exterminando o cultivar desde a raiz. Aponta-se a varinha para o
alvo, proferindo o verbete, e movimentando-se a varinha na
diagonal, da esquerda inferior, para a direita superior, baixando-a
para a direita inferior, desenhando no ar a forma de um “V”
invertido.

Glaciem: Feitiço que conjura raios que
congelam o cultivar, que posteriormente
se parte em micro partículas congeladas,
sendo completamente exterminado.
Aponta-se a varinha para o alvo,
proferindo o verbete, e movimentando-se
a varinha na diagonal, da esquerda
superior, para a direita inferior,
levantando-a para a direita superior,
desenhando no ar a forma de um “V”.
Impetus: Raio fulminante que atinge
o cultivar, explodindo-o,
convertendo-o uma fina chuva de
cinzas. Para utilizá-lo, o movimento
deve ser muito rápido, apontando-se
a varinha para o alvo,
movimentando a varinha da
esquerda superior para a diagonal
direita inferior, deslizando em linha
reta para a esquerda inferior,
subindo em diagonal para a direita
superior, como se desenhasse no ar a
forma de um triângulo.

Por serem irreversíveis, os feitiços herbológicos de
aniquilação são permitidos apenas como último recurso. A
Confederação Internacional de Ciências Mágicas promulga que a
melhor opção é sempre a preservação da espécie.