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14 UM FRUTO VICENTINO DA FÉ E DA CARIDADE! Entrevista com o Padre João Donizete Dombroski sua família foram acompanhados pelos vicentinos, tornou-se confrade e primeiro presidente da Conferência São Lucas em 1984. E foi esse trabalho junto aos pobres que o tocou para o sacerdócio. Em virtude das comemorações do centenário, conversamos com o Padre João Donizete, que contou-nos sua história, vocação e trabalho junto aos mais necessitados. Pe. João Donizete Dombroski Em cem anos da existência da Sociedade São Vicente de Paulo, inúmeros foram os feitos e frutos colhidos pelo intenso trabalho vicentino. Entre eles, uma alegria especial é o saltense João Donizete Dombroski. Padre há dezesseis anos pela Congregação da Missão, Donizete e Como percebeu sua vocação ao sacerdócio e por que a escolha da Congregação da Missão? Padre João donizete dombroski: Minha vocação nasceu do trabalho com os pobres. Minha família foi assistida pelos vicentinos e fomos promovidos por ela. Uma coisa muito bonita foi essa promoção, saímos da favela e fomos morar no bairro da Estação. Lá comecei meu trabalho em grupos de jovens e participando da primeira conferência de jovens, a São Lucas, sendo seu primeiro presidente, em 1984. Com esse trabalho com os pobres é que surgiu minha vocação. Eu queria ser padre vicentino. Eu não queria ter a preocupação com dinheiro, no bom sentido, queria me entregar a uma congregação. E deu muito certo. Conheci os padres vicentinos e me identifiquei com o trabalho. Assim, os pobres me levaram ao seminário. E as coisas vão acontecendo com a gra-
15 ça de Deus. Coincidiu de eu ser assistido por uma conferência vicentina, ser vicentino e me tornar um padre vicentino. Quando entrou no seminário e foi ordenado? Padre João: Como sempre fomos pobres, todos os filhos sempre contribuíram com a renda para ajudar nas despesas da casa. Quando estava na quinta série, em 1985, eu já trabalhava na Metalplus e ajudava em casa. Nesse ano entrei para o seminário, me ordenei diácono em 1999 e em 2000 me ordenei padre em Salto pelas mãos do Bispo Dom “ José Carlos Melo. Quais paróquias passou e qual está atualmente? Quer destacar algo do trabalho atual? Padre João: Meu primeiro trabalho foi uma graça de Deus. Fui trabalhar no sertão baiano, mais precisamente na cidade de Serra do Ramalho, paróquia São José Operário, pertencente à Diocese de Bom Jesus da Lapa. Fiquei ali por seis anos. Não havia pobres, havia miseráveis. Uma paróquia enorme com 7.000 km quadrados, com 40.000 pessoas e 80 comunidades de pura miséria. Ali existia o cangaço, o voto de cabresto, perseguição, etc.. Estar ali foi uma lição de vida. Depois meu destino foi o Triângulo Mineiro, para a cidade de Campina Verde, pertencente à Diocese de Ituiutaba (MG), na paróquia Nossa Senhora da Medalha Milagrosa. Fiquei durante seis anos e meio e na sequência fui Administrador do Santuário de Caraça. Ao término desse tempo como administrador, retornei para a mesma paróquia em Campina Verde, onde estou até hoje, desenvolvendo um trabalho que gosto muito, juntamente das pessoas. É um trabalho de pastor, um trabalho vicentino, de padre vicentino, olhando para as pessoas que necessitam. É um trabalho que me identifico muito! Que lembranças têm de quando foi auxiliado pelos vicentinos? Padre João: Minha família morava no Jardim Marília. Não havia casa nenhuma naquela época, só a nossa. Era uma casa de tábua, muito simples. Era meu pai, minha mãe e mais seis irmãos. Meu pai trabalhava na empresa SIVAT. Éramos pobres, muito pobres, porém de muita fé. A maior lembrança que tenho com a presença de vicentinos era quando chegava o final de ano. Não tínhamos condição de um alimento melhor e eles chegavam com aquela cesta enorme, com frango, panetone e os presentes. Uma coisa que me marcou muito foi o confrade Mario Betiol, da conferência São João Batista, que me deu um carrinho de presente. Foi minha maior alegria! São lembranças de alegria, de conforto, de amor ao próximo, desse auxílio que eles prestavam à nossa casa. Nesses 100 anos, quantas vidas não foram promovidas? Quantas alegrias, quanta esperança essa Sociedade levou e leva à vida de tantos que precisam? É um sinal de Deus.” Podemos dizer que é um dos frutos vicentinos em salto. Como encara isso em sua vida? Padre João: Eu encaro com alegria, pois realmente sou fruto de um trabalho sério. Minha
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