SSVP - Revista Completa
Revista comemorativa pela passagem dos 100 anos da SSVP em Salto/SP.
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ça de Deus. Coincidiu de eu ser assistido por uma<br />
conferência vicentina, ser vicentino e me tornar<br />
um padre vicentino.<br />
Quando entrou no seminário e foi ordenado?<br />
Padre João: Como sempre fomos pobres, todos<br />
os filhos sempre contribuíram com a renda para<br />
ajudar nas despesas da casa. Quando estava na<br />
quinta série, em 1985, eu já trabalhava na Metalplus<br />
e ajudava em casa. Nesse ano entrei para o seminário,<br />
me ordenei diácono em 1999 e em 2000<br />
me ordenei padre em Salto<br />
pelas mãos do Bispo Dom<br />
“<br />
José Carlos Melo.<br />
Quais paróquias passou<br />
e qual está atualmente?<br />
Quer destacar algo do trabalho<br />
atual?<br />
Padre João: Meu primeiro<br />
trabalho foi uma graça<br />
de Deus. Fui trabalhar no<br />
sertão baiano, mais precisamente<br />
na cidade de Serra<br />
do Ramalho, paróquia São<br />
José Operário, pertencente<br />
à Diocese de Bom Jesus<br />
da Lapa. Fiquei ali por seis<br />
anos. Não havia pobres, havia<br />
miseráveis. Uma paróquia enorme com 7.000<br />
km quadrados, com 40.000 pessoas e 80 comunidades<br />
de pura miséria. Ali existia o cangaço, o<br />
voto de cabresto, perseguição, etc.. Estar ali foi<br />
uma lição de vida. Depois meu destino foi o Triângulo<br />
Mineiro, para a cidade de Campina Verde,<br />
pertencente à Diocese de Ituiutaba (MG), na<br />
paróquia Nossa Senhora da Medalha Milagrosa.<br />
Fiquei durante seis anos e meio e na sequência fui<br />
Administrador do Santuário de Caraça. Ao término<br />
desse tempo como administrador, retornei<br />
para a mesma paróquia em Campina Verde, onde<br />
estou até hoje, desenvolvendo um trabalho que<br />
gosto muito, juntamente das pessoas. É um trabalho<br />
de pastor, um trabalho vicentino, de padre vicentino,<br />
olhando para as pessoas que necessitam.<br />
É um trabalho que me identifico muito!<br />
Que lembranças têm de quando foi auxiliado<br />
pelos vicentinos?<br />
Padre João: Minha família morava no Jardim<br />
Marília. Não havia casa nenhuma<br />
naquela época, só a<br />
nossa. Era uma casa de tábua,<br />
muito simples. Era meu<br />
pai, minha mãe e mais seis<br />
irmãos. Meu pai trabalhava<br />
na empresa SIVAT. Éramos<br />
pobres, muito pobres, porém<br />
de muita fé. A maior<br />
lembrança que tenho com<br />
a presença de vicentinos era<br />
quando chegava o final de<br />
ano. Não tínhamos condição<br />
de um alimento melhor<br />
e eles chegavam com aquela<br />
cesta enorme, com frango,<br />
panetone e os presentes.<br />
Uma coisa que me marcou<br />
muito foi o confrade Mario Betiol, da conferência<br />
São João Batista, que me deu um carrinho de<br />
presente. Foi minha maior alegria! São lembranças<br />
de alegria, de conforto, de amor ao próximo, desse<br />
auxílio que eles prestavam à nossa casa.<br />
Nesses 100 anos,<br />
quantas vidas não<br />
foram promovidas?<br />
Quantas alegrias,<br />
quanta esperança<br />
essa Sociedade levou<br />
e leva à vida de tantos<br />
que precisam? É<br />
um sinal de Deus.”<br />
Podemos dizer que é um dos frutos vicentinos<br />
em salto. Como encara isso em sua vida?<br />
Padre João: Eu encaro com alegria, pois realmente<br />
sou fruto de um trabalho sério. Minha