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Ao Leitor<br />
Reduzir o custo assistencial<br />
é um desafio permanente<br />
Dr. Sizenando da Silva Campos Jr.<br />
Diretor-presidente da Unimed Goiânia<br />
Coletiva | Setembro Outubro <strong>2012</strong> 4<br />
mercado privado brasileiro de<br />
O Saúde Suplementar é o segundo<br />
maior do mundo, superado apenas pelo<br />
norte-americano. Embora o investimento<br />
per capita feito nos Estados Unidos<br />
seja dez vezes maior que no Brasil, eles,<br />
assim como nós, estão em época de<br />
dificuldades. As necessidades são infinitas<br />
e os recursos são finitos.<br />
Na última reunião conjunta com o<br />
Conselho de Especialidades da Unimed<br />
Goiânia, o Conselho de Administração<br />
apresentou um estudo detalhado dos<br />
Custos Assistenciais da Cooperativa, das<br />
projeções financeiras e dos indicadores<br />
de desempenho relacionados às<br />
exigências da Agência Nacional de<br />
Saúde Suplementar (ANS): um mapa<br />
completo da situação atual e seus riscos.<br />
Por um lado, a cada ano, a ANS impõe<br />
às operadoras de saúde a cobertura de<br />
novos procedimentos, o investimento<br />
em novas tecnologias e obrigações<br />
financeiras; por outro lado, não permite o<br />
reajuste adequado dos valores dos planos<br />
de saúde.<br />
Uma das formas de crescer é por meio<br />
do controle dos Custos Assistenciais e da<br />
Sinistralidade. A boa notícia é que esses<br />
aspectos podem ser controlados por<br />
cada cooperado em seu consultório; a<br />
má é que os índices não param de subir.<br />
Sinceramente, não podemos imaginar<br />
o motivo pelo qual uma minoria de<br />
cooperados não participa desse esforço,<br />
prejudicando a coletividade. Outra boa<br />
notícia é que a Unimed do Brasil está<br />
discutindo e implantando um novo<br />
modelo de atenção à saúde, com foco<br />
em resultados e na qualidade da saúde<br />
dos beneficiários.<br />
Hoje, não conseguimos um controle<br />
adequado nem conhecemos a qualidade<br />
do nosso atendimento de saúde prestado<br />
aos nossos clientes. O modelo atual<br />
favorece os excessos de procedimentos<br />
e exames complementares, muitas vezes<br />
desnecessários ou repetidos. Os excessos<br />
de diagnósticos, sem a adequada<br />
consideração clínica, chamados de<br />
"sobrediagnósticos", expõem a população<br />
a, por exemplo, excessos de radiação<br />
e risco de falsos diagnósticos. Neste<br />
aspecto, também é muito importante<br />
contarmos com o envolvimento dos<br />
beneficiários, da população brasileira<br />
em geral, exigindo uma avaliação clínica<br />
adequada e questionando se aquele<br />
exame ou procedimento trará maiores e<br />
melhores benefícios ao interessado.<br />
Enquanto isso, vamos constituindo as<br />
reservas financeiras que a ANS exige,<br />
retirando compulsoriamente dos ganhos<br />
dos cooperados até o ano de 2017.<br />
Teremos dificuldades em aumentar<br />
robustamente o ganho dos cooperados,<br />
salvo diminuindo os excessos. Do ponto<br />
de vista financeiro, estamos seguros.<br />
Temos hoje 95 milhões de reais aplicados<br />
em garantias financeiras e capital de giro,<br />
mas, até 2017, devido a essas exigências,<br />
precisaremos de um total de 140 milhões<br />
de reais.<br />
Assim, devemos fortalecer nossos<br />
princípios associativos a partir do<br />
exercício pleno da ética, contra os<br />
abusos que beneficiam uma minoria<br />
em detrimento da grande maioria dos<br />
cooperados. Estamos otimistas e com a<br />
convicção de que, com o trabalho de<br />
todos, com a mudança de modelos e o<br />
zelo pela ética, a Unimed Goiânia será,<br />
cada vez mais, uma grande empresa<br />
cooperativa.