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por si, as curiosi<strong>da</strong>des mais marcantes por que foram tomados, em razão de que, em qual<br />
situação eme rgente de noticiário <strong>da</strong> televisão, de propagan<strong>da</strong>, de videogame, de gesto de<br />
alguém, não importa. Que<br />
“tratamento" deu à curiosi<strong>da</strong>de, se facilmente foi supera<strong>da</strong> ou se, pelo contrário, conduziu a<br />
outras curiosi<strong>da</strong>des. Se no processo curioso consultou fontes, dicionários, computadores, livros, se<br />
fez perguntas a outros. Se a curiosi<strong>da</strong>de enquanto desafio provocou algum conhecimento<br />
provisório de algo, ou não. O<br />
que sentiu quando se percebeu trabalhando sua mesma curiosi<strong>da</strong>de. E possível que, preparado<br />
para pensar a própria curiosi<strong>da</strong>de, tenha sido menos curiosa ou curioso.<br />
A experiência se poderia refinar e aprofun<strong>da</strong>r a tal ponto, por exemplo, que se realizasse um<br />
seminário quinzenal para o debate <strong>da</strong>s várias curiosi<strong>da</strong>des bem como dos desdobramentos <strong>da</strong>s<br />
mesmas.<br />
O exercício <strong>da</strong> curiosi<strong>da</strong>de a faz mais criticamente curiosa, mais metodicamente “perseguidora”<br />
do seu objeto. Quanto mais a curiosi<strong>da</strong>de espontânea se intensifica, mas, sobretudo, se “rigoriza”,<br />
tanto mais epistemológica ela vai se tornando.<br />
Nunca fui ingênuo apreciador <strong>da</strong> tecnologia: não a divinizo, de um lado, nem a diabolizo, de<br />
outro. Por isso mesmo sempre estive em paz para li<strong>da</strong>r com ela. Não tenho dúvi<strong>da</strong> nenhuma do<br />
enorme potencial de estímulos e desafios à curiosi<strong>da</strong>de que a tecnologia põe a serviço <strong>da</strong>s<br />
crianças e dos adolescentes <strong>da</strong>s classes sociais chama<strong>da</strong>s favoreci<strong>da</strong>s. Não foi por outra razão<br />
que, enquanto secretário de educação <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de São <strong>Paulo</strong>, fiz chegar à rede <strong>da</strong>s escolas<br />
municipais o computador. Ninguém melhor do que meus netos e minhas netas para me falar de<br />
sua curiosi<strong>da</strong>de instiga<strong>da</strong> pelos computadores com os quais convivem.<br />
O exercício <strong>da</strong> curiosi<strong>da</strong>de convoca a imaginação, a intuição, as emoções, a capaci<strong>da</strong>de de<br />
conjecturar, de comparar, na busca <strong>da</strong> perfilização do objeto ou do achado de sua razão de ser.<br />
Um ruído, por exemplo, pode provocar minha curiosi<strong>da</strong>de. Observo o espaço onde parece que se<br />
está verificando. Aguço o ouvido.<br />
Procuro comparar com outro ruído cuja razão de ser já conheço. Investigo melhor o espaço.<br />
Admito hipóteses várias em torno <strong>da</strong> possível origem do ruído. Elimino algumas até que chego a<br />
sua explicação.<br />
Satisfeita uma curiosi<strong>da</strong>de, a capaci<strong>da</strong>de de inquietar-me e buscar continua em pé. Não haveria<br />
existência humana sem a abertura de nosso ser ao mundo, sem a transitivi<strong>da</strong>de de nossa<br />
consciência.<br />
Quanto mais faço estas operações com maior rigor metódico tanto mais me aproximo <strong>da</strong> maior<br />
exatidão dos achados de minha curiosi<strong>da</strong>de.<br />
Um dos saberes fun<strong>da</strong>mentais à minha prática educativo-crítica é o que me adverte <strong>da</strong>