Lar Cristão
Edição 154 - janeiro/fevereiro 2017
Edição 154 - janeiro/fevereiro 2017
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Escolhendo sabiamente seu futuro cônjuge<br />
Espere o<br />
companheiro<br />
ideal<br />
ALCINDO ALMEIDA<br />
Vivemos um tempo bem complicado,<br />
difícil e um pouco caótico, porque<br />
somos os que têm presenciado uma<br />
geração de jovens que vive um mundo onde<br />
parece que o relacionamento a dois é descartável.<br />
A realidade do relacionamento a<br />
dois é algo absolutamente superficial, por<br />
isso vemos tantos casais que não se casam<br />
mais, apenas vão morar juntos e mantêm o<br />
compromisso enquanto se suportarem, ou<br />
enquanto um não ferir o outro em algum<br />
detalhe da relação.<br />
O fato é que vivemos um tempo bem<br />
diferente no que diz respeito aos valores da<br />
família, quanto ao preparo para o namoro,<br />
para o noivado e para o casamento. A grande<br />
verdade é que a geração de jovens hoje tem<br />
atropelado as etapas que precedem um preparo<br />
normal para um casamento.<br />
Eu sou fruto de uma geração que se<br />
reunia nos fins de semana para orar, e como<br />
jovens confessávamos os pecados juntos na<br />
presença de Deus e orávamos pelo futuro<br />
relacionamento afetivo com alguém. Levávamos<br />
isso muito a sério porque a nossa<br />
geração sonhava em constituir uma família<br />
unida nos caminhos do Senhor. Era muito<br />
raro uma garota ou um garoto buscar um<br />
relacionamento fora dos padrões bíblicos.<br />
A maioria de nós buscava um tempo de<br />
reflexão séria mesmo quanto ao companheiro<br />
ideal. A grande pergunta é: por que<br />
esta geração perdeu essa visão tão séria e tão<br />
relevante?<br />
No livro Namoro – um ensaio para o<br />
casamento, o teólogo Jean Francesco diz que<br />
realmente os tempos mudaram. Houve uma<br />
época em que as<br />
famílias arranjavam<br />
o casamento. Um<br />
tempo em que<br />
havia um romantismo<br />
para escolher o<br />
parceiro ou parceira<br />
para se casar.<br />
O rapaz trocava<br />
olhares com a moça<br />
e vice-versa. Havia<br />
um poema para se<br />
declarar. Até serenata<br />
se fazia nessa<br />
época para um início<br />
de namoro. Houve<br />
um tempo em que<br />
se pedia a moça em<br />
namoro e só depois<br />
o casal se beijava.<br />
Na minha época, eu<br />
ficava na sala da casa<br />
da minha namorada<br />
(Erika – minha<br />
esposa) e o pai dela<br />
ficava lá junto com a<br />
gente. E na hora de<br />
ir embora, dávamos<br />
uns beijos rápidos, e<br />
o pai ficava de olho.<br />
Havia muito respeito<br />
naquele tempo!<br />
Jean aborda esse<br />
tema e diz que “o<br />
tempo mudou muito<br />
e ninguém mais<br />
parece acreditar que<br />
um amor poderia<br />
durar para sempre. A<br />
virgindade deixou de<br />
ser um tabu entre os<br />
jovens. Alguns casais<br />
que eram impedidos<br />
de se relacionar sexualmente<br />
pelos pais<br />
iam escondidos para<br />
os chamados motéis<br />
da vida”.<br />
E chegamos ao<br />
tempo em que os<br />
jovens começaram a<br />
usar o termo “ficar”,<br />
que persiste na geração<br />
atual. Um dia,<br />
enquanto andava<br />
pelo pátio de um colégio,<br />
ouvi a conversa<br />
de uma menina que<br />
estava disputando<br />
com outra sobre o<br />
número de rapazes<br />
com os quais ela<br />
ficaria naquela noite.<br />
Eu não acreditava no<br />
que estava ouvindo.<br />
Na verdade, achei<br />
que estava em outro<br />
planeta.<br />
Acredito que não<br />
temos como deixar<br />
de olhar para esse<br />
momento atual da<br />
nossa juventude e<br />
dos nossos adolescentes.<br />
Eles têm<br />
recebido a influência<br />
da sociedade, que é<br />
liberal, que não cultiva<br />
valores e princípios.<br />
Uma sociedade<br />
em que você pode<br />
20 <strong>Lar</strong> <strong>Cristão</strong> | janeiro/fevereiro 2017