Matéria sobre Impressão 3D na Revista Amplitude

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para que o dentista simule, na peça, o procedimento a ser tomado, como uma cirurgia. “A nossa profissão é muito tátil. Somos treinados a pôr a mão. Quando há apenas a imagem no papel, ficamos muito no campo da imaginação”. O desafio, agora, é derrubar uma barreira cultural, já que, segundo ele, a maioria dos dentistas e pacientes ainda desconhece os avanços que a impressão em 3D pode representar no dia a dia dos consultórios. Uma das ações nesse sentido será expandir, em breve, a oferta do serviço para as demais unidades da rede. Ainda na área da odontologia, a impressão em 3D promete agilidade e até um toque de emoção. Em algumas clínicas, não é preciso mais esperar semanas por um novo dente ou uma dentadura. Eles podem ser impressos no consultório, no dia da consulta. Nas dependências da USP-Ribeirão, a terapeuta ocupacional Valéria Meirelles Carril Elui também estuda meios para melhorar, com a impressão em três dimensões, a vida de pacientes. Professora da Faculdade de Medicina, ela mantém um projeto com a participação de mais de 20 portadores de artrite reumatoide, doença crônica que afeta as articulações. Durante três anos, a terapeuta desenvolveu, em parceria com um pesquisador da USP-São Carlos, uma órtese para auxiliar no movimento das mãos. Até então, não existia, na literatura médica, um aparelho com essa finalidade impresso em 3D. Com o invento patenteado, Valéria busca a aprovação de um projeto que visa levantar recursos para fazer as correções necessárias e aprimorar o formato, permitindo a adequação às necessidades de cada paciente. Após essa fase, o produto já poderá chegar ao mercado. Outra meta é ampliar a divulgação da ideia, capacitando gente para fabricar as órteses a partir desta tecnologia. Arcadas dentárias, brinquedos e protótipos de peças industriais são alguns dos artigos impressos em 3D
Vênus de Milo com 38 cm tem medidas proporcionais à escultura original Novos negócios Para gestantes, o ultrassom, com o rosto do bebê ainda no útero, já pode alimentar os sonhos de mãe e se transformar em objeto de decoração ou num item para o baú de recordações da família. E, para quem deseja começar uma produção caseira, escolas da região oferecem cursos para preparação do desenho das peças no computador, processo chamado de modelagem. “Essa etapa é um pouco complexa. Já a impressão é mais tranquila”, conta Kimura. O engenheiro civil Salvador Noboa Filho, de Ribeirão Preto, resolveu apostar. Investiu R$ 10 mil numa impressora em 3D básica, um scanner e um tablet. Ele não só agregou valor ao negócio, apresentando aos clientes maquetes impressas em plástico, como planeja entrar num novo mercado: o de miniaturas humanas. Elas são impressas em pó de gesso e ficam idênticas à pessoa que serve de modelo. O filho de Noboa, Caíque, foi a primeira “cobaia”. Por enquanto, as miniaturas prontas vêm da capital paulista, até que o engenheiro conquiste um número de clientes suficiente para produzir em escala. Noboa fazia um curso em Fortaleza, Ceará, em outubro, quando conheceu os “milagres” da impressão em 3D. Ele já utilizava um software capaz de gerar modelos de residências em três dimensões, mas não via muita utilidade. “No final, tudo ia para o papel. O modelo era em três dimensões, mas a impressão em duas”. Na visão dele, a tecnologia muda a forma como o trabalho é apresentado e, consequentemente, a relação com o cliente. “Ele pode entender mais facilmente e até pegar o projeto da futura casa”. Já para Edmilson Assalve Júnior, dono de uma empresa de equipamentos de irrigação agrícola em Dobrada, a 90 quilômetros de Ribeirão, a vantagem imediata da impressão em 3D é a redução de custos. A empresa, presente em 23 estados brasileiros, atende, principalmente, os setores de cana-de-açúcar e laranja. Por ano, importa da Itália cerca de 400 kits para aspersores. Cada um sai por R$ 380,00 em média. A compra recente de uma impressora, por R$ 6 mil, vai permitir a fabricação própria. E sabe por quanto? “R$ 12 cada kit”. Uma economia de quase 97%. Com isso, o montante gasto passa de R$ 152 mil para R$ 4.800, menor que o preço da impressora. 56
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