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1.5 - Sweet Filthy Morning After

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Mas eu a encontrei novamente, conversamos, e de uma forma que não posso explicar, sinto que a tinha feito minha. Como se<br />

tudo tivesse se voltado para mim – em gagueira, flashes de palavras, rangidos e lábios e pele e risadas, os sons de seus gemidos<br />

e implorando para serem sufocados, a sensação de suas mãos sobre mim e seus olhos segurando os meus enquanto eu me<br />

movia sobre ela, eu sei completamente que sou dela.<br />

Isso, e sua insistência, me fizeram prometer não anular o nosso casamento.<br />

Ela me disse coisas ontem à noite, coisas que eu sei que ela nunca disse pra mais ninguém.<br />

Disse que ia começar a escola no outono, e uma lesão horrível arruinou sua carreira de dançarina, que nunca vai adorar fazer<br />

qualquer coisa tanto quanto ela gostava de dançar, mas é quase como se ela tivesse desistido de tentar.<br />

Há uma força sob sua vulnerabilidade que é esculpido por algo desconhecido, em um lugar fundo dentro de mim, não tenho<br />

nenhum desejo de tirar este anel do meu dedo.<br />

E mesmo que só agora eu esteja começando a lembrar de cada palavra que ela me disse ontem à noite, eu quero que ela acorde<br />

e me diga novamente. Também percebo que as chances de isso acontecer são pequenas; eu a conheço, sim. É mais provável<br />

que Mia vá acordar e se lembrar do que fizemos, pirar, e eu nunca mais vou vê-la novamente. Ou pior, talvez ela não vá se<br />

lembrar de tudo. Nós dois bebemos bastante – é perfeitamente possível de que ela vá ter nenhuma lembrança do que aconteceu<br />

e assumir que eu aproveitei dela de alguma maneira. O pensamento por si só é suficiente para fazer o meu estômago cair em<br />

meus pés.<br />

Eu olho para ver que ela ainda está definitivamente dormindo, e rolou para o lado dela, colocando o edredom até o queixo. Eu<br />

esfrego minhas mãos sobre rosto e estou muito consciente do quão repugnante estou. Eu cheiro a bebida e ao clube e há algo<br />

pegajoso que cheira a canela pinicando minhas costelas. Balanço, olho para baixo e percebo uma embalagem<br />

de camisinha preso ao meu braço. Classy, mon ami.<br />

Com as cortinas ainda cobrindo a sala está sombreada e fresca. Eu levanto e caminho para o espelho do banheiro, fazendo uma<br />

careta quando acendo a luz. Meus olhos estão inchados, meu cabelo em pé de um lado e, há um rastro de batom vermelho que<br />

começa no pescoço e se move para baixo, em meu peito. Não há nenhuma maneira que eu possa falar com ela assim. Isso vai<br />

assustá-la.<br />

Acho minhas calças jogadas em uma cadeira na sala de estar; minhas boxers estão cobrindo uma lâmpada vermelha, presa no<br />

canto do quarto. Encontro um sapato entre a mesa e a parede, e não tenho nenhuma ideia de onde o outro está. Foda-se, minhas<br />

roupas cheiram pior do que eu. Com outra olhada em Mia, eu decido me vestir e correr para o meu quarto para tomar banho. Com<br />

alguma sorte eu posso encontrar os rapazes, me limpar e voltar antes que ela esteja acordada.<br />

Estou quase fora do quarto quando me ocorre deixar um bilhete. Depois que eu sair da sala não vou ter um jeito de voltar, por isso<br />

vamos ter de nos encontrar no restaurante do casino lá embaixo. Eu sei seu primeiro e último nome, onde vive e praticamente<br />

todos os detalhes sobre sua família, mas eu não consigo acabar com o pânico de que ela vai acordar e fugir. Nós somos casados,<br />

eu me lembro. Não há nenhuma maneira de ela sair sem simplesmente falar comigo primeiro… Eu acho.<br />

Verifico meus bolsos de trás e, em seguida os da frente, franzindo a testa quando encontro um pedaço de papel já dobrado. Eu<br />

puxo o envelope, viro-o e passo o dedo ao longo das palavras rabiscadas apressadamente.<br />

Ansel: entregue-me pela manhã. Não leia. – Mia<br />

Lembro-me de ela me entregando isso. Nós tínhamos ido até o quarto e ela pediu licença para ir até o banheiro, ficou lá por pelo<br />

menos 15 minutos. Eu não sabia que tipo de conclusão ela havia chegado enquanto estava lá dentro, mas quando saiu, tinha um<br />

olhar recém resolvido sobre ela. A confiança na linha dos ombros, o ângulo de seu queixo. Ela se aproximou de mim, colocou o<br />

envelope na minha mão com as suas instruções. Então me atacou.<br />

Corro meu polegar ao longo da vedação, sinto o peso do papel e de tudo o que está escondido. Com um profundo suspiro, eu o<br />

coloco de volta no bolso.

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