REVISTA_FOXNEWS-06
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mercado<br />
Reciclagem certificada de peças automotivas<br />
favorece seguro auto popular<br />
Completando em abril um<br />
ano de atividades, a Renova<br />
Autopeças, empresa da Porto<br />
Seguro que realiza de forma<br />
p i o n e i r a r e c i c l a g e m e<br />
reaproveitamento de peças<br />
automotivas, foi criada pelo<br />
diretor Bruno Garfinkel tendo<br />
como foco incentivar a<br />
regulamentação do seguro<br />
auto popular. O executivo<br />
falou sobre o trabalho da<br />
empresa durante encontro da<br />
UCS (União dos Corretores de<br />
Seguros), em São Paulo, no<br />
final de março.<br />
A empresa utiliza um processo de desmontagem sustentável,<br />
com o qual tem capacidade para desmontar 1,5 mil carros por<br />
mês e reaproveita quase todas as peças. A ideia da Renova<br />
Ecopeças começou no período em que Bruno trabalhou na área de<br />
salvados da seguradora. O departamento visa rentabilizar as<br />
perdas com pagamento de indenizações – como o nome diz,<br />
salvar o que puder dos carros batidos, principalmente daqueles<br />
que receberam a sentença de perda total por terem um custo de<br />
reparo maior do que o valor de indenizar um novo. Muitas vezes, a<br />
colisão danificou a frente do carro, deixando as peças da parte<br />
traseira intactas.<br />
Ele conta que resolveu testar a lenda de que um carro desmontado<br />
vale três vezes um montado. “Comprovei que o valor de todas as<br />
peças do carro desmontado equivalia a três vezes e meia o valor de<br />
veículo montado. Isso sem considerar a mão de obra para montar”.<br />
Foi então que se interessou por estabelecer uma empresa de<br />
autopeças, com a filosofia de ser líder de mercado, obedecendo<br />
todos os princípios da sustentabilidade e da Lei de Descarte de<br />
Resíduos Sólidos, criada em 2010 com o objetivo de reduzir a<br />
poluição e a degradação ambiental, a partir da redução do impacto<br />
ao meio ambiente causado pelo descarte inadequado de resíduos.<br />
“Seria uma grande evolução no mercado sem perder o<br />
compromisso com o que é mais importante: cuidar do nosso<br />
planeta”<br />
As peças, classificadas em três categorias – A (em perfeito<br />
estado), B (com pequenas avarias estéticas) e C (sem condição de<br />
reaproveitamento) – são encaminhadas para o fabricante ou<br />
vendidas como sucata para serem processadas e transformadas<br />
em matéria-prima. Peças ligadas à segurança veicular, como<br />
componentes do sistema de direção, suspensão, freios, cintos de<br />
segurança, air-bags etc, são destinadas às empresas fabricantes<br />
ou destruídas. Segundo o diretor, o preço de uma peça<br />
reaproveitada da Renova é 50% a 60% menor do que uma nova.<br />
A Superintendência de Seguros Privados (Susep) regulamentou o<br />
seguro auto popular com a publicação, no Diário Oficial de 04 de<br />
abril de 2016, da Resolução 336, que estabelece regras e critérios<br />
para este novo segmento. A Renova, pensada para atender a<br />
demanda do seguro auto popular, certamente impulsionará o<br />
produto. “Este novo seguro auto popular, que seria uma forma<br />
mais acessível da população de baixa renda ao nosso setor, vinha<br />
seguindo o paradigma do ovo e da galinha, só que ao contrário:<br />
não dava para ter um porque não tinha o outro. Não saia o seguro<br />
auto popular porque não tinha peça usada regulamentada. A<br />
Renova inaugurou a possibilidade de ter peças usadas com<br />
garantia, mas não queremos ser a única empresa, gostaríamos<br />
que as outras seguradoras ou também as montadoras entrassem<br />
na concorrência, assim poderíamos habilitar mais desmanches<br />
(que chamamos de desmontadoras) para fornecer peças<br />
fiscalizadas para a operação”, revela.<br />
“A Susep enxergou essa demanda, colocou o tema em audiência<br />
pública, nós participamos, demos nossos palpites e a notícia da<br />
regulamentação vem agora muito positiva para nosso mercado<br />
de seguros e para o consumidor, principalmente neste momento<br />
de crise. O seguro auto popular chega acompanhado de muitas<br />
dúvidas, como tudo que é novo, mas com o tempo encaixará. Esse<br />
segmento não deverá competir e sim somar com o mercado atual<br />
de seguros”, afirma Garfinkel.<br />
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