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esporte<br />
Goiânia, 13 de Março de 2017<br />
Diário do Estado<br />
Boa explica a contratação<br />
de Bruno: ‘Obrigação social’<br />
Redação<br />
Alvo de uma enxurrada<br />
de críticas por ter contratado<br />
o goleiro Bruno,<br />
liberado pelo Superior Tribunal<br />
Federal (STF) enquanto<br />
aguarda o julgamento de um<br />
recurso, o Boa soltou nota<br />
oficial neste domingo para<br />
explicar a decisão. O clube de<br />
Varginha, que já perdeu um<br />
patrocinador desde o anúncio<br />
do reforço, na sexta-feira à noite,<br />
argumenta que está cumprindo<br />
seu papel social.<br />
Bruno estava preso desde<br />
2010, acusado pelo assassinato<br />
de sua ex-amante, Eliza<br />
Samudio. Em 2013, ele<br />
foi condenado a 22 anos e 3<br />
meses pelo sequestro, assassinato<br />
e ocultação de cadáver<br />
de Eliza, mas, como não teve<br />
seu recurso julgado desde então,<br />
conseguiu sua liberdade<br />
provisória no dia 24 de fevereiro,<br />
por decisão do ministro<br />
Marco Aurélio Mello.<br />
Para explicar sua decisão, o<br />
Boa lembrou que é “reconhecido<br />
nacionalmente” e que é<br />
o atual campeão da Série C<br />
do Campeonato Brasileiro.<br />
Em um texto repleto de erros<br />
ortográficos, argumenta que<br />
Bruno, uma vez colocado em<br />
liberdade, merece nova oportunidade<br />
profissional.<br />
Em nota assinada pelo<br />
presidente Rone Moraes da<br />
Divulgação<br />
Costa e publicada no Facebook<br />
– o site do clube foi<br />
hackeado neste domingo -, o<br />
Boa lembra que “a regra legal<br />
brasileira é a que todos,<br />
inclusive os criminosos mais<br />
perigosos, sejam submetidos<br />
a um julgamento honesto,<br />
imparcial e que a lei seja o<br />
fundamento da punição”.<br />
“Quando pensamos na aplicação<br />
da lei, certo ou não, suficiente<br />
o bastante ou não, justa<br />
o suficiente para o caso ou não,<br />
o que não podemos deixar de<br />
entender é determinado pelo<br />
cumprimento da lei. As consequências<br />
do erro humano<br />
possuem fundamentos de pena<br />
corporal. A lei dos homens indica<br />
a aplicação de penas variáveis<br />
de acordo de uma série<br />
de crenças, costumes e ideologias”,<br />
argumenta o Boa.<br />
“O tão procurado estado<br />
democrático de direito, a sociedade<br />
justa e fiel, a vida em<br />
sociedade, segundo critérios<br />
civilizados indicam de longa<br />
data que o criminoso colocado<br />
em liberdade deve ter<br />
atenção do estado, atenção<br />
suficiente para que possa restabelecer<br />
uma vida em sociedade.<br />
E ninguém pode negar<br />
que não existe vida em sociedade<br />
mais digna vida no trabalho.<br />
Quem nunca ouviu:<br />
‘O trabalho dignifica o homem’?<br />
Antes de mais nada,<br />
legalmente, faz parte da obrigação<br />
social da empresa, da<br />
sociedade em cooperar com<br />
a recuperação de um ser humano.<br />
Aqui não se condena<br />
a morte ou prisão perpétua.<br />
Enquanto isso não refletir a<br />
regra legal, a regra é que o<br />
egresso, o criminoso colocado<br />
em liberdade, possa obter<br />
meios de viver em sociedade,<br />
trabalhando e procurando<br />
dignidade em sua vida”.