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04 Política<br />
Foz do Iguaçu, terça-feira, 25 de abril de 2017<br />
R<br />
Rogério Bonato<br />
É ou não é?<br />
Toda vez que alguém menciona o turismo como a<br />
principal economia da cidade, causa redemoinhos<br />
na área comercial, a que de fato mais emprega e<br />
move com mais expressividade o desenvolvimento.<br />
O turismo pode ser sim a principal "vocação" de<br />
Foz, mas de longe, é o comércio e a acanhada<br />
indústria que mais geram postos de trabalho e<br />
arrecadação de impostos. Escrevo "acanhada"<br />
pela falta de recursos. Se houvesse incentivos, a<br />
cidade seria um potencial polo de fabricação de<br />
vários produtos.<br />
Mentalidade<br />
Acontece que Foz, com a sua "vocação" e os<br />
importantes atrativos, faz enorme força para se<br />
transformar em "cidade turística", o que ainda não<br />
é, apesar dos grandes hotéis, agências, operadores<br />
e tudo o mais que gira em torno da atividade.<br />
Para alcançar um status assim é preciso mentalidade<br />
e aprimoramento de métodos. Muitos ficam<br />
tristes com observações como esta, mas é a pura<br />
e triste realidade. Apesar de despontarmos no<br />
mapa dos destinos, ainda falta muita arrumação<br />
até fazer do turismo a principal atividade; a<br />
permitir que o grosso da comunidade viva exclusivamente<br />
disso. Estamos engatinhando ainda.<br />
Dois mundos<br />
Há sim a Foz dos visitantes, que entram e saem<br />
dos hotéis, atravessam as fronteiras e agitam o<br />
aeroporto, mas também existe a cidade que<br />
comunga paralelamente toda a classe de problemas<br />
para constituir a chamada "vida própria". Por<br />
enquanto, os shoppings, lojas no centro da<br />
cidade, supermercados e demais fontes de<br />
produtos e serviços são muito mais visitados pelos<br />
cidadãos do que pelos turistas.<br />
Mérito<br />
Vivo em Foz desde 1982, portanto, 35 anos, e sei<br />
bem o que fizeram e o quanto tentaram aprimorar<br />
a estrutura. Mas ainda nos deparamos com outra<br />
cidade quando o movimento aumenta, especialmente<br />
em feriados prolongados, com filas em<br />
todos os lugares e reclamações das mais diversas.<br />
Há esse tipo de problema em Paris, Nova<br />
York, Londres, Rio, São Paulo, mas com outra<br />
expectativa; como também enfrentam crises com a<br />
segurança (agora o terrorismo). Penso que<br />
atingimos um limite em épocas de alta temporada<br />
e redimensionar a estrutura é fundamental.<br />
Concordo plenamente com a preocupação da<br />
maioria dos empresários. Cadê a infraestrutura? A<br />
iniciativa faz a sua parte e onde está a parte do<br />
poder público?<br />
Comparações<br />
Alguém aparece e diz: "Foz possui atrativos<br />
diversificados e melhores que Niagara, mas lá<br />
recebem 20 vezes mais turistas". É verdade, mas<br />
a estrutura é bem mais organizada e preparada.<br />
Não vamos confundir atrativos com cidades mais<br />
visitadas. Foz não aparece na lista das 100<br />
cidades mais visitadas do mundo. Para se ter<br />
ideia, o Rio de Janeiro é o número 92 na relação.<br />
E comparar adianta? Adianta pesquisar e avaliar<br />
como se deve fazer, depois trabalhar para encontrar<br />
o rumo. O que não adianta é só reclamar.<br />
Visão geral<br />
Escrevo o que ouço e como estão organizando<br />
um diálogo com o novo governo, penso que seja o<br />
momento de construírem algo um pouco mais<br />
definitivo. Pode ser, seja o momento do município<br />
assumir essa batuta de vez; é que só se vê<br />
problema para onde se olha e mais uma vez a<br />
"recuperação" da cidade fala mais alto. Não seria<br />
o caso de recuperar desenvolvendo? Seria como<br />
se defender atacando. Bom, vamos ver no que vai<br />
dar. Um processo assim, de buscar o desenvolvimento<br />
de um setor e sacramentar a sua vocação,<br />
começa pela escolha de pessoas.<br />
RECLAMAÇÕES E REQUERIMENTOS<br />
Câmara espera choque<br />
de gestão nos serviços<br />
da rede de saúde<br />
Vereadores acreditam que novo governo vai atender<br />
rapidamente as principais demandas de saúde na cidade<br />
Da redação<br />
Reportagem<br />
Foto: Assessoria<br />
Celino Fertrin: "Estamos cobrando para que o<br />
problema seja resolvido com urgência"<br />
Os vereadores já apresentaram<br />
nestes primeiros<br />
meses do ano mais de<br />
150 requerimentos e quase<br />
400 indicações. O setor<br />
de saúde é um dos que<br />
mais vêm gerando reclamações<br />
e proposições do<br />
Legislativo. Na última<br />
sessão do mês, vários requerimentos<br />
sobre o<br />
tema foram aprovados e<br />
nos debates alguns vereadores<br />
sugeriram ao novo<br />
governo que toma posse<br />
na próxima semana um<br />
choque de gestão no setor<br />
de saúde.<br />
Dentre os requerimentos<br />
aprovados está o de<br />
autoria do vereador Celino<br />
Fertrin (PDT) que<br />
pede providências sobre a<br />
paralisação dos serviços<br />
de odontologia na rede<br />
básica. "Há muitas reclamações<br />
da população. A<br />
gestão passada deixou a<br />
comunidade 90 dias sem<br />
dentistas por conta de<br />
equipamentos de esterilização<br />
parados. O problema<br />
continua na atual gestão<br />
interina", denunciou.<br />
Celino informou que<br />
conversando com uma<br />
profissional encontrou<br />
consultório pronto, com<br />
equipamentos e a população<br />
sem o serviço. "Precisamos<br />
com isso cobrar<br />
para que o problema seja<br />
resolvido com urgência,<br />
inclusive na expectativa<br />
do novo prefeito assumir<br />
a partir de 1º de maio",<br />
comentou o vereador.<br />
O Tenente-Coronel<br />
Jahnke (PTN) defendeu<br />
que "haja gestão" e espera<br />
do novo prefeito<br />
"uma atitude à altura"<br />
do que o setor de saúde<br />
necessita. "O sistema<br />
está desmontado. Consulta<br />
é uma dificuldade,<br />
não tem remédio, não<br />
tem dentistas e exame é<br />
outra dificuldade. Para<br />
mim o problema maior é<br />
gestão e isso tem que ser<br />
uma prioridade dessa<br />
próxima gestão", observou<br />
Jahnke.<br />
Remédio em casa<br />
O vereador Elizeu Liberato<br />
(PR) entrou com<br />
outro requerimento relativo<br />
à saúde, sugerindo<br />
parcerias com empresas<br />
como os Correios para<br />
entrega de medicamentos<br />
contínuos na casa dos<br />
pacientes com doenças<br />
crônicas como hipertensão<br />
e diabetes. "Hoje a<br />
prefeitura tem um gasto<br />
maior com a cura do que<br />
com a prevenção. Precisa<br />
observar a prioridade<br />
nas ações de atenção básica<br />
dando atenção aos<br />
programas e tratamentos<br />
com medicação continuada.<br />
Falo sobre assistência<br />
aos pacientes de hipertensão,<br />
diabetes e outros<br />
doenças crônicas<br />
que necessitam de medicação<br />
de uso contínuo",<br />
disse.<br />
Foto: Assessoria<br />
De acordo com Liberato,<br />
o programa proposto<br />
é que se implante um<br />
sistema de entrega do<br />
medicamento nas residências<br />
e transformar a<br />
iniciativa em lei para que<br />
as gestões futuras não<br />
venham a interromper o<br />
programa. "Há muitos<br />
meios de fazer esse serviço<br />
a custos reduzidos,<br />
como, por exemplo, com<br />
os dos Correios. Isso<br />
pode ser feito por convênio.<br />
Há muitos idosos e<br />
pessoas com dificuldades<br />
de locomoção sofrendo<br />
transtornos quando saem<br />
em busca de remédio de<br />
uso diário", argumentou<br />
o vereador.<br />
Celino disse que apoia<br />
a ideia do colega e aproveitou<br />
para comentar sobre<br />
outra proposta apresentada<br />
por ele, sugerindo<br />
a Farmácia Popular<br />
Municipal para retirada<br />
de remédios de pacientes<br />
do SUS, dando também<br />
essa opção para os doentes<br />
crônicos.<br />
Rosane Bonho (PP)<br />
afirmou que a proposta é<br />
fundamental para ajudar<br />
os pacientes e evitar que<br />
os casos se agravem e<br />
acabem em necessidade<br />
de internações, mais sofrimentos<br />
e até mortes. Já<br />
o vereador Adenildo<br />
Kako (PTN) reclamou<br />
que para retirada de material<br />
ou medicamentos<br />
há pacientes da Vila C<br />
sendo obrigados a perambular<br />
por longas distâncias<br />
e centros de saúde do<br />
SUS para conseguir o que<br />
necessitam.<br />
Com os requerimentos<br />
aprovados, o Executivo<br />
tem 30 dias para enviar<br />
as respostas.<br />
Jahnke: "Espero do novo prefeito uma atitude à<br />
altura do que o setor de saúde necessita"