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GAZETA DIARIO 266

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04 Política<br />

Foz do Iguaçu, terça-feira, 25 de abril de 2017<br />

R<br />

Rogério Bonato<br />

É ou não é?<br />

Toda vez que alguém menciona o turismo como a<br />

principal economia da cidade, causa redemoinhos<br />

na área comercial, a que de fato mais emprega e<br />

move com mais expressividade o desenvolvimento.<br />

O turismo pode ser sim a principal "vocação" de<br />

Foz, mas de longe, é o comércio e a acanhada<br />

indústria que mais geram postos de trabalho e<br />

arrecadação de impostos. Escrevo "acanhada"<br />

pela falta de recursos. Se houvesse incentivos, a<br />

cidade seria um potencial polo de fabricação de<br />

vários produtos.<br />

Mentalidade<br />

Acontece que Foz, com a sua "vocação" e os<br />

importantes atrativos, faz enorme força para se<br />

transformar em "cidade turística", o que ainda não<br />

é, apesar dos grandes hotéis, agências, operadores<br />

e tudo o mais que gira em torno da atividade.<br />

Para alcançar um status assim é preciso mentalidade<br />

e aprimoramento de métodos. Muitos ficam<br />

tristes com observações como esta, mas é a pura<br />

e triste realidade. Apesar de despontarmos no<br />

mapa dos destinos, ainda falta muita arrumação<br />

até fazer do turismo a principal atividade; a<br />

permitir que o grosso da comunidade viva exclusivamente<br />

disso. Estamos engatinhando ainda.<br />

Dois mundos<br />

Há sim a Foz dos visitantes, que entram e saem<br />

dos hotéis, atravessam as fronteiras e agitam o<br />

aeroporto, mas também existe a cidade que<br />

comunga paralelamente toda a classe de problemas<br />

para constituir a chamada "vida própria". Por<br />

enquanto, os shoppings, lojas no centro da<br />

cidade, supermercados e demais fontes de<br />

produtos e serviços são muito mais visitados pelos<br />

cidadãos do que pelos turistas.<br />

Mérito<br />

Vivo em Foz desde 1982, portanto, 35 anos, e sei<br />

bem o que fizeram e o quanto tentaram aprimorar<br />

a estrutura. Mas ainda nos deparamos com outra<br />

cidade quando o movimento aumenta, especialmente<br />

em feriados prolongados, com filas em<br />

todos os lugares e reclamações das mais diversas.<br />

Há esse tipo de problema em Paris, Nova<br />

York, Londres, Rio, São Paulo, mas com outra<br />

expectativa; como também enfrentam crises com a<br />

segurança (agora o terrorismo). Penso que<br />

atingimos um limite em épocas de alta temporada<br />

e redimensionar a estrutura é fundamental.<br />

Concordo plenamente com a preocupação da<br />

maioria dos empresários. Cadê a infraestrutura? A<br />

iniciativa faz a sua parte e onde está a parte do<br />

poder público?<br />

Comparações<br />

Alguém aparece e diz: "Foz possui atrativos<br />

diversificados e melhores que Niagara, mas lá<br />

recebem 20 vezes mais turistas". É verdade, mas<br />

a estrutura é bem mais organizada e preparada.<br />

Não vamos confundir atrativos com cidades mais<br />

visitadas. Foz não aparece na lista das 100<br />

cidades mais visitadas do mundo. Para se ter<br />

ideia, o Rio de Janeiro é o número 92 na relação.<br />

E comparar adianta? Adianta pesquisar e avaliar<br />

como se deve fazer, depois trabalhar para encontrar<br />

o rumo. O que não adianta é só reclamar.<br />

Visão geral<br />

Escrevo o que ouço e como estão organizando<br />

um diálogo com o novo governo, penso que seja o<br />

momento de construírem algo um pouco mais<br />

definitivo. Pode ser, seja o momento do município<br />

assumir essa batuta de vez; é que só se vê<br />

problema para onde se olha e mais uma vez a<br />

"recuperação" da cidade fala mais alto. Não seria<br />

o caso de recuperar desenvolvendo? Seria como<br />

se defender atacando. Bom, vamos ver no que vai<br />

dar. Um processo assim, de buscar o desenvolvimento<br />

de um setor e sacramentar a sua vocação,<br />

começa pela escolha de pessoas.<br />

RECLAMAÇÕES E REQUERIMENTOS<br />

Câmara espera choque<br />

de gestão nos serviços<br />

da rede de saúde<br />

Vereadores acreditam que novo governo vai atender<br />

rapidamente as principais demandas de saúde na cidade<br />

Da redação<br />

Reportagem<br />

Foto: Assessoria<br />

Celino Fertrin: "Estamos cobrando para que o<br />

problema seja resolvido com urgência"<br />

Os vereadores já apresentaram<br />

nestes primeiros<br />

meses do ano mais de<br />

150 requerimentos e quase<br />

400 indicações. O setor<br />

de saúde é um dos que<br />

mais vêm gerando reclamações<br />

e proposições do<br />

Legislativo. Na última<br />

sessão do mês, vários requerimentos<br />

sobre o<br />

tema foram aprovados e<br />

nos debates alguns vereadores<br />

sugeriram ao novo<br />

governo que toma posse<br />

na próxima semana um<br />

choque de gestão no setor<br />

de saúde.<br />

Dentre os requerimentos<br />

aprovados está o de<br />

autoria do vereador Celino<br />

Fertrin (PDT) que<br />

pede providências sobre a<br />

paralisação dos serviços<br />

de odontologia na rede<br />

básica. "Há muitas reclamações<br />

da população. A<br />

gestão passada deixou a<br />

comunidade 90 dias sem<br />

dentistas por conta de<br />

equipamentos de esterilização<br />

parados. O problema<br />

continua na atual gestão<br />

interina", denunciou.<br />

Celino informou que<br />

conversando com uma<br />

profissional encontrou<br />

consultório pronto, com<br />

equipamentos e a população<br />

sem o serviço. "Precisamos<br />

com isso cobrar<br />

para que o problema seja<br />

resolvido com urgência,<br />

inclusive na expectativa<br />

do novo prefeito assumir<br />

a partir de 1º de maio",<br />

comentou o vereador.<br />

O Tenente-Coronel<br />

Jahnke (PTN) defendeu<br />

que "haja gestão" e espera<br />

do novo prefeito<br />

"uma atitude à altura"<br />

do que o setor de saúde<br />

necessita. "O sistema<br />

está desmontado. Consulta<br />

é uma dificuldade,<br />

não tem remédio, não<br />

tem dentistas e exame é<br />

outra dificuldade. Para<br />

mim o problema maior é<br />

gestão e isso tem que ser<br />

uma prioridade dessa<br />

próxima gestão", observou<br />

Jahnke.<br />

Remédio em casa<br />

O vereador Elizeu Liberato<br />

(PR) entrou com<br />

outro requerimento relativo<br />

à saúde, sugerindo<br />

parcerias com empresas<br />

como os Correios para<br />

entrega de medicamentos<br />

contínuos na casa dos<br />

pacientes com doenças<br />

crônicas como hipertensão<br />

e diabetes. "Hoje a<br />

prefeitura tem um gasto<br />

maior com a cura do que<br />

com a prevenção. Precisa<br />

observar a prioridade<br />

nas ações de atenção básica<br />

dando atenção aos<br />

programas e tratamentos<br />

com medicação continuada.<br />

Falo sobre assistência<br />

aos pacientes de hipertensão,<br />

diabetes e outros<br />

doenças crônicas<br />

que necessitam de medicação<br />

de uso contínuo",<br />

disse.<br />

Foto: Assessoria<br />

De acordo com Liberato,<br />

o programa proposto<br />

é que se implante um<br />

sistema de entrega do<br />

medicamento nas residências<br />

e transformar a<br />

iniciativa em lei para que<br />

as gestões futuras não<br />

venham a interromper o<br />

programa. "Há muitos<br />

meios de fazer esse serviço<br />

a custos reduzidos,<br />

como, por exemplo, com<br />

os dos Correios. Isso<br />

pode ser feito por convênio.<br />

Há muitos idosos e<br />

pessoas com dificuldades<br />

de locomoção sofrendo<br />

transtornos quando saem<br />

em busca de remédio de<br />

uso diário", argumentou<br />

o vereador.<br />

Celino disse que apoia<br />

a ideia do colega e aproveitou<br />

para comentar sobre<br />

outra proposta apresentada<br />

por ele, sugerindo<br />

a Farmácia Popular<br />

Municipal para retirada<br />

de remédios de pacientes<br />

do SUS, dando também<br />

essa opção para os doentes<br />

crônicos.<br />

Rosane Bonho (PP)<br />

afirmou que a proposta é<br />

fundamental para ajudar<br />

os pacientes e evitar que<br />

os casos se agravem e<br />

acabem em necessidade<br />

de internações, mais sofrimentos<br />

e até mortes. Já<br />

o vereador Adenildo<br />

Kako (PTN) reclamou<br />

que para retirada de material<br />

ou medicamentos<br />

há pacientes da Vila C<br />

sendo obrigados a perambular<br />

por longas distâncias<br />

e centros de saúde do<br />

SUS para conseguir o que<br />

necessitam.<br />

Com os requerimentos<br />

aprovados, o Executivo<br />

tem 30 dias para enviar<br />

as respostas.<br />

Jahnke: "Espero do novo prefeito uma atitude à<br />

altura do que o setor de saúde necessita"

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