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<strong>Revista</strong> SCIENTIA at ANIMA Maio / 2017<br />

Maio / 2017<br />

1


<strong>Revista</strong> SCIENTIA at ANIMA Maio / 2017<br />

Í N D I C E<br />

IDENTIFICAÇÃO DE ÁGUA<br />

FLUIDIFICADA / ENERGIZADA<br />

POR MÉDIUM VIDENTE. UM<br />

EXPERIMENTO PILOTO<br />

03<br />

10<br />

As Pesquisas de CORT’s são<br />

Científicas<br />

NUPES - Núcleo de Pesquisas<br />

em Espiritualidade e Saúde<br />

13<br />

14<br />

A Atualidade do Pensamento<br />

de Allan Kardec<br />

Noticias Científicas<br />

16<br />

2


<strong>Revista</strong> SCIENTIA at ANIMA Maio / 2017<br />

IDENTIFICAÇÃO DE ÁGUA FLUIDIFICADA /<br />

ENERGIZADA POR MÉDIUM VIDENTE<br />

UM EXPERIMENTO PILOTO<br />

Janaína Dantas | Sandro Fontana<br />

RESUMO<br />

O<br />

passe é uma prática comum no meio espírita, consiste tecnicamente da crença<br />

da transmissão de energia de uma pessoa para outra. Acreditase que tal energia<br />

pode ser mantida na água e que pode ser percebida por médiuns videntes. Este experimento<br />

buscou evidenciar o potencial de fluidificação das águas em centros espiritas diferentes,<br />

análogo às análises interpretativas de uma médium vidente, em descobrir amostras de<br />

água que passaram por um “passe” misturadas a amostras de água neutra. Encontramos<br />

resultados muito acima do acaso nos experimentos realizados, evidenciado que a crença<br />

espirita demonstra-se coerente com os resultados obtidos. Foram observadas uma série<br />

de características que são importantes para o conhecimento espirita e isso merece<br />

investigações e estudos futuros.<br />

Peer-review<br />

APROVADO<br />

APROVADO<br />

INTRODUÇÃO<br />

Existe um interesse constante<br />

por parte do público geral<br />

espírita sobre o "passe<br />

magnético" e sobre as<br />

energias que possam ser<br />

produzidas pelas mãos de<br />

médiuns, curandeiros ou<br />

manipuladores e meditadores<br />

em geral. A nomenclatura vem<br />

mudando ao longo do tempo<br />

e permanece diferente entre<br />

regiões e crenças mas tudo<br />

indica que se fala da mesma<br />

“força”, isto é, de uma bioenergia<br />

recorrente em sua<br />

essência. Essa energia é<br />

projetada pelas mãos, algo<br />

diferente dos termos<br />

meditativos (mentais) que<br />

apenas alteram a “sintonia”<br />

por parte dos<br />

receptores/pacientes.<br />

Monezi (2003 e 2013) fez<br />

experimentos com<br />

camundongos e com humanos<br />

(respectivamente), ficando<br />

evidente que a imposição das<br />

mãos parece melhorar o<br />

sistema imunológico e sistema<br />

psicológico de seres<br />

submetidos à ela. Por muito<br />

tempo a imposição das mãos<br />

vem sendo utilizada como<br />

uma transmissão de energia<br />

não detectável, ou<br />

pertencente somente ao<br />

mundo espiritual, mas seria<br />

isso verdade? Baumann<br />

(2013) e outros pesquisadores<br />

testaram 100 pessoas para<br />

verificar se existia, e em que<br />

quantidade, a emissão de<br />

fótons proveniente de suas<br />

mãos. Os resultados<br />

sugeriram que ocorre uma<br />

emissão extremamente<br />

elevada, apenas no momento<br />

intencional, proveniente de<br />

pessoas intituladas de<br />

médiuns, curandeiros ou<br />

3


<strong>Revista</strong> SCIENTIA at ANIMA Maio / 2017<br />

manipuladores de energia (ki,<br />

reiki etc).Existe uma possível<br />

explicação/constatação de<br />

que essa “energia" seja do<br />

tipo fóton, mais precisamente<br />

chamada de bio-fóton,<br />

amplamente estudada no meio<br />

médico atual[1].<br />

Tsuyoshi (2005) testa a<br />

energia KI (passe espirita)<br />

sobre células cancerígenas,<br />

percebendo uma redução das<br />

alterações celulares,<br />

positivamente evidenciando<br />

melhorias nessas estruturas<br />

biológicas, eliminando o efeito<br />

placebo. Dentro dos<br />

pressupostos indicados acima,<br />

Abatte e Fontana (2016)<br />

testaram essa “energização”<br />

na água sob equipamento<br />

bioeletrográfico (máquina de<br />

Kirlian), evidenciando e<br />

confirmando os resultados,<br />

isto é, houve alteração na<br />

luminescência das amostras<br />

que receberam o passe,<br />

comparadas à amostra<br />

controle (neutra). Moreira<br />

Freire e Silva (2015)<br />

efetuaram uma experiência<br />

com a fluidificação da água,<br />

expondo à uma médium<br />

garrafas de água para que ela<br />

identificasse apenas as<br />

amostras<br />

fluidificadas/energizadas. Em<br />

apenas uma rodada de teste<br />

o índice de acerto foi de 80%<br />

nas amostragens (5% de<br />

chance ao acaso).<br />

O presente estudo pretende<br />

replicar o experimento de<br />

Moreira Freire e Silva,<br />

aprimorando o método e<br />

elevando o número de dados<br />

e amostragem, testando assim<br />

diversas formas de passe.<br />

OBJETIVOS<br />

O principal objetivo desse<br />

trabalho é verificar a<br />

interpretação de amostras de<br />

água fluidificada, segundo o<br />

campo espiritual baseado na<br />

interpretação de um Médium<br />

Vidente e mensurar<br />

estaticamente a correlação<br />

da capacidade mediúnica de<br />

visão com possíveis<br />

interpretações ao acaso. Foi<br />

convidada uma médium que<br />

demonstrou capacidades<br />

mediúnicas empíricas<br />

(observadas in loco) da<br />

vidência em análise e<br />

diferenciação de águas<br />

“magnetizadas”. Como<br />

objetivos secundários,<br />

testamos e comparamos<br />

diferentes Centros Espíritas<br />

e os tipos de “passes” nas<br />

amostragens, para distinguir<br />

locais de maior potencial em<br />

energização.<br />

MATERIAIS E MÉTODO<br />

A presente pesquisa se baseia<br />

num sistema binomial, onde<br />

amostras de água podem ou<br />

não ter sido submetidos a<br />

uma sessão de passe. Para<br />

o experimento se utilizou 10<br />

garrafas de água mineral de<br />

500ml (n=10), lacradas e de<br />

mesmo lote, para cada<br />

rodada.<br />

Antes do inicio de cada<br />

sessão, todas as 10 amostras<br />

“neutras” (nulas a qualquer<br />

procedimento) foram<br />

apresentadas à médium com<br />

a finalidade de se identificar,<br />

segundo sua interpretação<br />

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<strong>Revista</strong> SCIENTIA at ANIMA Maio / 2017<br />

mediúnica, alguma amostra<br />

com características diferentes<br />

como brilho alterado ou cor,<br />

sendo assim tentou-se<br />

eliminar uma possível<br />

“contaminação prévia” em<br />

algumas das amostras antes<br />

da experimentação. Caso<br />

ocorresse alguma alteração<br />

identificada, a EC<br />

(Experimentadora Chefe)<br />

substituiria por outra para a<br />

mesma verificação, até que<br />

todas fossem tidas como<br />

“neutras” ou “não<br />

magnetizadas” antes<br />

de~serem levadas para a<br />

seleção e sessão de passe.<br />

De posse de todas as<br />

amostras entendidas como<br />

“neutras”, a EC entrega as<br />

amostras ao EA<br />

(Experimentador Auxiliar).Este<br />

teve como objetivo separar e<br />

numerar as garrafas e<br />

escolher aleatoriamente quais<br />

e quantas delas seriam<br />

submetidas ao passe. Essa<br />

característica no método torna<br />

a MV e a EC cegas para a<br />

seleção escolhida. A sessão<br />

de passe ocorreu um dia antes<br />

de cada sessão de<br />

experimentação com a<br />

médium, garantindo tempo<br />

hábil ao EA para organizar<br />

todas as amostras e entregar<br />

no dia seguinte no local da<br />

reunião. O EA não presenciou<br />

as sessões afim de evitar<br />

qualquer possível indução da<br />

médium. Cada uma das<br />

garrafas recebeu um número<br />

de 1 a 10, devendo a médium<br />

separar as amostras emque<br />

ela “viu” ou entendeu estarem<br />

com coloração ou brilho<br />

alterados. Feito isso a EC<br />

anotou as seleções, atribuindo<br />

as amostras<br />

entendidas<br />

como<br />

fluidificadas/e<br />

nergizadas e<br />

não para as<br />

amostras<br />

descartadas.<br />

Ao finalizar a sessão (para<br />

cada rodada de teste) a EC<br />

telefonou para o EA e recebeu<br />

os respectivos números de<br />

cada garrafa que passou pelo<br />

passe. Tudo foi anotado na<br />

mesma tabela e isso se<br />

repetiu por 7 rodadas<br />

idênticas, ao longo de vários<br />

meses. Foram anotados os<br />

erros e acertos conforme as<br />

amostras levadas para o passe.<br />

Observações:<br />

A Médium - Foi convidada<br />

pela EC após observações<br />

empíricas das faculdades<br />

mediúnicas de vidência;<br />

Centro Espírita - Foram<br />

utilizados diferentes<br />

instituiçõese meios de passe,<br />

inclusive o coletivo e individual<br />

para testar a constância dos<br />

resultados, não alterando<br />

assim o modus operandi de<br />

cada casa. Nas últimas duas<br />

rodadas se manteve a rotina<br />

do experimento, no entanto<br />

se optou em controlar as<br />

amostragens, ou seja, na<br />

penúltima rodada não se<br />

fluidificaram as amostras<br />

(nenhuma delas) e na última<br />

rodada se fluidificaram as 10<br />

amostras, tudo com o intuito<br />

de testar a real capacidade<br />

da médium.<br />

RESULTADOS<br />

Após 7 rodadas de<br />

experimentação, temos a<br />

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<strong>Revista</strong> SCIENTIA at ANIMA Maio / 2017<br />

seguinte tabela de erros e<br />

acertos: Preliminarmente os<br />

resultados apontam para<br />

condições variadas, no<br />

entanto é importante<br />

enfatizarque cada rodada de<br />

testes ocorreu após as<br />

seguintes condições de passes:<br />

Rodada 1: Passe ocorrido<br />

em casa espirita kardecista<br />

tradicional, fluidificação<br />

ocorreu no colo do EA;<br />

Rodada 2: Passe ocorrido<br />

em casa espirita mista. A<br />

fluidificação ocorreu sem<br />

intervenção de médiuns,<br />

ficando as garrafas sobre uma<br />

mesa/altar para receber passe<br />

coletivo;<br />

Rodada 3: Passe ocorrido<br />

em grupo Santo Daime. A<br />

fluidificação ocorreu com as<br />

garrafas no colo do EA e<br />

6<br />

médium estava em transe<br />

inconsciente (incorporação);<br />

Rodada 4: Passe ocorrido<br />

diretamente com médium<br />

kardecista em sessão “no lar”.<br />

As garrafas foram fluidificadas<br />

diretamente pelo médium;<br />

Rodada 5: Passe ocorrido<br />

em casa kardecista tradicional.<br />

Rodada 6: Amostras<br />

controle, nenhuma foi<br />

fluidificada.<br />

sob<br />

Rodada 7: Passe ocorrido<br />

sob controle nas 10 garrafas<br />

em casa espirita<br />

kardecista.Temos ciência de<br />

que o uso não exclusivo numa<br />

única casa espirita para o<br />

passe tornou os resultados<br />

mais complexos, no entanto<br />

pelo fato de tal estudo se<br />

tratar ainda de exploratório,<br />

acreditamos que seja de suma<br />

importância uma atenção a<br />

todas as variáveis. Na rodada<br />

1 nada de anormal ocorreu e<br />

se esperavam que as 10<br />

garrafas fossem identificadas.<br />

Isso não veio a ocorrer mas<br />

manteve um índice igual ao<br />

da pesquisa de Moreira Freire<br />

e Silva (2015). Na rodada 2<br />

houve um fator relevante que<br />

chamou a atenção dos<br />

envolvidos na pesquisa.<br />

Conforme descrito acima, as<br />

amostras de água não foram<br />

tocadas e nem lhes foi dirigido<br />

passe isolado, acreditandose<br />

que a “espiritualidade" faria<br />

a fluidificação. Ao se levar as<br />

amostras para a médium<br />

vidente, a mesma informa<br />

categoricamente que<br />

nenhuma delas estaria<br />

fluidificada. Para mantermos<br />

o método do presente estudo,<br />

decidimos manter o índice de<br />

acerto de 80%, uma vez que<br />

o EA havia escolhido duas


<strong>Revista</strong> SCIENTIA at ANIMA Maio / 2017<br />

amostras para o passe. Na<br />

rodada 3 não se observou<br />

algo significativo, mesmo<br />

assim o índice de acerto foi o<br />

esperado para o acaso, mas<br />

não para evidenciar qualquer<br />

demonstração mediúnica. Na<br />

rodada 4 se optou em testar<br />

um passe isolado em um<br />

procedimento familiar. Em<br />

experimento bioeletrográfico<br />

(Fontana e Abatte), a mesma<br />

condição apontou como nula<br />

à fluidificação, mas para fins<br />

de exploração, se pretendeu<br />

replicar o feito com uma<br />

médium vidente. Na rodada<br />

5 o passe ocorreu em um<br />

Centro Espirita de cultura<br />

kardecista tradicional, no<br />

entanto o resultado de 6/10<br />

foi levemente acima do<br />

esperado para o acaso,<br />

demonstrando fracas<br />

evidências de fluidificação ou<br />

então momento anímico da<br />

médium. Já em momento de<br />

controle, na rodada 6,<br />

nenhuma das amostras foram<br />

fluidificadas, mesmo assim<br />

se manteve a rotina de sessão<br />

com a médium afim de não<br />

induzi-la. Ela informa<br />

categoricamente, como o foi<br />

na rodada 2, que nenhuma<br />

das amostras possuía<br />

diferença ou alteração de cor<br />

e/ou brilho. Essa opção<br />

conferiu acerto raro de 100%,<br />

demonstrando perfeita e<br />

adequada estimativa para a<br />

mediunidade de visão. Na<br />

rodada 7 se optou por outro<br />

controle, intencionalmente<br />

fluidificando-se todas as 10<br />

garrafas amostra.<br />

DISCUSSÃO<br />

Um grande número de<br />

variáveis implicam numa<br />

análise ampla complicada.<br />

Foi percebido a necessidade<br />

de um melhor controle do<br />

processo de passe para<br />

estudos futuros,ou seja, é<br />

recomendado que a(o)<br />

médium vidente reconheça e<br />

identifique médiuns passistas<br />

com a real capacidade de<br />

fluidificação da água, isso<br />

ajudaria a isolar e analisar de<br />

forma mais objetiva a<br />

mediunidade de visão e seus<br />

fatores anímicos. Se a<br />

mediunidade de vidência<br />

reflete uma conscientização<br />

do “eu” para determinar uma<br />

percepção visual do estado<br />

de espirito, isso nos parece<br />

explicar adequadamente a<br />

presença anímica no momento<br />

das sessões, explicando<br />

assim determinados erros,<br />

contrariando a crença de que<br />

a mediunidade de visão possa<br />

a vir de algo análogo a uma<br />

realidade tridimensional<br />

(condição de encarnado). Se<br />

não o fosse dessa forma seria<br />

difícil de explicar o motivo de<br />

qualquer erro, esperando um<br />

acerto de 100% para todas<br />

as rodadas com o passe<br />

adequado. É importante<br />

considerar que a médium, em<br />

determinados sessões, não<br />

conseguiu perceber amostras<br />

de que passaram pelo passe,<br />

algo que conflita as análises<br />

por não sabermos se tratouse<br />

de “falha mediúnica” ou não<br />

execução adequada do passe.<br />

Por outro lado, ocorreu o fato<br />

da médium perceber algumas<br />

amostras como energizadas<br />

e estas não terem passado<br />

por qualquer tipo de passe.<br />

Isso sugere estudos futuros<br />

referentes a contaminação de<br />

7


<strong>Revista</strong> SCIENTIA at ANIMA Maio / 2017<br />

energia, embora entendemos<br />

isso como pouco provável<br />

uma vez que, em mesma<br />

rodada, resultado assim teria<br />

que pressupor transferência<br />

de energia e não<br />

contaminação (acertos e erros<br />

cruzados). Se Baumann et al<br />

(2013) estiverem certos,<br />

apenas uma parcela da<br />

população possui tal<br />

capacidade demonstrada e,<br />

ainda desses ditos médiuns,<br />

curandeiros, manipuladores<br />

de energia etc, alguns não<br />

conseguiram demonstrar<br />

quantidade significativa<br />

comparada com pessoas<br />

normais.Isso ocorrendo de<br />

fato pode explicar boa parte<br />

dos insucessos de nossa<br />

médium<br />

vidente,<br />

principalmente por nosso<br />

método possuir a falha no<br />

controle dos médiuns<br />

passistas que atuaram como<br />

colaboradores. A MV relatou<br />

por várias vezes durante as<br />

rodadas de pesquisa que<br />

algumas amostras de água<br />

apresentavam cores nítidas<br />

e variadas, sendo muitas das<br />

vezes com cor (intensidade)<br />

extremamente fraca, quase<br />

“imperceptível”, sugerindo<br />

coerência com os resultados<br />

observados por Baumann<br />

8<br />

(2013) nos experimentos UV.<br />

Um momento marcante em<br />

nosso estudo foi o fato de<br />

uma sessão incluir o dito<br />

“passe coletivo”, onde as<br />

amostras de água (duas)<br />

foram colocadas sobre um<br />

altar, diante de uma foto do<br />

mentor da casa, esperando<br />

que elas fossem “energizadas”<br />

por seu (ou um) espírito. Ao<br />

se levar tais amostras,<br />

misturadas com as demais<br />

(oito) neutras, a MV informa<br />

que não via qualquer<br />

fluidificação na garrafas,<br />

sugerindo que o passe<br />

coletivo (sem aplicação direta<br />

das mãos) não surtiu efeito<br />

no liquido presente nas<br />

mesmas. Isso nos fez rever<br />

alguns estudos, principalmente<br />

de MONEZI (2003) onde ficou<br />

evidente a alteração do<br />

sistema imunológico em<br />

camundongos sob imposição<br />

das mãos, mas não de outros<br />

que estavam na mesma sala<br />

(grupo controle e grupo<br />

placebo). Isso nos sugere que<br />

a atual prática do passe<br />

coletivo deve ser melhor<br />

estuda erevista uma vez que<br />

em nosso experimento o efeito<br />

nos pareceu nulo.<br />

Recomendamos mais<br />

experimentos dedicados a<br />

comparar índices de acerto<br />

entre passe coletivo e passe<br />

isolado sobre amostras de<br />

águas.<br />

CONCLUSÃO<br />

Avaliando os índices de acerto<br />

e erro por parte da MV<br />

entendemos que todos<br />

refletiram resultado acima do<br />

esperado para o acaso, sendo<br />

que em dois deles o acerto<br />

foi de 100% (p=0,00097)<br />

ficando evidente uma elevada<br />

capacidade mediúnica de<br />

visão e sua real existência.<br />

Em virtude de poucas<br />

amostragens ainda se faz<br />

necessário replicações porém<br />

recomendamos que haja<br />

controle sobre o “médium<br />

passista”. Entendemos que a<br />

presença de algum fator<br />

anímico esteve presente,<br />

sugerindo que a visão seja<br />

um produto da<br />

conscientização por parte do<br />

“eu” sob os objetos testados.<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

DE ROCHAS, Albert (1899)<br />

Exteriorização da<br />

Sensibilidade (ebook).<br />

MONEZI Ricardo (2003) -


<strong>Revista</strong> SCIENTIA at ANIMA Maio / 2017<br />

Avaliação de Efeitos da<br />

Prática de Impostação de<br />

Mãos sobre os Sistemas<br />

Hematológico e Imunológico<br />

de Camundongos Machos<br />

MONEZI, Ricardo (2013) -<br />

Efeitos da Prática do Reiki<br />

Sobre<br />

Aspectos<br />

Psicofisiológicos e de<br />

Qualidade de Vida de Idosos<br />

com Sintomas de Estresse:<br />

Estudo Placebo Randomizado<br />

BAUMANN (2013) -<br />

Electromagnetic Emission<br />

From Humans During Focused<br />

Intent - The Journal of<br />

Parapsychology<br />

ABATTE, Vania (2016) -<br />

ÁGUA FLUIDIFICADA SOB<br />

ANÁLISE<br />

BIOELÉTROGRAFICA – Duas<br />

Rodadas de Experimentos<br />

Exploratórios - <strong>Revista</strong> Ciência<br />

Espirita rce201609-1<br />

Moreira Freire, Geison<br />

(2015) - FLUIDIFICAÇÃO DA<br />

ÁGUA: AVALIAÇÃO<br />

PRELIMINAR DE ASPECTOS<br />

MEDIÚNICOS - <strong>Revista</strong><br />

Ciência Espirita rce201512-2<br />

S. TSUYOSHI - Growth<br />

Inhibition of Cultured Human<br />

Liver Carcinoma Cells by Kienergy<br />

(Life-energy): Scientific<br />

Evidence for Ki-effects on<br />

Canc e r C e l l s - P u b M e d<br />

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/<br />

articles/PMC1193556/<br />

9


<strong>Revista</strong> SCIENTIA at ANIMA Maio / 2017<br />

10<br />

As Pesquisas de CORT’s são Científicas<br />

Mauricio Mendonça, 2017<br />

Pesquisas com crianças de<br />

dois ou um pouco mais anos<br />

de idade e de diversas partes<br />

do mundo, mostram que de<br />

forma aparentemente<br />

consistente falam que tiveram<br />

uma “outra vida” antes dessa.<br />

Sistematicamente tem-se<br />

observado que um grande<br />

número das informações<br />

fornecidas por elas são<br />

verdadeiras e às vezes<br />

apresentando habilidades<br />

complexas que a pessoa<br />

falecida possuía. Além disso,<br />

marcas de nascença existente<br />

no corpo da criança, muitas<br />

vezes correspondem aos<br />

locais dos ferimentos que<br />

causaram a morte do sujeito<br />

da vida anterior. Esse tipo de<br />

pesquisa, mesmo que não<br />

seguisse a metodologia da<br />

ciência atual, já existiam no<br />

alvorecer do século XIX e<br />

guardam uma semelhança<br />

em alto grau, com as<br />

características<br />

fenomenológicas encontradas<br />

nas atuais pesquisas. Muitas<br />

dessas referencias podem ser<br />

encontrada no clássico livro<br />

“As Vidas Sucessivas” do<br />

pesquisador Cel Albert de<br />

Rochas. Dr. Heinrich Hendsold<br />

no inicio do século XIX, o “The<br />

soul of a people, H. Fielding<br />

Hall, 1898 e na Revue Spirite<br />

deAllan Kardec e<br />

colaboradoes.<br />

A retomada dessas pesquisas<br />

se deu na<br />

década de 60<br />

do século XX<br />

com o médico<br />

Phd em<br />

psiquiatra Ian<br />

Stevenson. Em<br />

resumo trata-se<br />

de uma coleção<br />

de milhares de<br />

estudos de casos onde<br />

indivíduos de 2 a 8 anos de<br />

idade alegam lembrar-se de<br />

terem tido uma vida anterior.<br />

Quando o pesquisador toma<br />

conhecimento do caso e tem<br />

a permissão dos pais, ele dá<br />

início ao processo indo até o<br />

local onde mora o sujeito.<br />

Realizam-se então as<br />

entrevistas com a criança, e<br />

em seguida com seus pais,<br />

familiares ou vizinhos que<br />

possam ter alguma informação<br />

relevante e as marcas de<br />

nascença são também<br />

registradas. Se a família da<br />

personalidade prévia já tiver<br />

sido localizada anteriormente,<br />

procede-se a entrevista com<br />

a mesma, se não, inicia-se<br />

uma busca por ela a partir das<br />

informações fornecidas pela<br />

própria criança. Em seguida<br />

são buscados<br />

documentos tais como:<br />

certidões de<br />

nascimento, certidões<br />

de óbitos, laudos<br />

médicos, etc. A partir<br />

daí serão feitas<br />

análises estatísticas na<br />

tentativa de verificar<br />

padrões e testar as<br />

diversas hipóteses.<br />

Esse tipo de pesquisa tem<br />

sido chamado de CORT’s


<strong>Revista</strong> SCIENTIA at ANIMA Maio / 2017<br />

(Cases of Reincarnation Type<br />

– Casos do Tipo<br />

Reencarnação) que é<br />

tecnicamente falando um<br />

Estudo de Casos com<br />

Tentativa de Controle de<br />

Variáveis Envolvidas e<br />

Tentativa de Avaliação<br />

Quantitativa. Nesse artigo<br />

pretendo discutir se essas<br />

pesquisas podem mesmo<br />

serem consideradas<br />

cientificas; e se as hipóteses<br />

óbvias de fraude ou de<br />

coincidência estão<br />

suficientemente bem<br />

afastadas. Aos poucos a<br />

pesquisa de casos que sugerem<br />

reencarnação – CORT’s,<br />

está pelo menos considerada<br />

como genuína<br />

pesquisa cientifica<br />

por alguns da comunidade<br />

acadêmica<br />

que não está<br />

envolvida com<br />

esse tipo de pesquisa.<br />

No entanto<br />

alguns pesquisadores,<br />

principalmente<br />

o Dr. Ian<br />

Stevenson, têm dado<br />

importantes contribuições<br />

teóricas e experimentais às<br />

pesquisas de CORT’s. No<br />

Brasil tivemos a importante<br />

contribuição de Hernani Guimarães<br />

Andrade que publicou<br />

o livro Reencarnação no<br />

Brasil e que apresenta resultados<br />

semelhantes à pesquisa<br />

de Stevenson. Atualmente<br />

outros pesquisadores, além<br />

de Jim Tucker (substituto de<br />

Stevenson), estão realizando<br />

pesquisas independementes<br />

e têm conseguido mesmo uma<br />

replicação dos estudos de<br />

Stevenson, entre eles: Emily<br />

F. Williams, Satwant Pasricha<br />

Godwin Samararatne, U Win<br />

Maung, JamesK. Onwubalili,<br />

StuartJ. Edelstein, JamesK.<br />

Onwubalili, Titus Rivas, etc.<br />

Há de ressaltar também, o<br />

modelo proposto por Jim Tucker,<br />

propondo uma escala para<br />

medir o grau<br />

de força para<br />

avaliação de um<br />

determinado caso.<br />

Podemos dizer<br />

que<br />

atualmente há<br />

um quadro favorável<br />

à hipótese<br />

da reencarnação<br />

devido à algumas<br />

fortes evidências<br />

encontradas nessas<br />

pesquisas. Tais pesquisas foram<br />

inclusive publicadas em<br />

revistas indexadas pelo ISI<br />

(Institute for Scientific Information)<br />

e com fator de impacto<br />

na comunidade científica.<br />

Como exemplo, podemos citar:<br />

A Nature e American Psychiatric<br />

Association (Impact<br />

Factor de 8.286). (Vê site:<br />

<br />

de Vitor Moura).<br />

Vitor argumenta que mesmo<br />

assim, muitos “céticos” teimam<br />

erroneamente em dizer<br />

que tais casos são anedóticos,<br />

possuindo pouca ou mesmo<br />

nenhuma validade. Relato<br />

de Casos Anedóticos não é a<br />

mesma coisa que Estudo de<br />

Casos. E mero Estudo de Casos<br />

não é a mesma coisa que<br />

Estudo de Casos com Tentativa<br />

de Controle de Variáveis<br />

Envolvidas e Tentativa de<br />

Avaliação Quantitativa. Os<br />

estudos CORT (Cases of<br />

Reincarnation Type – Casos<br />

do Tipo Reencarnação) não<br />

estão incluídos na primeira<br />

categoria (que é a mais fraca).<br />

Os estudos CORT também<br />

não estão incluídos na<br />

segunda categoria (de força<br />

mediana). Eles fazem parte<br />

do terceiro grupo, que possui<br />

força bem superior: Estudo<br />

de Casos com Tentativa de<br />

Controle de Variáveis Envolvidas<br />

e Tentativa de Avalia-<br />

11


<strong>Revista</strong> SCIENTIA at ANIMA Maio / 2017<br />

ção Quantitativa.<br />

Parece-me que estes “céticos”<br />

não percebem a diferença<br />

entre relatos anedóticos e<br />

estudo de casos. Muitos relatos<br />

anedóticos são praticamente<br />

indistinguíveis de<br />

lendas urbanas. Por outro lado,<br />

estudos de casos como<br />

alguns dos melhores feitos<br />

por Ian Stevenson (como o<br />

artigo sobre três casos no Sri<br />

Lanka de 1988, e o caso do<br />

jovem Imad Elawar de 1966),<br />

são tão meticulosos e tão ricos<br />

de detalhes, e tão cautelosos<br />

com relação às demais<br />

possibilidades, que na verdade<br />

se constituem em evidência<br />

observacional de boa<br />

qualidade, assim como ocorre<br />

em estudos de zoologia<br />

etc. E tais estudos foram, em<br />

uma dose pelo menos minimamente<br />

satisfatória, já foram<br />

reproduzidos por outros<br />

pesquisadores, constituindo<br />

evidência de fenômenos paranormais.<br />

Outros céticos reclamam que<br />

tais estudos de casos, por<br />

melhores que sejam, não podem<br />

ser comparados a situações<br />

controladas de<br />

laboratório, por não eliminarem<br />

a possibilidade de fraude.<br />

De fato, normalmente não<br />

12<br />

há um forte controle contra a<br />

fraude, porém várias características<br />

típicas de tais casos<br />

são simplesmente<br />

impossíveis de serem fraudadas,<br />

descartando assim a necessidade<br />

de controle<br />

laboratorial. Entre tais características,<br />

incluem-se os defeitos<br />

e as marcas de<br />

nascimento, e<br />

penso que podem<br />

ser citadas<br />

também as fobias<br />

demonstradas<br />

pelas<br />

crianças.<br />

Recentemente, o<br />

cético Richard<br />

Wiseman tentou<br />

reproduzir as<br />

demais características<br />

dos CORT’s por meios<br />

normais, sem sucesso. Nas<br />

palavras de Jim Tucker, o estudo<br />

de Wiseman “demonstra<br />

que ‘coincidência’ fracassa<br />

em explicar partes importantes<br />

dos casos, embora sua<br />

intenção tenha sido mostrar<br />

o oposto”. Tucker considera<br />

também que tal estudo demonstra<br />

que ‘fraude’ não pode<br />

ser aplicada aos casos<br />

resolvidos com registros escritos<br />

antes das verificações.<br />

Além disso, já foi possível fazer<br />

testes controlados numa<br />

minoria desses casos. O pesquisador<br />

Jim Tucker cita 02<br />

desses casos no capítulo 07<br />

de seu livro Life Before Life<br />

(2005): o de Gnanatilleka<br />

Baddewithana e o de Ma Choe<br />

Hnin Htet, ambos com resultados<br />

positivos. Tais casos<br />

contradizem as críticas dos<br />

céticos de que a<br />

fraude ou a coincidência<br />

seriam explicações<br />

razoáveis para os<br />

CORT’s.<br />

Concluindo podemos<br />

dizer que<br />

apesar da forte<br />

oposição a essas<br />

idéias, as pesquisas<br />

de CORT’s estão<br />

se disseminando e se<br />

fortalecendo na comunidade<br />

acadêmica internacional, mas<br />

temos também que reconhecer<br />

que muito ainda resta a<br />

ser feito para atingir um grau<br />

de maturidade considerado<br />

ótimo. As dificuldades para<br />

realizar essas pesquisas são<br />

enormes, tanto pela dificuldade<br />

intrínseca do objeto de estudo,<br />

quanto à resistência<br />

natural da sociedade cientifica<br />

e também por dificuldades<br />

de financiamento. Felizmen-


<strong>Revista</strong> SCIENTIA at ANIMA Maio / 2017<br />

te o progresso do conhecimento científico não<br />

pode ser obstruído eternamente por imposições<br />

de crenças e nem de anti-crenças. Ou<br />

seja, se efetivamente esses fenômenos forem<br />

verdadeiros, mais dia menos dia a verdade<br />

prevalecerá, se não for, o tempo se<br />

encarregará de sepultá-las definitivamente.<br />

Ian Pretyman Stevenson (Montreal, 31 de<br />

Outubro de 1918 — Charlottesville, 8 de<br />

Fevereiro de 2007), M.D., foi um cientista e<br />

professor de psiquiatra da Universidade da<br />

Virginia; um dos mais importantes<br />

pesquisadores na temática das experiências<br />

espirituais. A sua pesquisa incluía<br />

principalmente o tema da reencarnação, a<br />

problemática do relacionamento entre mente<br />

e cérebro e a continuidade da<br />

personalidade após a morte.<br />

O astrofísico e divulgador da<br />

Ciência Carl Sagan<br />

expressou que o trabalho<br />

deste psiquiatra era um dos<br />

poucos estudos sobre um<br />

fenômeno paranormal que<br />

merecia ser analisado.<br />

NUPES - Núcleo de Pesquisas em Espiritualidade e Saúde<br />

A<br />

creditamos que a tendência mundial<br />

é que ocorra um aumento dos estudos<br />

dos fenômenos anômalos nas academias.<br />

Um magnífico exemplo disto no Brasil é o<br />

trabalho do NUPES que faz parte do<br />

programa de pós-Graduação em saúde da<br />

UFJF. Este grupo tem como missão<br />

desenvolver pesquisas interdisciplinares de<br />

excelência sobre as relações entre<br />

espiritualidade e saúde. Trabalha com uma<br />

ampla rede de pesquisadores nacionais e<br />

internacionais em busca de parcerias que<br />

o permitam ser um centro de referência<br />

internacional em pesquisas em espiritualidade<br />

e saúde. Além de uma constante publicação<br />

em periódicos e livros científicos, conferências<br />

e apresentações em congressos, orientação<br />

e participação em bancas, o NUPES também<br />

provê informações atualizadas e confiáveis<br />

à população através de constantes<br />

entrevistas à imprensa falada, escrita e<br />

televisiva. Atualmente, em 2017, este grupo<br />

trabalha com três linhas de pesquisa:<br />

Epidemiologia da Religiosidade e Saúde;<br />

experiências Religiosas e Espirituais e<br />

História e Filosofia das Pesquisas sobre<br />

Espiritualidade. Os pesquisadores são: Dra.<br />

Alessandra Ghinato Mainieri; Dr. Alexandre<br />

Zanini; Dra. Angelica Aparecida Silva de<br />

Almeida; Dra. Elizabeth Schmitt Freire; Dr.<br />

Gustavo Arja castañon; Dr. Giancarlo<br />

Lucchetti; Dr. Humberto Schubert Coelho;<br />

Dr. Klaus Chaves Alberto; Dr. Leonardo<br />

Augusto Miana; Dr. Saulo Freitas Araújo. O<br />

coordenador do NUPES é o Dr. Alexander<br />

Moreira de Almeida.<br />

13


<strong>Revista</strong> SCIENTIA at ANIMA Maio / 2017<br />

14<br />

A Atualidade do Pensamento de Allan Kardec<br />

por Eduardo Lima<br />

A<br />

Doutrina Espírita fundada por Allan<br />

Kardec, e apresentada publicamente<br />

a partir de 1857, deve ser considerada não<br />

somente atual, mas, para, além disto, deve<br />

ser observada como um trabalho que apresenta<br />

aspectos que estão muito à frente de nosso<br />

tempo. Este duplo entendimento se desvela<br />

na medida em que situamos seu imenso – e<br />

sem par – valor ético e<br />

epistêmico.<br />

Em termos de teoria do<br />

conhecimento, investigando<br />

os fenômenos, Kardec<br />

simplesmente lançou mão<br />

de todos os recursos<br />

teórico-metodológicos de<br />

sua época e ainda criou<br />

outros instrumentos que<br />

deram conta das novas<br />

demandas que surgiram.<br />

Isso significa que ele,<br />

primeiramente, usando a<br />

ciência de sua época,<br />

escrupulosamente observou, experimentou<br />

e, após considerar todas as teorias científicas<br />

disponíveis, concluiu que os fenômenos ali<br />

observados, mereciam protocolos inéditos.<br />

Em outros termos, Kardec percebeu de modo<br />

genial que os limites paradigmáticos de seu<br />

tempo já haviam sido alcançados. Tendo em<br />

mente um crucial teórico da ciência como<br />

Thomas Kuhn, por exemplo, podemos afirmar<br />

sem nenhum receio que Kardec, cento e cinco<br />

anos antes da publicação da esclarecedora<br />

obra A Estrutura das Revoluções Científicas<br />

não só já possuía um pleno domínio do<br />

assunto como já havia praticado aquilo que,<br />

conceitualmente, Kuhn viria a chamar de<br />

ciência normal e ciência revolucionária.<br />

No campo ético, percebendo as grandiosas<br />

consequências dos ensinamentos dos espíritos,<br />

Kardec reabriu as portas para a tão<br />

incompreendida moral de<br />

Jesus possibilitando um<br />

retorno às fontes mais<br />

primitivas e puras dos<br />

ensinamentos do Mestre. A<br />

ideia de condenação eterna,<br />

tão disseminada à época<br />

quanto hoje, deu lugar às<br />

belíssimas noções de<br />

reencarnação e caridade<br />

capazes de apresentar um<br />

Deus mais justo e amoroso<br />

para com seus filhos. A obra<br />

de Kardec, renovando<br />

magistralmente a possibilidade<br />

da comunicação entre os dois planos de vida,<br />

descerrou em definitivo os mistérios da morte<br />

indicando as alegrias sublimes do reencontro<br />

e nos apresentando uma vida espiritual mais<br />

racionalmente bela e edificante. Isso significa<br />

que ganhamos uma tábua de valores morais<br />

universais, como seus imperativos éticos,<br />

diante de um mundo que, desde então, tem<br />

se mostrado relativista e materialista. De fato,<br />

vinte e três anos antes de Nietzsche começar<br />

a trabalhar com profundidade o tema do


<strong>Revista</strong> SCIENTIA at ANIMA Maio / 2017<br />

niilismo, Kardec, na obra O Céu e o Inferno,<br />

já denunciava que, se existe uma “doutrina<br />

insensata e antissocial, esta é, seguramente,<br />

o niilismo que rompe os verdadeiros laços de<br />

solidariedade e fraternidade, em que se fundam<br />

as relações sociais.”<br />

Tendo em vista estas sólidas bases científicas<br />

e morais, como ignorar a atualidade de um<br />

trabalho desta envergadura? Como não afirmar<br />

diante de nossa atualidade, na qual sentimos,<br />

em dupla vertente, os efeitos de uma ciência<br />

que teima, apesar de tudo, em abraçar o<br />

materialismo e de uma ética contemporânea<br />

envolta em graves ceticismos, que as<br />

investigações kardecistas não são somente<br />

atuais, como ainda permanecem à frente de<br />

nosso tempo?<br />

Nunca é demais lembrar que Kardec realizou<br />

este trabalho enfrentando imensas dificuldades.<br />

Ele teve que lidar com poderosas forças<br />

religiosas e políticas bem como a<br />

incompreensão, a intriga e a calúnia de seus<br />

próximos.<br />

Nos limites de uma página, o que ainda<br />

podemos dizer sobre a atualidade da obra de<br />

Kardec?<br />

Em face do niilismo pós-moderno atual adstrito<br />

a um recrudescimento de ideias irracionalistas,<br />

materialistas, racistas, antidemocráticas e<br />

xenófobas os ensinamentos dos espíritos tão<br />

brilhantemente colhidos, sistematizado e<br />

analisados por Allan Kardec não são somente<br />

atuais e à frente de nosso tempo. Podemos<br />

e devemos, com humildade, afirmar que a<br />

Doutrina Espírita é, contemporaneamente –<br />

mais do que atual e avançada – necessária.<br />

T<br />

homas Samuel Kuhn foi um físico e filósofo da ciência<br />

estadunidense. Seu trabalho incidiu sobre história da<br />

ciência e filosofia da ciência, tornando-se um marco no<br />

estudo do processo que leva ao desenvolvimento científico.<br />

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<strong>Revista</strong> SCIENTIA at ANIMA Maio / 2017<br />

Noticias Científicas<br />

2o. Simpósio Internacional Mente-Cérebro<br />

As pessoas são seus cérebros? Desde a Antiguidade, pesquisadores das áreas de psiquiatria,<br />

psicologia, filosofia e neurociência se enveredaram por diferentes caminhos à procura de<br />

respostas sobre a essência da natureza humana. A questão que vem intrigando a humanidade<br />

há séculos é se a mente e nossa personalidade seriam produto do cérebro, resultado<br />

exclusivamente de processos fisico-químicos, ou se existiria algo transcendente.<br />

O enigma foi debatido no 2º Simpósio Internacional Mente-Cérebro, que aconteceu nos dias<br />

17 e 18 de março de 2017 no Anfiteatro do Instituto de Ciências Humanas da Universidade<br />

Federal de Juiz de Fora (UFJF). O evento foi promovido por pesquisadores do Núcleo de<br />

Pesquisa em Espiritualidade e Saúde (NUPES) da instituição e da Universidade de São<br />

Paulo (USP), com o apoio do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas da FMUSP e<br />

da Universidade de Oxford (Inglaterra).<br />

O Simpósio reuniu pesquisadores com diferentes pontos de vista sobre o assunto, com o<br />

objetivo de fomentar o debate e, com isso, atualizar o conhecimento do público sobre as<br />

recentes pesquisas e discussões acerca do tema. Além disso, as metas são também estimular<br />

o pensamento crítico sobre o dilema mente-cérebro e promover o desenvolvimento de novas<br />

pesquisas nesta temática.<br />

Especialistas<br />

O 2º Simpósio Internacional Mente-Cérebro teve a participação de grandes especialistas de<br />

diferentes áreas do conhecimento para apresentarem seus mais recentes estudos sobre o<br />

problema mente-cérebro. Foram desenvolvidas conferências, mesas redondas e debates em<br />

torno das duas principais correntes do problema mente-cérebro: a materialista (a mente é<br />

um produto da atividade cerebral) e a não materialista (a mente é algo além do cérebro).<br />

Esta foi uma grande oportunidade para conhecer, por exemplo, os avanços da neurociência<br />

e descobrir suas recentes contribuições para esclarecer a relação entre o cérebro e a mente.<br />

Mas, ao final do dia, cada participante pode chegar às suas próprias definições, conclusões<br />

ou ainda identificar suas dúvidas a respeito do assunto.<br />

O Simpósio é parte do projeto "Debate Mente-Cérebro na psiquiatria contemporânea", apoiado<br />

pela Universidade de Oxford e promovido pelo NUPES da UFJF, em parceria com o Departamento<br />

de Psiquiatria da USP.<br />

http://mentecerebro.com/pt-br/institucional/o-evento/2<br />

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<strong>Revista</strong> SCIENTIA at ANIMA Maio / 2017<br />

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