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Foz do Iguaçu, sexta-feira, 16 de junho de 2017<br />
OPERAÇÃO PECÚLIO<br />
Cidade<br />
05<br />
Ex-chefe da 6ª SDP de Foz do Iguaçu<br />
depõe hoje pela defesa de Reni Pereira<br />
Alexandre Macorin figura entre os intimados desta sexta-feira a<br />
depor em favor do ex-prefeito, réu em duas ações criminais<br />
Da redação<br />
Reportagem<br />
O ex-delegado-chefe da 6ª<br />
SDP de Foz do Iguaçu, Alexandre<br />
Macorin, está entre as dez<br />
testemunhas intimadas pela<br />
Justiça Federal a prestar depoimento<br />
nesta sexta-feira (16)<br />
arroladas pela defesa do ex-prefeito<br />
Reni Pereira (PSB). O<br />
político é réu em duas ações<br />
criminais ajuizadas pelo Ministério<br />
Público Federal (MPF) em<br />
função dos desdobramentos<br />
das investigações tocadas no<br />
âmbito da Operação Pecúlio.<br />
Macorin ocupa, desde fevereiro<br />
deste ano, a chefia da Corregedoria<br />
da Polícia Civil na<br />
Região Oeste do estado. Além<br />
do delegado, deverão ser ouvidos<br />
hoje o ex-diretor do Patronato<br />
Municipal, Alexandre Calixto<br />
da Silva, e Adélio Demeterko,<br />
gerente-geral da Cataratas<br />
S/A. As oitivas convocadas<br />
pela defesa do acusado prosseguem<br />
até 7 de agosto, às sextas<br />
e segundas-feiras. Reni Pereira<br />
arrolou ao todo 77 testemunhas<br />
com o objetivo de refutar os crimes<br />
imputados pelo MPF.<br />
Reni transformou-se em réu<br />
pela primeira vez em junho do<br />
ano passado. Na oportunidade<br />
foi preso e submetido ao cumprimento<br />
de prisão domiciliar<br />
acusado de obstruir a Justiça ao<br />
tentar coagir um dos empresários<br />
que concordaram em celebrar<br />
acordo de delação com o MPF.<br />
Entretanto, por força de liminar<br />
concedida em outubro do<br />
mesmo ano pelo Superior Tribunal<br />
de Justiça (STJ), os advogados<br />
de defesa de Pereira<br />
conseguiram revogar a medida<br />
e colocá-lo em liberdade. Atualmente<br />
Reni está proibido de<br />
ir à prefeitura e não pode manter<br />
contato com os outros réus<br />
do mesmo processo, nem com<br />
qualquer funcionário do Executivo<br />
municipal.<br />
Na primeira ação, que permanece<br />
em sigilo, Pereira responde<br />
por crimes como corrupção<br />
passiva, fraude ao caráter<br />
competitivo de licitações, desvio<br />
de verbas públicas, usurpação<br />
de função pública, dispensa<br />
indevida de licitação/inobservância<br />
das formalidades legais,<br />
prorrogação indevida de<br />
contrato, peculato, corrupção<br />
ativa, pagamento de nota de<br />
empenho com preterição da ordem<br />
cronológica de exigibilidade,<br />
organização criminosa e<br />
embaraço à investigação.<br />
A partir da quinta e sexta<br />
etapa da Operação Pecúlio, denominada<br />
Operação Nipoti,<br />
Pereira se tornou réu comum<br />
na segunda ação penal. Por<br />
conta de o processo não estar<br />
em sigilo, é possível detalhar<br />
Justiça Federal segue hoje com a série de oitivas arroladas pela defesa do ex-prefeito Reni Pereira<br />
os crimes imputados ao ex-prefeito.<br />
Ele responde por 435 condutas<br />
criminosas.<br />
Em entrevista à imprensa<br />
local na última segunda-feira<br />
(12), o ex-prefeito sustentou<br />
mais uma vez sua inocência.<br />
"As últimas audiências têm<br />
demonstrado, por meio dos testemunhos<br />
de servidores técnicos<br />
da prefeitura, a impossibilidade<br />
de eu ter cometido os<br />
pseudocrimes que os delatores<br />
me acusam. Isto está sendo devidamente<br />
demonstrado, e a<br />
defesa irá demonstrar que os<br />
colaboradores mentiram para<br />
poderem ter benefícios com a<br />
Justiça", declarou Reni Pereira.<br />
Ao todo, 12 réus nas duas<br />
ações foram transformados em<br />
colaboradores após firmarem<br />
acordos de delação premiada em<br />
troca da redução de suas respectivas<br />
penas, em caso de condenação<br />
ao final do processo.<br />
O grupo é formado pelos ex-<br />
-secretários municipais Charlles<br />
Bortolo (Saúde), Carlos Juliano<br />
Budel (Obras), Rodrigo Becker<br />
(Planejamento) e Melquizedeque<br />
Souza (Tecnologia da<br />
Informação); os ex-diretores de<br />
Pavimentação Aires Silva e Girnei<br />
Azevedo; os empreiteiros<br />
Nilton João Beckers, Vilson<br />
Sperfeld, Fernando Bijari e Edson<br />
Queiroz Dutra; o empresário<br />
Euclides de Moraes Barros<br />
Júnior e seu funcionário Reginaldo<br />
da Silveira Sobrinho.<br />
A Operação Pecúlio completou<br />
um ano em 19 de abril. Desde<br />
o início foram deflagradas<br />
seis fases de investigações que<br />
resultaram em duas ações criminais,<br />
com 149 pessoas tornadas<br />
rés.<br />
Entre os alvos dos pedidos<br />
de condenação referente à primeira<br />
ação estão ex-secretários<br />
municipais, ex-diretores de<br />
autarquias, ex-vereadores, servidores<br />
municipais e empresários<br />
da região. A decisão sobre<br />
este processo está prevista para<br />
ser publicada neste mês de junho.<br />
A segunda ação ainda se<br />
encontra em fase inicial de instrução.<br />
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