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Foz do Iguaçu, segunda-feira, 26 de junho de 2017 Cidade 07<br />
QUEBRA DE JEJUM<br />
Ramadã encerra com show de luzes<br />
e café da manhã para quebrar o jejum<br />
Palavra mais ouvida no período foi integração; Foz é apresentada como exemplo para o mundo<br />
Jackson Lima<br />
Reportagem<br />
O mês sagrado do ramadã,<br />
que incluiu jejum<br />
diário desde o dia 27 de<br />
maio, foi encerrado no<br />
pôr do sol deste sábado<br />
(24). Para fechar o período<br />
neste ano de 1438 do<br />
calendário muçulmano, a<br />
Mesquita Omar Ibn Al<br />
Khattab ganhou uma<br />
projeção especial de imagens<br />
pela tecnologia do<br />
video mapping.<br />
Durante todo o mês,<br />
a projeção ocorreu diariamente<br />
a partir das 9h.<br />
No último, dia o show<br />
ganhou projeção com<br />
imagens extras de queima<br />
de fogos. Era o começo<br />
da festa que continuou<br />
na manhã deste<br />
domingo (25) com o tradicional<br />
café da manhã<br />
da quebra de jejum.<br />
De acordo com Faisal<br />
Mahmoud Ismail, membro<br />
da comunidade e presidente<br />
do Conselho Superior<br />
Deliberativo da<br />
ACIFI, mais de três mil<br />
pessoas participaram do<br />
café da manhã na mesquita,<br />
localizada na Rua<br />
Meca, Polo Centro. O<br />
mesmo número participou<br />
da festa de despedida<br />
do ramadã na Mesquita<br />
Husseinya, na Avenida<br />
José Maria de Brito,<br />
no bairro vizinho, onde<br />
na última quinta-feira<br />
Café da manhã oferecido na Mesquita<br />
Omar Ibn Al-Khattab<br />
ocorreu um jantar de encerramento<br />
do mês sagrado<br />
e confraternização<br />
com autoridades civis, religiosas<br />
e representantes<br />
de outras comunidades<br />
de Foz do Iguaçu.<br />
Para Ismail, a experiência<br />
do período, mais<br />
uma vez, foi restauradora<br />
e lembrou que o jejum<br />
é muito importante. "O<br />
jejum foi celebrado por todos<br />
os profetas; assim é<br />
bom praticá-lo." Ele destacou<br />
ainda que um diferencial<br />
deste ano foi a<br />
coleta de doações para<br />
cerca de 40 famílias refugiadas<br />
sírias que foram<br />
acolhidas pelo Brasil e<br />
escolheram morar em Foz<br />
do Iguaçu.<br />
O xeique Abdo Nasser<br />
Elkhatib reafirmou a importância<br />
do mês.<br />
"Este mês foi considerado<br />
uma grande escola. Foi<br />
um curso maravilhoso,<br />
uma educação de como o<br />
ser humano pode controlar<br />
seus prazeres, para<br />
servir os outros, para servir<br />
a humanidade", contou.<br />
Sobre a comunidade<br />
em Foz, disse que ela está<br />
cada vez mais unida, trabalhando<br />
e tornando-se<br />
cada vez mais parte da comunidade<br />
maior que é Foz<br />
do Iguaçu.<br />
"A comunidade está<br />
contribuindo com profissionais<br />
de todas as áreas,<br />
como engenheiros, arquitetos,<br />
professores, médicos<br />
que trabalham pela<br />
saúde na cidade." Ele ressaltou<br />
também que uma<br />
prova desse trabalho é o<br />
projeto do futuro colégio<br />
do Centro Cultural Beneficente<br />
Islâmico (CCBI),<br />
que ocupará parte do terreno<br />
onde está localizada<br />
a mesquita.<br />
À frente do projeto da<br />
escola, o presidente do<br />
CCBI, Mohamed Beha<br />
Rahal, disse que durante<br />
o ramadã a concentração<br />
de toda a diretoria e da<br />
comunidade foi com o<br />
período sagrado. "Mas<br />
agora que o mês terminou,<br />
já nesta semana<br />
vamos retomar os trabalhos",<br />
informou, referindo-se<br />
ao processo burocrático<br />
e técnico para o<br />
início das obras do novo<br />
colégio.<br />
Para o diretor de Assuntos<br />
Internacionais da<br />
Secretaria de Turismo,<br />
Jihad Abu Ali, a festa foi<br />
um momento de integração,<br />
pois esteve aberta a<br />
toda a comunidade de<br />
Foz, tanto muçulmana<br />
quanto cristã, budista ou<br />
outra. "Essa integração<br />
da comunidade entre<br />
membros de mais de 70<br />
etnias mostra que Foz é<br />
diferente para melhor. É<br />
um exemplo para o mundo",<br />
declarou.<br />
Ao lado de Jihad Ali,<br />
o xeique auxiliar Atiqur<br />
Rahman Asari concordava<br />
com a vocação de Foz<br />
do Iguaçu para a integração<br />
de diferentes povos.<br />
Atiqur Asari é da Índia.<br />
Formado em teologia na<br />
Arábia Saudita, atuou<br />
como xeique no Paraguai<br />
por mais de 17 anos. Há<br />
Fotos: Roger Meireles<br />
Show de video mapping ganhou iluminação<br />
extra no último dia do mês<br />
três anos está em Foz do<br />
Iguaçu. "Quando o xeique<br />
Abdo viaja, eu posso<br />
ficar no lugar dele", explicou<br />
Asari. Além de atuar<br />
na área religiosa, o<br />
indiano também dá aulas<br />
de árabe. "Eu tenho uma<br />
sala aqui onde dou aula<br />
de árabe", confirmou o<br />
indiano já integrado à<br />
fronteira.<br />
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