04.07.2017 Views

EDIÇÃO 07

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

A<br />

Transtorno de<br />

aprendizagem<br />

Associação Americana de Psiquiatria, em seu<br />

manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos<br />

Mentais (DSM – IV) define transtornos de<br />

aprendizagem como “um funcionamento acadêmico<br />

substancialmente abaixo do esperado, tendo em<br />

vista a idade cronológica, medidas de inteligência e<br />

educação apropriadas à idade”. Essas inabilidades<br />

não são decorrentes de transtornos físicos, doenças<br />

neurológicas, transtornos invasivos do desenvolvimento<br />

ou de déficits cognitivos. Trata-se de um distúrbio<br />

neurobiológico, de etiologia multifatorial e<br />

com grande influência das características genéticas<br />

e ambientais.<br />

O diagnóstico desses transtornos é feito através<br />

da aplicação de testes padronizados e aplicados<br />

de forma individual. Esse teste contempla áreas da<br />

leitura, matemática e escrita. São positivos quando<br />

apresentam resultados abaixo do esperado para<br />

idade, inteligência e nível de escolarização.<br />

A dislexia é um transtorno específico da leitura<br />

bastante frequente, acomete cerca de 5 a 10% das<br />

crianças em idade escolar. É caracterizada por di-<br />

ficuldades em decodificar palavras isoladas. Essa,<br />

resulta de uma deficiência no processo fonológico<br />

e leva a um desempenho abaixo do esperado<br />

na leitura, na compreensão de palavras e na interpretação<br />

de textos. Recentemente estudos feitos<br />

utilizando exames de neuroimagem evidenciaram<br />

diferenças no funcionamento de cérebros de pacientes<br />

disléxicos e não disléxicos. Observou-se<br />

que, em pacientes disléxicos, havia uma disfunção<br />

em regiões mais posteriores do hemisfério cerebral<br />

esquerdo, as quais estão envolvidas na análise fonológica<br />

e no processamento visual das palavras.<br />

Dentre os transtornos que afetam o desenvolvimento<br />

das habilidades de linguagem escrita temos<br />

a disortografia e a disgrafia. A disortografia<br />

caracteriza-se pela ocorrência de erros ortográficos,<br />

incapacidade de compor textos escritos mais elaborados<br />

e pela utilização inadequada de regras de<br />

pontuação.Outro transtorno conhecido, a disgrafia,<br />

Neurologia<br />

Pediatria<br />

afeta a qualidade da escrita, que por sua vez. altera<br />

o traçado e a grafia. Nesse caso, as letras podem ser<br />

excessivamente grandes ou pequenas, o traçado<br />

muito leve ou grosseiro, dentre outras características<br />

que tornam o traçado ilegível.<br />

A discalculia é caracterizada por uma inabilidade<br />

em realizar tarefas que envolvam números, resolução<br />

de problemas e conceitos matemáticos. Em<br />

torno de 1% das crianças em idade escolar podem<br />

apresentar tal distúrbio.<br />

O transtorno do déficit de atenção e hiperatividade<br />

(TDAH) é definido pela presença de três sintomas:<br />

desatenção, hiperatividade e impulsividade<br />

em níveis disfuncionais. Sabemos que a atenção é<br />

a porta de entrada da informação, a qual tem papel<br />

fundamental no aprendizado, pois ela facilita a<br />

percepção, a memorização e a resposta motora. A<br />

prevalência do TDAH na população é de 5%, e está<br />

frequentemente associada a outros transtornos de<br />

aprendizagem. Vimos que a dislexia acomete de 5<br />

a 10% das crianças, quando comparados àquelas<br />

com TDAH esse número sobe para 40%.<br />

Os transtornos de aprendizagem acometem um<br />

grande número de crianças em idade escolar. Geram<br />

importante sofrimento e desgaste emocional<br />

não só para os alunos, mas também para os seus<br />

familiares e para a escola. Causam desinteresse e<br />

desmotivação pela vida acadêmica, levando a uma<br />

maior taxa de abandono escolar nessa população.<br />

O diagnóstico dessas condições ainda é um grande<br />

desafio para todos os profissionais envolvidos<br />

no atendimento a essas crianças ou adolescentes.<br />

Diagnósticos diferenciais devem ser levados em<br />

conta e afastados, quando necessário, pelo médico<br />

especialista para que assim seja definida uma melhor<br />

proposta de intervenção terapêutica.<br />

33.<br />

52

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!