JORNAL DO TAXISTA - EDIÇÃO 139

2 Novembro/2016
Caros amigos
e companheiros taxistas,
A Palavra deste mês trata de uma
questão que merece profunda reflexão de
todos aqueles que desejam e lutam pelo
crescimento contínuo de nossa honrada
categoria. Ao longo das décadas, nós vimos
nossa classe crescer com enorme
consistência e profissionalismo, tanto que
hoje somos uma categoria com o devido
respeito e admiração dos cearenses. Conquistamos
respeito e confiança no que diz
respeito à qualidade do nosso serviço, mas
nem sempre isso foi assim e embora nestes
últimos tempos tenhamos passado por
uma intensa campanha negativa de desmerecimento
de nosso trabalho motivada por
interesses empresariais.
Mas aos poucos a verdade prevalecerá
e, através de muito trabalho e com muita
paciência, nós conseguiremos reverter
novamente isso. Reconhecemos as enormes
dificuldades pelas quais estamos passando,
mas temos de lembrá-los que para
chegarmos até aqui passamos por muita
coisa que exigiu muita luta e trabalho de
várias pessoas. Inclusive deste Sindicato.
Abro um parêntese para ressaltar o
quão inegável é o papel de protagonista
que adquirimos como entidade sindical
Palavra do presidente
O PAPEL HISTÓRICO DE UMA ENTIDADE DE CLASSE
ORGANIZADA NA LUTA POR DIREITOS PROFISSIONAIS
representativa de nossa categoria nas últimas
décadas. A nossa conquista pela liberação
de mais de 50 km de faixas e Ônibus
para o tráfego de táxis sem restrições de
horários é apenas mais um dos inúmeros
pontos pelos quais batalhamos desde nossa
fundação na capital, em 1967. Desde
então, temos tido importância e participação
fundamentais na afirmação histórica
por direitos e melhores condições de trabalho
na capital do Ceará. Talvez alguns
mais novos não saibam disso ou não deem
o devido valor aos fatos históricos que acabaram
por mudar e moldar completamente
a nossa profissão. E que continuará mudando
o futuro com a premissa de sempre
buscar o melhor para todos, porque fomos
criados justamente para isso.
Abro essa reflexão com esses parênteses
para lembrá-los, já que muitos iniciaram
na profissão há pouco tempo e sequer
reconhecem nossas conquistas históricas.
Tomarei como base apenas algumas delas,
as quais toda a categoria aproveita atualmente
e sem as quais não seria possível
atingirmos este patamar em que hoje nos
encontramos.
Comecemos então pela Bandeira 2.
No mês de dezembro durante os 22 dias do
mês. Também hoje, se nós temos isenções
de IPI, ICMS e IPVA, saibam também
que foi o Sinditaxi quem os conquistou. E
ainda, se você consegue trocar de carro a
cada dois anos, e não três como era antigamente,
isso se dá por causa de mais esta
conquista sindical que tivemos há alguns
anos atrás. Assim como a equiparação de
IPI e ICMS, que agora atinge carros com
motores mais potentes.
O seu sindicato é o representante legal
perante nossas autoridades. Cabe a nós
se reportar diante de qualquer decisão envolvendo
o serviço de táxi. Algumas vezes,
tais decisões entram em conflito com
nossos interesses – ou melhor colocado, os
interesses de vocês – e é nesse momento
que entramos para expor nosso protesto,
nossa indignação e nosso descontentamento.
Somos nós que conduzimos as negociações,
somos recebidos nos gabinetes
de nossas autoridades para que possamos
chegar a um entendimento nas questões
que envolvem os interesses – e direitos –
da categoria. Esse é o papel histórico de
uma entidade de classe organizada.
E não é só isso, vou além. Hoje, se
você dirige um táxi na cor branca, com capacidade
de revenda e pouca desvalorização
de mercado, saiba também que você pode
comprar de outra cor, podendo envelopar
de branco que esta foi mais uma conquista
do Sinditaxi, já que um vereador da época
queria colocá-lo na cor amarela. Mas graças
aos esforços deste Sindicato nós conseguimos
reverter mais este absurdo.
Como sindicalista, e sempre com a
ajuda de minha diretoria claro, também
consegui reajustes da tarifa durante todo
os anos, como a data base da categoria que
elevaram nosso faturamento e, durante
muito tempo, nos proporcionou uma situação
que, senão era excepcional, ao menos
era confortável.
Isso sem falar na quantidade de benefícios
em créditos e financiamentos que
possuímos hoje. Linha de crédito Codefat
para troca de carro, convênios médicos e
universitários, parcerias que visam à qualificação
profissional do motorista, enfim,
uma infinidade de benefícios e conquistas
que, somadas, nos garantiram chegar até
aqui.
Temos hoje a frota mais moderna,
equipada e renovada do país. Peço-lhes
que tomem de base um exercício de reflexão
e perguntem aos mais velhos como era
nossa profissão antigamente. E lhes assegurar
que tentaremos tudo que estiver ao
nosso alcance para reverter essa dolorosa
situação com os clandestinos em nossa cidade.
Mas, vale lembrar, isso não é uma
exclusividade da capital cearense, tampouco
do Brasil. E dependemos muito da justiça
neste momento.
Isso sem falar no fortalecimento deste
Sindicato, o qual dirijo já há alguns anos
com muito orgulho. Analisem com calma
e veja a quantidade de serviços e benefícios
que oferecemos a nossos associados.
Pensem em quantos sindicatos do país
oferecem a mesma quantidade de serviços
que aqui nós prestamos?
Volto a frisar, reconhecemos as enormes
dificuldades pelas quais a categoria
vem passando neste momento delicado,
talvez o maior deles, em nossa história
profissional. Estamos vivendo neste ano
um precedente histórico para a precarização
do serviço de transporte individual
de passageiros. O fato é que estamos nos
aproximando de um ponto crucial nessa
guerra contra a clandestinidade. E nunca
dizemos que seria fácil. Mas precisamos
contar com o respaldo da categoria. E temos
de nos manter unidos, porque somente
juntos venceremos. O momento pede
muita sabedoria, cautela e compreensão.
Digo tudo isso para lembrá-los, meus
caros amigos e amigas profissionais taxistas,
que nunca podemos nos esquecer
de nossa história e daqueles que sempre
lutaram pelo bem e pelo crescimento da
categoria. Esta luta é de todos nós e juntos
seguiremos em frente. Minhas portas
estão abertas a todos vocês. Enfim, estas
são as palavras que queria dirigir a vocês
em mais esta edição de O Taxista – o maior
e melhor veículo de comunicação da categoria.
Um abraço a todos e até a próxima.
Vicente de Paula Oliveira
– Diretor-Presidente
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