Não à Redução da APA da Escarpa Devoniana

A APA não impede as
atividades econômicas
Em uma APA, as atividades de uso do solo
são delimitadas, ou seja, estudos científicos
disciplinam como determinadas áreas
podem ser exploradas pelo homem. Em
alguns lugares será livre a plantação de
soja, em outros, é possível a mineração,
em outros o florestamento de espécies
exóticas.
Essa delimitação impede que essas
atividades sejam feitas em áreas que
prejudiquem nascentes e aquíferos, vida
selvagem ou alterem significativamente
a paisagem original. A ideia de
“desenvolvimento sustentável” direciona
toda e qualquer atividade a ser realizada na
APA. Desse modo, garante-se a preservação
do meio ambiente e a qualidade do solo e
da água para a produção.
TURISMO como opção
SUSTENTÁVEL
É legítimo que existam interesses
econômicos e que o agronegócio
defenda seus interesses. A
mineração de areia, a indústria
do papel e a agropecuária são
importantes para a economia.
Mas há outras alternativas. A
APA da Escarpa Devoniana e
dos Campos Gerais tem um
espetacular patrimônio natural.
São lajeados, cachoeiras
imponentes, mananciais de
água superficiais e subterrâneas,
canyons e despenhadeiros,
furnas e cavernas. Tem loboguará,
suçuarana, tamanduábandeira,
seriema, gralha azul;
tem sítios arqueológicos de
diferentes tradições indígenas
e uma riquíssima expressão de
geodiversidade e biodiversidade.
É na Escarpa que estão o
Canyon Guartelá, Cachoeira da
Mariquinha, Buraco do Padre,
Parque do Monge, Parque do
Cerrado e outras belíssimas
paisagens. Cuidar dessa riqueza
e mostrá-la para o mundo pode
transformar a economia dos
municípios envolvidos, resgatar
a identidade de seu povo e dar
orgulho ao Paraná e ao Brasil.
Ponta Grossa sofre mais com a redução
O Projeto de Lei 527/2016, além de atingir a APA da Escarpa Devoniana e dos Campos
Gerais de forma cruel, é ainda mais terrível em relação à cidade de Ponta Grossa. Se em
sua totalidade, o projeto diminui a APA em quase 70%. Já em Ponta Grossa a redução é
de quase 94%, ou seja, praticamente extingue a proteção ambiental da Escarpa na cidade.
Suspeitamos que essa redução tão drástica tenha seus motivos relacionados à expansão
imobiliária, a construção do Contorno Norte e aos interesses das empresas produtoras
de pinus e eucalipto, com à possibilidade da expansão do distrito industrial para dentro
da área de proteção.
É possível até que algumas dessas atividades já estejam em andamento dentro da APA e
essa tentativa de redução através do projeto de lei tenha apenas o objetivo de legalizar
crimes ambientais cometidos até agora. Temos informações e denúncias que já apontam
para isso. Não podemos permitir que a cidade seja expandida na direção da APA, temos
que fiscalizar e punir eventuais crimes ambientais e temos que proteger nossas riquezas.