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Introdução à pneumática e à eletropneumática

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<strong>Introdução</strong> <strong>à</strong> <strong>pneumática</strong><br />

e eletro<strong>pneumática</strong><br />

Lucínio Preza de Araújo


<strong>Introdução</strong> <strong>à</strong> <strong>pneumática</strong> e eletro<strong>pneumática</strong><br />

Índice<br />

Pneumática<br />

Propriedades do ar 4<br />

Sistemas de medida 6<br />

Força, Pressão e Vazão 7<br />

Vantagens e desvantagens do ar comprimido 8<br />

Produção e distribuição do ar comprimido 9<br />

Elementos de trabalho pneumáticos 11<br />

Elementos de sinal e comando pneumático 12<br />

Estrutura de um sistema pneumático 16<br />

Circuitos pneumáticos elementares 17<br />

Eletro<strong>pneumática</strong><br />

Principais elementos eletropneumáticos 21<br />

Montagens básicas 24<br />

Circuitos básicos com sensores 26<br />

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<strong>Introdução</strong> <strong>à</strong> <strong>pneumática</strong> e eletro<strong>pneumática</strong><br />

Pneumática<br />

http://www.prof2000.pt/users/lpa Página 3


<strong>Introdução</strong> <strong>à</strong> <strong>pneumática</strong> e eletro<strong>pneumática</strong><br />

Propriedades do ar<br />

1. Compressibilidade: O ar tem a propriedade de ocupar todo o volume de<br />

qualquer recipiente, adquirindo o seu formato, já que não tem forma própria.<br />

Assim podemos fechá-lo num recipiente com um volume determinado e<br />

posteriormente provocar-lhe uma redução de volume usando uma força exterior.<br />

V1V0<br />

3. Difusibilidade: Permite misturar-se homogeneamente com qualquer meio<br />

gasoso que não esteja saturado.<br />

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<strong>Introdução</strong> <strong>à</strong> <strong>pneumática</strong> e eletro<strong>pneumática</strong><br />

4. Expansibilidade: Ocupa totalmente o volume de qualquer recipiente, adquirindo<br />

o seu formato.<br />

5. Peso do ar: Como toda matéria o ar tem peso. Um litro de ar, a 0ºC e ao nível do<br />

mar, pesa 1,293 x 10 -3 Kgf.<br />

O ar quente é mais leve (menos denso) do que o ar frio<br />

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Sistema de Medidas<br />

<strong>Introdução</strong> <strong>à</strong> <strong>pneumática</strong> e eletro<strong>pneumática</strong><br />

Os sistemas de medidas usados na <strong>pneumática</strong> são: o internacional (SI) e o técnico.<br />

Unidades do Sistema Internacional<br />

Grandeza Unidade Símbolo<br />

Massa Quilograma Kg<br />

Intensidade de corrente Ampére A<br />

Tempo Segundo s<br />

Temperatura Kelvin K<br />

Comprimento Metro m<br />

Unidades derivadas<br />

Grandeza Unidade Símbolo<br />

Força newton (N) 1 N = 1kg.m.s -2 F<br />

Pressão pascal (Pa) 1 Pa = 1 N/m 2 bar 1 bar =~ 10 N/cm 2 p<br />

Trabalho joule (J) 1 J = 1 N.m T<br />

Potência watt (w) 1 W = 1 N.m.s -1 P<br />

Unidade de pressão nos sistemas<br />

• Internacional<br />

Pa<br />

• Técnico Kgf/cm 2<br />

• Inglês<br />

Psi ou lb/pol 2 (pound square inch)<br />

Unidade de força nos sistemas<br />

• Internacional<br />

• Técnico<br />

• Inglês<br />

newton<br />

Kgf<br />

lb (libra força)<br />

Conversão:<br />

1 kgf/cm 2 = 1 bar (0,981 bar)<br />

1 bar = 14,22 psi<br />

1 bar = 100 000 Pa = 100 Kpa<br />

1 atm = 14,70 psi<br />

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<strong>Introdução</strong> <strong>à</strong> <strong>pneumática</strong> e eletro<strong>pneumática</strong><br />

Força, pressão e vazão<br />

Força: É toda causa capaz de modificar o estado de movimento ou causar<br />

deformações. É uma grandeza vetorial, e para ser caracterizada devemos conhecer<br />

a sua intensidade, sentido e direção.<br />

Pressão: quando o ar ocupa um recipiente exerce sobre as suas paredes uma força<br />

igual em todos os sentidos e direções. Ao chocarem-se as moléculas produzem um<br />

tipo de bombardeio sobre essas paredes, gerando assim uma pressão.<br />

P= Pressão<br />

F= Força<br />

A= Área<br />

Força = Pressão x Área<br />

Pressão = Força / Área<br />

Vazão: quantidade de fluido que passa através de uma tubulação durante um<br />

determinado intervalo de tempo. (Q = V/ t).<br />

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<strong>Introdução</strong> <strong>à</strong> <strong>pneumática</strong> e eletro<strong>pneumática</strong><br />

Vantagens e desvantagens do ar comprimido<br />

Vantagens<br />

- Volume: o ar a ser comprimido encontra-se em quantidades ilimitadas.<br />

- Transporte: é facilmente transportável por tubulações.<br />

- Armazenagem: pode ser armazenado em reservatórios.<br />

- Temperatura: é insensível <strong>à</strong>s oscilações de temperatura.<br />

- Segurança: não existe o perigo de explosão ou incêndio.<br />

- Construção: os elementos de trabalho são de construção simples.<br />

- Velocidade: permite alcançar altas velocidades de trabalho.<br />

- Regulação: as velocidades e forças são reguláveis sem escala.<br />

Desvantagens<br />

- Preparação: impurezas e humidades devem ser evitadas, pois provocam<br />

desgastes nos elementos pneumáticos.<br />

- Compressibilidade: não é possível manterem-se constantes as velocidades de<br />

elementos de trabalho.<br />

- Potência: o ar é económico até uma determinada força, cujo limite é 3000 Kgf.<br />

- Escape de ar: o escape é ruidoso.<br />

- Custos: a produção do ar comprido é onerosa, pois depende de outra forma de<br />

energia. O custo do ar comprimido torna-se elevado se na rede de distribuição e nos<br />

equipamentos houverem vazamentos consideráveis.<br />

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<strong>Introdução</strong> <strong>à</strong> <strong>pneumática</strong> e eletro<strong>pneumática</strong><br />

Produção e distribuição de ar comprimido<br />

6<br />

comprimido:<br />

Principais componentes de<br />

produção e distribuição de ar<br />

1. Compressor<br />

2. Resfriador<br />

3. Reservatório<br />

4. Secador<br />

5. Tubagens – Rede de distribuição<br />

6. Unidade de conservação<br />

Compressor<br />

Função:<br />

Captar o ar comprimido;<br />

Aprisionar o ar;<br />

Elevar a pressão;<br />

NOTA:<br />

O sistema de compressão deve fornecer pelo<br />

menos 6,5 a 7 bar para um nível de pressão<br />

na utilização recomendado de 6 bar.<br />

Resfriador<br />

Função:<br />

Resfriar o ar;<br />

Reter impurezas nas suas aletas<br />

Retirar a água do sistema (65% a 80%)<br />

Reservatório<br />

Em geral, o reservatório possui as seguintes funções<br />

• Armazenar o ar comprimido.<br />

• Resfriar o ar auxiliando a eliminação do condensado.<br />

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<strong>Introdução</strong> <strong>à</strong> <strong>pneumática</strong> e eletro<strong>pneumática</strong><br />

• Compensar as flutuações de pressão em todo o sistema de distribuição.<br />

• Estabilizar o fluxo de ar.<br />

• Controlar as marchas dos compressores, etc.<br />

Secador<br />

Função: Efetuar a desumidificação do ar.<br />

Tubagens - Rede de Distribuição<br />

A rede possui duas funções básicas:<br />

1. Comunicar a fonte produtora com os equipamentos consumidores.<br />

2. Funcionar como um reservatório para atender <strong>à</strong>s exigências locais<br />

Válvula de<br />

fechamento<br />

Circuito aberto<br />

Compressor<br />

Circuito fechado<br />

Circuito em malha<br />

Unidade de conservação<br />

A unidade de conservação é composta de:<br />

1- Filtro<br />

2- Regulador de pressão<br />

3- Lubrificador<br />

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Elementos de trabalho pneumático<br />

<strong>Introdução</strong> <strong>à</strong> <strong>pneumática</strong> e eletro<strong>pneumática</strong><br />

A energia <strong>pneumática</strong> é transformada em movimento e força através dos elementos de<br />

trabalho. Esses movimentos podem ser lineares ou rotativos.<br />

Os movimentos lineares são executados pelos cilindros e os movimentos rotativos pelos<br />

motores pneumáticos e cilindros rotativos.<br />

Movimentos lineares<br />

Movimentos rotativos<br />

- Cilindros de simples ação<br />

- Cilindros de dupla ação<br />

- Motores de rotação contínua<br />

- Cilindros de rotação limitado<br />

O cilindro pneumático é uma máquina que gera uma força mecânica de trajectória<br />

linear, por acção da energia contida no ar comprimido sobre a superfície livre do<br />

êmbolo que se desloca dentro do tubo. A força de impulso gerada é recolhida no<br />

exterior através de uma haste solidária com o êmbolo.<br />

Entrada do ar<br />

comprimido<br />

Saída do ar<br />

Movimento de avanço<br />

do cilindro pneumático.<br />

A<br />

Haste<br />

Saída da haste<br />

A+<br />

Êmbolo<br />

Mola<br />

Quando o ar comprimido admitido no cilindro A provoca a saída da haste do êmbolo,<br />

diz-se que o cilindro realiza o movimento de avanço (A+). Quando a haste recolhe,<br />

considera-se que realiza o movimento de recuo (A-).<br />

Distinguem-se dois tipos fundamentais de cilindros pneumáticos:<br />

<br />

<br />

Cilindros A de efeito simples<br />

Cilindros B de duplo efeito<br />

A<br />

B<br />

B+<br />

B-<br />

Símbolo<br />

Símbolo<br />

Em qualquer deles, o impulso de avanço é produzido pela acção do ar comprimido.<br />

No de duplo efeito o recuo é também provocado pela pressão do ar, mas no de<br />

simples efeito o recuo é provocado pela acção da força de uma mola.<br />

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<strong>Introdução</strong> <strong>à</strong> <strong>pneumática</strong> e eletro<strong>pneumática</strong><br />

Elementos de sinal e comando pneumático<br />

As válvulas são classificadas segundo as suas funções:<br />

• Válvulas Direcionais<br />

• Válvulas de Bloqueio (Anti-Retorno)<br />

• Válvulas de Controlo de Pressão<br />

• Válvulas de Controlo de Fluxo<br />

• Válvulas de Fecho<br />

Válvulas direcionais<br />

Esses mecanismos são denominados atuadores, pois sua função é aplicar ou fazer<br />

atuar energia mecânica sobre uma máquina, levando-a a realizar um determinado<br />

trabalho.<br />

Os atuadores que utilizam fluido sob pressão podem ser classificados segundo dois<br />

critérios diferentes:<br />

· Quanto ao tipo de fluido empregue, podem ser:<br />

- Pneumáticos: quando utilizam ar comprimido;<br />

- Hidráulicos: quando utilizam óleo sob pressão.<br />

· Quanto ao movimento que realizam, podem ser:<br />

- Lineares: quando o movimento realizado é linear (ou de translação);<br />

- Rotativos: quando o movimento realizado é giratório (ou de rotação).<br />

Simbologia das válvulas<br />

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<strong>Introdução</strong> <strong>à</strong> <strong>pneumática</strong> e eletro<strong>pneumática</strong><br />

Convencionou-se o seguinte:<br />

Resumo das válvulas direcionais<br />

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Tipos de acionamentos de válvulas<br />

<strong>Introdução</strong> <strong>à</strong> <strong>pneumática</strong> e eletro<strong>pneumática</strong><br />

Exemplos<br />

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<strong>Introdução</strong> <strong>à</strong> <strong>pneumática</strong> e eletro<strong>pneumática</strong><br />

Válvulas de retenção<br />

Esta válvula pode fechar completamente a passagem numa direção.<br />

Válvula alternadora – Função OU<br />

Válvula de simultaneidade – Função E<br />

Válvulas reguladores de pressão<br />

Válvulas reguladores de fluxo<br />

Também conhecida como "válvula reguladora de Velocidade". Nesta válvula, a<br />

regulação do fluxo é feita somente numa direção.<br />

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<strong>Introdução</strong> <strong>à</strong> <strong>pneumática</strong> e eletro<strong>pneumática</strong><br />

Estrutura de um sistema pneumático<br />

Cilindro de<br />

dupla ação<br />

Válvula 5/2 vias –<br />

piloto simples<br />

Válvula de simultaneidade<br />

– Função E<br />

Válvula direccional<br />

3/2 vias<br />

Nível de pressão<br />

recomendado: 6 bar<br />

O ar tem aproximadamente a<br />

seguinte composição: 78% de<br />

nitrogénio, 21 % de oxigénio e<br />

1% de vapor de água.<br />

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Circuitos pneumáticos elementares<br />

<strong>Introdução</strong> <strong>à</strong> <strong>pneumática</strong> e eletro<strong>pneumática</strong><br />

Acionamento de um cilindro de efeito simples<br />

Cilindro de efeito simples<br />

O pistão do cilindro é controlado por uma<br />

válvula 3/2 (três vias / duas posições) NF (Normalmente fechada)<br />

A válvula tem retorno por mola.<br />

O acionamento da válvula é manual, através de um botão de pressão.<br />

O cilindro de efeito simples tem uma mola no seu interior.<br />

2<br />

Válvula 3/2<br />

1 3<br />

Unidade de conservação de ar<br />

Alimentação de ar comprimido<br />

Cilindro de efeito simples<br />

Acionamento de um cilindro de efeito simples<br />

Lógica E<br />

Devem-se acionar as duas válvulas 3/2 ao mesmo tempo<br />

para que possa ser acionado o cilindro.<br />

A valvula E de simultaneidade obriga que se pressionem<br />

as duas válvulas 3/2.<br />

A válvula reguladora de fluxo estrangula o fluxo de ar<br />

que entra no cilindro, reduzindo a sua velocidade de avanço.<br />

Válvula reguladora de fluxo de ar<br />

2 Válvula de simultaneidade<br />

1 1<br />

Válvula 3/2<br />

2<br />

2 Válvula 3/2<br />

1 3<br />

1 3<br />

Unidade de conservação de ar<br />

Alimentação de ar comprimido<br />

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<strong>Introdução</strong> <strong>à</strong> <strong>pneumática</strong> e eletro<strong>pneumática</strong><br />

Acionamento de um cilindro de duplo efeito<br />

Ao acionar a válvula 1.1 (3vias/2 posições), o cilindro de duplo efeito estende o seu pistão.<br />

Ao soltar o botão de pressão da válvula 1,1, esta retorna, por efeito da mola, e o pistão permanece estendido.<br />

Ao acionar a válvula 1.2 (3/2), o cilindro de duplo efeito retorna, isto é, volta atrás.<br />

Ao soltar o botão de pressão da válvula 1.2, esta retorna, por efeito da mola, e o pistão permanece atrás.<br />

Está pronto para repetir a sequência.<br />

1 .0<br />

2<br />

2<br />

1 .1 1 .2<br />

Designação Descrição do componente<br />

1.1 Válv ula de 3/n v ias<br />

1.2 Válv ula de 3/n v ias<br />

6 bar Alimentação de ar comprimido<br />

UCA Unidade de conserv ação de ar, representação simplif icada<br />

1.0 Cilindro de dupla ação<br />

UCA<br />

1 3<br />

1 3<br />

6 bar<br />

Acionamento de um cilindro de duplo efeito com válvula 4/2<br />

No estado inicial o cilindro 1.0 encontra-se recuado, e ao acionar a válvula 1.1, o cilindro sai.<br />

Ao soltar o botão da válvula 1.1, o cilindro regressa de imediato.<br />

Note-se que as válvulas 1.01 e 1.02 estrangulam o fluxo do ar que sai do cilindro,<br />

reduzindo a sua velocidade de avanço ou de recuo.<br />

1 .0<br />

1. 01 1. 02<br />

1 .1<br />

4 2<br />

Designação Descrição do componente<br />

6 bar Alimentação de ar comprimido<br />

UCA Unidade de conserv ação de ar, representação simplif icada<br />

1.1 Válv ula de 4/n v ias<br />

1.0 Cilindro de dupla ação<br />

1.01 Válv ula reguladora de f luxo unidirecional<br />

1.02 Válv ula reguladora de f luxo unidirecional<br />

6 bar<br />

UCA<br />

1 3<br />

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<strong>Introdução</strong> <strong>à</strong> <strong>pneumática</strong> e eletro<strong>pneumática</strong><br />

Cilindro de duplo efeito acionado por válvula 4/2 eletro<strong>pneumática</strong><br />

Na figura representa-se um cilindro de duplo efeito comandado por uma eletroválvula.<br />

Conforme a posição da válvula, que é comandada por duas bobinas (KA1 e KA2), o cilindro avança ou recua.<br />

4 2<br />

KA1<br />

1 3<br />

KA2<br />

UCA<br />

6 bar<br />

Designação Descrição do componente<br />

6 bar Alimentação de ar comprimido<br />

UCA Unidade de conserv ação de ar, representação simplif icada<br />

Cilindro de dupla ação<br />

Válv ula 4/2 - eletrov álv ula<br />

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<strong>Introdução</strong> <strong>à</strong> <strong>pneumática</strong> e eletro<strong>pneumática</strong><br />

Eletro<strong>pneumática</strong><br />

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<strong>Introdução</strong> <strong>à</strong> <strong>pneumática</strong> e eletro<strong>pneumática</strong><br />

Pode-se definir a eletro<strong>pneumática</strong>, como uma fusão entre duas áreas, essenciais<br />

na automação industrial, a eletricidade e a <strong>pneumática</strong>.<br />

Principais elementos eletropneumáticos<br />

Os elementos elétricos utilizados na <strong>pneumática</strong> estão divididos em três grupos, que<br />

são:<br />

Os elementos de entrada de sinais elétricos;<br />

<br />

<br />

Os elementos de processamento de sinais;<br />

Os elementos de saída de sinais elétricos.<br />

Elementos de entrada de sinais elétricos<br />

São elementos que quando acionados emitem um sinal elétrico, que tem como<br />

função acionar ou desligar um circuito ou parte dele.<br />

Entre os principais elementos de entrada de sinais estão:<br />

Botoneiras – Equipamentos<br />

acionados manualmente que<br />

apresentam, geralmente, um<br />

contato aberto e outro fechado.<br />

Interrutores de fim de curso –<br />

Possuem o mesmo funcionamento das<br />

botoneiras, porém, o acionamento é<br />

através do próprio equipamento, ou seja,<br />

são acionadas mecanicamente. Os<br />

interrutores fim de curso são,<br />

geralmente, posicionadas no decorrer do<br />

percurso de cabeçotes móveis de<br />

máquinas e equipamentos industriais,<br />

bem como das hastes de cilindros<br />

hidráulicos ou pneumáticos.<br />

Sensores – Não necessitam de contato manual ou mecânico para o envio de sinal,<br />

são elementos mais sofisticados, porém, a sua função é a mesma dos elementos<br />

anteriores. O acionamento dos sensores não depende de contato físico com as<br />

partes móveis dos equipamentos, basta apenas que estas partes se aproximem dos<br />

sensores a uma distância que varia de acordo com o tipo de sensor utilizado.<br />

Para especificar um sensor deve-se conhecer o material do objeto <strong>à</strong> detetar. Os<br />

tipos de sensores mais comuns são:<br />

Magnéticos – São sensores que operam com campo magnético, detetam apenas<br />

ímanes.<br />

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<strong>Introdução</strong> <strong>à</strong> <strong>pneumática</strong> e eletro<strong>pneumática</strong><br />

Indutivos – São sensores que operam com campo eletromagnético, portanto<br />

detetam apenas materiais ferromagnéticos.<br />

Capacitivos – São sensores que operam com o princípio de capacitância, detetam<br />

todos os tipos de materiais.<br />

Óticos – São sensores que operam com emissão de luz, estes detetam todos os<br />

tipos de materiais.<br />

Ultra-sónicos – São sensores que operam com emissão e reflexão de um feixe de<br />

ondas acústicas. A saída comuta quando este feixe é refletido ou interrompido pelo<br />

material a ser detetado.<br />

Pneumáticos – São sensores que se baseiam no desequilíbrio da pressão numa<br />

determinada ligação do sensor. A saída comuta quando um jato de ar através do<br />

mesmo é alterado pela presença de um objeto.<br />

Elementos de processamento de sinais<br />

São elementos que recebem os sinais emitidos pelos elementos de entrada,<br />

analisam estes sinais combinando-os entre si, para que a resposta seja a desejada<br />

pelo projetista. Entre os principais elementos de processamento de sinais estão:<br />

Relés – São dispositivos de<br />

manobra mecânica, acionados<br />

por eletromagnetismo. O seu<br />

funcionamento é bastante<br />

simples, aplicando tensão aos<br />

terminais da sua bobina, cria-se<br />

um campo eletromagnético que<br />

atrai a sua parte móvel fechando ou abrindo os seus contatos que permitem ou<br />

interrompem a passagem da corrente elétrica.<br />

Contatores de potência – São como os relês, porém, construídos para grande<br />

potência. O seu<br />

funcionamento é<br />

bastante simples,<br />

aplicando tensão aos<br />

terminais da sua bobina,<br />

cria-se um campo<br />

eletromagnético que atrai<br />

a<br />

sua parte móvel<br />

fechando os seus<br />

contatos principais e permitindo a passagem da corrente elétrica. Os contatores<br />

também possuem contatos auxiliares que podem abrir ou fechar, de acordo com a<br />

sua construção.<br />

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<strong>Introdução</strong> <strong>à</strong> <strong>pneumática</strong> e eletro<strong>pneumática</strong><br />

Relés temporizados – São conhecidos geralmente como temporizadores,<br />

geralmente possuem um contato que comutará após um tempo, pré-ajustado pelo<br />

projetista. Os relés temporizados podem ser temporizados ao trabalho ou<br />

temporizados ao repouso.<br />

Elementos de saída de sinais elétricos<br />

Os componentes de saída de sinais elétricos são aqueles que recebem as ordens<br />

processadas e enviadas pelo comando elétrico e, a partir delas, realizam o trabalho<br />

final esperado do circuito. Entre os muitos elementos de saída de sinais disponíveis<br />

no mercado, os que nos interessam mais diretamente são os sinalizadores<br />

luminosos e sonoros, bem como os solenóides aplicados no acionamento<br />

eletromagnético de válvulas hidráulicas e <strong>pneumática</strong>s.<br />

Sinalizadores – A principal função dos sinalizadores é demonstrar o que acontece<br />

com o equipamento num determinado momento. Isso facilitará o entendimento da<br />

função de cada um desses equipamentos, ou seja, a sinalização é uma mensagem<br />

rápida que indica funcionamento. A sinalização pode ser de dois tipos: visual ou<br />

sonora.<br />

Visual – É obtida através de lâmpadas, sendo a sinalização mais<br />

usada dentro de indústrias, devido ser de mais rápida visualização.<br />

Mas, deve-se atentar para o tipo de cor da sinalização, onde cada<br />

cor indica uma condição de operação.<br />

Sonoro – É feito por meios de buzinas ou campainhas são<br />

utilizadas para indicar início do ciclo de um equipamento ou<br />

indicar qualquer anomalia da máquina. Este tipo de sinalização é<br />

normalmente em locais onde não há ruídos e tem a função de<br />

chamar a atenção para uma emergência.<br />

usado<br />

Solenóide – Os solenóides são bobinas eletromagnéticas que, quando se aplica uma<br />

tensão, geram um campo eletromagnético capaz de atrair elementos<br />

ferromagnéticos, comportando-se como um imã permanente.<br />

O campo eletromagnético gerado pelo<br />

solenóide (bobina) quando lhe é aplicada<br />

uma tensão, atrai a parte móvel, libertando<br />

a passagem do ar.<br />

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Montagens básicas<br />

<strong>Introdução</strong> <strong>à</strong> <strong>pneumática</strong> e eletro<strong>pneumática</strong><br />

+24V<br />

1 2<br />

Ligando uma lâmpada diretamente com um botão de<br />

pressão NA e NF<br />

NF<br />

NA<br />

Pressionando o botão NA (normalmente aberto) a<br />

lâmpada acende e soltando a lâmpada apaga.<br />

Pressionando o botão NF (Normalmente fechado) a<br />

lâmpada apaga e soltando a lâmpada volta a acender.<br />

0V<br />

+24V<br />

1 2<br />

Ligando a lâmpada indiretamente<br />

B1<br />

K1<br />

K1<br />

Pressionando o botão B1 passa corrente na bobina do<br />

relé K1, fechando o seu respectivo contato e<br />

acendendo a lâmpada, soltando o botão retira-se a<br />

corrente da bobina do relé, fazendo com que o contato<br />

K1 retorne a sua posição original (normalmente aberto)<br />

e a lâmpada apaga.<br />

0V<br />

+24V<br />

1 2 3<br />

Ligando e apagando lâmpada<br />

indiretamente<br />

B1<br />

K1<br />

K1<br />

K1<br />

Pressionando o botão B1 passa corrente<br />

na bobina do relé k1, e o seu contato NA<br />

fecha acendendo a lâmpada respetiva,<br />

simultaneamente o seu contato NF abre<br />

apagando a outra lâmpada. Soltando o<br />

botão retira-se a corrente da bobina e os<br />

contatos voltam <strong>à</strong>s suas posições iniciais.<br />

0V<br />

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<strong>Introdução</strong> <strong>à</strong> <strong>pneumática</strong> e eletro<strong>pneumática</strong><br />

O circuito de auto-alimentação com botão de desligar.<br />

+24V<br />

1 3<br />

B1<br />

Os circuitos anteriores funcionam somente se estivermos<br />

sempre a pressionar o botão B1, na indústria isso é<br />

inviável. A auto-alimentação tem a função de manter a<br />

bobina com corrente após o botão deixar de ser<br />

pressionado.<br />

B2<br />

K1<br />

K1<br />

K1<br />

0V<br />

Ligando uma lâmpada e apagando outra<br />

+24V<br />

1 2 3 4<br />

B1<br />

Sem pressionarmos nada a lâmpada L2 estará<br />

acesa e L1 apagada, no momento que<br />

pressionamos B2 passa corrente na bobina do<br />

relé K1 fechando e abrindo os seus respectivos<br />

contatos, acendendo L1 e apagando L2.<br />

B2<br />

K1<br />

K1<br />

K1<br />

K1<br />

L1<br />

L2<br />

0V<br />

Acionando uma válvula solenóide diretamente<br />

+24V<br />

1 2<br />

B1<br />

B2<br />

4 2<br />

B1 avança o pistão<br />

B2 recua o pistão<br />

S1<br />

5 3<br />

1<br />

S2<br />

S1<br />

S2<br />

0V<br />

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Circuitos básicos com sensores<br />

<strong>Introdução</strong> <strong>à</strong> <strong>pneumática</strong> e eletro<strong>pneumática</strong><br />

Sensor indutivo: São sensores que operam com campo eletromagnético. Detectam apenas<br />

materiais ferromagnéticos.<br />

A<br />

2<br />

1 3<br />

+24V<br />

1<br />

A<br />

0V<br />

Descrição de funcionamento: Pressionando o botão, o pistão ferromagnético do<br />

cilindro de simples ação avança e o sensor, que está devidamente posicionado em A<br />

deteta-o, enviando um sinal que aciona a sirene.<br />

Sensor capacitivo: São sensores que operam com o princípio de capacitância,<br />

detetam todos os tipos de materiais.<br />

C1<br />

+24V<br />

1 2 3<br />

4 2<br />

2<br />

S1<br />

S2<br />

C1<br />

A<br />

5<br />

1<br />

3<br />

B<br />

C<br />

1 3<br />

A<br />

B<br />

C<br />

0V<br />

Descrição de funcionamento: No início, o cilindro de simples ação estará avançado,<br />

pois o sensor (C1) é colocado para detetar o cilindro de dupla ação na sua posição<br />

“zero”. Pressionando o botão S1, no solenóide A passará corrente e o cilindro de<br />

dupla ação avança, com o fluxo de ar controlado, e o cilindro de simples ação recua.<br />

Pressionando S2 o cilindro de dupla ação recua e o de simples ação avança.<br />

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PI PF<br />

<strong>Introdução</strong> <strong>à</strong> <strong>pneumática</strong> e eletro<strong>pneumática</strong><br />

Sensor magnético: São sensores que operam com o princípio do magnetismo,<br />

detetando apenas ímanes.<br />

4 2<br />

+24V<br />

1 2 4<br />

S1<br />

S2<br />

BL<br />

PF<br />

PI<br />

A<br />

5<br />

2<br />

3<br />

1<br />

1 3<br />

A<br />

S1<br />

S2<br />

0V<br />

Descrição de funcionamento: Pressionando BL, passa corrente no solenóide A,<br />

permitindo a passagem do ar comprimido, avançando o cilindro de dupla ação que,<br />

na sua posição final será detectado pelo sensor PF, que faz passar corrente por S1<br />

fazendo-o recuar. Quando está na sua posição inicial outro sensor PI, faz passar<br />

corrente por S2 fazendo-o novamente avançar.<br />

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