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MERCADOS - INVESTIMENTOS INVESTIMENTO DIRECTO ESTRANGEIRO DE VOLTA O repto do Presidente da República (PR) Filipe Nyusi aos investidores estrangeiros não podia ser mais claro: “Moçambique está de volta, por isso asseguro-vos que os vossos investimentos no nosso país estão seguros”. Esta declaração – feita em Washington, no passado mês de Junho, à mar- gem de uma visita oficial de três dias aos EUA – voltou a ser replicada pelo PR, noutras tantas deslocações subsequentes ao estrangeiro (com destaque para os reinos do Japão e dos Países baixos), sempre com a mesma perspectiva: incentivar a retoma da confiança dos investidores estrangeiros. Efectivamente, ciente de que houve 8 MOZ´IN // Junho 2017
uma retracção do volume do investimento directo estrangeiro num passado recente, o governo de Moçambique tem estado a empreender uma ampla campanha, em várias frentes com vista a reverter a situação O ponto de viragem aconteceu em finais do ano passado com a criação da Agência Para a Promoção de Investimento e Exportações (APIEX), uma instituição que tem como principal objectivo facilitar e dinamizar o ambiente de negócios, bem como criar maiores sinergias para a promoção de investimento e do comércio externo. A APIEX surgiu da fusão do Centro de Promoção de Investimentos (CPI), Gabinete das Zonas Económicas de Desenvolvimento Acelerado (GAZEDA) e do Instituto para a Promoção de Exportações (IPEX). E foi justamente na cerimónia de investidura do novo director-geral daquela instituição, Lourenço Sambo, em Julho, que o primeiro-ministro Carlos Agostinho do Rosário, voltou a lançar o desafio de aumentar o volume de investimento estrangeiro e elevar e diversificar as exportações de Moçambique. Sinais Positivos Em face desta e de outras acções que têm estado a ser levadas a cabo pelo governo de Moçambique, as reacções dos investidores tendem a ser positivas. Especialistas nesta matéria consideram que, se nos últimos dois anos houve uma retracção do volume de IDE, a verdade é que, a vontade de investir no país nunca desapareceu, e que é apenas uma questão de tempo para que os índices de adesão dos investidores se traduzam em números. Ainda de acordo com especialistas, os investidores externos sabem que em Moçambique podem encontrar na agricultura, indústria e turismo boas oportunidades de negócios. Os números voltaram a ser animadores este ano com os investimentos, de acordo com dados do APIEX, a totalizarem, nos primeiros seis meses, o equivalente a 497milhões de dólares dos quais cerca de 267 milhões foram investimento directo estrangeiro, 195 milhões nacional e pouco mais de 34 milhões de dólares provenientes da rubrica suprimentos e empréstimos. Os principais cinco maiores investidores são a China (USD 173.280.000), Maurícias (USD 38.355.367), África do Sul (USD 14.620), Emiratos Árabes Unidos (UDS 11.659.022) e Líbano (UDS 9.746.950). Indústria extractiva à frente Os megaprojectos terão sido determinantes para esse espantoso crescimento do IDE. Esses mesmos megaprojectos têm atraído, a cada ano, a maior parte do fluxo de investimento estrangeiro para o país. É por isso que a indústria extractiva se mantém como o sector que maiores investimentos tem atraído nos últimos anos, facto que é consentâneo com o nível de produção deste sector, materializado na Balança de Pagamentos pela importação de serviços especializados tanto de construção como de pesquisa e estudos de viabilidade, com vista ao aumento da capacidade produtiva. Mesmo antes do período da retracção, a extracção do gás natural já era o sector que mais atraía investimentos para o país, com 53% do total, e sempre a prometer crescer devido à descoberta de novas reservas tanto deste produto quanto de petróleo, na bacia do Rovuma. O crescimento substancial, porém, começou a se fazer notar em 2009, ano em que o Brasil assumiu a primeira posição como país originário do IDE em Moçambique, tendo sido responsável por 42% do total dos fluxos de IDE. GUIA PARA NEGÓCIOS EM MOÇAMBIQUE 9
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