18.12.2017 Views

Revista IASC Edição de Dezembro 2017

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ARTIGO<br />

Em Defesa da Constituição<br />

Cidadã<br />

Por Cesar Luiz Pasold<br />

Este texto procura, <strong>de</strong> forma objetiva, apresentar uma<br />

<strong>de</strong>fesa da Constituição Brasileira vigente, contra a qual<br />

surgem, constantemente, alegados “<strong>de</strong>feitos”. Seguem<br />

alguns exemplos com a pon<strong>de</strong>ração e estímulo à reflexão<br />

sobre as ina<strong>de</strong>quações <strong>de</strong>stas críticas. A primeira é<br />

a alegação <strong>de</strong> que ela é “excessivamente longa e <strong>de</strong>talhista”?<br />

A nossa pon<strong>de</strong>ração é a <strong>de</strong> que mesmo com<br />

especificação <strong>de</strong>talhada, a consagração prática dos<br />

Direitos Fundamentais Individuais e Coletivos é rara<br />

neste País. Po<strong>de</strong>mos imaginar como seria sem o <strong>de</strong>talhamento!<br />

A segunda é a <strong>de</strong> que a Or<strong>de</strong>m Econômica<br />

nela estabelecida é comprometida com a i<strong>de</strong>ologia<br />

neoliberal enquanto a Or<strong>de</strong>m Social<br />

está mais aproximada da i<strong>de</strong>ologia<br />

social <strong>de</strong>mocrata. A pon<strong>de</strong>ração<br />

aqui é sustentada em dois argumentos:<br />

(1) esta dicotomia não<br />

consegue prejudicar os bons aspectos<br />

da Or<strong>de</strong>m Social; e (2) não é por<br />

este fenômeno que temos uma<br />

carência no cumprimento efetivo<br />

dos Direitos Individuais Fundamentais<br />

e Coletivos e Sociais, mas sim<br />

<strong>de</strong>corrente da histórica inoperância<br />

dos Governos insensíveis ao Interesse<br />

Coletivo! A terceira crítica aqui<br />

exemplificada é a <strong>de</strong> que ela não é<br />

cumprida na dimensão em que<br />

<strong>de</strong>veria ser. A pon<strong>de</strong>ração é no<br />

sentido <strong>de</strong> que não se po<strong>de</strong> culpar<br />

o Texto Constitucional, mas sim os responsáveis pelo<br />

seu <strong>de</strong>scumprimento. Estes, são tanto aqueles que<br />

elegem seus representantes quanto da maior parte dos<br />

eleitos para fazê-la cumprir e que não o fazem, ou seja:<br />

a culpa é <strong>de</strong> quem a <strong>de</strong>scumpre !!! Estimulamos os leitores<br />

ao exame atento <strong>de</strong> alguns artigos da nossa Constituição<br />

que são exemplares <strong>de</strong>monstrativos da qualida<strong>de</strong><br />

do Discurso, que, vênia pela insistência , somente<br />

será efetivado na prática se esta for a vonta<strong>de</strong> dos<br />

<strong>de</strong>tentores do Po<strong>de</strong>r! Examine-se o artigo 5º e seus 78<br />

incisos e 4 parágrafos que especificam os Direitos e<br />

Deveres Individuais e Coletivos. Leia-se com atenção o<br />

artigo 6º e sua especificação precisa dos Direitos Sociais.<br />

Veja-se a i<strong>de</strong>ntificação explícita <strong>de</strong> alguns Direitos Fundamentais,<br />

entre os quais aqui <strong>de</strong>stacamos artigos:205<br />

a 214;196 a 200; 225;art. 226 a 230. Nestes exemplos<br />

constata-se que a redação da nossa Lei Maior caracteriza,<br />

com precisão e clareza, os Direitos e Deveres. O que<br />

não há é vonta<strong>de</strong> efetiva <strong>de</strong> cumpri-la/aplica-la!!!<br />

A arte <strong>de</strong> advogar<br />

Por Sidney Guido Carlin<br />

Muito mais do que expor fatos e fundamentos jurídicos<br />

visando o convencimento daquele que <strong>de</strong>cidirá o que é<br />

justo ao nosso cliente, a arte <strong>de</strong> advogar transcen<strong>de</strong> o seu<br />

papel fundamental na <strong>de</strong>fesa dos direitos dos indivíduos e<br />

possui uma função social inigualável que precisa ser resgatada<br />

perante a socieda<strong>de</strong>.<br />

Exceções são vivenciadas em todas as profissões, mas é<br />

preciso afastar o estigma levianamente vinculado à<br />

imagem do advogado, como sendo um profissional que<br />

incomoda o Po<strong>de</strong>r Judiciário e, por vezes, praticante <strong>de</strong><br />

condutas aéticas, e reforçar a real importância do exercício<br />

da advocacia para uma socieda<strong>de</strong> mais justa.<br />

É preciso enaltecer que o exercício da advocacia, embora<br />

prazeroso, é árduo, posto que exige do profissional horas<br />

<strong>de</strong> estudo, <strong>de</strong>dicação e privações, especialmente do convívio<br />

com a família. Exige cumprimento <strong>de</strong> prazos, viagens,<br />

rotinas, participação em audiências, reuniões, por vezes<br />

difíceis, <strong>de</strong>ntre outras ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>,<br />

que se negligenciadas, coloca a carreira profissional do<br />

advogado em xeque.<br />

O cliente confia ao advogado o seu patrimônio construído<br />

durante uma vida e, em outros casos, a sua família, e<br />

esta transferência <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> é algo inigualável,<br />

mas que exige muita <strong>de</strong>dicação e ética.<br />

A arte <strong>de</strong> advogar é, essencialmente,<br />

buscar o justo, utilizando-se dos recursos<br />

legais colocados à disposição, sempre priorizando<br />

a ética e exigindo o respeito às suas<br />

prerrogativas, sem as quais o exercício da<br />

advocacia estará fadado ao insucesso.<br />

O Instituto dos Advogados <strong>de</strong> Santa Catarina,<br />

entida<strong>de</strong> com mais <strong>de</strong> 86 anos <strong>de</strong> existência,<br />

parabeniza a todas as advogadas e<br />

advogados reforçando que é preciso cada<br />

vez mais unir forças em prol da valorização<br />

da advocacia, como consequência natural quando envidamos,<br />

com <strong>de</strong>dicação e dinamismo, toda a nossa energia,<br />

na busca titânica e hercúlea da paz entre os homens nessa<br />

socieda<strong>de</strong> em conflito. O bem comum é o tesouro a ser<br />

perseguido por todos os advogados. É o que recomenda o<br />

<strong>IASC</strong>.<br />

86 anos<br />

7

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!