2 OPINIÃO O SEU JORNAL DE BAIRRO www.jornalfloresta.com.br EDITORIAL POR PAULO RICARDO TOMASINI EDITOR Já comprou meu presente? O momento é o das uvas passas, do peru, do panetone das frutas cristalizadas e o do Noel. As aves estão em alta, os suínos também e o velhinho de vermelho e seus súditos, crianças ou não, engordam mais alguns quilos com tanto doce que se apresenta neste momento sublime. Mas nem só de comida vive-se no Natal. Também tem a corrida enfurecida, nas tardes calientes pelo presente dos mais variados amigos, desde o filho mais querido até o mais oculto de todos que supostamente teima-se em conhecer. Mas a época é de relembrar o que foi feito, amolecer o coração, ser mais paciente, e pensar que afinal um pudim, um brigadeiro, também podem fazer parte da ceia de Natal onde reúne-se a família, os amigos e o espírito remonta o que de melhor todos temos. Sem dúvida o Natal traz a confraternização e a reunião de pessoas, mas nem só de comilança e troca de presentes vive-se nestas ocasiões. O aspecto QUE O ESPÍRITO DE NATAL PERMANEÇA EM 2018 E ILUMINE A TODOS AMIGOS E AMIGAS DA ASSOCIAÇÃO. MUITAS ALEGRIAS, REALIZAÇÕES E PAZ NO CORAÇÃO. FELIZ ANO NOVO! religioso é evidenciado com a lembrança do filho de Deus que veio para salvar a todos. A proximidade com o ano novo faz as pessoas relaxarem mais e a projeção sempre é de mudanças para o que se avizinha. Os pulinhos na onda, o sorriso no rosto carregado de emoção ao espocar dos fogos são simbolicamente a esperança de que, agora vai, chega de coisas ruins e vamos atrás da felicidade. Para muitos ela está nos pequenos gestos, na solidariedade e no quanto de emoção ainda se tem. Amar e ser feliz, produzir e ser capaz, conquistar os sonhos e acreditar no futuro. Papai Noel existe sim, e por sinal, já comprou meu presente? Feliz Natal a todos amigos e amigas do Jornal Floresta e que 2018 cada um de vocês conquiste a maioria dos sonhos que um dia teve. Mesmo os mais complicados, esses são possíveis. Que assim seja. O Jornal Floresta é uma publicação da PRCom Comunicação e Marketing REDAÇÃO: Rua Ernesto Alves, 333 – sala 201 – Bairro Floresta – Porto Alegre/RS – CEP 90220-190 EDITOR: Paulo Ricardo R.Tomasini (Mtb 6.930/RS) COLABORADORES: Vicente Bogo, Dionio Kotz e Silvio Luiz Belbute TIRAGEM: 12 mil exemplares EDITOR: 51 98940.9598 REDAÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO: 51 3024.7929. Artigos assinados são de responsabilidade de seus autores. www.jornalfloresta.com.br e www.facebook.com/florestanews DEBATE VICENTE BOGO EX-VICE-GOVERNADOR RS E PROFESSOR CULTURA DO PRIVILÉGIO O Brasil é um proeminente país dos privilégios. Combatê- -los é mais difícil do que parece, pois estão arraigados em nossa cultura. São justifi cados com muita facilidade. Os argumentos mais comus são os do direito adquirido e da coisa julgada. Contraditoriamente, os excluídos, os injustiçados não lutam contra as distorções sociais. De um lado, porque alimentam a expectativa de um dia eles próprios adquirirem aquela condição e, de outro, porque se sentem na obrigação de defender o privilégio alcançado por algum familiar ou pessoa de suas relações. Há inúmeros estudos que descrevem a formação cultural do povo brasileiro. Em geral, partem, e faz sentido, da análise dos privilégios concedidos pela Coroa Portuguesa, a distribuição das Capitanias, a formação das Províncias e seus governos, o processo escravizatório (índios e negros), a concessão das Sesmarias, etc. e, por último, a colonização com imigrantes europeus no século XIX e XX com a venda das colônias. Nossa cultura miscigenada produziu um ‘caldo de cultura’ que favorece a transgressão e requer a superregulação social e um estado policialesco. Esta situação não tem conduzido a criação de uma disciplina relacional positiva nem promoveu a cultura da responsabilidade e do bom senso. E, por conta disto e outros elementos falaciosos, por exemplo, as ‘categorias de estado’, isto é, os quase intocáveis do serviço público seguem pressionando em favor da elevação continuadas de seus salários, independentemente se a massa trabalhadora vive dos tostões. Parece não haver pudor! Aliás, quase dois terços dos gastos públicos são com o pagamento pe servidores ativos e inativos. Sendo que, em média representam em torno de 3% da população. Há uma reclamação generalizada contra a alta carga tributária. Mas muito poucos compreendem como é distribuída a despesa. E como alimenta privilégios e injustiças sociais. Então, seja no caso da pretendida reforma da Previdência Social, seja na defi nição das políticas públicas, é imperativo trazer para o debate e a solução o tema das distorções que se perpetuam ao longo de nossa história, alimentadas continuamente pela demagogia e conveniência eleitoral dos agentes político-partidários. Em resumo, há que se combater o ‘jeitinho brasileiro’, a gambiarra, a cultura do levar vantagem sobre os outros e, em especial a tolerância com o castelo de privilégios e injustiças que vivemos e aceitamos como normais. O primeiro passo, sem dúvida é desenvolver uma consciência da responsabilidade, em todos os níveis. E, em especial, no processo educativo familiar e escolar. E, quem sabe, penalizar os maus exemplos.
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