50_ANOS_DO_MOVIMENTO_DE_RECONCEITUAÇÃO_DO_SERVIÇO_SOCIAL_NA_AMÉRICA_LATINA-_a_construção_da_alternativa_crítica_e_a_resistência_contra_o_atual_avanço_do_conservadorismo
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<strong>50</strong> <strong>ANOS</strong> <strong>DO</strong> <strong>MOVIMENTO</strong> <strong>DE</strong> <strong>RECONCEITUAÇÃO</strong> <strong>DO</strong> <strong>SERVIÇO</strong> <strong>SOCIAL</strong> <strong>NA</strong> <strong>AMÉRICA</strong> LATI<strong>NA</strong>: a <strong>construção</strong> <strong>da</strong><br />
<strong>alternativa</strong> <strong>crítica</strong> e a <strong>resistência</strong> <strong>contra</strong> o <strong>atual</strong> <strong>avanço</strong> <strong>do</strong> conserva<strong>do</strong>rismo<br />
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o <strong>avanço</strong> teórico e crítico <strong>da</strong> profissão, sem<br />
significar homogeneização de tempo,<br />
pensamento e ação 4 , a partir de 1965, ano<br />
referência de deflagração <strong>do</strong> movimento, durante<br />
o I Seminário de Ser viço Social Face às<br />
Mu<strong>da</strong>nças Sociais na Am érica Latina 5 , realiza<strong>do</strong><br />
no Brasil, em Porto Alegre (CORNELY, 2004). É<br />
a tendência fun<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de de<br />
<strong>construção</strong> de uma <strong>alternativa</strong> <strong>crítica</strong> no Serviço<br />
Social.<br />
Não preten<strong>do</strong> fazer uma análise <strong>do</strong><br />
movimento em sua complexi<strong>da</strong>de histórica. Faço<br />
indicações sobre o processo histórico <strong>do</strong><br />
Movimento de Reconceituação <strong>do</strong> Serviço Social<br />
na América Latina, com um recorte em torno <strong>da</strong><br />
<strong>construção</strong> <strong>da</strong> <strong>alternativa</strong> <strong>crítica</strong> e <strong>da</strong> <strong>resistência</strong><br />
<strong>contra</strong> o <strong>avanço</strong> <strong>do</strong> conserva<strong>do</strong>rismo no <strong>atual</strong><br />
contexto histórico desse <strong>avanço</strong> em to<strong>do</strong> o<br />
mun<strong>do</strong>, mas em particular na América Latina; e,<br />
nesse aspecto, destacan<strong>do</strong> a particulari<strong>da</strong>de no<br />
Brasil na <strong>resistência</strong> pela sustentação <strong>do</strong> projeto<br />
ético-político <strong>da</strong> profissão. Em sua elaboração<br />
utilizo informações de fontes bibliográficas de<br />
autores e depoimentos de intelectuais<br />
expressivos em sua incidência no movimento e<br />
no desenvolvimento <strong>da</strong> profissão, em diferentes<br />
momentos 6 , desde então, bem como estu<strong>do</strong>s<br />
que realizei sobre o tema 7 e registros de minha<br />
própria memória de vivência e observação 8 . Nele<br />
ressalto: a) temas centrais <strong>do</strong> movimento, com<br />
destaque no processo histórico, sujeitos e a<br />
contribuição <strong>do</strong> marxismo e <strong>da</strong> organização<br />
política profissional para os <strong>avanço</strong>s <strong>da</strong> profissão<br />
no continente; b) a tendência à per<strong>da</strong> de espaço<br />
<strong>da</strong> teoria <strong>crítica</strong> marxista no Serviço Social, em<br />
um contexto de <strong>avanço</strong> <strong>do</strong> conserva<strong>do</strong>rismo em<br />
to<strong>do</strong> o continente na <strong>atual</strong>i<strong>da</strong>de, com ênfase no<br />
Brasil; c) a importância <strong>da</strong> <strong>resistência</strong> para a<br />
sustentação <strong>do</strong> Projeto Ético-Político Profissional<br />
no Brasil orienta<strong>do</strong> pela necessi<strong>da</strong>de histórica de<br />
emancipação <strong>da</strong>s classes e de to<strong>da</strong> a<br />
humani<strong>da</strong>de.<br />
As análises nesses itens, sem a<br />
pretensão de <strong>da</strong>r conta <strong>da</strong> complexi<strong>da</strong>de <strong>do</strong><br />
processo de desenvolvimento <strong>do</strong> Serviço Social<br />
desde a deflagração <strong>do</strong> Movimento de<br />
Reconceituação na América Latina, apontam: a<br />
persistência <strong>da</strong>s lutas entre o projeto<br />
conserva<strong>do</strong>r <strong>da</strong>s classes e elites <strong>do</strong>minantes no<br />
continente e <strong>do</strong> projeto alternativo emancipa<strong>do</strong>r<br />
como necessi<strong>da</strong>de histórica no continente<br />
(LOPES, 1998) o qual, no <strong>atual</strong> momento,<br />
enfrenta o <strong>avanço</strong> <strong>da</strong> reação conserva<strong>do</strong>ra, após<br />
um perío<strong>do</strong> de arranjos e <strong>avanço</strong>s progressistas;<br />
e que os retrocessos <strong>do</strong> presente em relação à<br />
necessi<strong>da</strong>de histórica de emancipação, impõem<br />
a exigência de estratégias de <strong>resistência</strong> de<br />
mo<strong>do</strong> articula<strong>do</strong>, organiza<strong>do</strong> e adequa<strong>da</strong>s ao<br />
presente, <strong>da</strong>s forças revolucionárias,<br />
progressistas e democráticas de to<strong>do</strong>s os países<br />
e em to<strong>da</strong>s as esferas <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> social; entre as<br />
quais as práticas profissionais, como a prática<br />
profissional <strong>do</strong> Serviço Social, para a qual, no<br />
caso <strong>do</strong> Brasil, é fun<strong>da</strong>mental a <strong>resistência</strong> em<br />
torno <strong>da</strong> sustentação <strong>do</strong> Projeto Ético-Político<br />
Profissional, orienta<strong>do</strong> pela perspectiva<br />
emancipa<strong>do</strong>ra.<br />
2 O <strong>MOVIMENTO</strong> <strong>DE</strong> <strong>RECONCEITUAÇÃO</strong> <strong>DO</strong><br />
<strong>SERVIÇO</strong> <strong>SOCIAL</strong> <strong>NA</strong> <strong>AMÉRICA</strong> LATI<strong>NA</strong>:<br />
R. Pol. Públ., São Luís, v. 20, n 1, p 237-252, jan./jun. 2016.