edicao_janeiro
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SECTION OPINIÃO NAME<br />
10<br />
Desde 2012, Portugal tem<br />
apresentado um saldo positivo<br />
da balança comercial,<br />
tendo, em 2016, atingido<br />
um superavit de 4,1 mil<br />
milhões de euros - elemento<br />
que tem sido, muito possivelmente,<br />
aquele que mais contribuiu<br />
para a evolução positiva<br />
das contas públicas portuguesas<br />
(e contribuidor positivo<br />
para o PIB). Salientando,<br />
porém, que continuamos<br />
ainda, infelizmente, deficitários<br />
na balança comercial<br />
de bens/mercadorias, embora<br />
em franca melhoria se compararmos<br />
com anos passados.<br />
Note-se que 64% das exportações<br />
nacionais de bens/<br />
mercadorias apresentam<br />
uma intensidade média/<br />
alta de tecnologia (Gabinete<br />
de Estratégia e de Estudos<br />
do Ministério da Economia,<br />
2015), ou seja, um excelente<br />
indicador que caracteriza a<br />
qualidade das exportações<br />
nacionais. Os serviços (ver<br />
gráfi co abaixo) têm assumido<br />
um peso signifi cativo, correspondendo<br />
a 35% das exportações<br />
portuguesas (26,281<br />
milhões de euros - INE 2016).<br />
Nos últimos 3 anos, o sector<br />
do turismo foi, em média,<br />
responsável por 16% do total<br />
exportado (aproximadamente<br />
13 mil milhões de euros em<br />
2016), com todos os principais<br />
indicadores do sector a<br />
crescer, incrivelmente, acima<br />
dos dois dígitos. Embora o<br />
sector da metalurgia e metalomecânica<br />
(incluindo a construção)<br />
continue a ser - ainda<br />
que com surpresa para os<br />
menos atentos - o que mais<br />
contribui em peso nas exportações<br />
(aproximadamente 17 mil<br />
milhões de euros em 2016). E<br />
segundo os últimos dados consolidados<br />
- 3 primeiros trimestres<br />
de 2017 -, vai ter, também,<br />
um ano de 2017 excepcional<br />
em termos de crescimento.<br />
Juntam-se também os sectores<br />
tradicionais, como os<br />
têxteis/vestuário (a ultrapassar<br />
os 5 mil milhões de<br />
euros, recuperando valores<br />
de 2001), o calçado (a bater<br />
os 2 mil milhões de euros),<br />
a cortiça (quase nos mil<br />
milhões de euros) e vinhos/<br />
azeites (nos 900 milhões de<br />
euros). Logo, quase todos, a<br />
bater “records” de exportação.<br />
Alguns deles dados como<br />
“mortos” há 15 anos atrás.<br />
Interessante é notar que o<br />
número de empresas exportadoras<br />
se tem mantido praticamente<br />
inalterado desde<br />
2012 (21500/ano) embora<br />
registando-se um elevado<br />
grau de renovação da base<br />
exportadora (5000 novas<br />
empresas exportadoras/ano).<br />
Em 2016 (INE), as 5 principais<br />
empresas exportadoras<br />
nacionais foram responsáveis<br />
por 13% das vendas no exterior.<br />
Contudo, importa destacar<br />
que 50% das exportadoras<br />
nacionais representam,<br />
em média, apenas 7% do total<br />
das exportações,<br />
o que evidencia<br />
um elevado grau<br />
de concentração.<br />
Algo importante (e<br />
a reter) que pode<br />
colocar em causa<br />
a sustentabilidade<br />
dos números<br />
que se apresentam<br />
(imaginese,<br />
por exemplo,<br />
a perda de uma<br />
AUTOEUROPA<br />
ou uma queda<br />
do TURISMO).<br />
Janeiro | 2018