edicao_janeiro
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
15 INTERNACIONAL<br />
CONNECTION<br />
Depois das orações muçulmanas,<br />
vários palestinianos<br />
atearam fogo a pneus e<br />
apedrejaram soldados israelitas,<br />
que responderam com<br />
bombas de gás lacrimogéneo.<br />
Segundo os últimos dados do<br />
ministro da Saúde de Gaza,<br />
Ashraf al-Kidra, 82 palestinianos<br />
ficaram feridos em confrontos<br />
ao longo da fronteira.<br />
Já os médicos ouvidos pela<br />
agência Reuters citam 150<br />
feridos.<br />
Entenda o conflito<br />
O reconhecimento de<br />
Jerusalém como capital é<br />
considerado polémico, uma<br />
vez que Israel, que tomou o<br />
controlo da parte oriental da<br />
cidade durante a Guerra dos<br />
Seis Dias, em 1967, considera<br />
a Cidade Santa como a sua<br />
capital indivisível, enquanto<br />
os palestinianos desejam que<br />
Jerusalém Oriental seja a<br />
capital do Estado.<br />
A comunidade internacional<br />
não reconhece a reivindicação<br />
israelita sobre a cidade<br />
como um todo e mantém as<br />
suas embaixadas em Telavive.<br />
Os palestinianos – e o mundo<br />
árabe e muçulmano em geral<br />
– ficaram indignados com o<br />
anúncio de Trump, que veio<br />
reverter décadas de política<br />
externa dos EUA sobre<br />
Jerusalém. Os aliados europeus<br />
de Washington e a<br />
Rússia também manifestaram<br />
preocupações com a decisão<br />
de Trump.<br />
Trump ameaça territórios<br />
palestinianos<br />
Entretanto, a embaixadora norte-americana<br />
na ONU sugeriu<br />
que os EUA podem vir a cortar<br />
o financiamento à agência<br />
das Nações Unidas para os<br />
palestinianos (UNRWA) por<br />
estes terem declarado que os<br />
EUA já não são mediadores<br />
neutros no processo de paz,<br />
no rescaldo da decisão do<br />
Presidente norte-americano<br />
de declarar que a disputada<br />
cidade é a capital de Israel.<br />
Como vem a ser hábito,<br />
foi através da rede social<br />
Twitter que Trump se posicionou<br />
acerca do assunto:<br />
“Não é só ao Paquistão que<br />
pagamos milhares de milhões<br />
de dólares para nada, mas<br />
também a muitos outros<br />
países e outros”, escreveu.<br />
“Por exemplo, pagamos aos<br />
palestinianos CENTENAS DE<br />
MILHÕES DE DÓLARES por<br />
ano e não obtemos qualquer<br />
estima ou respeito. Eles nem<br />
sequer querem negociar um<br />
há muito esperado tratado<br />
de paz com Israel. Tirámos<br />
Jerusalém da mesa, a parte<br />
mais difícil da negociação,<br />
mas Israel, por causa disso,<br />
terá de pagar mais. Mas com<br />
os palestinianos a dizerem<br />
que já não querem negociar a<br />
paz, porque é que haveríamos<br />
de manter estes pagamentos<br />
maciços no futuro?”<br />
Em resposta à ameaça de<br />
Trump, a Organização para<br />
a Libertação da Palestina,<br />
que integra a Autoridade<br />
Palestiniana, acusou Trump de<br />
estar “a sabotar a busca pela<br />
paz” na região: “Os direitos<br />
dos palestinianos não estão<br />
à venda”, sublinhou o grupo<br />
político no Twitter. “Ao reconhecer<br />
a Jerusalém Ocupada<br />
como a capital de Israel,<br />
Donald Trump não só violou a<br />
lei internacional [à luz da qual<br />
a cidade é tida como um território<br />
ocupado] como, sozinho,<br />
destruiu os próprios alicerces<br />
da paz, aceitando a anexação<br />
ilegal da cidade por Israel.<br />
Não seremos chantageados.<br />
O Presidente Trump sabotou a<br />
nossa busca pela paz, a liberdade<br />
e a justiça. Agora, atreve-se<br />
a culpar os palestinianos<br />
pelas consequências das<br />
suas ações irresponsáveis.”<br />
Este é um dos maiores conflitos<br />
lançados pelo governo de<br />
Trump, que não abala apenas<br />
o mundo diplomático como a<br />
Paz entre as nações.<br />
Janeiro | 2018