GAZETA DIARIO 514
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Foz do Iguaçu, sábado e domingo, 24 e 25 de fevereiro de 2018<br />
SOLIDARIEDADE<br />
Dona Chica busca ajuda para a<br />
Páscoa de 400 crianças carentes<br />
Há quase 20 anos, Francisca de Lima leva alegria aos pequenos moradores da<br />
"Vila das Batalhas" em uma grande festa realizada com a ajuda de doações<br />
Da redação<br />
Reportagem<br />
O carnaval passou, e<br />
já há muita gente preparando-se<br />
para a Páscoa,<br />
que neste ano será celebrada<br />
no dia 1º de abril.<br />
A data, que para os cristãos<br />
é carregada de simbolismo<br />
e reflexão, também<br />
é ansiosamente<br />
aguardada<br />
pelas crianças,<br />
as quais esperam<br />
com alegria<br />
o "coelhinho<br />
da Páscoa"<br />
com os ovos de<br />
chocolate.<br />
Infelizmente<br />
Foto: arquivo Gazeta<br />
para muitos<br />
pais e mães de<br />
famílias carentes<br />
de Foz do<br />
Iguaçu, a data é<br />
motivo de preocupação e<br />
tristeza. Desempregados,<br />
ou com renda limitada,<br />
muitos não conseguem<br />
presentear os filhos. Pensando<br />
em amenizar o sofrimento<br />
e levar um pouco<br />
de esperança a essas<br />
pessoas, Francisca Lopes<br />
de Lima, popularmente<br />
conhecida como dona<br />
Chica, assumiu, há mais<br />
de 15 anos, a missão de<br />
adoçar a vida de centenas<br />
de crianças carentes que<br />
moram na região conhecida<br />
como "Vila das Batalhas",<br />
no bairro Morumbi<br />
III.<br />
Todos os anos, Chica<br />
doa parte de seu tempo<br />
Dona Chica doa parte de seu tempo para arrecadar<br />
doces, roupas e brinquedos, com os quais ela monta<br />
cestinhas que são entregues em uma grande festa<br />
para arrecadar doces,<br />
roupas e brinquedos<br />
com os quais ela monta<br />
cestinhas que são entregues<br />
aos pequenos em<br />
três datas diferentes durante<br />
uma grande festa<br />
com direito a pipoca,<br />
bolo, cachorro-quente e<br />
refrigerante. Tudo é preparado<br />
com muito carinho<br />
por ela com a ajuda<br />
da família e voluntários.<br />
Mas para que o projeto<br />
continue levando<br />
alegria, dona Chica conta<br />
com a ajuda de doações.<br />
Neste ano, o objetivo<br />
é confeccionar 400<br />
cestinhas. "Infelizmente<br />
não tenho condições financeiras<br />
de arcar com<br />
todos os gatos, por isso<br />
peço ajuda. A felicidade<br />
de uma criança é<br />
mais importante que<br />
qualquer coisa para<br />
mim. Eu não tenho<br />
muito, mas o pouco que<br />
tenho quero levar a<br />
quem tem menos ain-<br />
da", afirmou.<br />
Para encontrar as crianças,<br />
a voluntária percorre<br />
as ruas do bairro anotando<br />
o nome e a idade de<br />
cada uma que receberá os<br />
presentes. Ela mesma controla<br />
tudo, desde a arrecadação<br />
das guloseimas até<br />
a entrega, e garante tudo<br />
para que ninguém fique<br />
sem levar sua<br />
recheada cestinha<br />
para a<br />
casa. "No dia<br />
da festa, todo<br />
mundo faz<br />
uma fila bem<br />
organizada. Eu<br />
chamo um por<br />
um pelo nome<br />
e entrego a<br />
lembrancinha.<br />
Eles se sentem<br />
queridos, lembrados,<br />
e isso<br />
não há dinheiro no mundo<br />
que pague", explicou<br />
Chica.<br />
Pirulitos, balas, paçocas,<br />
chocolates, salgadinhos,<br />
saquinhos para presente,<br />
balões, tudo é bemvindo.<br />
Quem quiser contribuir<br />
pode levar as doações<br />
pessoalmente à casa da<br />
dona Chica, na Rua Heleno<br />
de Freitas, nº 2.470, no<br />
bairro Morumbi III, ou entrar<br />
em contato pelo telefone<br />
(45) 99825-9685.<br />
"Eu sempre peço a Deus<br />
que me ajude para que consiga<br />
fazer a festinha para<br />
as crianças. As dificuldades<br />
são muitas, mas a vontade<br />
de ajudar é maior, e<br />
por enquanto tudo tem<br />
dado certo", disse.<br />
Cidade<br />
11<br />
O começo<br />
A missão de dona Chica teve início em 2001, quando<br />
ela resolveu que aprenderia a ler e escrever para mudar<br />
de vida. Durante as aulas, conheceu um senhor<br />
humilde que lutava diariamente para sustentar a<br />
esposa e os filhos, encontrando ainda disposição para<br />
estudar à noite.<br />
Chica se comoveu com a história e decidiu ajudar de<br />
alguma maneira. Aos poucos, ela começou a arrecadar<br />
alimentos, calçados e roupas. Tudo o que conseguia,<br />
entregava à família. A partir desse gesto, percebeu que<br />
poderia fazer mais. "Eu encontrei a minha missão:<br />
ajudar o próximo. Deus me colocou nessa terra para<br />
ajudar, e é isso que faço até hoje", revelou.