Desperta Comunidade - Março 2018
Informativo da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, da cidade de Bebedouro/SP - Edição de Março 2018 - Ano XV - Número 158.
Informativo da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, da cidade de Bebedouro/SP - Edição de Março 2018 - Ano XV - Número 158.
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SEMANA SANTA<br />
O Mistério Pascal é<br />
considerado o fato primordial<br />
da nossa fé e o centro de todas<br />
as celebrações litúrgicas<br />
cristãs.<br />
Ao lado do domingo,<br />
c o m o d i a h a b i t u a l d a<br />
comemoração da morte e ressurreição do Senhor, desde<br />
muito cedo na história da Igreja apareceu uma<br />
comemoração anual da Páscoa de Jesus.<br />
Examinando os dias da celebração da Paixão, Morte e<br />
Ressurreição do Senhor, percebemos que são núcleo das<br />
celebrações e constituem o que chamamos de Semana<br />
Santa.<br />
A tradição do povo quis recordar os últimos<br />
acontecimentos históricos de Jesus de Nazaré, não se trata<br />
apenas de recordar fatos passados, mas de um memorial<br />
que deve ser atualizado pelos fiéis.<br />
A Semana Santa é semana de encontro com Cristo<br />
Ressuscitado: nas celebrações litúrgicas, na Sua Palavra e<br />
na pessoa dos irmãos da comunidade. Cada dia da<br />
Semana é um fato a ser recordado e atualizado.<br />
O Domingo de Ramos, dá início à Semana Santa e<br />
lembra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém.<br />
Seguem-se a segunda, terça e quarta-feira que não<br />
remontam aos primeiros tempos da Liturgia da Igreja,<br />
porém tinham uma celebração em que se fazia ao menos<br />
uma Liturgia especial da Palavra. Hoje acontecem<br />
celebrações com procissões que ocupam grande destaque<br />
no sentimento religioso do nosso povo.<br />
À partir do Século VI iniciou-se a Celebração do<br />
Sacratíssimo Tríduo do Senhor Crucificado, Sepultado e<br />
Ressuscitado, conforme nos relata Santo Agostinho e em<br />
1930 começa a ser usada a expressão Tríduo Pascal,<br />
iniciando-se na Quinta-feira Santa e culminado com a<br />
Vigília Pascal.<br />
Na manhã da Quinta-feira Santa, na missa dos Santos<br />
Óleos, a Igreja celebra a Instituição da Eucaristia, do<br />
Sacramento da Ordem, a bênção dos Santos Óleos do<br />
Batismo, da Crisma e da Unção dos Enfermos. Esta<br />
cerimônia é a ocasião para reunir o clero em torno do bispo.<br />
Na missa da noite do lava pés, a Igreja celebra a última ceia<br />
de Jesus com os Apóstolos onde ele Instituiu a Sagrada<br />
Eucaristia e deu as últimas orientações aos apóstolos.<br />
Na Sexta-feira Santa a Igreja guarda o grande silêncio<br />
diante da Celebração da Morte do Senhor, às 15 horas,<br />
com a narração da Paixão e a Adoração da Cruz.<br />
Neste dia não há celebração da missa.<br />
A Vigília Pascal, no Sábado Santo é o início da<br />
comemoração da Ressurreição do Senhor. Consta de<br />
diversas partes: a Celebração da Luz; a Celebração do Círio<br />
Pascal; a Liturgia da Palavra; a Liturgia batismal e a liturgia<br />
eucarística. Nesta celebração a Igreja canta o “exultet”, o<br />
canto da vitória.<br />
Celebrar a Semana Santa é fortalecer a alegria e a<br />
esperança!<br />
(Luci Angela Lopes Gobeti - Equipe de Liturgia)<br />
Adaptação de trechos dos livros: Vivendo a Semana Santa - Pe.<br />
Antonio Carlos Oliveira de Souza e outros - ed. Santuário; A<br />
Semana Santa - Prof. Felipe de Aquino<br />
A CONDENAÇÃO DE<br />
JESUS CRISTO<br />
N a l i t u r g i a d o<br />
Domingo de Ramos<br />
encontramos o texto do<br />
evangelista Marcos<br />
sobre o julgamento e<br />
condenação de Jesus,<br />
descrevendo de forma<br />
narrativa a atitude de<br />
cada personagem e as<br />
ações do Cristo em seu<br />
julgamento. Este trecho<br />
do Evangelho carrega a<br />
verdade cristã: a morte de Jesus Cristo é consequência do pecado<br />
do homem.<br />
Poderia o povo ter condenado o assassino e libertado o<br />
inocente, mas pela misericórdia divina, era o Messias que deveria<br />
ser entregue ao sacrifício. Notamos que o julgamento de Jesus é<br />
descrito pelos quatro evangelistas (Mt 27, Mc 15, Lc 23 e Jo 19) e<br />
em todos os textos encontramos a palavra “entregar”. Pode<br />
parecer que é Pilatos que entrega Jesus para ser crucificado, mas<br />
a corriqueira aparição do termo também nos capítulos 9, 10 e 14<br />
de Marcos nos mostra que naquele momento é Deus que entrega<br />
seu filho ao povo, em sacrifício, para remissão dos pecados.<br />
O julgamento se inicia pelas acusações dos príncipes e dos<br />
sumos sacerdotes, das quais Pilatos espera uma defesa. Mas<br />
Jesus se cala em cumprimento a profecia de Isaias pela qual<br />
descreve que “Ele foi oprimido e afligido; e, contudo, não abriu a<br />
sua boca; como um cordeiro, foi levado para o matadouro; e,<br />
como uma ovelha que diante de seus tosquiadores fica calada, Ele<br />
não abriu a sua boca” (Is 53, 7).Com efeito, não poderia ter sido<br />
diferente, como podemos ler um pouco antes no texto profético, a<br />
primeira leitura que compõe a liturgia do Domingo de Ramos.<br />
Pôncio Pilatos era um governador justo, porém se acovardou<br />
diante da multidão que clamava pela crucificação do Cristo.<br />
Pilatos deixa transparecer a todo momento que está consciente da<br />
inocência de Jesus, questiona o povo, recusa-se a condená-lo em<br />
primeiro momento, insistindo em sua inocência e, como último<br />
recurso que detinha, propõe a libertação pelo indulto pascal. Com<br />
que angústia encontramos no texto bíblico o clamor do povo pela<br />
libertação de Barrabás, ainda mais quando sabiam, que tal<br />
escolha condenaria um inocente a crucificação.<br />
A profecia deveria se cumprir e o pecado do homem é<br />
evidenciado pela resposta do povo ao questionamento: “Que<br />
quereis então que eu faça com o rei dos judeus?”. Estejamos<br />
atentos, não foi Pilatos, Herodes, nem mesmo os sumos<br />
sacerdotes por si só que condenaram Jesus Cristo, a resposta é<br />
dada pelo povo que grita “ Crucifica-o! ”.<br />
Que nesta celebração do Domingo de Ramos deixemos as<br />
palavras de São Paulo (2ª Leitura) nos lembrar do amor de Deus,<br />
que entregou seu filho unigênito a morte e ressurreição, pela<br />
remissão dos nossos pecados. Busquemos reconhecer o Deus<br />
Vivo e Verdadeiro, que “esvaziou-se a si mesmo, assumindo a<br />
condição de escravo e tornando-se igual aos homens”,<br />
prostremo-nos diante do Cristo que “humilhou-se a si mesmo,<br />
fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz”. E na<br />
C ebração da Páscoa sejamos todos “homens novos”.<br />
el<br />
Luís Gustavo Conde