Desperta Comunidade - Março 2018

09
08 de março – DIA DA MULHER
Toda mulher carrega em si um pouco de Maria.
Que Nossa Senhora, a Mãe de Jesus e nossa, modelo de mulher, mãe,
esposa e trabalhadora, ilumine e proteja todas as mulheres neste dia e
sempre.
Por meio destas, queremos homenagear todas as mulheres de nossa comunidade
paroquial.
Parabéns, Deus as abençoe!
“Que queres que te faça?”
Mc
A passagem que relata o
encontro de Jesus com o cego Bartimeu
em Jericó é uma das mais expressivas
do Evangelho. E a forma como tudo
acontece, como Jesus cura o cego, é
muito tocante e sugestiva.
Quando Jesus opera um milagre como esse que
acontece em Jericó, Ele não só cura o inválido, como também
restitui a dignidade para aquela pessoa, tira-a da marginalidade.
Pois na sociedadehebraicadaquela época, enquanto inválida, a
pessoa é destituída de seus direitos, é estigmatizada e vive (ou
sobrevive)à parte da comunidade. A discriminação era total e
manifesta nas leis. Em Levítico, 21 se observa que o homem com
deformidade corporal não pode fazer oferenda a Deus, e nem se
aproximar de seu ministério. A deficiência era vista pelos antigos
hebreus, como indicadora de impureza, remissão de pecados
antigos, interferência de maus espíritos e das forças más da
natureza, logo os deficientes tinham que esmolar para sobreviver,
ficando expostos nas ruas e praças, e eram apenas tolerados pela
sociedade.
Jesus altera toda essa situação quando cura o cego, insere-o
novamente na sociedade como membro ativo, vivo e digno.Mas
este fato, ao invés de ser motivo de alegria para os sacerdotes e
mestres da lei, pelo contrário, os deixa profundamente irritados.
Muito além da ira que eles sentem porque Jesus os contradiz, já que
eles sempre acusaram o filho de Maria de ser um charlatão e
mentiroso, entretanto, operando milagres, Ele prova o contrário,
prova que o reino de Deus está próximo. E neste fato ocorrido, é
inevitável que se reconheça Jesus como o Messias prometido.
Na mentalidade corrente daquele tempo, qualquer pessoa
portadora de deficiência física era um pecador que estava sendo
punido por uma falta grave.
CPP – Paróquia Nossa Senhora Aparecida
O Cego de Jericó – Parte I
10, 46-52
Bíblia Católica Online
https://www.bibliacatolica.com.br/biblia-ave-maria/sao-marcos/10
Se essa pessoa, no entanto, houvesse nascido com aquela
deficiência, e portanto,não tivesse compreensão ou capacidade
para praticar qualquer pecado, enquanto recém nascido, então o
pecado era de seus pais, que possivelmente teriam cometido
alguma ofensa a Deus em algum momento de suas vidas, e que
agora estavam sendo punidos por isso.
Imagine você o trauma que uma família sujeita a tal situação
sofria, social e emocionalmente. Imagine os pais de uma criança que
nasce cega, ou desenvolve a cegueira na sua infância, sendo essa
deficiência a punição por um delito praticado, que a criança, por ser
recém nascido, não poderia ter cometido conscientemente.
Além de sofrerem pela condição do filho, incapacitado
permanentemente, ainda carregam o fardo de serem os culpados
pela desgraça que se abateu sobre uma criatura inocente, que
inexoravelmente irá sofrer esse estigma pela vida inteira, sem
perspectiva que não seja a mendicância.
O relacionamento desta família com Deus está profundamente
abalado. Como aceitar o sofrimento de um filho dessa forma, por um
pecado que ele mesmo não tem ciência de que cometeu? Como
aceitar um Deus que castiga com tamanha dureza toda uma família,
que sofre as conseqüências de um delito não compreendido? E
ainda sofre com o descaso e discriminação de toda a sociedade, que
os consideram “impuros” e “indignos”.
Todo esse fardo é retirado, tanto do cego Bartimeu como de
sua família, no momento que Jesus pergunta ao cego: “Que queres
que te faça?” O relacionamento daquelas pessoas com Deus, o
Senhor de suas vidas, até então totalmente fragilizado, é restaurado.
A confiança no Senhor ressurge, como sol iluminando as trevas,
como um sopro de esperança que transforma e indica um caminho
que se abre à frente...
(Continua no próximo mês)
Edimilson Botéchia