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GAZETA DIARIO 538

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HIV não é sinônimo de aids e tratamento<br />

pode garantir vida normal a pacientes<br />

JR<br />

A única maneira de<br />

evitar que a aids se<br />

desenvolva é recebendo<br />

medicação adequada<br />

Maiana Diniz<br />

Agência Brasil<br />

Divulgação<br />

Fotografia<br />

Ter HIV não significa estar com aids. Assim<br />

como milhares de brasileiros, a estudante<br />

Blenda Silva, de 24 anos, que descobriu há<br />

seis meses ser soropositiva, só aprendeu a diferença<br />

após ser diagnosticada com o vírus.<br />

"Quando pensam no assunto, as pessoas ainda<br />

se lembram de Cazuza, de Renato Russo e de outros<br />

ícones que morreram de aids no início da epidemia<br />

e acham que ser portador de HIV é uma sentença de<br />

morte, além de achar que HIV e aids são a mesma coisa. Não<br />

é, e com tratamento é possível afastar a ameaça da aids,"<br />

esclarece.<br />

No Brasil, a estimativa é que 160 mil pessoas estejam<br />

vivendo com HIV sem saber. O HIV, sigla de Human Immunodeficiency<br />

Virus, em inglês, é o causador da aids,<br />

mas isso não significa que todas as pessoas que têm o<br />

vírus vão desenvolver a doença, segundo o infectologista<br />

Pablo Velho, médico da Secretaria de Saúde de Santa Catarina<br />

que trabalha há dez anos com pacientes soropositivos.<br />

"Ainda não existe uma cura para a aids, mas o vírus<br />

pode ser controlado com medicamentos," destaca.<br />

Segundo o médico, a única maneira de evitar que a<br />

aids se desenvolva é recebendo medicação adequada após<br />

o diagnóstico de infecção pelo vírus. "Em alguns indivíduos<br />

isso acontece de forma muito rápida, e eles podem desenvolver<br />

a aids em até dois anos após o contágio. Na<br />

outra ponta, há algumas pessoas que podem levar mais<br />

de dez anos. Em média, são sete anos, mas não se pode<br />

confiar nisso, porque varia de pessoa para pessoa e não<br />

faz sentido esperar a pessoa ficar mal para começar<br />

o tratamento," explica.<br />

O tratamento pode deixar o paciente com<br />

uma carga viral indetectável e, nesses casos, o<br />

HIV se torna intransmissível na relação sexual.<br />

"A expectativa de vida hoje de uma pessoa que<br />

tem um diagnóstico precoce e inicia o tratamento<br />

imediatamente e mantém a carga viral indetectável<br />

é semelhante à de uma pessoa com a mesma<br />

faixa etária e que não tenha HIV," conta Velho.<br />

De acordo com o médico, é comum que os<br />

pacientes não acreditem nessa informação<br />

quando a recebem na primeira consulta, mas<br />

que mudam hábitos a partir da descoberta do<br />

HIV: "já vi muitos pacientes parando de fumar,<br />

deixando de ser sedentários e se alimentando<br />

melhor depois do diagnóstico. Não vou dizer que<br />

ter o HIV seja uma coisa boa, claro que não, mas<br />

muita gente passa a cuidar mais da saúde. As<br />

consultas que fazemos hoje com pacientes de HIV<br />

são de saúde".

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