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GAZETA DIARIO 545

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Ancine anuncia cotas de gênero e raça<br />

em edital para produção de filmes<br />

JR<br />

Dos R$ 100 milhões<br />

previstos, pelo menos<br />

35% deverá ser<br />

destinado a propostas<br />

que tenham diretoras<br />

Léo Rodrigues<br />

Agência Brasil<br />

Divulgação<br />

Imagem<br />

Na semana passada, a Agência Nacional<br />

de Cinema (Ancine) anunciou que<br />

o edital do Concurso Produção para<br />

Cinema 2018 passará a incluir cotas para diretores<br />

negros e indígenas e também para cineastas<br />

mulheres. De acordo com o órgão, a decisão<br />

foi tomada pelo comitê gestor do Fundo<br />

Setorial do Audiovisual, após ouvir as demandas de<br />

entidades e associações do setor e levando em consideração<br />

um amplo diagnóstico feito sobre gênero e raça<br />

na produção cinematográfica brasileira.<br />

O Concurso Produção para Cinema 2018 prevê a<br />

destinação de R$ 100 milhões a projetos de longasmetragens<br />

independentes de ficção, documentário ou<br />

animação. De acordo com a Ancine, pelo menos 35%<br />

desse total deverá ser destinado a propostas que tenham<br />

diretoras mulheres, incluindo mulheres transexuais<br />

e travestis. Além disso, no mínimo 10% do<br />

montante será reservado a projetos com diretores negros<br />

e indígenas. O edital foi lançado no dia 19 de março<br />

sem essa novidade, mas as mudanças foram aprovadas<br />

no último dia 26 .<br />

Os R$100 milhões são provenientes do Fundo Setorial<br />

de Audiovisual, gerido por representantes da Ancine,<br />

do Ministério da Cultura, de agentes financeiros<br />

credenciados e da indústria audiovisual. A principal<br />

fonte de receita do fundo é a Contribuição para o Desenvolvimento<br />

da Indústria Cinematográfica Nacional<br />

(Condecine), que é cobrada sobre veiculação, produção,<br />

licenciamento e distribuição de obras cinematográficas<br />

e videofonográficas com fins<br />

comerciais.<br />

Outra mudança aprovada pelo comitê gestor<br />

do fundo foi a alteração nos pesos dos quesitos<br />

de avaliação dos projetos na modalidade<br />

B, que contempla longas-metragens de ficção,<br />

documentário e animação com ênfase em projetos<br />

de perfil autoral e propósitos artísticos<br />

evidentes. A pontuação do projeto será mais<br />

relevante para a classificação, do que outros<br />

critérios. A expectativa é de que as mudanças<br />

permitam que produtoras pequenas e iniciantes<br />

tenham mais oportunidades de serem<br />

contempladas.<br />

Segundo a Ancine, uma pesquisa da Comissão<br />

de Gênero e Diversidade do órgão detectou<br />

que 75,4% dos filmes lançados em 2016<br />

foram dirigidos por homens brancos. Daí a<br />

necessidade de se criar medidas voltadas para<br />

ampliar a representatividade de mulheres,<br />

negros e indígenas no setor.

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