GAZETA DIARIO 545
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Foz do Iguaçu, terça-feira, 3 de abril de 2018<br />
Cidade<br />
07<br />
CRIME PASSIONAL<br />
Caso Lourdes: acusados de homicídio<br />
duplamente qualificado irão a júri popular<br />
Vítima foi morta a tiros em março de 2014, quando saía para<br />
trabalhar; crime, segundo a polícia, teria sido motivado por ciúmes<br />
Da redação<br />
Reportagem<br />
Quatro homens acusados<br />
de homicídio duplamente qualificado<br />
e associação criminosa<br />
serão levados a júri popular<br />
na próxima quinta-feira (5). Os<br />
réus Claudemir de Souza, José<br />
Carlos Pereira, Mário Ângelo<br />
Veiga e Luiz Carlos de Moraes<br />
foram indiciados por suposta<br />
participação no assassinato de<br />
Lourdes Rodrigues Aleixo. O<br />
julgamento terá início às 8h,<br />
no Plenário do Júri de Foz do<br />
Iguaçu, e será aberto à população.<br />
Lourdes, na época com 33<br />
anos, foi morta a tiros em uma<br />
emboscada na<br />
manhã do dia 20<br />
de março de 2014.<br />
Ela trabalhava<br />
Foto: divulgação<br />
Lourdes Aleixo foi assassinada com quatro<br />
tiros de revólver 38 na manhã de 20 de<br />
março de 2014<br />
em uma panificadora<br />
no centro de<br />
Foz e no dia do<br />
crime se preparava<br />
para deixar a<br />
residência onde<br />
morava, na Rua<br />
Diadema, região<br />
do bairro Curitibano<br />
II, por volta<br />
das 6h30, quando<br />
foi surpreendida<br />
por dois homens<br />
em uma motocicleta.<br />
Um deles<br />
efetuou quatro<br />
disparos contra a<br />
mulher, que foi<br />
atingida na cabeça,<br />
tórax e abdômen.<br />
Ela chegou a ser socorrida<br />
pelo SIATE, mas morreu a<br />
caminho de um hospital.<br />
Logo após o crime, familiares<br />
da vítima procuraram a Delegacia<br />
de Homicídios relatando<br />
que a mulher teria se queixado<br />
que vinha sendo ameaçada<br />
por um homem havia vários<br />
dias, porém não souberam<br />
informar o motivo da perseguição.<br />
A possibilidade de latrocínio<br />
(roubo seguido de morte)<br />
foi descartada ainda no local<br />
da execução, já que nenhum<br />
pertence da vítima havia sido<br />
levado.<br />
Quinze dias depois do início<br />
das investigações, a Polícia<br />
Civil apreendeu a arma utilizada<br />
no crime,<br />
durante uma tentativa<br />
de roubo a<br />
um posto de combustíveis.<br />
O rapaz<br />
que estava com a<br />
posse do revólver<br />
de calibre 38 disse<br />
em depoimento que<br />
a arma pertencia a<br />
Claudemir de Souza,<br />
conhecido no<br />
meio policial como<br />
Já Morreu, e teria<br />
sido usado no homicídio<br />
de Lourdes<br />
Aleixo. O revólver<br />
foi submetido pelas<br />
equipes de perícia a<br />
um exame balístico<br />
que confirmou a<br />
informação.<br />
Diante das<br />
evidências,<br />
Souza teve o mandado de<br />
prisão expedido pela Justiça<br />
de Foz do Iguaçu, sendo<br />
preso alguns meses após o<br />
crime em uma casa na região<br />
da Vila C. Ele foi encaminhado<br />
à Cadeia Pública<br />
Laudemir Neves, onde<br />
aguarda o julgamento. Depois<br />
da prisão do atirador,<br />
a polícia chegou ao nome de<br />
José Carlos Pereira, apontado<br />
como mandante do assassinato.<br />
Segundo informações,<br />
Pereira teria contratado<br />
uma terceira pessoa para<br />
agenciar a morte da vítima,<br />
que supostamente mantinha<br />
um relacionamento<br />
Foto: divulgação<br />
"Luiz Carlos foi indicado apenas por uma<br />
testemunhas como tendo participação no<br />
caso; já o Mário confessou a participação,<br />
mas disse que não sabia se tratar de uma<br />
execução", informou o advogado de<br />
defesa, Carlos Bittencourt<br />
amoroso com a ex-esposa dele.<br />
O agenciador, identificado posteriormente<br />
como Luiz Carlos<br />
de Moraes, foi preso em maio<br />
de 2015, na cidade de São Miguel<br />
do Oeste (SC). Conforme<br />
a investigação, dias antes do<br />
crime, ele teria procurado um<br />
adolescente que se negou a participar<br />
do homicídio e indicou<br />
Claudemir. Em depoimento, ele<br />
negou a participação no assassinato.<br />
"O Luiz Carlos foi citado<br />
apenas por uma testemunha<br />
das 37 ouvidas durante a apuração<br />
do inquérito, mas não há<br />
nada que prove a participação<br />
dele no crime", disse o advogado<br />
de defesa, Carlos Bittencourt.<br />
“Não sabia”<br />
Por sua vez, Mário Veiga<br />
foi preso logo após Moraes,<br />
em Santa Terezinha de<br />
Itaipu. Ele teria sido o<br />
motoqueiro que levou o<br />
executor (Claudemir) até a<br />
residência da vítima e<br />
posteriormente auxiliou na<br />
fuga. Após ser detido,<br />
Veiga teria confessado a<br />
participação no crime,<br />
alegando que aceitou<br />
realizar o transporte<br />
porque acreditava que o<br />
atirador iria entregar<br />
drogas e ele receberia pelo<br />
serviço.<br />
"O Mário confessou que<br />
participou do crime, mas<br />
afirma que não sabia que<br />
se tratava de um<br />
homicídio. Ele acreditou<br />
que a pessoa que iria<br />
transportar entregaria<br />
drogas ou alguma arma,<br />
não sabia que se tratava de<br />
uma execução", revelou<br />
Bittencourt.<br />
Quatro anos após o<br />
homicídio, os acusados<br />
sentarão no banco dos réus<br />
frente às testemunhas de<br />
defesa e acusação e a<br />
família da vítima. Devido<br />
à complexidade do caso, o<br />
julgamento pode perdurar<br />
por até dois dias. Cada<br />
parte terá em torno de<br />
duas horas e 30 minutos<br />
para expor seus<br />
argumentos. Se<br />
condenados, os réus podem<br />
pegar mais de 30 anos de<br />
prisão pelos crimes de<br />
homicídio qualificado e<br />
associação criminosa.