GAZETA DIARIO 581
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Foz do Iguaçu, quinta-feira, 17 de maio de 2018<br />
OPERAÇÃO SINECURA<br />
Geral<br />
11<br />
Tulio Bandeira é preso novamente<br />
Ele é acusado de participar de um esquema para desviar dinheiro da<br />
Prefeitura de Araucária; o ex-prefeito pegou 50 anos de cadeia<br />
Adelino de Souza<br />
Freelancer<br />
O advogado Tulio Bandeira<br />
foi preso nessa terçafeira<br />
(15) em Santo Antônio<br />
do Sudoeste. Ele é acusado<br />
de participar de um<br />
esquema para causar prejuízos<br />
aos cofres públicos da<br />
Prefeitura de Araucária, na<br />
região metropolitana de<br />
Curitiba.<br />
A prisão preventiva se<br />
deu no âmbito da Operação<br />
Sinecura, um braço da<br />
Operação Fim de Feira. O<br />
Ministério Público informou<br />
que três empresas tinham<br />
contrato com a Prefeitura<br />
de Araucária e pagavam<br />
propina a servidores<br />
em troca de apoio a projetos<br />
da empresa. Tulio Bandeira<br />
seria intermediário do<br />
esquema.<br />
Segundo o MP, os servidores<br />
recebiam em torno de<br />
R$ 120 mil por mês das três<br />
empresas envolvidas. A<br />
mesma ação investiga envolvimento<br />
de vereadores, que<br />
indicavam cargos em comissão<br />
na prefeitura daquela<br />
cidade. Um vereador teria<br />
indicado 11 cargos comissionados.<br />
O pagamento da propina<br />
teve início em janeiro de<br />
2013 e prosseguia até julho<br />
de 2016, quando o Ministério<br />
Público passou a investigar<br />
o esquema. O desvio<br />
total se aproxima de R$<br />
5 milhões.<br />
"Fim de Feira"<br />
Em outubro de 2010, a<br />
Justiça de Araucária chegou<br />
a condenar o ex-prefeito<br />
daquela cidade, Rui<br />
Alves de Souza, do PTC, a<br />
50 anos de prisão pelos crimes<br />
de concussão, organização<br />
criminosa e lavagem<br />
de dinheiro. O PTC é o<br />
mesmo partido de Tulio<br />
Bandeira.<br />
Tulio Bandeira responde a diversas ações e foi<br />
preso pela terceira vez<br />
Souza era vice e assumiu<br />
o cargo em 2016, após<br />
a renúncia do titular. Também<br />
foram condenados<br />
quatro ex-secretários (de<br />
Finanças, Governo, Meio<br />
Ambiente e Obras Públicas<br />
e Transportes), o então procurador-geral<br />
do município<br />
e o responsável por articular<br />
os crimes.<br />
As condenações ocorreram<br />
no âmbito da Opera-<br />
ção Fim de Feira, deflagrada<br />
em dezembro de 2016<br />
pelas Promotorias de Justiça<br />
de Araucária e pelo Grupo<br />
de Atuação Especial de<br />
Combate ao Crime Organizado<br />
(GAECO), do Ministério<br />
Público do Paraná.<br />
Além dos crimes já citados,<br />
o ex-prefeito estaria envolvido<br />
num esquema de favorecimento<br />
às empresas de<br />
transporte coletivo.<br />
Tulio foi candidato a<br />
prefeito e governador<br />
O advogado Tulio Bandeira foi candidato a governador<br />
do Paraná em 2014 e a prefeito de Foz do Iguaçu em<br />
2016. Durante a Operação Pecúlio, ele foi acusado de<br />
corrupção passiva e ativa, fraudes em licitações e<br />
organização criminosa.<br />
"De acordo com as investigações realizadas, tem-se uma<br />
grande proximidade entre o investigado Túlio Marcelo<br />
Denig Bandeira e o prefeito Reni Clóvis de Souza Pereira,<br />
tendo doado aproximadamente R$ 2 milhões para a<br />
campanha, sem que esse valor fosse formalmente<br />
contabilizado", afirmou o MPF na denúncia.<br />
Segundo o MPF, durante o governo de Reni, o advogado<br />
Tulio passou a exercer, de fato, a gestão da saúde em Foz<br />
do Iguaçu tanto na Fundação Municipal de Saúde<br />
quanto na Secretaria de Saúde. As informações foram<br />
colhidas em documentos, delações e interceptações<br />
telefônicas.<br />
Grilagem de terras<br />
Durante a campanha para prefeito, Tulio Bandeira chegou<br />
a ser preso pela Polícia Civil do Mato Grosso por oito dias,<br />
suspeito de grilagem de terras e associação criminosa.<br />
Segundo o delegado Vander dos Santos Neves, Tulio<br />
Bandeira "contratava capangas armados para expulsar<br />
famílias das terras e tomar posse. É o chefe da associação<br />
criminosa e muito temido no Mato Grosso", disse o<br />
delegado em entrevista coletiva.<br />
Na operação batizada de Deméter, outras duas pessoas<br />
foram presas e quatro levadas para prestar depoimentos.<br />
Em 2007, Tulio havia sido preso sob a acusação de fazer<br />
parte de uma quadrilha de roubo de cargas.