GAZETA DIARIO 581

Foz do Iguaçu, quinta-feira, 17 de maio de 2018
RAMADÃ 2018
Cidade
09
Comunidade muçulmana de Foz do Iguaçu
entra no período de jejum do mês de Ramadã
Para o xeique Oussama El Zahed, o mês é dedicado à paciência e ao
agradecimento a Deus pelo destino e pela bondade
Jackson Lima
Reportagem
Desde a madrugada
desta quinta-feira (17),
correspondente ao primeiro
dia do nono mês
lunar de Ramadã, os
muçulmanos de todo o
mundo começaram o período
de jejum que durará
30 dias. "A palavra
que usamos é madrugada,
que equivale às 6h da
manhã e vai até as 18h",
explicou o xeique Oussama
El Zahed, que assumiu
a Mesquita Omar
Ibn al-Khattab há cerca
de 15 dias substituindo o
xeique Abdo Nasser el-
Khatib. Durante o Ramadã,
um período de purificação,
devoção e paci-
Xeique Oussama El Zahed lembra que a vida
é passageira e que um dia todos passarão
pela justiça divina
Fotos: Roger Meireles
Vista aérea da Mesquita Omar Ibn al-Khattab em Foz do Iguaçu
ência, os muçulmanos jejuam
durante o dia, fazem
todas as orações
prescritas durante o dia
e celebram a revelação do
Alcorão ao profeta
Muhammad (Maomé).
Como o calendário
muçulmano é lunar, a
aparição da Lua logo
após o período da lua
nova é o que marca o fim
e o início dos meses. Ontem
(16) foi o último dia
do oitavo mês muçulmano
de Shaaban. Autoridades
islâmicas das duas
mesquitas de Foz do
Iguaçu haviam programado
a observação do céu
no começo da noite da
terça-feira, dia 15, no
Polo Astronômico do
PTI, em busca dos primeiros
sinais da Lua no
céu. "Não pôde ser feito
porque o tempo ficou nublado",
lembrou.
Para os muçulmanos,
foi no mês de Ramadã que
o livro sagrado Alcorão
foi revelado ao profeta
Muhammad. O período é
aclamado como uma oportunidade
para os fiéis não
só jejuarem mas também
renovarem a fé, praticarem
a caridade de forma
mais intensa e, por meio
do jejum, sentirem o problema
dos outros como a
fome e o sofrimento.
Em entrevista ao jornal
Gazeta Diário, o xeique
Oussama El Zahed
recomendou paciência
aos muçulmanos que
acompanham as notícias
do Oriente Médio e a escalada
de violência na região
considerada sagrada
para as três grandes religiões
monoteístas: islã,
cristianismo e judaísmo.
"O mês de Ramadã é o
mês da paciência. Essa é
a principal mensagem
que devemos divulgar a
toda a humanidade. As
armas não pregam coisa
nenhuma. Tudo é pregado
através da paciência e
da bondade", disse o xeique,
lembrando ainda
que é necessário agradecer
a Deus pelo destino.
"Tanto quem sofre como
aquele que aproveita
não pode esquecer que
tudo é passageiro. Uma
hora parte, tudo acaba,
todo o sofrimento, e então
todos ficam nas
mãos da justiça divina",
concluiu.
À espera
da Lua
O momento exato em
que a Lua é avistada
no céu sinalizando o
fim do mês de
Shaaban e o começo
do Ramadã é um dos
assuntos mais
discutidos e
aguardados no mundo
muçulmano. As
observações locais dos
céus na Arábia
Saudita, Qatar,
Indonésia, Líbano,
Síria, Egito e outros
países islâmicos
anunciaram o início
do Ramadã para hoje,
quinta-feira, 17.
Muitas comunidades
nos Estados Unidos e
Europa que dependem
de cálculos
astronômicos
começaram o jejum e
os preceitos do
Ramadã ontem, 16.
O mês sagrado será
encerrado no dia 14 de
junho. Quem jejuou
poderá celebrar o fim
do Ramadã na festa do
Eid al-Fitr — em Foz
do Iguaçu, marcada
por um jantar da
comunidade no
último dia e
tradicionalmente um
café da manhã nas
duas mesquitas no dia
seguinte.