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ENTREVISTA<br />
EXCLUSIVA<br />
FUADABINADER<br />
por Vania Vial<br />
<strong>CIRCUITO</strong>: A inovação, a tecnologia são alavancadores da<br />
educação, da economia, do desenvolvimento, é isso que move<br />
o mundo. A Internet das Coisas está chegando trazendo novos<br />
conceitos, novos produtos, novos mercados, criando milhões<br />
de informações e conhecimento. Gostaríamos de começar conceituando,<br />
na sua visão de pesquisador do INDT, o que é Internet<br />
das Coisas? Como ela surgiu? Em que fase ela está da<br />
história desse ciclo de inovação?<br />
FUAD: Considero uma evolução natural no compasso que<br />
estamos em termos de comunicação, telecomunicações, coleta<br />
e processamento de dados... Surgiu no início dos anos 90, com<br />
a ideia da computação ubíqua, de se ter computação não só no<br />
PC na mesa, mas que fosse espalhada por todos os lugares, perfazendo<br />
todos os aspectos da tua vida. Ainda não se tinha<br />
muita clara a ideia de mobilidade. De lá para cá, tivemos pelo<br />
menos 3 ondas de revolução que a Internet causou. A primeira<br />
foi a onda da comunicação eletrônica, do e-mail. O correio<br />
eletrônico foi a primeira introdução a Internet das Coisas, e<br />
causou certa revolução, inclusive econômica. A segunda onda<br />
é a da Internet, da web. Acessar UOL, Orkut foi onde teve a<br />
explosão para o grande público e se popularizou. A terceira<br />
onda foi tirar isso das lan houses e de quem tinha condições de<br />
ter um computador e levar para um dispositivo mais barato e<br />
mais acessível, que é o celular, o smarthphone, a onda móvel,<br />
essa foi a terceira grande onda, na qual todos os aspectos da tua<br />
vida estão relacionados ao celular, se você perde seu celular é<br />
como se perdesse sua carteira, óculos, às vezes a pessoa prefere<br />
perder a carteira a o celular, a vida toda dela está ali. Então, é a<br />
evolução natural. Na primeira onda eu consigo sair do meu<br />
mundinho e me comunicar, na segunda eu consigo obter informações<br />
de áudio, vídeo, trocar mensagens, pesquisar de uma<br />
forma agradável. Na terceira, eu levo isso pra qualquer lugar<br />
que eu vou.<br />
conseguem fazer muita coisa e que custam $ 20 dólares, $30<br />
dólares. Pequenos computadores que conseguem fazer um conjunto<br />
razoável de funções e com uma interface de comunicação<br />
Wi-Fi, Bluetooth por $2 dólares, $5 dólares, então hoje você<br />
consegue ter um poder computacional, que antes era só possível<br />
ter em uma empresa, em um dispositivo muito barato que<br />
é seu. Você compra e nem se preocupa se perdeu ou não, então<br />
teve uma grande escala que antes não tínhamos isso. O<br />
segundo fator foram as tecnologias de telecomunicações que<br />
permitiram que você conectasse esses dispositivos de forma a<br />
coletar e transmitir comandos, tendo uma evolução natural da<br />
tecnologia de comunicação. Há 10, 15 anos atrás você não pensava<br />
em adquirir em grande escala e preço e custo para conectar<br />
milhões de dispositivos numa cidade, por exemplo, o<br />
celular GSM era um negócio pra você fazer ligação, mandar<br />
mensagem e pouco mais que isso. O avanço natural das telecomunicações<br />
para, primeiro, prover Internet de qualidade<br />
razoável, depois, alcançar uma escala de usuários e garantir<br />
qualidade de serviços muito grande, levou ao desenvolvimento<br />
<strong>CIRCUITO</strong>: Qual é o próximo passo natural?<br />
FUAD: Essa confluência de fatores permitiu desenvolver o<br />
conceito da Internet das Coisas, porque começaram a surgir<br />
determinadas coisas que já temos em realidade hoje, inclusive<br />
no Brasil. Primeiro foi o barateamento de hardware, computadores<br />
pessoais eram caros, mas hoje em dia o poder computacional<br />
de um computador 486 perde para o de um celular<br />
barato. Você tem dispositivos como por exemplo o Raspberry<br />
Pi, Arduino, ou a plataforma Galileo, da Intel, dispositivos que<br />
Circuito 20