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28 Viver Saúde <strong>GAZETA</strong> <strong>DIARIO</strong><br />
Foz do Iguaçu, segunda-feira, 6 de agosto de 2018<br />
RELAÇÃO PERIGOSA<br />
O inverno exige cuidados com<br />
a saúde cardiovascular<br />
Doenças infecciosas são uma ameaça ao coração, porque sobrecarregam a respiração e o sistema<br />
imune. E, com isso, exigem demais do músculo cardíaco.<br />
O inverno não é só a<br />
estação dos infectologistas,<br />
que se preocupam com gripe,<br />
pneumonia e afins. Nem<br />
apenas dos dermatologistas,<br />
sempre de olho em como<br />
manter a pele hidratada nos<br />
dias mais secos. Essa estação<br />
também cobra atenção<br />
especial dos cardiologistas,<br />
os médicos que cuidam do<br />
nosso coração.<br />
Presidente da Sociedade<br />
de Cardiologia do Estado<br />
de São Paulo (Socesp),<br />
Francisco Saraiva destaca<br />
os desafios dos dias frios<br />
e secos para o bem-estar<br />
do peito. E reforça a importância<br />
de a população com<br />
alguma pane cardíaca não<br />
deixar de se vacinar contra<br />
gripe e pneumonia.<br />
O que o inverno tem a<br />
ver com a saúde do coração?<br />
O próprio resfriamento<br />
da temperatura induz alterações<br />
no organismo que<br />
podem mexer com a saúde<br />
cardiovascular. Ele induz<br />
pequenos espasmos [uma<br />
contração involuntária] nas<br />
artérias, principalmente em<br />
artérias doentes. Esses espasmos,<br />
dependendo da situação,<br />
dificultam a chegada<br />
de sangue para o coração, o<br />
que causaria angina.<br />
Além disso, a secura<br />
do ar gera uma menor dispersão<br />
de poluentes. E a<br />
poluição está associada a<br />
problemas cardíacos.<br />
Agora, talvez o fator<br />
mais importante sejam<br />
as doenças infecciosas,<br />
que direta ou indiretamente<br />
prejudicam o coração,<br />
principalmente de alguém<br />
mais velho ou com alguma<br />
doença prévia. Essas infecções<br />
são mais comuns no<br />
inverno pela aglomeração<br />
de pessoas em espaços<br />
fechados, por exemplo. Para<br />
ter ideia, o cardiopata tem<br />
recomendação oficial para<br />
tomar as vacinas contra<br />
gripe e pneumonia. Ele faz<br />
parte dos grupos prioritários.<br />
Como a gripe e a pneumonia<br />
prejudicam a saúde<br />
cardiovascular?<br />
São vários os trabalhos<br />
que mostram, por exemplo,<br />
que pacientes cardíacos<br />
com pneumonia tem um<br />
maior risco de morte por<br />
problemas no coração. A<br />
verdade é que essas doenças<br />
sobrecarregam o<br />
organismo como um todo.<br />
Essas infecções exigem<br />
uma mobilização das células<br />
de defesa, que depende<br />
da circulação sanguínea.<br />
E afetam a respiração, o<br />
que piora a chegada de<br />
oxigênio nos tecidos do<br />
corpo. É como se o coração<br />
tivesse que trabalhar em<br />
dobro para lidar com essas<br />
situações. E, se ele já está<br />
no limite, pode acabar não<br />
aguentando.<br />
Como o vírus da gripe<br />
e as bactérias que comumente<br />
causam pneumonia<br />
estão à solta, é importante<br />
se proteger. E a vacinação é<br />
fundamental nesse sentido.<br />
Os vírus e bactérias podem<br />
atacar diretamente o<br />
coração?<br />
Podem. É a endocardite,<br />
uma infecção grave. Isso<br />
ocorre quando o agente infeccioso<br />
trafega pelo sangue<br />
e se aloja no coração. De<br />
novo, é uma situação mais<br />
comum em pacientes que já<br />
tem uma doença cardíaca.<br />
Até o citomegalovírus e o<br />
vírus da mononucleose [a<br />
doença do beijo] podem<br />
eventualmente atacar o coração,<br />
embora isso seja raro.<br />
Mas a verdade é que<br />
isso não corresponde à<br />
maioria dos casos. Em geral,<br />
as doenças infecciosas são<br />
uma ameaça ao coração,<br />
porque sobrecarregam a<br />
respiração e o sistema imune.<br />
E, com isso, exigem demais<br />
do músculo cardíaco.<br />
Viroses e resfriados também<br />
podem fazer mal para a<br />
saúde cardiovascular?<br />
É pouquíssimo provável.<br />
Talvez a gente encontre na<br />
literatura científica alguma<br />
associação leve, mas o<br />
foco não deveria ser esse.<br />
O paciente com um problema<br />
cardíaco precisa se<br />
preocupar com a gripe e a<br />
pneumonia, principalmente<br />
com o avançar da idade. Ele<br />
deve tomar as vacinas.<br />
( Dr. Francisco Saraiva<br />
é presidente da Sociedade<br />
de Cardiologia do Estado de<br />
São Paulo) .<br />
Os benefícios do aleitamento materno são inúmeros<br />
Os benefícios do aleitamento<br />
materno são inúmeros. Além<br />
de estar sempre pronto, na<br />
temperatura certa e não custar<br />
nada, esse ato estimula o vínculo<br />
afetivo entre a mãe e o bebê<br />
e é fundamental para a saúde<br />
de ambos. No caso materno, a<br />
amamentação contribui para a<br />
recuperação do útero, diminuindo<br />
o risco de hemorragia e anemia<br />
após o parto. O aleitamento<br />
materno também ajuda a reduzir<br />
o peso e a minimizar o risco de<br />
desenvolver, no futuro, câncer<br />
de mama e de ovário, doenças<br />
cardiovasculares e diabetes.<br />
Para o bebê, além de ser<br />
de fácil digestão, o leite humano<br />
provoca menos cólicas e a<br />
sucção colabora para o desenvolvimento<br />
da arcada dentária,<br />
da fala e da respiração. Além<br />
disso, o leite funciona como uma<br />
vacina natural - que não substitui<br />
o calendário básico de vacinação<br />
-, protegendo a criança<br />
contra doenças como anemia,<br />
alergias, infecções, obesidade<br />
e intolerância ao glúten.<br />
Durante o período de amamentação,<br />
o ideal é que a mãe<br />
mantenha uma dieta equilibrada,<br />
consumindo alimentos<br />
saudáveis de todos os grupos<br />
alimentares, como frutas, verduras<br />
e legumes, ingerindo<br />
bastante água, sucos e chás.<br />
Já o consumo excessivo de sal<br />
deve ser evitado.<br />
Com relação ao uso de medicamentos,<br />
é importante saber<br />
que muitas substâncias podem<br />
ser prejudiciais ao bebê. Antes<br />
de tomar qualquer remédio, é<br />
preciso consultar um médico,<br />
que fará a melhor indicação.<br />
Para continuar amamentando<br />
depois de retornar ao<br />
trabalho, o ideal é manter o<br />
estímulo à produção de leite.<br />
Uma boa alternativa é ordenhar<br />
o leite durante o expediente,<br />
fazendo a retirada manual ou<br />
utilizando uma bombinha de<br />
sucção. O leite extraído pode<br />
ser guardado na geladeira por<br />
12 horas e no congelador ou<br />
freezer por até 15 dias. Quando<br />
não estiver no trabalho, a mãe<br />
pode amamentar normalmente.<br />
( fonte: Governo Federal)