Jornal do Servidor - Praia Grande | Ed. 6 | Novembro 2018
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
área há menos de <strong>do</strong>is meses,<br />
toda a experiência que teve até o<br />
momento já fez muita diferença<br />
em sua vida. “Ouço sempre que<br />
não tem ninguém melhor que eu<br />
para fazer o que faço”. Kardecista<br />
(um ramo <strong>do</strong> espiritualismo<br />
que discursa sobre a existência<br />
de espíritos e seu relacionamento<br />
com as pessoas), Telma<br />
disse que sua rotina de trabalho<br />
acontece com muito carinho<br />
e respeito. “Agradeço muito à<br />
Deus por Ele sempre me manter<br />
empregada e ter que oportuniza<strong>do</strong><br />
um trabalho tão bom”.<br />
O também coveiro Carlos Alexandre<br />
Inácio <strong>do</strong> Nascimento, de<br />
38 anos, disse que o clima entre<br />
os funcionários é muito bom.<br />
“Ainda que as pessoas associem<br />
o cemitério com coisas tristes,<br />
como morte e luto, trabalhamos<br />
muito felizes, sempre com companheirismo<br />
e profissionalismo.<br />
Para ser sincero, a única coisa<br />
que me abala durante o trabalho<br />
são sepultamentos de crianças,<br />
mas o que me acalma é saber<br />
que fazemos nosso serviço da<br />
melhor forma possível para,<br />
quem sabe, oferecer um pouco<br />
de acalento para essas famílias”.<br />
Histórias assombradas podem<br />
até não ter, mas o coveiro Fábio<br />
Luiz Rebello, de 45 anos, confessou<br />
que demorou mais de<br />
10 dias para tomar coragem<br />
de tocar em um osso durante o<br />
trabalho. “Antes de vir para cá,<br />
nunca tinha bota<strong>do</strong> o pé em um<br />
cemitério. Não era me<strong>do</strong>, só não<br />
gostava mesmo. Minha ex-eposa<br />
me inscreveu no concurso há 15<br />
anos e só me dei conta para qual<br />
O ESPAÇO RECEBE DE 160 A 180 SEPULTAMENTOS POR MÊS<br />
cargo ia realizar a prova semanas<br />
depois”. Rebello brinca que<br />
usou to<strong>do</strong> o tempo disponível na<br />
época para assumir a função, 90<br />
dias, só crian<strong>do</strong> coragem para<br />
trabalhar. “Hoje em dia amo<br />
muito o que faço. Tiro de letra<br />
to<strong>do</strong> o serviço. Ainda assim, evito<br />
dizer para as pessoas que sou<br />
coveiro, já teve gente que até se<br />
benzeu na minha frente quan<strong>do</strong><br />
contei meu cargo, vê se pode?”.<br />
E trabalho é o que não falta no<br />
cemitério Morada da <strong>Grande</strong><br />
Planície. Atualmente com 42<br />
“Hoje em dia amo<br />
muito o que faço.<br />
Tiro de letra to<strong>do</strong><br />
o serviço. Ainda<br />
assim, evito dizer<br />
para as pessoas<br />
que sou coveiro”<br />
- Fábio Luiz Rebello,<br />
coveiro<br />
funcionários lota<strong>do</strong>s no local, o<br />
espaço recebe de 160 a 180 sepultamentos<br />
por mês, sem contar<br />
trabalhos como exumações<br />
e atividades administrativas.<br />
Além de toda a manutenção<br />
para deixar o lugar bonito e bem<br />
conserva<strong>do</strong> para os visitantes.<br />
“O importante é que as pessoas<br />
saibam que este é um local de<br />
serviço tão bom quanto qualquer<br />
outro na Prefeitura”, explicou,<br />
orgulhoso, o trabalha<strong>do</strong>r Marco<br />
Otaviano, de 46 anos.<br />
edição 06 | novembro <strong>2018</strong><br />
6<br />
jornal <strong>do</strong> servi<strong>do</strong>r | <strong>Praia</strong> <strong>Grande</strong>