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Toda Poesia - Paulo Leminski

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tout est déjà dit<br />

dans un jardin<br />

jadis<br />

fernando uma pessoa<br />

j’ai perdu ma vie<br />

par delicatesse?<br />

oui<br />

rimbaud<br />

moi<br />

aussi<br />

blade runner waltz<br />

Em mil novecentos e oitenta e sempre,<br />

ah, que tempos aqueles,<br />

dançamos ao luar, ao som da valsa<br />

A Perfeição do Amor Através da Dor e da Renúncia,<br />

nome, confesso, um pouco longo,<br />

mas os tempos, aquele tempo,<br />

ah, não se faz mais tempo<br />

como antigamente.<br />

Aquilo sim é que eram horas,<br />

dias enormes, semanas anos, minutos milênios,<br />

e toda aquela fortuna em tempo<br />

a gente gastava em bobagens,<br />

amar, sonhar, dançar ao som da valsa,<br />

aquelas falsas valsas de tão imenso nome lento<br />

que a gente dançava em algum setembro<br />

daqueles mil novecentos e oitenta e sempre.<br />

Tudo é vago e muito vário,<br />

meu destino não tem siso,<br />

o que eu quero não tem preço,<br />

ter um preço é necessário,<br />

e nada disso é preciso<br />

voyage au bout de la nuit<br />

o peito ensanguentado de verdades<br />

rolo na rua esta cabeça calva e cega<br />

não serve mais ao diabo que a carrega<br />

ópera fantasma<br />

Nada tenho.<br />

Nada me pode ser tirado.<br />

Eu sou o ex-estranho,<br />

o que veio sem ser chamado<br />

e, gato, se foi

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