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GemsConsult News No 2 | Andre Leite Consultoria Gemológica

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O Mercado<br />

Contemporâneo<br />

de Gemas e Joias<br />

O design de joias em todo o Mundo sofreu<br />

um enorme período de transição entre as duas<br />

últimas décadas do século XX e a virada do século<br />

XXI. Esta fase foi considerada pelo mercado uma<br />

época morna e também muito tímida no que diz<br />

respeito à criatividade de joias e que durou quase<br />

vinte anos.<br />

A euforia de estarmos entrando em um novo século<br />

foi muito benéfico para o setor no que diz respeito à<br />

ousadia e criatividade. As ferramentas, com o auxílio<br />

da tecnologia, tiveram uma melhora bastante<br />

significativa e a internet, transbordando de<br />

informações inéditas no campo artístico, conseguiu<br />

linkar os cinco continentes em tempo real. Acredito<br />

que isso mexeu muito com a cabeça das pessoas e,<br />

principalmente, com a dos artistas e designers. A<br />

partir de 2001 foram criados inúmeros eventos e<br />

movimentos pró design. O Brasil sendo um grande<br />

produtor de gemas coloridas e possuidor de uma<br />

grande diversidade cultural de norte a sul do país,<br />

foi um dos grandes beneficiados com toda esta<br />

campanha internacional. Estas diferenças de clima,<br />

cultura e biodiversidade flagrantes nas cinco regiões<br />

brasileiras, remete a um inesgotável silo de<br />

inspirações para os designers.<br />

As gemas de cor, brasileiras, como eram<br />

denominadas até o final do século XX, foram durante<br />

décadas muito apreciadas por grande maioria dos<br />

joalheiros internacionais como Bvlgari, Van Cleef &<br />

Arppels, Cartier, H. Stern, Amsterdam Sauer, dentre<br />

outros. As mais cotadas eram as águas-marinhas,<br />

topázios imperiais, turmalinas verdes e rosas,<br />

rubelitas e as esmeraldas. As nossas esmeraldas<br />

tinham uma certa procura devido ao fato de serem<br />

bem mais baratas do que as esmeraldas<br />

colombianas. Já nos meados da década de 1990,<br />

para balançar com as nossas pretensões, alguns<br />

países da África já apareciam, no mercado<br />

internacional, como grandes produtores de gemas<br />

coloridas. Devido a inúmeros fatores<br />

socioeconômicos e de políticas de importação, o<br />

Brasil começou a perder uma significativa fatia desse<br />

precioso mercado de gemas para os africanos. O<br />

principal motivo foi, e ainda é, o fator preço. O Brasil<br />

vivia uma época forte do plano Real onde R$1,00 era<br />

equivalente a quase US$1,00. Já nos países africanos<br />

como Moçambique, Nigéria, Congo e Madagascar,<br />

por exemplo, a vida era muito simples e,<br />

relativamente muito barata em comparação com a<br />

do Brasil, no sentido de se medir o mínimo<br />

necessário para que um garimpeiro pudesse<br />

sobreviver. Para termos ideia, nesses países<br />

africanos se vivia, e ainda se vive, muito bem com,<br />

apenas, US$ 100 por mês. Resumindo, valia muito<br />

mais a pena comprar gemas de excelente qualidade<br />

dos africanos do que pagar 300% a 400% a mais<br />

para adquiri-las aqui no Brasil. Então, a partir deste<br />

período começou a sobrar gemas coloridos no Brasil<br />

e um dos caminhos que o segmento extrativista<br />

encontrou foi, incentivar o design de joias no país e<br />

utilizarmos a nossa matéria prima para<br />

equilibrarmos as perdas. Até então, o mercado de<br />

joias brasileiro comercializava, apenas, diamantes,<br />

rubis e safiras. Era chic! E as gemas coloridas eram<br />

cafonas! Eram consideradas pedras para gringos.<br />

Vejam vocês como as coisas mudaram!!!<br />

<strong>No</strong> início dos anos 2000, começou a circular<br />

no mundo das grandes joalherias umas das gemas<br />

mais raras do Mundo: a Turmalina Paraíba. Depois<br />

de alguns anos, também descoberta na Nigéria e<br />

Moçambique passou a ser chamada, apenas, de<br />

Paraíba. A Paraíba é uma derivação da turmalina. A<br />

principal diferença dela para as outras turmalinas é<br />

que em sua fórmula química tem a presença de<br />

cobre ou manganês. Esses elementos são os<br />

responsáveis por esta cor viva ou neon.

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