GemsConsult News No 3 | Andre Leite Consultoria Gemológica
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Expert em<br />
pedras preciosas<br />
______________ André <strong>Leite</strong><br />
consultoria gemológica<br />
Desde 1976<br />
6<br />
A história da gemologia e a sua imprescindível<br />
importância para a indústria de gemas e joias<br />
a<br />
3 geração de peritos gemólogos<br />
especializados em<br />
gemas extraordinárias<br />
Diretor executivo da ABGA<br />
Associação Brasileira dos Gemólogos & Avaliadores de Gemas e Jóias<br />
Presidente da Adesign<br />
Associação dos Designers de Jóias do Rio de Janeiro<br />
Membro da APJERJ<br />
Associação dos Peritos Judiciais do Rio de Janeiro<br />
Gemólogo diplomado pelo GIA<br />
Gemologial Institute of America<br />
Representante do IGE na América do Sul<br />
Instituto Gemológiico Espanhol<br />
Membro do NAJA<br />
National Association of Jewelry Appraisers<br />
As pedras preciosas são consideradas umas das coisas mais raras<br />
e mais desejadas que o nosso planeta tem a oferecer. Através das<br />
possíveis combinações químicas, harmônicas, entre os elementos que<br />
conhecemos na nossa “Tabela Periódica”, submetidos a uma precisa<br />
temperatura e pressão, uma massa incandescente resfria-se por um<br />
período médio entre 100-200 milhões de anos criando as gemas coloridas<br />
de cores vibrantes como o verde, o azul, o vermelho, o amarelo e suas<br />
derivações. Este fenômeno de criação é tão raro e sublime que, quando<br />
seu produto petrificado apresenta grande durabilidade, beleza e é<br />
passível de lapidação e polimento, é denominado de “gema”. Entre elas,<br />
as mais raras, se tornam mais desejadas e colecionáveis.<br />
As pedras preciosas sempre exerceram um fascínio muito grande sobre os<br />
seres humanos. A história descreve adornos de braço, de pescoço e de<br />
cabeça compostos por gemas coloridas que foram utilizados por povos<br />
que viveram há mais de 5.000 anos. Tais relatos mencionam que as<br />
pedras preciosas tiveram sempre presente na história da humanidade,<br />
relacionadas ao poder, a religião, como instrumento econômico, a moda,<br />
na decoração ou, como simples adorno pessoal.<br />
Avaliação e Certificação de gemas & jóias<br />
Perícia judicial<br />
<strong>Consultoria</strong> <strong>Gemológica</strong><br />
Cursos e palestras<br />
“ Seu patrimônio é sua segurança”<br />
André C. <strong>Leite</strong><br />
Informativo sem fim lucrativo<br />
distribuição gratuita<br />
Ano III - 4<br />
o<br />
trimestre 2017<br />
Ipanema - RJ<br />
www.gemsconsult.com.br<br />
1
Quando analisamos a história do comportamento<br />
humano, mesmo que superficialmente, nos<br />
deparamos com o surpreendente fato de que tudo<br />
que gera ou representa poder e riqueza, passa a ser<br />
inspirador na vida do homem. A riqueza, assim como<br />
o poder é variavelmente mensurada de acordo com<br />
nível social de convivência do indivíduo ou de sua<br />
família. Contudo, o desejo desenfreado impulsionado<br />
pelo sonho de uma fácil conquista de poder ou<br />
riqueza, torna o ser humano, muitas das vezes,<br />
desonesto. Por motivos semelhantes ao mencionado<br />
acima já eram citados, desde 3.000 anos AC, casos de<br />
engodos onde eram oferecidos vidros e outros<br />
artefatos imitando metais e pedras preciosas em troca<br />
por alguma coisa de grande valia. “E assim caminha a<br />
humanidade...”<br />
Desde a Idade Antiga,<br />
durante séculos, mais<br />
precisamente, até o final do<br />
século XIX, o que se tinha<br />
disponível para imitar as<br />
pedras preciosas eram os<br />
vidros e as resinas coloridas.<br />
Porém, na década de 1890,<br />
Auguste Verneuil, a fim de<br />
suprir uma necessidade<br />
demandada pela indústria da alta relojoaria, no que<br />
consistia em encontrar ou criar um produto que<br />
deveria ser utilizado na máquina dos relógios de alta<br />
precisão (da época), ele conseguiu reproduzir pela<br />
primeira vez em laboratório, material similar ao que a<br />
natureza levou milhões de anos para produzir.<br />
Elaborado por meio de fusão, Verneuil utilizou os<br />
principais elementos químicos que formam o mineral<br />
corindom (em forma de pó), e os fundiu a uma<br />
temperatura entre 1.800 o – 2.000 o C. Criou-se então o<br />
corindom sintético (quando na cor vermelha<br />
denominado de rubi e de outras cores denominado de<br />
safira). Tal feito revolucionário para a tecnologia<br />
disponível na época, trouxe inúmeras consequências<br />
para o mercado joalheiro internacional. Para<br />
entendermos melhor, devemos nos conscientizar de<br />
que não existia internet e tampouco celular em 1890.<br />
As notícias demoravam a chegar e muitas das vezes,<br />
chegavam truncadas.<br />
Três anos depois, o feito chegou ao conhecimento da<br />
Rainha do Reino Unido (Victória, 1819 – 1901 ) e ,<br />
imediatamente, foram convocados os principais<br />
alquimistas do país para que fosse feito um<br />
inventário das joias da Coroa onde as gemas coloridas<br />
fossem submetidas a exames mais aprofundados para<br />
saberem se eram naturais ou sintéticas. Obviamente<br />
que os fundamentos teóricos e a tecnologia<br />
gemológica disponíveis na época eram nenhuma!!!!<br />
Contudo os alquimistas designados para o feito, em<br />
parceria com os joalheiros mais conceituados do UK<br />
levaram, aproximadamente, cinco anos para<br />
concluírem os trabalhos determinados por V. Alteza.<br />
Como resultado mais surpreendente, constatou-se<br />
que o suposto rubi que adornava a coroa da Rainha<br />
Victória não era um rubi, mas sim, um outro mineral<br />
denominado de espinélio, de cor avermelhada.<br />
A adorada Rainha faleceu em 1901 deixando um<br />
legado de sabedoria entre seus alquimistas e os<br />
joalheiros parceiros que participaram daquele desafio<br />
designado por ela. Isso os motivou a fundarem a<br />
primeira entidade disposta a ensinar a gemologia<br />
desenvolvida para identificação de minerais em 1908.<br />
Assim surgiu a NAG (National Association of<br />
Goldsmiths) que em 1930, devido ao grande<br />
crescimento do mercado de diamantes e gemas<br />
coloridas, se expandiu e criou o departamento de<br />
cursos gemológicos à distância denominado de<br />
Gemmological Association of Great Britain e, após o<br />
ano de 2001 passou a se chamar Gem-A.<br />
Em 1926, pelo mesmo método de Verneuil, foi<br />
produzido o espinélio sintético que, embora não<br />
apresentasse todas as características do mineral<br />
natural, conseguia ser produzidos nas cores azul e<br />
2
verdes, imitando com grande precisão as cores das<br />
turmalinas verdes e das aguas-marinhas.<br />
<strong>No</strong> mesmo período, em 1931, nos Estados Unidos,<br />
Robert Shipley fundou o GIA (Gemological Institute of<br />
América) em meio a Grande Depressão. Quatro anos<br />
mais tarde criou o AGS (American Gem Society). As<br />
duas instituições passaram a ser suportadas pelo<br />
governo americano, com o intuito de estabelecerem a<br />
ordem e a confiança no setor joalheiro. Em 1935 foi<br />
distribuída para a indústria joalheira a primeira edição<br />
do tabloide de conteúdo exclusivamente gemológico -<br />
Gems & Gemology.<br />
Na década de 1940 foi elaborada a primeira<br />
esmeralda sintética. Em 1955 foi a vez do diamante,<br />
porém em qualidade industrial, apenas. Na década de<br />
1960 foi o quartzo. Em 1970 o homem conseguiu<br />
reproduzir o diamante qualidade gema. As imitações<br />
como a Zircônia Cúbica e a Moissanita vieram mais<br />
tarde nas décadas de 70 e 80, respectivamente.<br />
Com todo este avanço tecnológico na<br />
produção de gemas sintéticas, a indústria que<br />
desenvolvia os aparelhos gemológicos capazes de<br />
identificar tais criações, não caminhava na mesma<br />
velocidade. Entre a década de 1960 e 1990 a<br />
tecnologia de produção de gemas sintéticas se<br />
expandiu e se aperfeiçoou de maneira jamais<br />
imaginada pelo homem, porém os aparelhos<br />
gemológicos disponíveis para o mercado de médio e<br />
pequeno porte não mudaram, pois eram suficientes<br />
para chegarmos a um veredito confiável. Um bom<br />
gemólogo com larga experiência no setor era capaz de<br />
identificar as principais gemas sintéticas e de imitação<br />
utilizando, apenas, um microscópio, um refratômetro,<br />
um polariscópio, um espectroscópio de mesa e uma<br />
balança hidrostática. Aparelhos estes considerados<br />
básicos na composição de um laboratório gemológico.<br />
Durante os últimos 27 anos (1990 – 2017) os<br />
laboratórios gemológicos tradicionais (básicos)<br />
começaram a sentir uma grande dificuldade em<br />
diagnosticar as criações humanas no que abrange as<br />
sínteses e os diversos tratamentos em cor e pureza,<br />
principalmente nos diamantes, rubis, safiras e<br />
esmeraldas. <strong>No</strong> tema diamante, os sintéticos<br />
fabricados pelo método HTHP (hight temperature and<br />
hight pression) de qualidade gema que podem atingir<br />
até 5 ou 6 quilates após lapidados não são de tirar o<br />
sono dos gemólogos mais experientes e atualizados.<br />
Já os produzidos pelo método CVD (chemical vapor<br />
deposition) são produzidos de tamanhos menores e,<br />
geralmente, empregados em acabamentos de joias e<br />
relógios por grandes fabricantes. A China é o maior<br />
fabricante de diamantes sintéticos pelo método CVD e<br />
também considerada a maior exportadora de joias<br />
para o mercado joalheiro Ocidental, de pequeno e<br />
médio porte. Contudo a síntese não tira,<br />
demasiadamente, o sono dos laboratórios<br />
gemológicos e sim, os tratamentos que podem<br />
transformar um diamante natural de cor<br />
amarronzada, em gemas brancas de primeira linha.<br />
Assim como rubis e safiras naturais de cor e pureza<br />
desprezíveis, em gemas dignas da coroa de qualquer<br />
rei ou rainha.<br />
Diamantes irradiados Safira tratada por difusão Esmeralda sintética<br />
3
Temos a consciência de que os laboratórios não<br />
produzem os minerais sintéticos para enganar<br />
ninguém e sim, para suprir alguma demanda da<br />
indústria de máquinas e equipamentos, como por<br />
exemplo, o rubi foi produzido para que os fabricantes<br />
de relógios pudessem sanar seus problemas de<br />
desgastes provocados pelo atrito dos eixos das<br />
engrenagens internas contra a chapa da caixa do<br />
relógio. Os quartzos sintéticos foram criados também<br />
para suprirem a demanda relojoeira japonesa que<br />
desenvolveu sistema eletrônico para relógios<br />
alimentados por baterias que necessitavam do<br />
quartzo piezoelétrico, para manter sua frequência de<br />
pulsos elétricos e com isso, a sua precisão. Os<br />
diamantes sintéticos são altamente utilizados pela<br />
indústria de corte e abrasão (serras, brocas,<br />
perfuratrizes...). E assim por diante. A indústria não<br />
está interessada em desviar seu foco científico para<br />
municiar o ramo joalheiro ou o de bijuterias. Porém,<br />
como já foi mencionado anteriormente, infelizmente<br />
existem pessoas que ganham a vida enganando os<br />
menos informados.<br />
Hoje em dia os laboratórios que pretendem se<br />
tornar confiáveis na emissão de certificados de<br />
autenticidade e capazes em identificar parte daquilo<br />
que é produzido pelo homem (minerais sintéticos<br />
e/ou tratados) que circula de forma invisível aos<br />
olhos de até os mais experientes profissionais<br />
joalheiros, são obrigados a investir em tecnologia. Os<br />
aparelhos de bancada que mencionamos no início<br />
desta matéria ainda são muito utilizados, porém não<br />
são suficientes. Os sistemas de espectroscopia<br />
computadorizada denominados de UV-Vis-NIR (Ultra<br />
Violet Visible Near Infrared) o Hamman (laser) e o FTIR<br />
(Fourier-transform Infrared) são componentes<br />
imprescindíveis para que o profissional possa buscar<br />
um resultado mais preciso na sua análise e com esse<br />
embasamento técnico, oferecer um laudo confiável.<br />
Partindo dessa premissa, sempre quando for adquirir<br />
o seu sonho de consumo em qualquer joalheira ou<br />
atelier, em qualquer lugar do Mundo, exija o<br />
certificado de autenticidade da peça. Essa será a sua<br />
segurança!!!<br />
FTIR (Fourier-transform Infrared)<br />
Ministramos cursos direcionados ao público e a profissionais<br />
• Identificação e Avaliação de Diamantes ( recomendado para profissionais e investidores )<br />
• Como Comprar Joias e Gemas Extraordinárias com Segurança (para todo o público)<br />
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www.gemsconsult.com.br<br />
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