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GAZETA DIARIO 784

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06 Opinião Foz do Iguaçu, segunda-feira, 28 de janeiro de 2019<br />

Mariana nunca mais?<br />

Onde? Quando se imaginava que<br />

após um desastre adotariam medidas<br />

sérias de segurança, acontece outro<br />

pior. Brumadinho, em número de mortos,<br />

pode ser a maior tragédia da história<br />

envolvendo barragens.<br />

Indiferença<br />

Ao se ouvir as declarações do presidente<br />

da Vale, Fabio Schvartsman, após<br />

o rompimento da barragem, é notório<br />

que a ficha dele não havia caído. Sabendo<br />

que o número de vítimas pode passar<br />

de 200, ele esboçava tranquilidade quanto<br />

aos desdobramentos no campo<br />

ambiental. Isso tem explicação e de certo<br />

modo causa enjoo: as multas<br />

ambientais são muito maiores que as indenizações<br />

para as famílias das vítimas.<br />

Que medidas?<br />

Minas Gerais é um campo minado<br />

de barragens para conter detritos minerais.<br />

Há mais de 700 locais abrigando<br />

esses lamaçais. Na maioria, a parede<br />

de contenção nada mais é que morros,<br />

ou escarpas, o que é corrido pela ação<br />

do tempo e a consequente força daquilo<br />

que está armazenado. Mexer na barragem<br />

é como desarmar uma bomba, requer<br />

muito investimento. O Brasil possui<br />

capacidade tecnológica, o caso é saber<br />

se empresas como a Vale do Rio<br />

Doce querem enfiar a mão no bolso.<br />

Minérios e rejeitos<br />

Taí um exemplo de como as riquezas<br />

brasileiras são tratadas: retiram o<br />

que há de precioso no solo, enviam<br />

para os quatro cantos do mundo, enriquecem<br />

bilhões e cercam cidades de<br />

armadilhas fatais. É muito triste isso.<br />

Em Itaipu?<br />

Por favor, de novo há quem tente<br />

colocar os moradores de Foz em pânico.<br />

Uma barragem como Itaipu está<br />

longe de oferecer os mesmos riscos<br />

dessas barreiras de minérios. Não há<br />

perigo, mas que na imaginação dá um<br />

friozinho, isso dá.<br />

Em Brasília<br />

Enquanto a política local mexe no<br />

caldeirão, tentando fazer um cozido de<br />

carne de pescoço, o deputado federal<br />

Vermelho tricota em Brasília. Contaram<br />

para este Corvo que ele já trocou de<br />

gabinete. Isso mesmo, recém entrou<br />

num e já arranjou outro. Depois de uma<br />

boa conversa com o presidente da Câmara,<br />

Rodrigo Maia, gentilmente ofereceu<br />

seu gabinete ao novo amigo, do<br />

qual a vista da capital federal é bem<br />

mais aprazível. O que se vê, neste caso,<br />

não é uma simples barganha de gabinete,<br />

e sim o teor das relações entre<br />

congressistas.<br />

Calor<br />

A tarde do sábado e ontem, domingo,<br />

foi de cozinhar o cérebro. Quase<br />

não eram vistas pessoas pelas ruas,<br />

tamanho o vapor que parecia sair do<br />

asfalto. Estamos atravessando um<br />

dos verões mais escaldantes da história.<br />

O negócio é hidratar-se e manter<br />

um cardiologista de plantão, para<br />

quando a tarifa de luz chegar. Quem<br />

vive sem o ar-condicionado?<br />

Bafão de final de semana<br />

A visita do deputado estadual Hussein Bakri a Foz do Iguaçu, na<br />

sexta-feira, ainda está dando o que falar. Ele acompanhou os vereadores<br />

Inês "da Saúde" Weizemann e Celino Fertrin ao tal posto de saúde<br />

da Vila Yolanda, meio que caindo aos pedaços. A unidade foi fruto de<br />

reportagem da RPC, e foi por causa disto, da matéria, que muita gente<br />

ficou sabendo mais sobre o caso: a prefeitura não pode fazer obras lá<br />

porque depende do Governo do Estado do Paraná, dono do imóvel.<br />

Bola nas costas<br />

O deputado Bakri, decerto, entrou na saia-justa sem saber a situação<br />

do posto de saúde, porque se soubesse não pisaria na bola. No<br />

mais, Inês foi prefeita e depois assumiu a Secretaria da Saúde, então<br />

por que será não reformou o posto de atendimento da Vila Yolanda? Ai<br />

que cheirinho de demagogia...<br />

Política de suplentes<br />

Mas Bakri participou de outro evento, segundo consta, organizado<br />

também pela Inês Weizemann, "uma reunião de lideranças empresariais<br />

e políticas, de vários partidos, com o objetivo de tratar de projetos<br />

em benefício de Foz do Iguaçu. Nas reuniões foram discutidas metas e<br />

demandas para os próximos quatro anos em Foz". Isso é o que diz o<br />

release. Daniel Vilas Bôas Rocha, chefe de gabinete do governador,<br />

estava presente. Curiosamente não convidaram para o encontro os<br />

deputados da cidade, Vermelho e Soldado Fruet, eleitos diretamente<br />

pelo povo e que não precisaram de acertos políticos para assumirem<br />

vaga da Assembleia e Câmara Federal. A reunião, na verdade, mereceria<br />

outro nome: "Largada para as eleições de 2020".<br />

Bronca pura<br />

Duas figuras políticas da cidade não gostaram<br />

explicitamente da visita de Bakri. Um foi o vice Nilton<br />

Bobato, que mostrou seu descontentamento por meio<br />

de uma carta aberta à população; o outro foi o deputado<br />

estadual Soldado Fruet, que levou o assunto para<br />

as redes sociais, nitidamente contrariado não só pela<br />

visita, mas pelo fato de ter sido ignorado. Aqui entre<br />

nós, uma grosseria dos organizadores do encontro<br />

para discutir o "futuro" da cidade.<br />

Intervenção<br />

Apesar do clima aparente de tranquilidade, os bastidores<br />

no setor de transporte público de Foz andam<br />

um tanto tumultuados. Há também muita inquietude<br />

entre os funcionários do sistema. Eles temem que a<br />

obrigação de pagar a folha da Gato Branco, com a<br />

arrecadação do Único, possa comprometer a capacidade<br />

de endividamento das demais empresas, como<br />

um vírus que se espalhasse em todo o setor.<br />

Insegurança<br />

Essa desconfiança dos motoristas, cobradores e<br />

afins tem lá um pouco de fundamento: a dívida com<br />

os funcionários da Gato Branco e Viação Itaipu parece<br />

ser bem maior que a arrecadação da empresa no<br />

Consórcio Sorriso. Ou seja, o dinheiro que foi bloqueado,<br />

desde o início do imbróglio, não chegaria a 30%<br />

da dívida. Se isso for verdade, o consórcio precisará<br />

mexer no caixa das outras empresas. Ruim isso, hein,<br />

mexer no caixa dos demais empresários, quando eles<br />

vivem reclamando de aperto nas contas.<br />

Risco<br />

Os problemas no transporte, ao longo dos anos, foram<br />

formando a opinião da população. O usuário reclama, e muito,<br />

dos serviços, mas tem noção de que as melhorias sairão do<br />

seu bolso. De outra maneira, faz tempo que o transporte<br />

urbano deixou de ser lucrativo, a começar pelo custo de<br />

combustíveis, manutenção, limpeza dos ônibus... sem contar<br />

a falta de contrapartida do município, como é o caso da<br />

frota que trafega em ruas esburacadas. No meio disso tudo,<br />

em Foz do Iguaçu, uma intervenção. Bom, o interventor é<br />

um dos empresários, Cesar Alamini; conhece do batente e<br />

deve encontrar solução para a crise.<br />

Dúvida<br />

Mas há pessoas coçando a cabeça no imbróglio.<br />

A decisão judicial pede o pagamento dos funcionários<br />

das empresas Gato Branco e Viação Itaipu, ambas<br />

pertencentes ao empresário Ermínio Gatti. Acontece<br />

que a última, Viação Itaipu, não faz parte do Consórcio<br />

Sorriso. Como é que vão fazer? Deve haver<br />

discussão sobre isso na Justiça.<br />

Pavimentação<br />

Este Corvo deu um passeio pelas áreas rurais e<br />

passou em localidades que foram pavimentadas, ou<br />

onde despejaram asfalto em cima das pedras. O<br />

serviço não é assim "uma Brastemp", mas nem se<br />

compara à buraqueira que era antes, sem contar o<br />

risco de se ter um pneu cortado. Se jogarem mais<br />

uma camada de asfalto, aí sim ficará bem melhor.<br />

Felipe Wandscheer<br />

Embora o serviço em vários pontos, alguns trechos<br />

da Felipe Wandscheer estão sofríveis. Os motoristas<br />

precisam usar de perícia para escapar dos<br />

buracos, e a saída é trafegar na contramão. Mas<br />

como se trata de uma área de lazer dos iguaçuenses,<br />

não é difícil encontrar pela frente alguém calibrado<br />

pela "manguaça", e é aí que mora o perigo.<br />

Beto e os pedágios<br />

Essa novela vai longe, e nada acontece com as<br />

concessionárias. De escândalo em escândalo, nossa<br />

grana continua pingando nas guaritas, e a cada<br />

dia com valor mais alto. A população está esperando<br />

o Ratinho dar uma pegada no assunto.<br />

Tarifas<br />

A população está de fato muito afetada com o preço da<br />

energia. Em matéria publicada na semana passada, a atenção<br />

foi tamanha que chegou a cair o servidor do GDia, e olha<br />

que ele não é fraco. Tarifas são sempre a preocupação,<br />

porque elas não encaixam no salário dos trabalhadores.

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