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06 Opinião Foz do Iguaçu, segunda-feira, 28 de janeiro de 2019<br />
Mariana nunca mais?<br />
Onde? Quando se imaginava que<br />
após um desastre adotariam medidas<br />
sérias de segurança, acontece outro<br />
pior. Brumadinho, em número de mortos,<br />
pode ser a maior tragédia da história<br />
envolvendo barragens.<br />
Indiferença<br />
Ao se ouvir as declarações do presidente<br />
da Vale, Fabio Schvartsman, após<br />
o rompimento da barragem, é notório<br />
que a ficha dele não havia caído. Sabendo<br />
que o número de vítimas pode passar<br />
de 200, ele esboçava tranquilidade quanto<br />
aos desdobramentos no campo<br />
ambiental. Isso tem explicação e de certo<br />
modo causa enjoo: as multas<br />
ambientais são muito maiores que as indenizações<br />
para as famílias das vítimas.<br />
Que medidas?<br />
Minas Gerais é um campo minado<br />
de barragens para conter detritos minerais.<br />
Há mais de 700 locais abrigando<br />
esses lamaçais. Na maioria, a parede<br />
de contenção nada mais é que morros,<br />
ou escarpas, o que é corrido pela ação<br />
do tempo e a consequente força daquilo<br />
que está armazenado. Mexer na barragem<br />
é como desarmar uma bomba, requer<br />
muito investimento. O Brasil possui<br />
capacidade tecnológica, o caso é saber<br />
se empresas como a Vale do Rio<br />
Doce querem enfiar a mão no bolso.<br />
Minérios e rejeitos<br />
Taí um exemplo de como as riquezas<br />
brasileiras são tratadas: retiram o<br />
que há de precioso no solo, enviam<br />
para os quatro cantos do mundo, enriquecem<br />
bilhões e cercam cidades de<br />
armadilhas fatais. É muito triste isso.<br />
Em Itaipu?<br />
Por favor, de novo há quem tente<br />
colocar os moradores de Foz em pânico.<br />
Uma barragem como Itaipu está<br />
longe de oferecer os mesmos riscos<br />
dessas barreiras de minérios. Não há<br />
perigo, mas que na imaginação dá um<br />
friozinho, isso dá.<br />
Em Brasília<br />
Enquanto a política local mexe no<br />
caldeirão, tentando fazer um cozido de<br />
carne de pescoço, o deputado federal<br />
Vermelho tricota em Brasília. Contaram<br />
para este Corvo que ele já trocou de<br />
gabinete. Isso mesmo, recém entrou<br />
num e já arranjou outro. Depois de uma<br />
boa conversa com o presidente da Câmara,<br />
Rodrigo Maia, gentilmente ofereceu<br />
seu gabinete ao novo amigo, do<br />
qual a vista da capital federal é bem<br />
mais aprazível. O que se vê, neste caso,<br />
não é uma simples barganha de gabinete,<br />
e sim o teor das relações entre<br />
congressistas.<br />
Calor<br />
A tarde do sábado e ontem, domingo,<br />
foi de cozinhar o cérebro. Quase<br />
não eram vistas pessoas pelas ruas,<br />
tamanho o vapor que parecia sair do<br />
asfalto. Estamos atravessando um<br />
dos verões mais escaldantes da história.<br />
O negócio é hidratar-se e manter<br />
um cardiologista de plantão, para<br />
quando a tarifa de luz chegar. Quem<br />
vive sem o ar-condicionado?<br />
Bafão de final de semana<br />
A visita do deputado estadual Hussein Bakri a Foz do Iguaçu, na<br />
sexta-feira, ainda está dando o que falar. Ele acompanhou os vereadores<br />
Inês "da Saúde" Weizemann e Celino Fertrin ao tal posto de saúde<br />
da Vila Yolanda, meio que caindo aos pedaços. A unidade foi fruto de<br />
reportagem da RPC, e foi por causa disto, da matéria, que muita gente<br />
ficou sabendo mais sobre o caso: a prefeitura não pode fazer obras lá<br />
porque depende do Governo do Estado do Paraná, dono do imóvel.<br />
Bola nas costas<br />
O deputado Bakri, decerto, entrou na saia-justa sem saber a situação<br />
do posto de saúde, porque se soubesse não pisaria na bola. No<br />
mais, Inês foi prefeita e depois assumiu a Secretaria da Saúde, então<br />
por que será não reformou o posto de atendimento da Vila Yolanda? Ai<br />
que cheirinho de demagogia...<br />
Política de suplentes<br />
Mas Bakri participou de outro evento, segundo consta, organizado<br />
também pela Inês Weizemann, "uma reunião de lideranças empresariais<br />
e políticas, de vários partidos, com o objetivo de tratar de projetos<br />
em benefício de Foz do Iguaçu. Nas reuniões foram discutidas metas e<br />
demandas para os próximos quatro anos em Foz". Isso é o que diz o<br />
release. Daniel Vilas Bôas Rocha, chefe de gabinete do governador,<br />
estava presente. Curiosamente não convidaram para o encontro os<br />
deputados da cidade, Vermelho e Soldado Fruet, eleitos diretamente<br />
pelo povo e que não precisaram de acertos políticos para assumirem<br />
vaga da Assembleia e Câmara Federal. A reunião, na verdade, mereceria<br />
outro nome: "Largada para as eleições de 2020".<br />
Bronca pura<br />
Duas figuras políticas da cidade não gostaram<br />
explicitamente da visita de Bakri. Um foi o vice Nilton<br />
Bobato, que mostrou seu descontentamento por meio<br />
de uma carta aberta à população; o outro foi o deputado<br />
estadual Soldado Fruet, que levou o assunto para<br />
as redes sociais, nitidamente contrariado não só pela<br />
visita, mas pelo fato de ter sido ignorado. Aqui entre<br />
nós, uma grosseria dos organizadores do encontro<br />
para discutir o "futuro" da cidade.<br />
Intervenção<br />
Apesar do clima aparente de tranquilidade, os bastidores<br />
no setor de transporte público de Foz andam<br />
um tanto tumultuados. Há também muita inquietude<br />
entre os funcionários do sistema. Eles temem que a<br />
obrigação de pagar a folha da Gato Branco, com a<br />
arrecadação do Único, possa comprometer a capacidade<br />
de endividamento das demais empresas, como<br />
um vírus que se espalhasse em todo o setor.<br />
Insegurança<br />
Essa desconfiança dos motoristas, cobradores e<br />
afins tem lá um pouco de fundamento: a dívida com<br />
os funcionários da Gato Branco e Viação Itaipu parece<br />
ser bem maior que a arrecadação da empresa no<br />
Consórcio Sorriso. Ou seja, o dinheiro que foi bloqueado,<br />
desde o início do imbróglio, não chegaria a 30%<br />
da dívida. Se isso for verdade, o consórcio precisará<br />
mexer no caixa das outras empresas. Ruim isso, hein,<br />
mexer no caixa dos demais empresários, quando eles<br />
vivem reclamando de aperto nas contas.<br />
Risco<br />
Os problemas no transporte, ao longo dos anos, foram<br />
formando a opinião da população. O usuário reclama, e muito,<br />
dos serviços, mas tem noção de que as melhorias sairão do<br />
seu bolso. De outra maneira, faz tempo que o transporte<br />
urbano deixou de ser lucrativo, a começar pelo custo de<br />
combustíveis, manutenção, limpeza dos ônibus... sem contar<br />
a falta de contrapartida do município, como é o caso da<br />
frota que trafega em ruas esburacadas. No meio disso tudo,<br />
em Foz do Iguaçu, uma intervenção. Bom, o interventor é<br />
um dos empresários, Cesar Alamini; conhece do batente e<br />
deve encontrar solução para a crise.<br />
Dúvida<br />
Mas há pessoas coçando a cabeça no imbróglio.<br />
A decisão judicial pede o pagamento dos funcionários<br />
das empresas Gato Branco e Viação Itaipu, ambas<br />
pertencentes ao empresário Ermínio Gatti. Acontece<br />
que a última, Viação Itaipu, não faz parte do Consórcio<br />
Sorriso. Como é que vão fazer? Deve haver<br />
discussão sobre isso na Justiça.<br />
Pavimentação<br />
Este Corvo deu um passeio pelas áreas rurais e<br />
passou em localidades que foram pavimentadas, ou<br />
onde despejaram asfalto em cima das pedras. O<br />
serviço não é assim "uma Brastemp", mas nem se<br />
compara à buraqueira que era antes, sem contar o<br />
risco de se ter um pneu cortado. Se jogarem mais<br />
uma camada de asfalto, aí sim ficará bem melhor.<br />
Felipe Wandscheer<br />
Embora o serviço em vários pontos, alguns trechos<br />
da Felipe Wandscheer estão sofríveis. Os motoristas<br />
precisam usar de perícia para escapar dos<br />
buracos, e a saída é trafegar na contramão. Mas<br />
como se trata de uma área de lazer dos iguaçuenses,<br />
não é difícil encontrar pela frente alguém calibrado<br />
pela "manguaça", e é aí que mora o perigo.<br />
Beto e os pedágios<br />
Essa novela vai longe, e nada acontece com as<br />
concessionárias. De escândalo em escândalo, nossa<br />
grana continua pingando nas guaritas, e a cada<br />
dia com valor mais alto. A população está esperando<br />
o Ratinho dar uma pegada no assunto.<br />
Tarifas<br />
A população está de fato muito afetada com o preço da<br />
energia. Em matéria publicada na semana passada, a atenção<br />
foi tamanha que chegou a cair o servidor do GDia, e olha<br />
que ele não é fraco. Tarifas são sempre a preocupação,<br />
porque elas não encaixam no salário dos trabalhadores.