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Foz do Iguaçu, segunda-feira, 28 de janeiro de 2019<br />
USINA SEGURA<br />
Barragem de Itaipu é vigiada 24<br />
horas e tem vida útil de 300 anos<br />
Geral<br />
07<br />
Binacional mantém equipe técnica com atenção integral e monitoramento sísmico que previne terremotos<br />
Ronildo Pimentel<br />
Reportagem<br />
O rompimento de<br />
uma barragem em Brumadinho,<br />
na região metropolitana<br />
de Belo Horizonte,<br />
em Minas Gerais,<br />
que pode resultar na<br />
morte de aproximadamente<br />
300 pessoas, trouxe à<br />
tona uma pergunta comum<br />
em Foz do Iguaçu e<br />
região, quando ocorre<br />
este tipo de acidente: afinal,<br />
a barragem da Itaipu<br />
Binacional é segura?<br />
Os protocolos técnicos<br />
adotados pela empresa<br />
garantem uma vida útil<br />
de 300 anos para a estrutura,<br />
considerada<br />
uma das mais seguras<br />
do mundo.<br />
A barragem de Itaipu,<br />
construída de 1975 a<br />
1982, é considerada segura,<br />
tanto no trecho de<br />
concreto, em que estão<br />
as turbinas e o vertedouro,<br />
como no trecho de enrocamento,<br />
composto por<br />
terra e rochas. A estrutura<br />
é monitorada, em<br />
tempo real, por ampla<br />
rede de sensores e tem<br />
uma vida útil estimada<br />
em 300 anos.<br />
Em 2019, o corpo técnico<br />
da Itaipu dará iní-<br />
cio ao processo de atualização<br />
tecnológica da usina.<br />
A intenção é modernizar<br />
equipamentos e ampliar<br />
a disponibilidade de<br />
seu parque gerador para<br />
a produção de energia.<br />
No Parque Tecnológico<br />
Itaipu (PTI) está instalado<br />
o Centro de Estudos<br />
Avançados em Segurança<br />
de Barragens (CE-<br />
ASB), referência para<br />
pesquisadores da área no<br />
Brasil e no exterior.<br />
Em nota, a empresa<br />
reconhece que o rompimento<br />
de uma barragem<br />
de resíduos de mineração<br />
em Minas Gerais reacendeu<br />
as discussões sobre a<br />
segurança desse tipo de<br />
estrutura. No país existem<br />
aproximadamente 15 mil<br />
unidades, de acordo com<br />
a Agência Nacional das<br />
Águas (ANA).<br />
No caso da Itaipu, o<br />
tema é particularmente<br />
relevante por se tratar de<br />
uma das maiores barragens<br />
do mundo, informa<br />
a empresa. Isso se deve<br />
também às cidades de Foz<br />
do Iguaçu e Ciudad del<br />
Este estarem localizadas<br />
às margens do Rio Paraná,<br />
a alguns quilômetros<br />
a jusante (abaixo) da usina.<br />
Sem contar o fato de<br />
o reservatório, embora sob<br />
algumas limitações, ter<br />
papel de gestão das cheias<br />
do rio.<br />
Atenção integral<br />
No desenvolvimento<br />
de suas atividades, a<br />
Itaipu informa que leva<br />
em consideração o princípio<br />
da precaução, que<br />
é aplicável a um único<br />
risco ambiental irreversível:<br />
o comprometimento<br />
da segurança física<br />
da barragem da usina.<br />
Apesar de improvável, a<br />
empresa é referência<br />
mundial no tema e teve<br />
atuação destacada na<br />
criação da Lei 12.334/<br />
2010, que estabelece a<br />
Política Nacional de Segurança<br />
de Barragens.<br />
A usina também participa<br />
ativamente do<br />
Comitê Brasileiro de<br />
Grandes Barragens<br />
(CBDB) e da Comissão<br />
Internacional de Grandes<br />
Barragens<br />
(ICOLD). A segurança<br />
da barragem é assegurada<br />
por meio de um<br />
programa de vigilância<br />
e manutenção abrangente,<br />
sob a responsabilidade<br />
das superintendências<br />
de Obras,<br />
Engenharia, Manutenção<br />
e Operação.<br />
A Itaipu mantém um<br />
banco de dados com mais<br />
de 30 anos de leituras de<br />
instrumentação, e todos<br />
os desenhos técnicos foram<br />
digitalizados para<br />
permitir acesso rápido às<br />
informações. Quando<br />
possíveis problemas são<br />
identificados, estudos<br />
adicionais são conduzidos,<br />
instrumentação é<br />
adicionada, e/ou protocolos<br />
de manutenção são<br />
modificados.<br />
A barragem da Itaipu binacional é considerada<br />
uma das mais seguras do mundo<br />
Monitoramento<br />
eletrônico<br />
A entidade conta com<br />
aproximadamente 2,8 mil<br />
instrumentos para acompanhar<br />
o comportamento<br />
das estruturas de concreto<br />
e da fundação das suas<br />
barragens, além de 5.295<br />
drenos para detectar aumento<br />
de vazão. Os instrumentos<br />
mais importantes<br />
(cerca de 10% do total)<br />
são monitorados online<br />
e contam com um sistema<br />
de alerta que, quando<br />
são detectadas anormalidades,<br />
avisa profissionais<br />
especialistas para tomar as<br />
medidas necessárias.<br />
A área ao redor do reservatório<br />
possui monitoramento<br />
sísmico desde<br />
1978, realizado por sete<br />
estações instaladas, e os<br />
resultados são analisados<br />
com o apoio da Universidade<br />
de Brasília. O<br />
acompanhamento confirmou<br />
que a área tem baixa<br />
sismicidade natural, e<br />
nenhum movimento induzido<br />
pelo reservatório<br />
foi detectado.<br />
Foto: Kiko Sierich