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08 Cidade Foz do Iguaçu, quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019<br />
Fábio Campana<br />
Lula não sai tão cedo da cadeia<br />
Vão fenecendo as esperanças da banda petista em ver<br />
Lula livre em prazo curto. O ex-presidente Lula foi<br />
condenado ontem novamente a 12 anos e 11 meses de<br />
reclusão, pelos crimes de corrupção e lavagem de<br />
dinheiro, no caso do sítio de Atibaia. A sentença foi dada<br />
pela juíza Gabriela Hardt, que substitui o ex-juiz Sergio<br />
Moro. Também foram condenados os empresários<br />
Marcelo Odebrecht e Emílio Odebrecht, Leo Pinheiro, da<br />
OAS e José Carlos Bumlai (responsáveis pelas obras no<br />
sítio); o proprietário do sítio Fernando Bittar, o advogado<br />
Roberto Teixeira, além de Paulo Gordilho, Emyr Diniz<br />
Costa Junior, Alexandrino Alencar e Carlos Armando<br />
Guedes Paschoal.<br />
A ação julgou as reformas realizadas no sítio de<br />
Atibaia (SP), frequentado pelo petista. Na ação penal<br />
do sítio de Atibaia, ele era acusado de ser favorecido<br />
pelas empreiteiras OAS e Odebrecht com<br />
benfeitorias feitas na propriedade rural que<br />
frequentava. Cabe recurso. O pagamento de obras na<br />
propriedade pela Odebrecht foi revelado em<br />
reportagem de janeiro de 2016. Para os<br />
procuradores, o ex-presidente "capitaneou o<br />
esquema criminoso", e, "de modo consciente e<br />
voluntário", dissimulou a origem dos valores<br />
investidos nas reformas e ampliações do sítio, que<br />
era de propriedade dos empresários Fernando Bittar<br />
e Jonas Suassuna.<br />
Custo alto<br />
No total, foram gastos R$ 1,26 milhão nas obras de<br />
Atibaia, segundo laudo da PF. Lula está preso em<br />
Curitiba desde abril do ano passado em decorrência<br />
de condenação em outra ação penal da Lava Jato,<br />
sobre o tríplex em Guarujá (SP) reformado pela OAS.<br />
Nesse outro caso, Lula ainda está recorrendo em<br />
terceira instância.<br />
MDB e DEM juntinhos<br />
A história do DEM: veio do antigo PFL (Partido da<br />
Frente Liberal), nascido de uma dissidência do PDS,<br />
que por sua vez, foi a sigla herdeira da Arena, que<br />
dava sustentação ao governo militar. O ex-senador<br />
Roberto Requião, por razões ideológicas, não deve<br />
apoiar as ideias dos Democratas. Quem se importa?<br />
Pelo poder<br />
Na disputa por espaço, poder político e cargos na<br />
"nova" Assembleia Legislativa, o MDB de Requião<br />
formou um bloco com o DEM. As duas bancadas<br />
foram as primeiras a formalizar criação de bloco,<br />
para ter vantagem na disputa do comando das<br />
Comissões da Casa.<br />
Cadeia à vista<br />
A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) propôs CPI<br />
para investigar a catástrofe da Vale. "Quero botar<br />
malandro na cadeia", disse ela.<br />
Francischini, lá e cá<br />
Após a eleição da mesa diretora, os holofotes se<br />
voltam agora para a definição da presidência da<br />
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais<br />
importante da Câmara dos Deputados. Pelo critério<br />
da proporcionalidade, o cargo deve ser ocupado por<br />
parlamentar do PSL, o partido do presidente. A<br />
favorita do governo é Bia Kicis (DF), mas enfrenta<br />
Felipe Francischini (PR), de apenas 25 anos, filho de<br />
Fernando Francischini, dirigente do PSL. Deputados<br />
federais de primeira viagem, Delegado Marcelo<br />
Freitas (MG) e Coronel Tadeu (SP) correm por fora na<br />
disputa interna.<br />
Expansão do Podemos<br />
Alvaro Dias exulta. Nos últimos dias, a bancada do<br />
Podemos no Senado se expandiu significativamente<br />
com a entrada de mais três parlamentares. Lasier<br />
Martins (RS), Capitão Styvenson (RN) e Eduardo Girão<br />
(CE) assinaram a filiação no partido ontem de manhã.<br />
Com essas adesões, o Podemos passa a ser a<br />
terceira maior bancada do Senado com 8 integrantes<br />
e a previsão é que outros nomes entrem nas<br />
próximas semanas. A bancada terá direito a indicar o<br />
segundo vice-presidente do Senado e indicar o<br />
presidente da Comissão de Assuntos Sociais.<br />
SEGURO-DEFESO<br />
Pescadores montam acampamento<br />
em frente ao INSS em Foz do Iguaçu<br />
Eles estão proibidos de pescar e sem receber o benefício;<br />
INSS diz que pagamento pode ocorrer até o dia 20<br />
Ronildo Pimentel<br />
Reportagem<br />
As dificuldades financeiras<br />
com contas de água<br />
e energia elétrica vencidas<br />
levaram os pescadores da<br />
região de Foz do Iguaçu a<br />
adotar uma medida extrema:<br />
acampar, por tempo<br />
indeterminado, em frente<br />
à agência do Instituto<br />
Nacional do Seguro Social<br />
(INSS). A intenção é<br />
sensibilizar o governo até<br />
que sejam pagas as parcelas<br />
do seguro-defeso,<br />
benefício destinado aos<br />
profissionais da pesca que<br />
ficam impossibilitados de<br />
trabalhar na época de reprodução<br />
dos peixes.<br />
A chamada piracema<br />
na bacia hidrográfica do<br />
Rio Paraná começou em<br />
1º de outubro de 2018 e<br />
prosseguirá até o dia 28<br />
de fevereiro deste ano.<br />
Desde o início, 140 pescadores<br />
artesanais da microrregião<br />
de Foz do Iguaçu,<br />
Santa Terezinha de<br />
Itaipu e São Miguel do<br />
Iguaçu, que integram a<br />
Colônia Z-12, enfrentam<br />
dificuldades pela falta de<br />
repasse dos recursos.<br />
"Os pescadores estão<br />
precisando de receber o dinheiro<br />
para pagar seus<br />
compromissos", afirmou<br />
Flávio Kabroski, que é<br />
presidente da Colônia Z-<br />
12. Ele contou que esteve<br />
na agência no INSS na<br />
terça-feira (5), em busca<br />
de uma solução para o<br />
atraso nos pagamentos.<br />
"Falaram que os documentos<br />
nossos estão em<br />
Foto: Roger Meireles<br />
Pescadores que integram a Colônia Z-12 estão<br />
acampados em frente à agência do INSS em Foz<br />
fase de análise ainda",<br />
explicou.<br />
"Mas três meses para<br />
analisar documentos é<br />
muita coisa", reclamou o<br />
presidente. Kabroski informou<br />
que os pescadores,<br />
assim como fazem todos<br />
os anos, reuniram toda<br />
documentação que é necessária<br />
para se cadastrar<br />
e receber o benefício. "Entregamos<br />
na agência, fizemos<br />
protocolo, e até o momento<br />
nenhum pescador<br />
recebeu o seguro", contou.<br />
A piracema já está quase<br />
terminando, "já está no<br />
último mês", informou o<br />
presidente. E completou:<br />
"São quatro meses, estamos<br />
em fevereiro, e ninguém<br />
recebeu nenhuma<br />
parcela do pagamento.<br />
Que absurdo!".<br />
Cascavel<br />
Ao ser indagado, o presidente<br />
da Colônia Z-12<br />
reforçou que a informação<br />
que recebeu nesta semana<br />
é que "vão pagar, mas até<br />
o momento não foi analisado<br />
nenhum [documento]".<br />
A análise dos documentos<br />
dos profissionais<br />
da microrregião de Foz do<br />
Iguaçu, que inclui Santa<br />
Terezinha de Itaipu e São<br />
Miguel do Iguaçu, é realizada<br />
em Cascavel.<br />
"A Diretoria-Executiva<br />
do INSS é em Cascavel,<br />
e eles dependem de lá<br />
para qualquer atitude que<br />
vão tomar", informou. A<br />
mobilização, ainda segundo<br />
ele, é para que a<br />
análise ocorra o quanto<br />
antes. "Queremos esta<br />
resposta de forma documental,<br />
porque verbal<br />
não adianta", reforçou<br />
Kabroski.<br />
No acampamento, as<br />
dificuldades são superadas<br />
pela união dos integrantes<br />
do grupo. Sob uma barraca<br />
foi improvisado um fogão,<br />
no qual o alimento<br />
para todos é preparado coletivamente.<br />
"Não queremos<br />
que a piracema acabe<br />
e a gente fique sem dinheiro",<br />
concluiu.